quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

SE CRISTO VOLTAR NESTE NATAL

O Que Ocorrerá Se Subitamente Surgir Em Público Um Grande Instrutor Da Humanidade?


Os rótulos não substituem a realidade. A sabedoria divina flutua acima de aparências visíveis, nomes próprios e imagens personalizadas.

O conhecimento universal é como um círculo infinito cujo centro está em todas as partes: a essência de cada religião ou filosofia contém, portanto, a essência de todas as outras.

Quando olhamos em profundidade para a figura de Jesus Cristo, o reconhecemos como um símbolo daqueles sábios e instrutores que, atravessando o oceano do tempo, conduzem os seres humanos na direção da verdade. Krishna, Buddha, Pitágoras, Platão, Lao-tzu, Confúcio e Cristo ensinam a mesma sabedoria universal.

Os grandes sábios jamais se afastaram da humanidade, mas o contato com eles não é verbal nem visual. Os seres humanos recebem sua ajuda e sua inspiração em planos superiores de consciência, acima do que é percebido pelos cinco sentidos e pelo nível “pessoal”, denso e primário, da atividade do cérebro. Deve-se buscar contato com a sabedoria em si mesma e não com a personalidade externa deste ou daquele instrutor.

Qual é, então, o verdadeiro significado que possui a esperança de uma volta visível de Jesus?

Do ponto de vista da alma, a ideia simboliza o retorno dos sábios ao convívio humano, em um plano consciente. É a volta da sabedoria, e a reconquista da paz e do equilíbrio nos assuntos humanos visíveis. Não há por que personalizar indevidamente o retorno. Trata-se de recuperar a paz individual e coletiva, e não de pedir autógrafo ou favores pessoais a algum artista famoso recém-chegado do céu.

“Quando ocorrerá a volta?”, perguntam as pessoas de boa vontade.

Vale a pena examinar a questão. Suponhamos que, de fato, um dos grandes instrutores da humanidade aceite a tarefa de retomar uma presença reconhecida e consciente junto à comunidade humana atual. Adotemos, também, a hipótese de que, para a ocasião, ele decida aproveitar o clima de confraternização das festas de final de ano, retomando o contato de um modo que sua presença física possa ser facilmente reconhecida pelas pessoas de boa vontade como a presença do mesmo Jesus do Novo Testamento.

Ele se tornará visível em Nova Iorque, entrando na sede das Nações Unidas? Ele conversará ali, a portas fechadas, com o secretário-geral? Ou ele surgirá curando doentes entre os povos mais pobres e humildes da África? Talvez o instrutor sagrado mande um email para os principais chefes de Estado? Quais as consequências políticas, sociais e econômicas do seu reaparecimento? Estas perguntas práticas são incômodas. A aparição pública entre nós de um grande ser, um mestre sagrado, poderia colocar em cheque os hábitos pessoais e os apegos de muitos. Abalaria instituições e estruturas sociais.

Para investigar o que ocorreria de fato se Jesus reaparecesse na próxima véspera de Natal, o primeiro passo consiste em resgatar um texto clássico. O escritor russo Fiódor Dostoievsky descreveu em 1880 como teria sido o retorno físico de Cristo durante o século 16.

Ao escrever o relato, intitulado “O Grande Inquisidor”, Dostoievsky pode ter sido inspirado desde níveis superiores de consciência. Um raja-iogue dos Himalaias não só pediu que o trecho fosse traduzido do russo e publicado em inglês por Helena Blavatsky em 1881, mas também escreveu, em uma carta para um discípulo leigo:

“A sugestão de traduzir O Grande Inquisidor é minha; porque seu autor, sobre quem já pesava a mão da Morte enquanto escrevia, deu a descrição mais convincente e mais verídica jamais escrita da Sociedade de Jesus. Está contida ali uma grande lição para muitos, e mesmo você poderá tirar proveito dela.” [1]

A narrativa faz parte da obra “Os Irmãos Karamázovi”, e nela Dostoievsky descreve a aparição do instrutor divino entre os habitantes de Sevilha, na Espanha. Na época, a Inquisição estava no auge. O Vaticano prendia, torturava e matava em nome de Jesus. O Inquisidor tinha poder absoluto na Espanha. Supostos hereges eram queimados vivos todos os dias em fogueiras públicas, “para maior glória de Deus”, conforme o lema dos implacáveis jesuítas. Como seria, nestas condições, a volta do Cristo?

Segundo a narrativa de Dostoievsky, o Mestre decidiu voltar sem anúncio prévio:

“Ele apareceu docemente, sem se fazer notar e – coisa estranha – todos o reconheciam imediatamente. (…) Atraído por uma força irresistível, o povo comprime-se à sua passagem e segue-lhe os passos. Silencioso, ele passa por entre a multidão com um sorriso de compaixão infinita. Seu coração está abrasado de amor, seus olhos desprendem uma Luz, uma Ciência, e uma Força que irradiam e despertam o amor nos corações. Estende-lhes os braços e  abençoa-os. Uma força curativa emana do seu contato e até mesmo de suas vestes. Um velho, cego desde a infância, exclama no meio da multidão: ‘Senhor, cura-me e eu te verei’. Uma casca cai dos seus olhos e o cego vê. O povo derrama lágrimas de alegria e beija o chão sobre as marcas dos seus passos. As crianças lançam flores e gritam ‘Hosanna!’ à passagem do Senhor.” [2]

Os membros do povo repetem emocionados: “é Ele, é Ele”. O Cristo avança pela praça de Sevilha e ressuscita uma garota. No auge da emoção popular, surge na praça da cidade a figura temível do grande Inquisidor. É um ancião quase nonagenário, com uma rigorosa seriedade no rosto e a expressão de quem não admite ser contrariado. Vestido com uma velha batina preta, rodeado pela sua guarda pessoal, ele percebe num instante o que está ocorrendo. Diante do seu olhar severo a multidão emudece e se inclina até o chão, respeitosa e atemorizada. “Tão grande é o seu poder, e o povo está de tal maneira acostumado a submeter-se, a obedecer-lhe tremendo, que a multidão se afasta imediatamente diante dos guardas”, conta Dostoievsky. Em meio de um silêncio mortal, Cristo é arrastado para a prisão.

Horas depois, a porta de uma masmorra se abre, rangendo, e o Inquisidor entra na cela do prisioneiro. Ele olha a Santa Face, como para confirmar a identidade do seu interlocutor, e diz ao Mestre:

“És tu? Não digas nada. Cala-te. Aliás, que poderias dizer? Não tens o direito de acrescentar uma palavra além do que disseste outrora. Por que vieste estorvar-nos? Porque tu nos estorvas, bem o sabes. Mas sabes o que acontecerá amanhã? Ignoro quem tu és e não quero sabê-lo: tu ou apenas tua aparência. Mas amanhã eu te condenarei e serás queimado como o pior dos heréticos, e este mesmo povo que hoje te beijava os pés, amanhã, a um sinal meu, irá alimentar a tua fogueira.”

Enfático, o chefe da Inquisição faz um discurso sacerdotal. Ele alega que o “caminho estreito” ensinado pelo Mestre não pode ser percorrido na prática. Ele é demasiado difícil e só causa mais sofrimento, porque é excessivamente verdadeiro. Afirma que é impossível avançar de fato  pelo caminho da luz e do amor incondicional. Só uma religião autoritária, em que o dogma substitua a sabedoria, pode dar felicidade ao povo. Apenas a mentira organizada e institucionalizada pode garantir a ordem. A verdade universal não é conveniente.

Cristo apenas escuta. Ele fita seu carcereiro com olhos serenos, enquanto nos seus lábios há um sorriso de compreensão infinita. A mente do teólogo-carcereiro não tem segredos para ele. Suas frases já são conhecidas antes que as pronuncie. O guardião da Igreja condena a liberdade individual pregada por Jesus. Os sacerdotes necessitam rebanhos. O Inquisidor considera absurda a ideia de que cada homem seja senhor do seu próprio destino. Ele conclui assegurando ao preso que a sua heresia, e a sua audácia de reaparecer em público, serão punidas com a morte.  

Terminadas as longas alegações, o Mestre não diz uma palavra, mas mantém seu silêncio calmo e cheio de paz. Depois de alguns instantes, Jesus ergue-se, olha seu acusador nos olhos e o abraça. O poderoso Inquisidor fica surpreso, confuso, assustado.  Ele luta para manter o autocontrole psicológico. A força da santidade do Mestre parece vencê-lo. Ele abre com força a pesada porta da cela. Ele aponta nervosamente para a saída e diz ao Cristo:

“Vá embora. Vá e não volte jamais. Nunca mais!”

O prisioneiro não responde. Com o olhar iluminado e os passos calmos, ele sai da cela, passa pelos guardas e desaparece na noite escura.

Este, resumidamente, é o relato de Dostoievsky referente ao século 16.

