segunda-feira, 17 de abril de 2023

REFLEXÃO SOBRE A PRÓPRIA BIOGRAFIA


A biografia de cada ser humano começa na fase pré atômica e isso deve ser levado em conta por dois motivos:

1 – para cada um dar valor a cada passo dado na estrada da evolução, pois, caso contrário, tende a desanimar ou revoltar-se em face das dificuldades naturais da vida e,

2 – considerar-se como essencialmente igual a todos os seres do Universo, variando apenas o grau alcançado por cada um, seja em razão da antiguidade como Espírito, seja devido ao maior empenho da parte de alguns.

Em ambos os casos, devem as criaturas humanas fazer uma coisa que, normalmente, não fazem, que é agradecer a Deus pela bênção da vida desde o início e não apenas pela oportunidade de um período reencarnatório.

Sempre deve-se dar graças a Deus, pois até as dificuldades mais difíceis de vencer são bênção carreadas à estrada de cada um com a finalidade de servir de degrau para a evolução, que vai em direção ao infinito.

Nessa biografia não importam datas do calendário terrestre, pois, para o Espírito, a eternidade é seu referencial e as horas, dias, anos e milênios representam muito pouco para a vida de uma criatura de Deus, seja ela qual for.

Precisamos aprender a pensar em eternidade, a fim de não nos inquietarmos com o dia de amanhã no sentido de angustiar-se, como acontece com a maioria dos terráqueos, mas sim fazer o melhor possível “aqui e agora”, porque o futuro dependerá sempre da semeadura no Bem ou no Mal.

Esqueçamos as biografias que visam entronizar a vaidade de uns e outros que ambicionam ser lembrados pela precária História terráquea, uma vez que muitos dos missionários da mais alta elevação sequer foram notados pela humanidade da Terra.

Não queiramos ser lembrados com a forma de estátuas nas praças públicas ou nos museus, porque a maioria desses se escraviza à própria representação material que lutaram para conseguir.

Sejamos cósmicos, portanto, atemporais, uma vez que as próprias mudanças geológicas do planeta nos mostram que tudo muda, nasce, se desenvolve e desaparece, bem como os Espíritos mudam de habitação, de um mundo para outro e não olham para trás, seguindo adiante.

Não trace sua própria biografia senão, como dito, para agradecer a Deus.

(...) quanto à auto análise (...), procure fazê-la sempre, porque, para você mesmo, é importante saber o que falta realizar em si mesmo e o quanto já caminhou para a frente e para cima.


Irmandade dos Anônimos / João Cândido



Fonte: do livro "A Comunidade Cósmica dos Escolhidos"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O ESPIRITUALISTA E AS PROVAÇÕES


Se lerdes sobre a vida dos Mestres e dos Iniciados, vereis que todos eles passaram por provas terríveis. Alguns compreendiam o significado desses sofrimentos e não se revoltavam, não desanimavam, pois sabiam que, graças a eles, se tornariam divindades. Mas outros, que ainda não eram tão esclarecidos, ficavam abatidos e, por vezes, até se revoltavam. Não compreendiam por que razão o Céu era tão cruel. Tinham sacrificado tudo por ele e ele não os recompensava!...

Muitas vezes, o que falta aos espiritualistas é o verdadeiro saber. Eles pensam que, só porque consagraram a vida a Deus, passarão a ter rios de leite e mel, a caminhar sobre pétalas de rosas, a receber coroas. É verdade que na Bíblia se encontram tais promessas, e também é verdade que tudo isso sucederá... Mas apenas quando eles tiverem passado por todas as provações! Até lá, aqueles que possuem a verdadeira luz têm de aprender a utilizar, para a sua própria evolução, tudo o que lhes acontece.



Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autorial pessoal

O QUE É MISTICISMO?


(...) o que é misticismo e o que é relevante para nós sobre os místicos? Misticismo é uma palavra moderna. Os primeiros cristãos não usavam esse termo, mas simplesmente falavam de certas experiências que viviam como místicas.

Bernard McGinn, um escritor perspicaz que tem um profundo interesse neste assunto e um grande conhecedor dele, diz em um de seus livros sobre a história do misticismo no Ocidente: "O elemento místico no cristianismo é aquela parte da crença e prática que se refere à preparação da consciência e à reação que pode ser descrita após a presença imediata ou direta de Deus."

Este é realmente o objetivo que buscamos na meditação, na oração contemplativa. A meditação nos permite romper o nível racional de nossa consciência habitual e alcançar um nível mais elevado de consciência intuitiva. Este nível nos ensina a abandonar o ego, a deixar para trás nossa visão egocêntrica da realidade e, ao fazer isso, nos permite transcender o ego e alcançar um modo de percepção mais aberto e expansivo. Leva-nos de uma realidade baseada no conhecimento para uma que vem da sabedoria da Realidade Divina. Então entramos em estados intuitivos, onde "sabemos" sem conhecimento, onde estamos totalmente "apaixonados". É o caminho para se tornar totalmente vivo, de uma vida focada na sobrevivência, para uma vida cheia de significado, como John Main explica lindamente:

“Mais e mais homens em nossa sociedade estão começando a entender que nossos problemas pessoais e os problemas que enfrentamos em nossa sociedade são basicamente problemas espirituais. O que compreendemos cada vez mais é que o espírito do homem não pode encontrar sua realização no simples sucesso material. Isso não significa que o sucesso material ou a prosperidade sejam ruins, mas simplesmente que não são adequados ou suficientes como a resposta última ao significado do homem, conhecer a si mesmo, compreender a si mesmo e se colocar em perspectiva. Nós apenas temos que entrar em contato com o nosso espírito.” Esta é, de fato, a nossa primeira responsabilidade como seres humanos: a nossa primeira tarefa é encontrar o nosso próprio espírito, porque esta é a nossa linha de vida com o Espírito de Deus.

A meditação nos leva ao caminho de "encontrar nosso próprio espírito" e não é um caminho exclusivo para místicos, mas está ao alcance das pessoas comuns. Os místicos são os que verificam que isso é possível: eles verificam que isso pode ser feito e tudo o que eles nos dizem é baseado na experiência, não na teoria. A dedicação e a fiel perseverança conduzem-nos ao nosso centro, à presença do Espírito dentro de nós, onde a nossa essência “emana e se renova pela corrente de amor da vida da Trindade”.


Kim Nataraja



Fonte: WCCM Espanha - Comunidad Mundial para la Meditación Cristiana
http://wccm.es/
Traduzido por WCCM España e para o português por este blog.
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/%c3%a1rvore-floresta-caminho-luz-3094982/

quinta-feira, 13 de abril de 2023

PRESSÃO ARTERIAL - FUGA DOS CONFLITOS QUE ENVOLVEM A AFETIVIDADE


É a pressão exercida nas paredes arteriais pela onda sanguínea. A pressão arterial é calculada de acordo com a intensidade dos batimentos cardíacos e a elasticidade das paredes vasculares. Caso as paredes arteriais apresentem maior resistência à passagem do sangue, a pressão é alta (hipertensão); já, se houver a diminuição da resistência vascular, o quadro é de pressão baixa (hipotensão).

No âmbito metafísico, a pressão alta ou baixa é provocada da mesma atitude interior: fuga dos problemas de ordem afetiva.

A razão de serem conflitos ligados à afetividade deve-se ao fato de tratar-se de situações mais difíceis de resolver. Um problema relacionado aos amigos, à sociedade, ou mesmo a uma dificuldade no trabalho não é fácil de solucionar; no entanto, uma situação complicada em família é muito pior de encarar e resolver. A cumplicidade existente entre as pessoas ligadas afetivamente dificulta manter uma atitude frente aos entes queridos.

Por exemplo, se você trabalha com uma pessoa acomodada, imediatamente toma as providências cabíveis; formula uma queixa ou mesmo providencia a substituição por outro profissional. Se tem alguém chato e impertinente no grupo de amigos, não é difícil cortar a amizade. Porém, se a pessoa inconveniente está dentro de sua própria casa e for alguém por quem você nutre profundo sentimento, é complicado tomar uma atitude mais drástica.

As pessoas propensas a frequentes variações de pressão arterial, quando se deparam com os conflitos da convivência, buscam subterfúgios para não encarar os problemas familiares. Elas não se propõem a resolver definitivamente aquilo que está incomodando no outro e gerando profundo desconforto para si.

Os mecanismos de fuga são os mais variados possíveis. No entanto, existem dois comportamentos básicos que determinam a somatização em forma de pressão alta ou baixa; são eles: entregar-se excessivamente ao trabalho, assumindo uma sobrecarta de atividades para não ter tempo de se dedicar aos problemas que se tem em casa; essa postura é característica das pessoas que sofrem de pressão alta. Ou adotar uma atitude oposta, negar, sequer pensar naquilo que não está bem. Tentar esquecer os episódios desagradáveis, inconscientizando os fatos ruins da convivência com os entes queridos; esse comportamento é típico das pessoas acometidas pela pressão baixa.