O que ocorreria se Cristo aparecesse subitamente no momento atual, cinco séculos depois? Os desafios não seriam poucos. Quem estaria disposto a largar seus dogmas para viver o ensinamento? O escritor Anthony de Mello, jesuíta herege do século 20 que foi inspirado por ideias teosóficas e duramente criticado pelo Vaticano, examinou este dilema em um pequeno conto simbólico, ambientado em uma situação posterior à volta de Cristo.

Mello escreveu:

“Foi feita uma proposta, nas Nações Unidas, no sentido de que se corrigissem todos os livros sagrados de todas as religiões. Tudo o que neles tivesse algum sabor de intolerância, crueldade ou fanatismo deveria ser eliminado. O mesmo se faria com toda e qualquer parte que atentasse contra a dignidade e o bem-estar do homem. Imaginem o burburinho quando se veio a saber que a proposta viera do próprio Jesus Cristo! Os repórteres correram à sua residência, ávidos de esclarecimento. A sua explicação foi simples e curta: ‘As Escrituras, como o Sábado, foram feitas para o homem, e não o homem para as Escrituras!’, disse ele.” [3]

O que seria então das grandes instituições humanas se Jesus voltasse, e não fosse morto nem encarcerado? Qual o poder revolucionário da sua presença física consciente entre os habitantes do século 21?

Como Jesus é judeu, ele poderia reaparecer em meio a um tiroteio, no auge de um conflito provocado por antissemitismo e ódio religioso.

Quando os atiradores o metralhassem, veriam que seu corpo era imaterial: o Mestre estaria usando apenas um corpo sutil – uma réplica do seu corpo físico – o mayavi-rupa da filosofia esotérica. Ele seria perfeitamente visível, mas não poderia ser tocado ou morto.

Depois disso, o Mestre surgiria nas ruas de Nova Iorque com seu corpo físico denso. Ele caminharia em direção ao prédio da ONU e seria reconhecido ao atravessar uma rua com sinal vermelho. Os carros parariam. Uma aura de luz branca, transparente, rodearia completamente seu corpo. “Só pode ser Ele”, pensariam as pessoas imediatamente.

O engarrafamento de trânsito se expande enquanto ele avança. Não se ouvem buzinas, porém. Os carros são abandonados com as portas abertas. Homens e mulheres se ajoelham ao ver o Mestre. Crianças correm para Ele e ele abençoa o povo. De quando em quando, ele interrompe sua caminhada por um momento e cura alguém; e aconselha, consola, ensina. No portão externo do prédio das Nações Unidas, ele menciona que quer falar com o secretário-geral e são solicitados seus documentos. O Mestre explica que não tem passaporte consigo, mas avisa que “não pretende tomar muito tempo do secretário-geral”.

O sistema de segurança é acionado: em poucos segundos, o Mestre é rodeado por forças especiais do FBI e detido para interrogatório. Quando as perguntas começam, o “estrangeiro sem documentos” permanece em silêncio. Quando a pressão institucional aumenta, o Mestre sorri, abandona o plano material denso e desaparece no ar.

Do episódio restou apenas a perplexidade do público e dos policiais. Ficava claro mais uma vez para os Iniciados que uma aproximação visível e consciente entre os Mestres e a nossa civilização não é fácil. O Mestre volta ao silêncio do seu retiro nos Himalaias, um dos locais  sagrados do planeta de onde são inspirados os corações de boa vontade.

Devido às limitações da consciência humana no seu estágio atual de evolução, nenhum grande instrutor pode aparecer no mundo desta forma externa e óbvia, que gera constrangimento e incompreensão. Os Mestres tampouco “canalizam” mensagens verbais através dos numerosos profetas e intermediários que hoje se pode encontrar a cada esquina. Toda “volta” ou “aparição” personalizada, ocorrendo no plano físico ou verbal, é ilusão.  

O Jesus do Novo Testamento é um personagem simbólico, e não histórico.

A narrativa da sua vida segundo os evangelhos cristãos constitui uma bela parábola com lições teosóficas, budistas e pitagóricas. Os evangelhos mais conhecidos atualmente contam que Jesus só foi reconhecido como um mestre e compreendido por alguns poucos indivíduos. Mesmo entre os poucos, a compreensão do Mestre foi parcial e precária, como é ilustrado em inúmeros episódios, inclusive a traição de Judas e o fato de Pedro negar o Mestre três vezes.

Os Imortais, os Arhats, os Rishis, os Mestres de Sabedoria, ajudam anônima e incessantemente a humanidade há milênios sem conta. Eles têm colocado à nossa disposição, sob diferentes linguagens e roupagens culturais, uma sabedoria eterna que contém respostas para todos os males humanos. Taoismo, budismo, hinduísmo, judaísmo, islamismo, cristianismo e diversas filosofias e tradições de distintas épocas contêm lições de suprema beleza e eficácia. Para tirar real proveito delas, basta transcender o dogmatismo e o emocionalismo que tendem a personalizar indevidamente o que é sagrado.

As diferentes personificações da sabedoria – entre elas as figuras de Cristo, Krishna, Buddha e Lao-tzu – funcionam como sinais da existência de seres aperfeiçoados. Tais Mestres não têm vida pública. Eles preservam corpos físicos, mas vivem anonimamente, afastados da vida social, e trabalham em um plano de consciência elevado, em que palavras não são necessárias, mas que dá vida e significado às palavras.

Em um nível subjetivo, as imagens públicas dos instrutores podem sintetizar as nossas melhores aspirações à virtude e à sabedoria. As imagens conscientes que as pessoas de boa vontade alimentam sobre eles são, em parte, projeções criadas a partir da divindade presente na alma humana. Porém, não devem ser entendidas de modo literal.

Existe em cada ser humano uma semente divina, e ela deve germinar. Esotericamente, a verdadeira “volta” ou “reaparição” de Cristo é o processo de re-nascimento na alma humana deste nível universal de consciência. Sobre a volta de Jesus, o Evangelho segundo Mateus afirma:

“Então, se alguém vos disser: ‘Eis que o Cristo está aqui’, ou ‘ali’, não lhe deis crédito. Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: ‘Eis que ele está no deserto’, não saiais. ‘Eis que ele está no interior da casa’; não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.” (Mt. 24: 23-27)

A luz da sabedoria vem do Oriente, de fato. Mas, na última frase desta citação, a palavra grega parusia, traduzida como “vinda”, significa, na realidade, presença. A frase afirma que a presença de Cristo será percebida como um relâmpago de leste a oeste, isto é, em todo o mundo. Helena Blavatsky, a fundadora do movimento esotérico moderno, escreveu que o significado desta passagem é duplo.

Em primeiro lugar, a expressão “Vinda de Cristo” significa na verdade a presença da consciência crística “em um mundo regenerado e não, de forma alguma, a vinda corporal de Cristo Jesus”.

Em segundo lugar, este “Cristo” não deve ser buscado “nem no deserto nem em lugares retirados, nem no santuário de algum templo ou igreja construída pelo homem, porque Cristo – o verdadeiro Salvador esotérico – não é um homem mas o Princípio Divino em cada ser humano.” 

Para Helena Blavatsky, ver Cristo literalmente como um ser humano é um equívoco, mas a imagem pode ser usada no plano simbólico. Ela prossegue:

“Aquele que se esforça por promover a ressurreição do Espírito crucificado em si mesmo pelas suas próprias paixões terrenas, e enterrado profundamente no sepulcro da sua própria carne, aquele que tem força para fazer rolar a pedra da matéria para longe da porta do seu próprio santuário interno, este faz despertar Cristo em si mesmo.” [4]

Há milhares de anos, nas mais diferentes tradições, o céu simboliza o mundo da alma espiritual e a consciência elevada.

A reaparição de Cristo “entre as nuvens do céu” (Mateus, 24:30) significa que o Mestre interior e a sabedoria divina ressurgirão primeiro nos níveis superiores da mente humana, isto é, no plano da inteligência espiritual, da fraternidade universal e do amor incondicional à verdade.

Neste sentido, Cristo não é uma pessoa, mas a luz da Lei do Universo. A “volta” dele deve ocorrer como um renascimento em cada coração humano. De fato, qualquer grande instrutor da humanidade só poderá aparecer no mundo externo – e ser interiormente reconhecido – quando houver em nós a pureza, a ética e a verdade que formam a essência do sentimento religioso e filosófico. Como diz 2 Coríntios, 6:16:

“Que há de comum entre o templo de Deus e os ídolos? Ora, vocês é que são o templo do Deus vivo…”

A grande oportunidade diante de nós é, pois, a tarefa da autotransformação. O Natal que comemoramos a cada final de ano simboliza o ressurgimento periódico da esperança de redenção individual e coletiva. Ele significa a renovação cíclica do nosso aprendizado, e também a decisão de nascer de novo a partir da consciência do Mestre interior, a alma imortal, que vive em unidade com o universo.