Em ambos os casos existe uma grande resistência em encarar os fatos, bem como tomar as medidas cabíveis para resolver as complicações afetivas.

Essas atitudes, além de serem nocivas para o corpo, também causam prejuízos aos laços afetivos. Pois as situações mal resolvidas vão se agravando, até chegar ao ponto de ofuscarem o sentimento.

Chega uma hora que o amor fica tão desgastado pelas picuinhas da convivência que surge o desafeto.

Pode-se dizer que tudo aquilo que se tentou evitar, acabou acontecendo. Inicialmente, a pessoa não agia da maneira devida, para não descontentar os outros nem comprometer os laços afetivos. Fugia para não encarar as divergências e acabou gerando uma sobrecarga de desconforto que tornou insustentável a convivência.

Por isso, se você quer manter sua relação cada vez melhor e mais intensa, é indispensável que tome os procedimentos devidos para manter a harmonia da convivência.

Lembre-se, o que é tolerável hoje pode se tornar insuportável amanhã. As divergências devem ser resolvidas com diálogos e atitudes; não com fuga e negação. É preciso admitir que existem algumas situações para serem aprimoradas em você mesmo ou nos outros. Mantenha o firme propósito de fazer tudo o que for possível para alterar o desconforto que compromete a harmonia e ameaça a convivência.

Essa atitude, metafisicamente, é fundamental para resgatar a estabilidade da pressão arterial, bem como manter os laços afetivos.

Existem pessoas que sofrem de variação da pressão; ora estão com a pressão baixa, ora com a pressão elevada. Isso é decorrente da alteração da conduta dos indivíduos; às vezes eles negam o que está se passando e desejam esquecer; num outro momento, dedicam-se excessivamente aos afazeres ou se entregam às preocupações.

Para compreender melhor esses aspectos metafísicos da pressão arterial, vejamos a seguir cada caso, isoladamente.


PRESSÃO ALTA
Fuga através da preocupação ou dedicação excessiva aos afazeres.

No âmbito metafísico, as pessoas que sofrem de elevação na pressão arterial geralmente vivem cercadas de problemas. Para fugir ao desconforto provocado pelas situações mal resolvidas, apelam para o trabalho, assumindo uma sobrecarga de atividades.

Quando não existe essa possibilidade, ou seja, não têm o que fazer, elas começam a se preocupar com os problemas dos outros. Querem encontrar soluções para os conflitos alheios, deixando de lado suas próprias dificuldades.

Vale lembrar que a solução de qualquer problema está dentro da própria situação, nunca fora dela. Portanto, não adianta mobilizar-se para o mundo lá fora achando que as coisas ruins no seu meio vão desaparecer.

Não encarar de frente os problemas faz com que permaneçamos cercados por eles e distantes das soluções.

As soluções começam a surgir na medida em que vamos desvendando o emaranhado que nos cerca. Conforme vamos conhecendo a real problemática, começam a surgir ideias e alternativas para melhorar a situação.

Focar a atenção para as complicações aumenta a chance de solucionar aquilo que nos aflige. Somente assim fortalecemos nossas bases emocionais. Estar bem interiormente é fundamental para sermos bem-sucedidos, realizados e felizes.

Distorcer o foco de atuação é viver em função do trabalho ou preocupado com os problemas dos outros. Essa conduta só adia os problemas e não resolve absolutamente nada daquilo que nos aflige. Cedo ou tarde teremos que encarar nossos próprios conflitos. Não adianta protelar; é necessário atuar naquilo que não está em harmonia no ambiente.

Pare de viver em função dos outros ou excessivamente preocupado com o trabalho; isso não acrescenta muito para o seu mundo pessoal, só agrava as pendências que existem no seu meio.

Assuma sua própria vida e dedique-se àquilo que o incomoda; somente assim você estará mobilizando seu potencial em benefício da sua própria felicidade.

Não tente sufocar o profundo desconforto causado pelas complicações do ambiente. A aparente frieza e indiferença às questões afetivas ou familiares é um mecanismo de defesa para esconder o quanto está estraçalhado emocionalmente e arrasado em sua vida pessoal.

Fingir não se abalar com os problemas é uma tentativa de demonstrar aos outros uma força que não existe, e também negar seus próprios sentimentos.

As pessoas hipertensas são dotadas de grande força agressiva, o que lhes possibilitaria impor-se na situação, com grande chance de encontrar as soluções dos seus problemas. No entanto, deslocam sua capacidade conquistadora para o trabalho ou para os outros, deixando muito a desejar nas questões que dizem respeito a sua própria vida.

Costumam dar o pior para si e o melhor para os outros. São pessoas prestativas e dispostas a atender a todas as solicitações externas. Têm necessidade de dominar os meios que frequentam; querem se destacar no trabalho e sobressair-se entre os amigos. Cobram de si uma conduta exemplar, obrigam-se a ter um notável desempenho profissional, nunca admitem errar e se punem quando não atingem as metas estabelecidas.

Apesar de ser difícil às pessoas afetadas pela pressão alta admitir, sua conduta alimenta a vaidade.

Em função da vaidade, as pessoas assumem uma série de obrigações e compromissos para serem consideradas pelos outros. A vaidade provoca um sentimento de opressão, impedindo a realização pessoal.

O vaidoso se preocupa excessivamente com o próprio desempenho, quer fazer tudo certo, para provar aos outros suas habilidades e força. Isso causa grande tensão, o que prejudica a atuação na vida, podendo também provocar no corpo a elevação da pressão arterial.

Quando a pessoa relaxa e não se cobra perfeição, tudo flui harmonia. Abandonar a vaidade e agir com naturalidade é melhor caminho para a saúde e o bem-estar.

Procure realizar suas tarefas da melhor maneira possível, mas não se cobre o impossível nem ultrapasse seus limites; respeite-os, o importante é aquilo que você sente e acredita, e não o que os outros vão dizer a seu respeito.

O valor da vida não está somente nas conquistas materiais, nem tampouco na condição de destaque perante os outros, mas naquilo que sentimos. Realização pessoal não se baseia só nos bens materiais, mas também na nossa condição interior.

Na vida tudo é provisório, nada é permanente. Temos a ilusão de que o mundo externo é a causa de tudo o que acontece conosco; mas, na verdade, é o contrário; somos nós que provocamos as situações externas. Tudo o que acontece ao nosso redor é um reflexo do estado interior.

Os conteúdos internos projetados na realidade tornam-se evidentes, favorecendo-nos a solucionar aquilo que existe em nos. À medida que lidamos com as complicações do meio, estamos resolvendo nossas próprias dificuldades. Pode-se dizer que as tramas da vida são instrumentos das experiências que favorecem a edificação do nosso ser.

As pessoas que se negam a encarar seus obstáculos, principalmente aqueles ligados a afetividade, perdem a oportunidade de se resolver dificultando seu próprio desenvolvimento interior.


PRESSÃO BAIXA
Fuga pelo esquecimento. Desejo de abandonar tudo.

A pressão baixa é caracterizada pelo comportamento de fugir dos acontecimentos, inconscientizando as situações conflitantes. As pessoas afetadas pela pressão baixa, sempre que se deparam com episódios difíceis negam-se a enfrentá-los, querem esquecer que estão passando por tais problemas.

São derrotistas e sentem-se incapazes de superar alguns obstáculos do cotidiano. Não têm suporte emocional para lidar com as confusões do meio. Frustam-se com facilidade, principalmente quando algo sai diferente daquilo que imaginam.

A maioria dos acontecimentos inusitados provoca-lhes muita tensão, ficam confusas e embaraçadas diante dos problemas da vida pessoal. Decepcionados, recorrem ao isolamento; evitam até tocar no assunto para não sofrer ainda mais. Essa condição diminui sua capacidade de deixar fluir seus sentimentos.

A sobrecarga das tensões acumuladas provoca um desejo de abandonar a situação, para não se deparar mais com as confusões.

A queda de pressão pode chegar ao ponto de causar desmaios. A perda da consciência é uma condição oportuna, para a pessoa não assumir suas responsabilidades frente aos conflitos da convivência. Esse estado proporciona a sensação de que o problema desapareceu; mas, na verdade, a ausência da consciência não poupa as pessoas daquilo que elas têm para resolver em suas vidas.

As pessoas afetadas pela pressão baixa se deixam influenciar pelos outros ou pelas situações da vida. São propensas a se fazer de vítimas, colocando-se na condição de fracas e indefesas; geralmente caem nas garras dos dominadores, subjugando-se aos domínios dos outros.

Aceitar os obstáculos da vida e se propor a mobilizar seus potenciais para superar os desafios representa grande demonstração de coragem e força.