Um renascimento interior acontece enquanto o Natal externo se desdobra. A troca de presentes e outras celebrações visíveis refletem externamente a renovação da consciência da vida no plano do coração.

Quando olhamos além das formalidades vemos que cada Natal traz, na medida das nossas possibilidades, a volta de Cristo, de Buddha e de outros grandes instrutores.

Nesta época do ano, um sentimento de paz ilumina a mente humana “como um relâmpago que sai do Oriente”. Ele ilumina o planeta inteiro. Ele cura os sofrimentos das almas e as prepara para um novo ciclo anual.

Não pergunte, pois, quando, ou onde, se dará a volta do Cristo. A volta do Cristo se dará em sua mente e seu coração, neste exato Natal e neste Ano Novo, e sempre e quando você estiver preparado para ela.

É da consciência de cada cidadão de boa vontade que o grande Advento se irradia, estimulando a regeneração e a renovação de todas as formas de vida.




Carlos Cardoso Aveline





Fonte: Blog Filosofia Esotérica
http://www.filosofiaesoterica.com/cristo-voltar-neste-natal/
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NOTAS:

[1] “Cartas dos Mahatmas Para A.P. Sinnett”, edição em dois volumes, Ed. Teosófica, Brasília, 2001, ver volume I, Carta 21, p. 142.

[2] “Os Irmãos Karamázovi”, de Fiódor Dostoievsky, Ed. Nova Cultural, Círculo do Livro. Veja o Capítulo V do Livro V, pp. 203-217. Em alguns detalhes, segui a tradução feita por Helena Blavatsky diretamente do russo e publicada na revista The Theosophist, Índia, edição de novembro de 1881.

[3] “O Canto do Pássaro”, de Anthony de Mello, S. J., Edições Loyola, SP, 1995, p. 61.

[4] “Collected Writings”, Helena P. Blavatsky, TPH, EUA-Índia, volume VIII, pp. 172-173.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

SIMBOLOGIA ESOTÉRICA DA ÁRVORE DE NATAL

Entre os mais variados elementos tradicionais e praticamente indispensáveis em qualquer decoração de festas de fim de ano, a Árvore de Natal não é apenas um objeto decorativo, mas representa uma verdadeira síntese de símbolos e representações esotéricas da alquimia, cabala e astrologia.

Entre as várias versões sobre a procedência da árvore de Natal, a maioria delas indica a Alemanha como país de origem. Uma das mais populares atribui a novidade ao padre Martinho Lutero, autor da Reforma Protestante do século XVI. Contam as tradições que certo dia, olhando para o céu através de alguns pinheiros que cercavam a trilha, viu-o salpicado de estrelas.

Esta visão era semelhante a um colar de diamantes que pairava por sobre a copa das árvores. Tomado pela beleza deste cenário, decidiu arrancar um galho para levar para casa. Lá chegando, colocou o pequeno pinheiro num vaso com terra e decorou-o com pequenas velas acesas nas pontas dos ramos e papéis coloridos.

Muito antes na história, na época da Roma Antiga, havia uma festa chamada Saturnália, na qual os deuses do submundo eram cultuados, especialmente Saturno, o deus das colheitas e da morte. Nesta festa, os participantes entregavam oferendas a Saturno, pois acreditavam que o inverno era a fase em que a Terra repousava, sendo estéril devido às condições climáticas. Estas comemorações aconteciam entre 17 e 23 de dezembro, mesmo período em que atualmente é o Natal. Nesta época os romanos penduravam máscaras em pinheiros para representar o deus Baco, que também era reverenciado e invocado.

Há também um paralelo interessante da Árvore de Natal com o esoterismo hebraico. Ela é a perfeita representação do famoso Etz Chaim (Árvore da Vida), o diagrama cabalístico da manifestação divina no cosmos, que se inicia na séfira Kether e em espiral desce até a séfira Malkuth. É muito comum que as árvores de Natal sejam adornadas por uma espiral de pequenas luzes, uma alusão à energia divina que flui pelas esferas da árvore, levando a luz da divindade até os pontos mais escuros e densos da Criação.

Nas sociedades secretas chinesas, o pinheiro figura na porta da Cidade dos Salgueiros, ou Morada da Imortalidade. Ainda no Oriente, encontramos a árvore Boddhi, sob a qual Buda recebeu a iluminação, numa alusão à mesma Árvore da Vida hebraica, e também ao próprio Buda como força crística de transformação espiritual.

Para os gnósticos contemporâneos, conhecedores da magia elemental, o pinheiro representa a energia da Era de Aquário. Os elementais do pinheiro são responsáveis por conduzir a alma reencarnante ao seio familiar onde haverá de nascer uma vez mais. Além disso, a magia do pinheiro está relacionada à clarividência e à intuição, faculdades que permitem o acesso direto à Verdade, sem a necessidade do processo seletivo do intelectual.

A árvore de Natal é sempre uma conífera, ou seja, que produz frutos – ou conos – e tem forma aproximada de cone que simbolicamente é um triângulo em rotação e representa a Unidade de Deus em seu vértice superior e a Natureza ou multiplicidade nos indefinidos pontos que formam sua base. Em síntese representa a origem e a manifestação da natureza.

As bolas da árvore de Natal, originalmente, eram os frutos de verdade, especificamente os de casca amarelada, pois reportam os frutos de ouro do Paraíso. Na mitologia grega, as Hespérides viviam em um jardim de maçãs de ouro, cuja entrada é defendida por um dragão. Estes frutos paradisíacos são como desdobramentos do Sol, que é a origem e o provedor da vida.




Maria Cecilia Coutinho






Fonte: http://www.sgi.org.br/cristianismo/simbologia-esoterica-da-arvore-de-natal
Fonte da Gravura: http://www.osmais.com/?ver=MTMyMDQ=

DESTRUIÇÃO DE NARAKASURA - A DESTRUIÇÃO DO MAL E A RESTAURAÇÃO DO BEM

Nossos festivais e dias santos devem ser observados no espírito certo, com uma compreensão do seu significado interior. A destruição do demônio Narakasura simboliza a destruição do mal e a restauração do bem. Observe Deepavali como um dia para se livrar de todas as más características em nós. Muitas Gopikas que foram encarceradas por Narakasura foram libertadas pelo Senhor Krishna no mesmo dia. Isto implica que devemos libertar as boas qualidades presas dentro de nós e permitir que elas se manifestem de forma refulgente. Enquanto qualidades demoníacas permanecerem dentro das pessoas, elas estarão imersas na escuridão. Maus atributos e pensamentos devem ser eliminados completamente. Quando você perceber a impermanência do corpo e de todas as experiências sensoriais, você irá adquirir desapego (vairagya). Cumpra seus deveres, trate o corpo como um instrumento dotado por Deus para esta finalidade. (Discurso Divino, 09 de novembro de 1988)





Sathya Sai Baba






Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
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A ORDEM DAS COISAS

Ao longo dos séculos, os humanos conseguiram impor-se, cada vez mais, à natureza. A natureza é paciente, é certo, mas, quando sente que os humanos teimam em perturbar a ordem que a rege, reage violentamente e eles sofrem essas reações não apenas no seu meio ambiente, mas também neles mesmos. Eles creem que podem praticar impunemente todo o tipo de abusos, mas não preveem que essas desordens que criam na natureza também as criam no seu organismo físico e no seu organismo psíquico. E por que é que eles não conseguem pôr-se de acordo entre si, por que é que estão sempre em conflito? Também neste caso, é porque não respeitam a ordem das coisas que o Criador estabeleceu na natureza e neles mesmos. Quem aprendeu a harmonizar o seu mundo interior com a ordem pretendida pelo Criador não se impõe à natureza. E também não se impõe aos humanos, não é um peso para eles, não procura aproveitar-se deles. Pelo contrário, ele põe-se ao seu serviço, tanto quanto lhe é possível.




Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A SIMBOLOGIA CÓSMICA E ESOTÉRICA DO NATAL

Segundo a tradição esotérica, as festividades do Natal são muito mais antigas que a Cristandade, remontando ao tempo das religiões do paganismo. Aliás a simbologia da tradicional "Festa do Natal" é completamente alheia ao dogma cristão moderno. A Igreja Católica, no Concílio de Nicéia, 400 anos depois do nascimento e morte de Jesus, resolveu estabelecer o nascimento de Jesus aos 25 de Dezembro.

Todavia, está provado que Jesus não nasceu nessa data, pois de acordo com registos Essênios de manuscritos, descobertos em Qumran, e outros, a data do seu nascimento terá sido 102 anos antes da Era Cristã, e conhecido na tradição Essênia por Jesus Ben Pandira.

O drama histórico e misterioso do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, assim como todos os acontecimentos da sua vida, têm sido descritos através da história por símbolos cósmicos e esotéricos. Jesus Cristo, pelo seu nascimento na Palestina, alcançou o supremo desígnio da personificação do Amor-Sabedoria e do princípio Cósmico do Amor. Pela sua realização como um ser humano no passado ele abriu a porta da Terceira Iniciação para a humanidade, permitindo que uma grande Luz começasse a penetrar no nosso planeta. Assim, à medida que os filhos dos homens se transformam em filhos da Luz, esta Luz aumenta e começa a abrir o caminho às almas que lutam com o fim de penetrarem numa Luz ainda maior.

Na literatura religiosa e esotérica a palavra Cristo tem cinco significados diferentes:

1) O Cristo Interno, o Anjo Solar, que é a esperança da glória ou o Cristo místico. Refere-se fundamentalmente à alma humana, que deverá tornar-se perfeita como o Nosso Pai que está no Céu, a própria Glória.

2) O Cristo Histórico, que viveu na verdade e sofreu como um homem, lutou para ultrapassar as limitações humanas e conseguiu entrar num nível elevado de evolução, estabelecendo, desta forma, a relação da humanidade com a casa do Pai, e deu-nos também o exemplo a seguir.

3) O Cristo Cósmico, que é a Alma do Universo, o elo ou a relação entre a matéria e o espírito e a energia redentora que conduz a vida adormecida na matéria para o glorioso desenvolvimento ilimitado. É denominado nas Religiões a segunda pessoa da Trindade, o Filho, o Segundo Logos, o Amor, a força consciente que mantém todas as coisas unidas, que conduz toda a vida manifestada em direção à perfeição final que revela o aspecto do Pai.

4) O Cristo propriamente dito, Líder da Hierarquia, que não pertence a nenhum religião específica, mas a toda a humanidade, a todas as religiões, visto todas elas se inspirarem na mesma fonte, ou seja, na Hierarquia.

5) Temos então o outro Cristo que na literatura antiga é denominado o símbolo da perfeição, o homem arquetípico, a imagem perfeita de Deus.

Será importante refletirmos sobre o significado esotérico e cósmico do Natal, com o nascimento do Cristo Sol que nos deve guiar aos Mundos Superiores da Consciência Cósmica. Se pretendermos seguir a Senda Espiritual teremos de nos saber guiar pelo Sol da Meia-Noite, pelo Cristo Sol e aprender a reconhecer os seus sinais e movimentos. Quando ele desaparece no ocaso está a indicar-nos que algo deve morrer em nós, e ao o vermos surgir do Oriente é porque alguma coisa deverá nascer dentro de nós.

Todas as religiões do passado celebravam o Natal. As Sagradas Escrituras falam sem dúvida do acontecimento solar. Assim como o Sol físico avança para o Norte para dar vida a toda a criação, também o Sol da Meia-Noite, o Sol Cristo, o Sol do Espírito nos dá vida, se aprendermos a cumprir com os seus mandamentos. Vivemos todos os anos no Macrocosmos o Drama Cósmico do Sol, tendo em conta que o Cristo Sol se deve crucificar todos os anos no mundo, viver o drama da sua vida, paixão e morte, para a seguir ressuscitar em tudo o que é, foi e será a criação. Para entendermos o Drama Cósmico é necessário que o Cristo Sol nasça primeiro dentro de nós. As Sagradas Escrituras falam de Belém e de um estábulo onde nasceu Jesus Cristo. Na verdade, o estábulo de Belém encontra-se dentro de cada um de nós. Nesse estábulo interior moram os animais do desejo, todos os “eus passionais” que carregamos dentro da nossa psique. O nome “Belém” é por si só esotérico. No tempo em que o grande “Kabir” Jesus veio ao mundo, a aldeia de Belém não existia, por isso o nome é simbólico.

A palavra Belém vem do termo Caldeu “Bel” que corresponde mais precisamente à Torre de Bel, a Torre do Fogo. Desta forma, assim que o Iniciado começa a lidar com o Fogo Sagrado, ao eliminar por completo da sua natureza íntima os agregados psíquicos, a fim de realizar a Grande Obra, passa sem dúvida pela Iniciação “Venusta”, da descida do Cristo para o coração do homem, acontecimento cósmico e humano de grande transcendência. Jesus de Nazaré, também conhecido por Jesus Ben Pandira, recebeu como homem a Iniciação “Venusta”, e encarnou o Cristo, se bem que não tenha sido o único a receber essa Iniciação. Cristo deverá ser entendido tal como é, não como uma pessoa ou como um indivíduo, visto estar para além da personificação, do eu e da individualidade. No autêntico esoterismo, Cristo é o Logos, o Logos Solar representado pelo Sol. Isto leva-nos a compreender melhor porque os Incas adoravam o Sol; os Nahuas lhe rendiam culto, assim como os Egípcios, os Maias etc. Não se trata da adoração ao Sol físico, mas ao que se oculta por detrás do símbolo físico. Na verdade, os povos adoravam o Logos Solar, o Segundo Logos, a Unidade Múltipla Perfeita, a energia que se move e palpita em todo o criado, e se expressa vivamente através de qualquer homem que esteja devidamente preparado. Este homem preparado passa pela Iniciação da encarnação do Cristo Cósmico dentro da sua própria natureza, porque o Senhor Cristo não virá de fora para dentro, mas sim do fundo do nosso coração. Paulo de Tarso quando fala em Jesus raramente alude ao Cristo histórico, ele fala em geral do Jesus Cristo Interno, que deve surgir do fundo da nossa Alma, do nosso Espírito.

Todo o simbolismo relacionado com o nascimento de Jesus é sem dúvida cabalístico e alquímico. Está descrito que os três Reis Magos vieram adorá-lo, guiados por uma Estrela. Porém, só compreenderemos esta passagem se for ponderada em alquimia, porque é um processo alquímico. Qual será afinal o significado da Estrela e dos Reis Magos? A Estrela é entendida como sendo o Selo de Salomão, a Estrela de Seis Pontas, o símbolo do Logos Solar, em que o triângulo superior representa o Enxofre, ou seja, o Fogo. E o triângulo inferior representa em Alquimia o Mercúrio, a Água, que segundo os alquimistas é a Água que não molha as Mãos, o Úmido Radical Metálico.

Jesus nasce, por conseguinte, no estábulo do nosso próprio corpo, dentro do qual habitam todos os animais do desejo, das paixões inferiores. Ele tem de crescer, se desenvolver, ascendendo através dos diversos graus, até se converter num Homem entre os homens, tomar ao seu cargo todos os nossos processos mentais, volitivos, emocionais etc., isto é, passar por um homem comum. Ainda que seja o Cristo, um Ser Perfeito, um Homem que não peca, o fato é que terá de viver e comportar-se como um homem normal, um pecador entre os pecadores. Porém, o Cristo vai crescendo e se desenvolvendo conforme vai eliminando em si os elementos indesejáveis que trazemos na nossa psique. E é assim que se realiza a Grande Obra, ao eliminar todo o Mercúrio Seco, todo o Enxofre venenoso, para que os Corpos Existenciais Superiores do Ser possam converter-se em veículos de Ouro Puro.

Ora, os três Reis Magos que vieram adorar o Menino Jesus representam as cores da Grande Obra. Sendo a primeira cor o “Negro”, o Corvo Negro da Morte, a Obra de Saturno simbolizada pelo Rei Mago de cor negra, quando estamos a aperfeiçoar o nosso corpo e temos de passar por uma morte, a morte dos nossos desejos, paixões etc., no Mundo Astral. A segunda cor é a branca, a pomba Branca, ou seja, o momento em que já desintegramos todos os Eus do Mundo Astral. Temos então o direito de usar a túnica de linho branco, do Phtah Egípcio, a túnica de Ísis, cuja cor é simbolizada pela Pomba Branca, sendo este o Rei Branco. O terceiro Rei Mago, de raça Amarela, simboliza o aperfeiçoamento já bastante avançado do Corpo Astral, quando aparece a Águia Amarela, a conquista da túnica Amarela.

Por fim, a coroação da Obra é a cor púrpura, quando um corpo, quer seja o Astral, o Mental ou o Causal, já se tornou de Ouro Puro e recebe a púrpura dos Reis, porque triunfou. Conclui-se, desta forma, que os Três Reis Magos não são três indivíduos, como se acredita, mas os símbolos das cores fundamentais da Grande Obra, e o próprio Jesus Cristo que vive dentro dela. Em Hebraico “Jesus” é “Jeshua”, que significa Salvador, sendo que como Salvador “Jeshuá” tem de nascer neste estábulo que existe dentro de nós a fim de se realizar a Grande Obra. O Grande Mestre é o Magnésio Interior do Laboratório Alquímico, por isso deverá surgir no fundo da nossa Alma, do nosso Espírito.