Todos passamos por situações difíceis, mas somente aqueles que não se deixam vencer conquistam uma vida saudável e feliz. É importante não se render diante das dificuldades da vida, nem tampouco se deixar abater pelas situações desagradáveis, entregando-se às frustrações.

Sinta-se em condições de resolver tudo aquilo que a vida impõe no seu caminho. Encare de frente seus problemas; não adianta sair pela tangente ou deixar para depois aquilo que deve ser resolvido hoje.

Confie em você e não dependa do auxílio dos outros para solucionar aquilo que cabe exclusivamente a você.


Gasparetto & Valcapelli



Fonte: do livro "Metafísica da Saúde", vol. 2, Ed. Vida & Consciência
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/cora%c3%a7%c3%a3o-vermelho-corda-lealdade-3085515/

ACUMULAR TESOUROS NO CÉU


«Não acumuleis tesouros na terra, onde os vermes e a ferrugem corroem e os ladrões destroem as paredes para roubar. Mas acumulai tesouros no céu, onde os vermes e a ferrugem não corroem nem os ladrões destroem as paredes para roubar. Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.» «Ninguém poderá servir dois senhores. Porque ou odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mammon.» (São Mateus, 6,19-20.24)

Esta passagem do Evangelho de São Mateus deve ser comparada com o capítulo 16 de São Lucas sobre o administrador infiel. Primeiro, porque um e outro tratam de maneira idêntica a questão das riquezas; depois, porque ambos são seguidos de um comentário sobre os dois senhores: «Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mammon.» «Não acumuleis tesouros na terra, onde os vermes e a ferrugem corroem e os ladrões destroem as paredes para roubar; mas acumulai tesouros no céu…»

Para Jesus existem, pois, duas espécies de bancos muito diferentes: os bancos da Terra e os bancos do céu, que têm, evidentemente, empregados muito diferentes uns dos outros. Mas é o próprio homem que representa estes dois bancos e eles funcionam em simultâneo num edifício comum: o seu foro íntimo. Porém, na realidade estes dois bancos são sucursais de dois grandes bancos cósmicos que os alimentam.

Estais admirados por eu utilizar tais comparações para interpretar o Evangelho?... É porque a vida do nosso mundo visível é construída a partir do modelo das realidades invisíveis. O que está em baixo é o reflexo do que está em cima; digo bem, um reflexo, porque nem a beleza nem a luz do mundo invisível podem ser encontradas na Terra, mas existem correspondências que permitem comparar os dois mundos e compreender o que se encontra no mundo do Alto graças ao que vemos no mundo de baixo, o nosso mundo. O que são, pois, estes dois bancos, o da Terra e o do Céu? São a personalidade e a individualidade (...)

Pode-se dizer que um banco terrestre se compõe, em geral, de três serviços diferente. O primeiro serviço é o dos depósitos; são os cofres-fortes, onde se põe as reservas em segurança. O segundo serviço ocupa-se das trocas de capitais, dos empréstimos. O terceiro interessa-se pelas operações financeiras, pelas especulações. Pois bem, encontramos exatamente estes três serviços na estrutura da personalidade. Os cofres-fortes correspondem às reservas do corpo físico, o serviço de trocas de capitais corresponde aos sentimentos, ao plano astral, ao mundo do coração, que estabelece continuamente relações baseadas no interesse. O serviço das especulações corresponde ao plano mental, ao intelecto, que só pensa em fazer cálculos nas costas dos outros, imaginando sempre as vantagens que pode tirar da sua ruína, atual ou futura. O banco terrestre enriquece sempre à custa dos outros, procurando sempre convencer o mundo inteiro de que o que faz, sente e pensa é inspirado somente pelo amor e pelo respeito ao próximo.

(...) dizia-vos que cada frase de Jesus é plena de significado. Vamos ver o que significa: «Acumulai tesouros no céu, onde os vermes e a ferrugem não corroem e onde os ladrões não destroem as paredes para roubar», prestando atenção às três palavras “ferrugem”, “vermes” e “ladrões”.

Comecemos pela ferrugem. Sempre se disse que os alquimistas procuravam a pedra filosofal para transformar os metais em ouro. Por que em ouro? Porque, dos metais, só o ouro não se oxida e não é atacado pela água, pelo ar e pelos ácidos; ele só é solúvel numa mistura de ácido nítrico e ácido clorídrico, chamada água-régia. O ferro, pelo contrário, é conhecido por se oxidar com muita facilidade ao contactar com o ar úmido, formando a ferrugem que o destrói pouco a pouco. A ferrugem pode, pois, ser considerada como símbolo das matérias que atacam os metais e, de uma maneira geral, o reino mineral. Ora, na hierarquia dos reinos da natureza, o reino mineral corresponde ao plano físico; a ferrugem simboliza, pois, o que destrói o plano físico, o corpo humano.