Então começa o aspecto mais duro para o Cristo Interno após o seu nascimento no coração do Homem, o Drama Cósmico, a sua “Via-Crucis”. Vemos no Evangelho as multidões que aparecem a pedir a crucificação de Jesus. Todavia estas multidões não são as de outrora, de há mais de dois mil anos, mas as multidões que se encontram dentro de nós, os nossos “Eus”, visto existir dentro de cada um milhares de pessoas, isto é, os “Eus” do ódio, dos ciúmes, da inveja, da cobiça, e de todos os nossos defeitos e vícios. São estes “Eus” que gritam para crucificá-Lo.

No que respeita aos três Traidores do Evangelho, Judas, Pilatos e Caifás, são as justificações dos nossos defeitos psicológicos, pois nunca nos sentimos culpados. Judas é o "demônio" do desejo, que troca o Cristo Íntimo por trinta moedas de prata, que segundo a alusão cabalista troca-o pelas coisas materiais, dinheiro, luxo e todos os prazeres animais. Pilatos significa o "demônio" da Mente, que nunca tem culpa, lava as mãos, não se acha responsável e encontra para tudo uma justificação e evasiva. Caifás será talvez o mais perverso de todos. O Cristo Interno nomeia muitas vezes um Sacerdote, um Mestre um Iniciado para que guie as suas ovelhas e as apascente. Contudo, esse Sacerdote em vez de orientar o seu povo de forma sábia, vende os Sacramentos, corrompe o Altar e abusa das devotas etc., isto é, trai o Cristo Interno, como fez Caifás. No fundo, embora seja muito doloroso, é o que tem acontecido com todas as religiões do mundo cujos sacerdotes traíram o Cristo Interno e se corromperam. Inclusive é possível que haja grupos que se denominam esotéricos, dirigidos por verdadeiros Iniciados, e que estes, muitas vezes traidores, tenham traído o Cristo Interno. Estes traidores levam o Cristo Interno ao suplício.

Se pensarmos no Cristo Interno no mais fundo de cada um de nós, senhor de todos os processos mentais e emocionais, a lutar para salvá-los e a sofrer, tendo os nossos próprios Eus a protestar contra ele, a blasfemar, colocando-lhe a coroa de espinhos e a açoitá-lo, constatamos ser este fato uma dura realidade do Drama Cósmico que vivemos interiormente. Finalmente o Cristo Interno sobe ao Calvário e baixa ao sepulcro, matando com a sua morte a própria morte. Depois ressuscita no Iniciado, que logo ressuscita nele. Assim se realiza a Grande Obra. Todo o Drama Cósmico é extraordinário e maravilhoso, e começa com o Natal do Coração.

Um fato também relacionado com o Drama foi a fuga de José, Maria e Jesus para o Egito, quando Herodes ordena a matança de todos os meninos, e ele tem de fugir. Porém, tudo isso é simbólico. Um Evangelho Apócrifo diz que Maria e José tiveram que fugir com Jesus para o Egito, e permaneceram vários dias sob uma figueira, de onde saiu um manancial de água pura.

Simbolicamente esta figueira representa sempre o sexo. Dizem que eles se alimentavam dos frutos desta figueira, os frutos da Árvore da Ciência do Bem e do Mal, sendo que a água pura que corria desta figueira é o Mercúrio da Filosofia Secreta. Não obstante, a decapitação dos inocentes é um fato também alquímico, pois todo o Iniciado tem de passar pela decapitação. O Cristo Interno tem de decapitar em nós o Ego inferior, o Eu de si mesmo, sendo o sangue que flui da decapitação o Fogo Sagrado pelo qual o Iniciado tem de se purificar, limpar, ainda que tudo isso seja profundamente esotérico.

Continuando o Drama Cósmico, verificamos os feitos efetuados pelo Grande Mestre, em que ele caminhava sobre as águas, sobre as Águas da Vida, que o Cristo Interno tem de caminhar, abrir a visão dos que não vêem, ministrando a palavra para que vejam a luz, destapar os ouvidos dos que não querem ouvir, para que ouçam a palavra. Quando já Iniciado tem de ter o dom da palavra, para ensinar o caminho, limpar os leprosos, que é a epidemia que todos têm dentro de si e que deve ser limpa. O Filho do Homem tem de curar os paralíticos que ainda não caminham pela Senda da Autorrealização, para que sigam para a montanha do Ser. Todo esse drama tem de ser vivido agora dentro de nós, de uma forma mais profunda, não é uma referência ao passado. Temos que amadurecer para sabermos apreciar melhor a mensagem que o Grande Kabir Jesus trouxe à Terra. Precisamos além disso de passar por Três Purificações, à base de ferro e fogo, sendo este o significado dos Três Cravos da Cruz. A inscrição INRI, esotericamente, diz muito, pois é o Fogo, que necessitamos de passar antes de conseguir a Ressurreição. É importante e necessário realizar a Grande Obra e não se poderia entender os quatro Evangelhos se não se estudasse a Alquimia e a Cabala, porque eles são alquimistas e cabalistas. Para sabermos mais sobre o Cristo, o Filho do Homem, temos de estudar a Árvore da Vida.

Para que vivamos o Natal de forma esotérica, temos que nos preparar para receber Jesus Cristo, no nosso Cristo Interno, que não virá de fora, mas de dentro do nosso coração, do fundo da nossa Alma e do nosso Espírito. Jesus, o Cristo só poderá nascer em Belém quando nascer primeiro dentro do nosso coração…

Que o vosso Natal seja iluminado pela Luz de Cristo!





Lubélia Travassos






Fonte: Fundação Maitreya
http://fundacaomaitreya.com
Fonte da Gravura: www.teologia.net

O GRANDE OBJETIVO DA VIDA

Você está ciente do grande objetivo de sua peregrinação na Terra? Não se afaste nas estradas secundárias e estradas erradas, elas somente o levarão ao desastre. Você coloca muita fé em coisas fora de si mesmo e planeja conseguir alegria delas e por meio delas. Você não sabe que todas as alegrias emanam apenas da fonte dentro de você? Você simplesmente envolve as coisas externas com sua própria alegria, e, em seguida, você a experimenta como se fosse aquela "outra coisa!" O reconhecimento de sua Divindade inata e a regulação da sua vida diária, de acordo com essa verdade, é a estrela guia para todo ser que está preso nas correntes e contracorrentes de conflito e luta. Sem essa orientação da luz divina (Atmajnana), a vida se tornará uma farsa sem sentido, uma zombaria, um jogo de tolos. É a aquisição de tal Autoconsciência que irá tornar sua vida sincera e frutífera. (Discurso Divino, 16 de março de 1966)




Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
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sábado, 17 de dezembro de 2016

VIVER COM CONSCIÊNCIA

Embora venhamos a este mundo com um determinado destino, não estamos indefinidamente presos a ele. Na verdade, à medida que caminhamos na jornada de nossas vidas, nos são apresentadas escolhas e, através dessas escolhas, temos a possibilidade de experimentarmos diferentes rumos, por assim dizer. Se tomarmos uma determinada estrada, receberemos um rumo. Se pegarmos outra direção, receberemos outro rumo.

Não precisamos ser um tzadik (uma pessoa justa) para mudar o rumo de nossas vidas. O que precisamos, entretanto, é uma consciência do nosso poder e da nossa responsabilidade – estarmos conscientes de que nossa consciência é matéria viva e cada pensamento dará energia a ela, cada palavra que dizemos e cada ação que praticamos é um fator determinante do que vivenciaremos e para onde iremos em seguida.

Esse entendimento nos leva a perceber algo tão simples, mas muito profundo: uma das maneiras mais poderosas de mudar nossas vidas é fazer a diferença na vida de outra pessoa. A gentileza é transformadora, tanto para a pessoa que a oferece como para a pessoa que a recebe.

Estarmos dispostos a sair de nosso caminho para ajudar outra pessoa pode ajudar muito nossa própria realidade.