Com os vermes, entramos no mundo astral, que é o do coração, dos sentimentos. Um ser cujo coração está cheio de ódio, de dúvida, de orgulho, de desprezo, de violência, é presa dos vermes. Não se diz, precisamente, que ele “se corrói”?... Se se corta um verme em pedaços pensando que se está a destruí-lo, verifica-se que, na realidade, ele se multiplica.

Do ponto de vista simbólico, é um fenómeno muito significativo, que se encontra no combate mítico de Hércules contra a Hidra de Lerna. A hidra era a monstruosa serpente de sete cabeças que renasciam à medida que eram cortadas; para a vencer, era preciso cortar as sete cabeças ao mesmo tempo.

Hércules conseguiu vencer a hidra pelo fogo. Esta hidra representa os sete pecados capitais que renascem à medida que se tenta aniquilá-los. Só existe um meio de os destruir: o fogo divino do amor que queima todas as cabeças de uma só vez. Mas eu queria dizer-vos simplesmente que, ao falar de vermes, Jesus pretendia designar os inimigos que nos atacam no plano astral, certos desejos que nos corroem.

Os ladrões também são um símbolo. O ladrão está munido de chaves falsas, de um punhal ou de um revolver, e espera que a noite chegue para se pôr a trabalhar. Finalmente, quando todas as luzes se apagam, quando as pessoas estão a dormir, ele introduz-se na casa. Os ladrões simbolizam os nossos inimigos do plano mental. Aquele cujo intelecto está obscurecido ou entorpecido será atacado pelos ladrões, porque, por toda a parte onde reina a escuridão, os ladrões aparecem. Estes ladrões são entidades invisíveis – dúvidas, inquietações – que estão em vós. Todos esses pensamentos que vos deixam sem forças, fracos, esgotados, não são uma prova de que se trata de ladrões que vieram roubar os vossos bens? Mostrai-me os vossos tesouros de força, de alegria, de paz… Não podeis? É porque os ladrões os levaram. Os ladrões são os pensamentos que trabalham na escuridão para vos roubar as vossas aspirações, a vossa fé etc. (...)


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: do livro "Nova Luz Sobre os Evangelhos"
Parte do IV Capítulo - "Acumulai Tesouros"
Publicações Maitreya, Porto, Portugal
https://publicacoesmaitreya.pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DIFERENTES FORMAS DE ORAÇÃO


Na “Conferência 9” de Juan Cassiano, Abba Isaac, um dos Padres do Deserto, começa a transmitir ensinamentos sobre a oração a Cassiano e seu amigo Germano. Primeiro, diz-lhes que existem diferentes formas de rezar: “O apóstolo (São Paulo) define quatro tipos de oração”.

"Meu conselho é que, acima de tudo, súplicas, orações, pedidos e ações de graças sejam feitas por todos os homens" (1 Tm 2,1). Agora podemos ter certeza de que essa divisão não foi feita levianamente pelo apóstolo. Abba Isaac passa a dar explicações detalhadas sobre os tipos de oração mencionados e quando são apropriados. E conclui: “Portanto, todas essas formas de oração são muito valiosas para os homens e, certamente, necessárias”.

Ele até ilustra como Jesus usou cada um desses tipos de oração. Ele continua com uma explicação da oração que Jesus nos ensinou, o "Pai Nosso" e se refere a ela como a mais perfeita das orações. E finalmente chega à oração mais desejável para todos: a “oração pura”, a “contemplação”, quando já não estamos conscientes de que estamos a rezar. Frase de Santo Antônio: "A oração não é perfeita quando o monge está consciente de si mesmo e de que está orando." Abba Isaac enfatiza que todas as formas de oração podem levar à "oração pura". O que é necessário para isso é fé e perseverança.