Karen Berg





Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
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O IRREAL QUE É REAL

O maravilhoso é uma necessidade da alma humana, e aquilo a que se chama irreal é, na verdade, inteiramente real, mais real do que aquilo que habitualmente se considera como a realidade. Há muitas pessoas que, se forem sinceras, têm de reconhecer que os contos de fadas as mergulham, pelo menos por um momento, numa espécie de encantamento. Por quê? Porque neles tudo é não só vivo, mas também animado e dotado de palavra: as rochas, as flores, as árvores, os animais… E as forças da natureza agem neles, muitas vezes, com sabedoria e até com amor. Mas, sobretudo, para além da sua ingenuidade aparente, estes contos descrevem realidades da nossa vida interior. Quando, em certas circunstâncias muito particulares, o sutil, o irreal, o feérico, irrompem na nossa vida, sentimo-nos como uma árvore que, arrancada outrora à sua terra a fim de ser transplantada para um meio hostil, reencontra, subitamente, a sua floresta natal, onde pode, de novo, enraizar-se e voltar a viver.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

A LENDA DA ÁRVORE DE NATAL

Nota Editorial: O artigo a seguir foi divulgado pela primeira vez no jornal russo “Novoye Vremya”. Ele foi traduzido para o inglês provavelmente por Helena P. Blavatsky, e publicado na revista editada por ela, “Lucifer”, na edição de março de 1891, páginas 62-63. A palavra “Lúcifer” significa “portador da luz” e é um antigo nome do planeta Vênus, a estrela sagrada do amanhecer e do anoitecer, a “irmã mais velha” da nossa Terra, segundo a filosofia esotérica. Desde a idade média, o significado da palavra tem sido distorcido por teólogos desinformados. (Carlos Cardoso Aveline)



Uma Tradição Cristã Recente, Cuja Verdadeira Origem é Pagã e Antiga

O costume da árvore de Natal é uma instituição bastante recente. Surgiu em uma época tardia não só na Rússia, mas também na Alemanha, onde apareceu pela primeira vez. Da Alemanha ele se espalhou para todos os lugares, no velho mundo assim como no novo mundo. Na França, a árvore de Natal foi adotada só depois da guerra franco-alemã; após 1870, portanto. De acordo com crônicas da Prússia, o costume de iluminar a árvore de Natal como vemos hoje foi estabelecido cerca de cem anos atrás. [1] Ele chegou à Rússia em torno de 1830, e em pouco tempo foi adotado em todo o Império e pelas classes mais ricas.

É bastante difícil estabelecer a trajetória histórica deste costume. A sua origem pertence, inegavelmente, à mais remota antiguidade.

Os pinheiros sempre foram homenageados pelas nações antigas da Europa. Como são plantas perenifólias (cujas folhas duram o ano todo), eles simbolizam a vegetação que nunca morre e são considerados sagrados para as divindades da natureza, entre elas Pã [2], Ísis e outros deuses.

De acordo com o folclore antigo, o pinheiro nasceu do corpo da ninfa [3] de nome Pitys [4] (termo grego para esta árvore); a amada dos deuses Pã e Bóreas [5].

Durante os festivais da primavera, feitos em homenagem à grande deusa da Natureza, os pinheiros eram trazidos para os templos e decorados com violetas perfumadas.

Os antigos povos nórdicos da Europa tinham uma reverência semelhante pelos pinheiros em geral, e faziam uso intenso deles durante os seus festivais. Assim, por exemplo, é bem sabido que os sacerdotes pagãos da antiga nação alemã, quando celebravam a primeira etapa do retorno do Sol para o equinócio da primavera, erguiam em suas mãos galhos de pinheiros altamente ornamentados. Isso aponta para uma forte probabilidade de que o costume agora cristão de iluminar árvores de Natal seja um eco do costume pagão de considerar o pinheiro como símbolo de um festival solar, o precursor do nascimento do Sol.

Faz sentido pensar que a sua adoção e o seu estabelecimento na Alemanha cristã deu a este costume uma nova forma - uma forma até certo ponto cristã. [6]  

A partir de então surgiram novas lendas - como sempre acontece - explicando cada uma à sua própria maneira a origem do antigo hábito. Nós conhecemos uma destas lendas, profundamente poética na sua encantadora simplicidade, e que pretende explicar a origem do costume agora universalmente dominante de ornamentar árvores de Natal com velas de cera acesas.

Perto da caverna em que nasceu o Salvador do mundo havia três árvores: um pinheiro, uma oliveira e uma palmeira.

Naquela noite sagrada em que a estrela de Belém apareceu nos céus - a estrela que anunciou ao mundo, depois de tanto sofrimento, o nascimento d’Aquele que traria à humanidade a boa notícia de uma esperança abençoada - toda a natureza celebrou o fato, e conta-se que ela levou até os pés do deus-criança os seus melhores e mais sagrados presentes.

A oliveira que crescia na entrada da caverna de Belém ofereceu, entre outros, os seus frutos dourados. A palmeira deu ao Bebê a sombra verde da sua abóbada como proteção contra o calor e as tempestades. Só o pinheiro nada tinha para oferecer. A pobre árvore mergulhou no desânimo e na dor, tentando inutilmente pensar em um presente para o Cristo-Criança.

Seus galhos se inclinavam tristemente, e a intensa agonia do seu sofrimento fez afinal com que da sua casca e dos seus ramos se derramasse uma torrente de lágrimas quentes e transparentes, cujos pingos grandes, resinosos e pastosos caíam grossos ao seu redor.

Uma estrela, cintilando em silêncio na abóbada celeste, percebeu as suas lágrimas; e, confabulando com suas colegas - um milagre aconteceu.

Hostes de estrelas caíram como em uma grande chuva de luzes sobre o pinheiro, até que começaram a cintilar e já havia uma estrela brilhando em cada ponta de ramo da árvore, desde o alto até a base.

Então, feliz e trêmulo de emoção, o pinheiro orgulhosamente ergueu os seus galhos inclinados e apareceu pela primeira vez diante do mundo surpreso, mostrando um brilho cintilante nunca visto.  

Desde aquele momento, conta a lenda, os seres humanos adotaram o hábito de ornamentar pinheiros com grande número de velas acesas na véspera de Natal. 





Dr. Kaygorodoff




Fonte: do Blog "Vislumbres da Outra Margem"
http://www.vislumbresdaoutramargem.com/2010/12/lenda-da-arvore-de-natal.html
Fonte da Gravura: http://www.casacomdesign.com.br/index.php/2013/12/19/pinheiros-de-natal/




NOTAS:

[1] “Cem anos atrás”: em torno de 1790, portanto, já que o presente artigo foi escrito em torno de 1890. (CCA)

[2] Pã: O deus que simboliza a Natureza, na mitologia grega e latina. (CCA)

[3] Ninfa: na mitologia grega e romana, ninfas são divindades dos rios, bosques, árvores, florestas e campos. (CCA)

[4] Pitys: Uma ninfa amada pelo deus Pan e transformada em um pinheiro. (Nota de Helena P. Blavatsky)

[5] Bóreas: deus que personifica o vento norte. (CCA)

[6] Como no caso de muitos outros costumes, e mesmo dogmas religiosos, também tomados de empréstimo e preservados sem qualquer indicação sobre sua origem. Se a fonte é agora confessada, é porque isso não pode mais ser evitado, devido às possibilidades atuais de pesquisa e descobertas. (Nota de Helena P. Blavatsky)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

O QUE VALEM NOSSAS CONVICÇÕES

Alguém afirma com orgulho: «Eu tenho convicções e nunca as abandonarei, defendê-las-ei até ao limite.» E, com efeito, essa pessoa batalha, corajosamente, contra aqueles que não têm a mesma opinião. Não se pode censurar as pessoas por terem convicções, mas, por vezes, elas deveriam questionar-se sobre o valor dessas convicções e se não ganhariam em revê-las. Do ponto de vista da sabedoria, a atitude de certos homens e mulheres de convicções é mais a de orgulho, de teimosia ou de falta de inteligência, e as consequências podem ser terríveis: o fanatismo, a crueldade. A convicção não é, necessariamente, uma justificação, ela não impede ninguém de cometer os piores erros: o fato de se estar convencido não faz com que uma opinião errada se torne uma verdade. «Mas então – direis vós –, como podemos saber o que valem as nossas convicções?» Se elas vos tornam melhores, isto é, mais lúcidos, mais pacientes, mais generosos, mais abertos aos outros, deveis mantê-las. Mas, se não for o caso, não tendes razões para estar orgulhosos: fazei uma revisão severa a essas convicções.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
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EMISSÕES DE ONDAS MENTAIS

Quando se emite uma onda mental, e que esta emissão é projetada, vibrada com o conhecimento no resultado, constitui-se uma força tão intensa, positiva, que todas as irradiações de caráter deprimente, maléfico, elementos negativos, transformam-se em elementos positivos.

É esta lei que governa os mundos super-sensíveis, inter-astrais, planetários e o microcosmo (pequeno mundo em que vive o homem).

Desta forma fica compreendido que o transformador das maravilhosas energias do ser humano é a vontade quando educada, pois que ela pode alcançar uma velocidade tão intensa, capaz de destruir os núcleos vibratórios das irradiações maléficas que, em torno do indivíduo, originam sérias alterações físicas (saúde ou doença), os empecilhos e obstáculos de ordem emocional (paixões, ideias fixas), as reações de desequilíbrio sentimental e físico transtornando o indivíduo ao ponto de cometer os atos mais degradantes, como se fora um louco, podendo persistir ou neutralizar-se, isto é, haver a destruição dos resíduos psíquicos, os quais se manifestam e se desenvolvem com tal intensidade, que se for solicitado novamente ao subconsciente, reavivando a ideia, esta produz uma centelha elétrica, cujo fenômeno é semelhante ao do magnésio nas fotografias, produzindo um alarme de socorro maléfico, dando-se, novamente, outra infestação micro-psíquica. Esta explosão magnética reflete-se abalando todas as células, que de intensidade em intensidade, produz a infecção física, física mental, deixando o indivíduo como que fulminado por uma descarga elétrica, de pequena voltagem; indiferente, desanimado, super sensitivo, altamente sugestionável, sem vontade, com incapacidade para qualquer ação, um motor-vivo; metamorfose que se opera, constantemente, com todos os seres humanos, tornado-se menos intensa para os que conhecem as transmutações das correntes volitivas. Alcançando assim, a vontade a supremacia absoluta, condutora da energia, do ânimo, da calma, da resistência consciente, do otimismo consciente e por fim o triunfo otimista, verdadeiro flagelo para essas ondas de maldade calculada, larvas, formas pensamentos perturbadoras, astrais inferiores, elementos básicos da baixa goecia.