Em seguida, ele encoraja seus discípulos a “seguir o preceito do Evangelho que nos ensina a entrar em nosso quarto (Mateus 6,6) e fechar a porta para que possamos rezar ao nosso Pai. Rezamos em nosso quarto quando retiramos completamente o coração do barulho dos pensamentos e preocupações e revelamos nossas orações ao Senhor, em segredo, como se fosse algo íntimo. Rezamos com a porta fechada quando, com os lábios cerrados e em total silêncio, rezamos ao buscador, não com a voz, mas com o coração”. Aqui, Abba Isaac descreve a base da contemplação sem lhe dizer em detalhes como "entrar em nosso quarto". Porém, em sua próxima Palestra ele explica como fazer, já que Cassiano e Germano mostram que estão preparados para esse tipo de oração fazendo a pergunta certa. É aqui que chegamos ao caminho da oração que John Main descobriu, para sua satisfação, nos ensinamentos de Cassiano: rezar repetindo uma “fórmula” que leva à contemplação.

Isaac não restringe esta oração a determinados momentos do dia, mas pede a Cassiano e Germano que a façam uma “oração incessante”: “Você deve meditar constantemente neste versículo em seu coração. Você não deve parar de repeti-lo quando estiver fazendo algum trabalho ou quando estiver viajando. Você deve repeti-lo dentro de si mesmo, enquanto dorme, enquanto come e quando atende às necessidades da natureza.

Vemos que, embora não possamos negar a importância dessa forma de oração tanto para nós quanto para os primeiros cristãos, devemos lembrar que é apenas mais uma forma de oração. Laurence Freeman usa a metáfora de uma roda para representar a oração. “Pense na oração como uma grande roda. A roda conduz toda a nossa vida para Deus. Os raios da roda representam cada uma das formas de oração. Oramos de maneiras diferentes, em momentos diferentes e conforme nos sentimos. Os raios são as formas ou expressões de oração que convergem no centro da roda, que é a oração do próprio Jesus. Todas as formas de oração são válidas. Todas elas são eficazes. Todas elas participam da oração da consciência humana de Jesus que habita em nós pela graça do Espírito Santo” (Laurence Freeman).



Kim Nataraja




Fonte: WCCM Espanha - Comunidad Mundial para la Meditación Cristiana
http://wccm.es/
Traduzido por WCCM España e para o português por este blog.
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/orar-est%c3%a1tua-de-buda-rezar-a-medida-5183164/

segunda-feira, 10 de abril de 2023

A ORAÇÃO COMO UM ATO CRIADOR

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...A verdadeira oração é, portanto, uma criação. Porque, quando vós orais, não vos dirigis somente a um fulano qualquer porque ele é o chefe, o diretor ou o banqueiro e pode dar-vos ou emprestar-vos qualquer coisa. Com este gênero de oração, não ireis muito longe porque aqueles a quem vos dirigis são como vós, estão ao mesmo nível que vós, têm as mesmas lacunas, as mesmas fraquezas que vós. A verdadeira oração é uma ligação que o homem tenta estabelecer com o mais sublime dos seres, o Criador do Céu e da Terra, o Senhor do Universo. Pela oração, ele liga-se a este Ser sublime que é a imensidão, o infinito, a eternidade. E é justamente graças a esta ligação que ele tem a possibilidade de atrair elementos dos mundos superiores. Estes elementos, estas partículas, provenientes das regiões sublimes, têm uma força prodigiosa. Se conseguirdes captar pelo menos um deles, ele entrará para purificar, restabelecer, harmonizar, iluminar tudo em vós, e este estado benéfico poderá mesmo agir sobre todos aqueles que vos rodeiam.

Mesmo os seres mais fracos, com menos recursos, possuem esse átomo da oração graças ao qual podem ligar-se ao Céu para ultrapassar as provações. Mesmo que lhes falte tudo - dinheiro, alimentos, roupa -, mesmo que estejam presos, tornam-se poderosos. A saúde, o dinheiro, a inteligência, não são dados a toda a gente, mas todos podem utilizar o poder deste átomo para pedir, para insistir, a fim de que os espíritos luminosos venham em sua ajuda. Para a evolução, para o avanço espiritual, são estas faculdades que contam. Neste domínio, é possível que sejam os pobres, os deserdados, os infelizes os moribundos, que possuem mais força, enquanto os outros estão anestesiados e adormecidos porque têm tudo.

Quando tiverdes que enfrentar grandes dificuldades, se não pedirdes nada, ficareis impotentes. Este átomo da oração é o único que pode remediar tudo; mas, se não lhe derdes qualquer atividade, suportareis interiormente tudo o que estava previsto. A força deste átomo está no domínio psíquico, quer dizer, nos vossos pensamentos, nas vossas emoções. Graças à oração, mesmo que exteriormente nada mude, vós não podereis permanecer no mesmo estado interior. Se estiver um tempo de neve, tereis frio; se ficardes doentes, sofrereis; mas a oração produziu mudanças em vós próprios...