O resultado que se opera no indivíduo é o seguinte: o indivíduo quando em estado positivo consciente irradia em torno de si uma fosforescência, cuja ação térmica é tão intensa que chega a produzir nas entidades inferiores verdadeiros choques elétricos e as centelhas que se desprendem desses choques, produzem um fenômeno semelhante ao de ligarmos um intenso foco de luz elétrica, claridade essa que dá como consequência, uma verdadeira cegueira, atordoamento nas forças inferiores do invisível, acontecendo, no plano físico um outro fenômeno analógico, como o da luz sobre a escuridão, a inteligência sobre a ignorância.

Com as maravilhas das infinidades de fenômenos que podemos alcançar, nenhum ser deixará de se deslumbrar.




Dr. Gerson de Paula Lima





Fonte: Extrato de conferência proferida no Tattwa Nirmanakaia
do Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento
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REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

É hora de ser desapegado e amoroso. Quando ficamos desapegados, automaticamente somos amorosos. Um cisne só pega as joias. Um cisne é desapegado. Ele pode nadar e também voar. Veja a si como um cisne e você se sentirá especial. Você sentirá que é capaz de voar. (Dadi Janki)

Estamos conectados por uma rede sutil de pensamentos. Quando tenho um pensamento fraco, toda a rede fica fraca. Quando meu pensamento é de vitória, todos se tornam vitoriosos. Minha responsabilidade é tal que eu nunca deveria permitir que o desânimo e a tristeza se alojassem dentro de mim. Mesmo naqueles dias em que os recursos internos parecem estar inacessíveis, diga para si que está tudo 'ok' e a força virá.

Quando a qualidade das nossas conversas é elevada, isso cria uma vibração que pode se espalhar ao redor. Paz profunda cria bons sentimentos de amor para todos. Assim conseguimos experimentar as qualidades profundas dentro de nós - este é o objetivo da meditação. Treinar nossas mentes para sermos pacíficos e guiar os nossos sentidos para serem silenciosos. Então, com o uso do intelecto, conseguimos absorver poder do Divino. Isso nos dá a experiência de uma vida de sucesso. (Dadi Janki)

Quanto valor pode ser dado a alguém que é capaz de trazer luz e leveza a um lugar ou momento onde outros deixaram apenas sua escuridão? Como uma coroa de jóias brilhantes, a presença e as palavras dessa pessoa são inestimáveis. Pode ser apenas um sorriso gentil de conforto ou uma atitude de interesse genuíno. Aquele que permanece radiante em espírito, enquanto outros tecem sua escuridão, é um iluminado e um iluminador. Fique atento por tais momentos onde você pode iluminar. Torne esses momentos significativos!





Brahma Kumaris






Fonte: www.bkumaris.org.br
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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

A BASE DO MUNDO É O AMOR DIVINO (PREMA)

Quando a lua brilha no céu, você pode vê-la diretamente. Você não precisa do auxílio de uma tocha, ou de uma lâmpada, ou de qualquer outra fonte de luz artificial. A razão é que é possível para nós observar a lua por meio da luz da lua. Da mesma forma, se você quer ser mais próximo e mais querido por Deus ou compreender Deus, que é a personificação do amor, isso será possível fazê-lo apenas por meio do amor que é a sua própria natureza. Deus, que é a personificação do amor, não se limita a um lugar ou país. Ele está presente em todos os lugares, em todos os cantos do mundo. Por isso, todos, incluindo jovens, devem amar a todos e considerar o amor a todos os seres como o amor a Deus, pois Deus está presente em cada ser vivo. Uma vez que Deus é altruísta, você também deve praticar o serviço desinteressado. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis, 1976, Capítulo 14)

Para nos capacitar a conseguir a graça do Senhor, há muitos caminhos diferentes. Os caminhos da sabedoria (jnana), da ação (karma) e do yoga são mais difíceis que o caminho da devoção (Bhakti). Devoção nos ajudará a alcançar Deus, estar perto de Deus e entender o Senhor e Seus milagres. Entre todos os outros caminhos, o caminho mais curto e mais fácil é o caminho do amor. Deus é a personificação do amor. Para alcançar Deus e compreender Sua divindade, o caminho do amor é a melhor abordagem. O Amor Divino (prema) não é algo que está fixo em um indivíduo ou em uma comunidade, ou em um objeto específico. É muito grande, altruísta e sempre em expansão. É somente quando ampliamos nosso amor usando estes princípios, que seremos capazes de compreender e experimentar o amor divino sagrado de Deus. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis, 1976, Capítulo 14)

A base do mundo inteiro é o amor (prema) do Senhor. Mesmo se alguém for capaz de aprender de cor a essência de todas as escrituras (Vedas), e for capaz de compor poesia de uma forma muito atraente, mas se essa pessoa não tiver um coração purificado, ela será uma pessoa inútil. Que outra verdade maior Eu posso lhe transmitir hoje? Educação nos dias de hoje não é a verdadeira educação. Parece que a educação de hoje é apenas um hobby para que você possa ganhar a vida. Ao perseguir esse caminho que lhe permite ganhar a vida, você também provoca o egoísmo individual. O objetivo da verdadeira educação deve ser o desenvolvimento do caráter. Esse tipo de educação em que não há santidade e caráter, é inútil. Qual é a utilidade de adquirir tantos tipos diferentes de educação? Você deve tentar aprender aquela sabedoria por meio da qual você pode escapar da morte. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis, 1976, Capítulo 13)





Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
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O CONHECEDOR E A MENTE

Temos de insistir sobre o tema porque é a base de todo verdadeiro conhecimento e fundamento de todos os arcanos.

Usou o leitor alguma vez, ainda que por instantes, lentes de cor? E, se o fez, como viu os objetos? Este exemplo nos serve para compreender o Conhecedor e a Mente. Por enquanto, podemos comparar o centro de visão, no cérebro, com o conhecedor; os objetos vistos através da lente de cor, com as coisas conhecidas; ao passo que o olho é a ponte que une os dois; e apressamo-nos a dizer que a mente não é o conhecedor e dele deve sempre distinguir-se cuidadosamente. A mente não é nada mais que um instrumento para obter conhecimento; é como o olho, instrumento da visão, e não a mesma visão.

A mente é dual: concreta e abstrata. A mente concreta é a que influi e é influída por cada unidade separada da consciência, como o homem que coloca em seus olhos um vidro de cor. O Conhecedor está ali, porém conhece as coisas segundo o cristal através do qual miram os olhos, isto é, com expressão muito limitada.

Todos os efeitos de nossos pensamentos passados, desejos e obras, formam em nós a Mente que é uma parte do NÃO-EU, modelada por nosso próprio uso e, somente por meio dela, podemos conhecer.

Todas as impressões vindas do exterior modificam-se e são modificadas por essa massa existente; de maneira que não podemos trocá-la bruscamente por um esforço de vontade, nem prescindir dela, nem suprimir-lhe instantaneamente as imperfeições.

O Conhecedor acha-se inconsciente da influência da mente, como quem houvesse visto, por um cristal azul, toda a vida. Neste sentido podemos dizer que a ilusão não existe nas coisas vistas a não ser na mente que usou um vidro colorido.

“A Mente é o Criador da Ilusão” diz o livro dos preceitos de Ouro. A Mente abstrata é aquela parte superior da mente humana que estuda as coisas tais quais são, em seu aspecto fenomenal em vez de estudá-las mediante as vibrações modificadas pela mente concreta. Também se pode conhecer a ideia no mundo dos números, de que a forma expressa o aspecto fenomenal. A mente abstrata funciona quando está livre da mente concreta e de seus sentidos.

Em resumo, o estado atual do homem conhece as impressões das coisas por meio de sua mente concreta e não as coisas em si pela mente Abstrata.




Dr. Jorge Adoum .'.
Fraternitas Rosicruciana Antiqua






Fonte: do livro "As Chaves do Reino Interno"
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A ÁGUA COMO SÍMBOLO DA MATÉRIA PRIMORDIAL

«No começo, Deus criou o céu e a terra. A terra era informe e vazia; havia trevas à superfície do abismo e o espírito de Deus movia-se acima das águas.»

O que significam estas primeiras linhas do livro da Gênese? Tal como indicam as palavras “informe”, “vazio”, “trevas”, “abismo”, o universo anterior à criação era um espaço não organizado e obscuro. Mas, por cima desse caos, planava o espírito de Deus. A água representa a matéria cósmica original que o espírito de Deus, o fogo primordial, penetrou para a fertilizar. Contrariamente àquilo que geralmente se crê, não é o elemento terra que melhor exprime e manifesta as propriedades e as qualidades da matéria: é a água, com a sua receptividade, a sua adaptabilidade, a sua maleabilidade. A água é, pois, o símbolo da matéria primordial que recebeu os genes fertilizadores do espírito. Ao fecundar a matéria, o espírito trabalha sobre ela e, à medida que aparecem novas criações, ele descobre os seus poderes, vai conseguindo conhecer-se.

Então, se me perguntardes por que razão Deus criou o universo, eu responder-vos-ei: …para Se conhecer. A Cabala ensina que Deus quer conhecer-Se através do seu reflexo e ela representa precisamente essa ideia por intermédio de uma extensão de água na qual se reflete o seu rosto.





Omraam Mikhaël Aïvanhov







Fonte: www.prosveta.com
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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

É PELA “EDUCAÇÃO”, MAIS DO QUE PELA “INSTRUÇÃO”

Algumas propostas sócio pedagógicas atuais são elogiáveis para instruir e formar o homem, entretanto "é pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a humanidade". [1] Para o notável Allan Kardec, “há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar o caráter, aquela que cria os hábitos adquiridos”. [2]

O que identificamos de forma generalizada é o absoluto distanciamento dos pais contemporâneos ao nível de educação dos filhos nesse sentido. De regra, transferem suas responsabilidades para as escolas ou para o Estado, enquanto eles, os pais, é que tinham que ensinar aos filhos se isso ou aquilo é acertado para eles. Sobretudo “os pais espiritistas devem compreender essa característica de suas obrigações sagradas, entendendo que o lar não se fez para a contemplação egoística da espécie, mas sim para santuário onde, por vezes, se exige a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira.” [3]

Para Viviane Senna, coordenadora do Instituto Ayrton Senna (IAS), que vem organizando programas de reforço escolar, capacitação de professores, “numa escola não dá para continuar com um sistema retrógrado em que o professor é o detentor do conhecimento e o aluno um arquivo em que esse conteúdo deve ser "depositado". Segundo Viviane, o aluno não pode apenas decorar conceitos, precisa desenvolver um pensamento crítico e um raciocínio lógico aguçado, desenvolver sua capacidade de inovar, ser criativo e flexível e de resolver problemas. [4]

A fase infantil, em sua primeira etapa, é a mais importante para a educação, e não podemos relaxar na orientação dos filhos, nas grandes revelações da vida. Sob nenhuma hipótese, essa primeira etapa reencarnatória deve ser enfrentada com insensibilidade. Até aproximadamente os sete anos de idade é o período infantil mais acessível às impressões que recebe dos pais, razão pela qual não podemos esquecer nosso dever de orientar os filhos quanto aos conteúdos morais. [5]

Numa análise espírita da questão cremos que a escola (pública ou particular – espírita ou não) deve formar um homem novo e precisa ser uma escola inteiramente inovadora, rompendo com o modelo do século XIX do sistema vigente, pois a educação tradicional, conforme aferimos, já não atende às necessidades da atual geração. A escola deve incentivar a participação, a interação, o diálogo, o debate livre, o estudo em grupo e abolir todas as formas de repressão.

A rede de escolas charter KIPP (Knowlegde is Power Program), nos Estados Unidos, tem como meta levar seus alunos (quase 90% oriundos de famílias pobres) até a universidade. A proposta consubstancia-se em diversas atividades visando despertar entusiasmo, perseverança, autocontrole, gratidão, otimismo, inteligência social e curiosidade em seus alunos. Uma de suas unidades, localizada no Harlem, em Nova York, extrapolou e criou uma inusitada aula de “CARÁTER”. Nesse sentido a escola investiu no ensino de habilidades como comunicação, resiliência e determinação. A proposta é para fazer conexões com a ciência e explicar como o cérebro funciona, através de técnicas de meditação, concentração e yoga. [6]

Os pais são responsáveis pelo desenvolvimento dos valores dos filhos e não devem apostar somente na escola para exercer essa tarefa. Um pai legítimo é aquele que cultiva em casa a cidadania familiar. Ou seja, ninguém em casa pode fazer aquilo que não se pode fazer na sociedade. É preciso impor a obrigação de que o filho faça isso, assim, cria-se a noção de que ele tem que participar da vida comunitária. Não há dúvida, que ante as balizas do bom senso e moderação os pais precisam educar estabelecendo limites. Porém essa exigência é muito mais acompanhar os limites, daquilo que o filho é capaz de fazer.

Uma legítima educação é aquela em que os poderes espirituais regem a vida social. Antigamente, a pureza das crianças era uma realidade mensurável. Sua perspectiva não ultrapassava os simples livros didáticos, um único humilde caderno e brinquedos baratos. Para repreendê-las e educá-las, às vezes, bastava um olhar firme dos pais. Porém, aquele imaginário infantil, de quietude e sonho ingênuo, desmoronou sob o impacto da era do sensualismo, da violência, do materialismo.

Estejamos atentos à verdade de que educar não se resume apenas a providências de abrigo e alimentação do corpo perecível. A educação, por definição, constitui-se na base da formação de uma sociedade saudável. A tarefa que nos cumpre realizar é a da educação das crianças pelo exemplo de total dignificação moral sob as bênçãos de Deus. Nesse sentido, os postulados Espíritas são antídotos contra todos os venenosos ardis humanos, posto que aqueles que os conhecem têm consciência de que não poderão se eximir das suas responsabilidades sociais, sabendo que o futuro é uma decorrência do presente. Destarte, é urgente identificarmos no coração infantil o esboço da futura geração saudável.




Jorge Hessen





Fonte do Texto e da Gravura:
ARTIGOS ESPÍRITAS - JORGE HESSEN
https://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com.br





Referências bibliográficas:

[1] Kardec, Allan. Obras Póstumas, Rio de Janeiro: Ed. FEB 1980, página 384.
[2] ______ Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB 2000, questão 685-A:
[3] XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, Perg. 113
[4] Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/06/150525_viviane_senna_ruacesso 19/06/2015
[5] XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, perg. 113
[6] Disponível em http://www.mundosustentavel.com.br/2014/06/escola-nos-eua-inclui-aula-de-carater-no-curriculo/ acesso em 14/08/2014

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Precisamos prestar atenção às nossas palavras e às nossas ações, mas sem tensão. Coloque um A em frente à tensão e você terá atenção. Quando ficamos livres de tensão e prestamos atenção, nossa mente será tocada por tudo aquilo que é preciso. Então, nossas interações serão muito agradáveis ​​e os outros irão gostar de interagir conosco. (Dadi Janki)

Circunstâncias são como objetos. Elas não são vivas, você é que dá vida a elas. O positivo é mais poderoso do que o negativo. O positivo é inato. O negativo indica que algo está faltando. Luz existe e sua ausência é a escuridão. Nunca esqueça que você pode decidir que atitude tomar. Você tem um imenso potencial positivo a ser descoberto. Esses pensamentos lhe ajudarão a enfrentar qualquer circunstância com uma perspectiva diferente. (Enrique Simó, The Gift of Peace, Brahma Kumaris Information Services, London, 2002)

Não é possível ter quietude quando fico perguntando: O que este está fazendo? O que aquele está fazendo? Não precisamos dar tempo para esse tipo de pensamento. É preciso entendimento para acalmar a mente. Ter a compreensão de que cada um tem um papel a desempenhar dentro do drama. Dizemos paz de espírito e felicidade do coração. A mente quer paz e o coração diz: eu quero felicidade. (Dadi Janki)

Quando ficamos em solitude, entramos profundamente dentro de nós mesmos. Há uma riqueza interior que nos faz sentir bem sobre nós mesmos. Quando você realmente reconhece o eu interior, então você pode acessar toda a riqueza do eu. Você percebe essa riqueza quando você não desperdiça tempo, energia e dinheiro. Tudo isso tira você da quietude da mente. Não há quietude quando há tantas atrações. Precisamos permanecer em introversão, tornar o intelecto puro e a mente pacífica. Reconhecer a verdade dentro do eu e renascer disso. (Dadi Janki)

Se alguém insultar você, transforme esse insulto em misericórdia em um segundo. Se alguém vier na sua frente com uma visão arrogante (consciência do corpo), transforme essa visão em uma visão espiritual (consciência da alma). Se você aprender esse método de trazer tal transformação, você se tornará um conquistador de obstáculos. Todos que vierem até você lhe agradecerão por isso.





Brahma Kumaris







Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Tumblr.com