Omraam Mikhaël Aïvanhov



Fonte: Publicações Maitreya, Porto, Portugal
https://publicacoesmaitreya.pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PEREGRINAÇÃO À LUZ


O dom da visão é a maravilha da criação. Somos treinados para ver a realidade dentro da qual vivemos, nos movemos e existimos. Não é um dom que podemos ter, mas é o dom que recebemos continuamente. Ao devolvê-lo, ao deixá-lo ir, nós o recebemos de volta mais plenamente. Portanto, quanto mais meditamos, mais o fazemos sem exigências ou expectativas. Saber que Deus nos criou para participar do ser está tomando forma em nós sem que tenhamos consciência disso. A luz da consciência na qual nos expandimos torna-se plena de uma forma que a obscura autoconsciência do ego nunca pode ser.

Para aqueles que caminham humildemente nesta peregrinação orante à luz, este é o conhecimento essencial de que precisam. Conhecimento é experiência. Assim é a Palavra que, uma vez pronunciada, torna o ouvinte consciente.

Isso nos tira de padrões antiquados e rígidos e nos convida a respirar mais profundamente na realidade em expansão e a mover nosso centro de consciência para além da preocupação consigo mesmo. Trata-se de descobrir que nosso centro está em Deus.

O menos importante é como chegamos a esta viagem. O importante é que começamos. E para iniciá-la, devemos de alguma forma entrar em um verdadeiro compromisso. Esse momento de entrega, de entrega do ego, é a fissura que se abre na parede do ego que, por mais fugaz e pequena que seja a princípio, permite que a luz penetre. A luz fluirá cada vez com mais força até penetrar no que bloqueia a translucidez daquela parede.

Esse momento de compromisso está sempre disponível para nós. Não é um ideal ausente, uma possibilidade teórica, mas é sempre uma realidade presente acessível pela fé. A questão é: estamos presentes o suficiente para vê-lo, para ouvir o convite e responder a ele? Cada momento é o momento porque cada momento está cheio de significado divino. "Agora é a hora certa." Todo o tempo é o "momento de Cristo". Como um amante, como um jardineiro, Deus espera pacientemente nossa resposta, nosso crescimento.

Um trecho de “ Monastery Without Walls ”, John Main OSB, Spiritual Letters, (Norwich: Canterbury, 200), pp. 127-128.


Carla Cooper



Fonte: WCCM Espanha - Comunidad Mundial para la Meditación Cristiana
http://wccm.es/
Traduzido por WCCM España e para o português por este blog.
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

domingo, 9 de abril de 2023

A PÁSCOA COMO UM FESTIVAL JUDAICO-CRISTÃO E MITO DA DEUSA OSTARA


Trocamos e comemos ovos de chocolate trazidos pelo coelho da Páscoa. Tudo dentro de um festejo cristão. Entretanto, o que quase ninguém sabe é o fato de que essa tradição não é cristã. De uma antiga tradição anglo-teuto-saxã a Igreja assimilou os símbolos e os reinterpretou junto à tradição da Ressurreição de Cristo-Jesus dando início, assim, à Páscoa cristã. 

Essa antiga tradição trata-se de Eostre, Ēostre, Ostara ou Ostera que é a deusa da fertilidade, amor e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica. Na primavera, lebres e ovos coloridos eram os símbolos da fertilidade e renovação a ela associados.

De seus cultos pagãos originou-se o termo Inglês Easter e Ostern em alemão. Os antigos povos nórdicos comemoravam o festival de Eostre no dia 30 de Março. Eostre ou Ostera (no alemão mais antigo) significa “a Deusa da Aurora”. É uma Deusa anglo-saxã, teutônica, da Primavera, da Ressurreição e do Renascimento. Ela deu nome ao Sabbat Pagão, que celebra o renascimento, chamado de Ostara.

Considerando-a como uma imagem arquetípica, Ostara vive nas festividades pascais, no imaginário coletivo, até hoje. O ovo e o coelho são símbolos dessa ressurreição e renovação do ser humano.

Com o passar do tempo, o cristianismo foi substituindo as festividades pagãs de Ostara pela Páscoa. Substituiu, mas retendo seus costumes mais os ovos e o coelho. Até a palavra Páscoa em inglês, Easter, tem origem em Eostre.

O Mito da Deusa Ostara

Todos nós sabemos do valor da Mitologia para as Antigas Civilizações. Não importa o tempo ou o espaço, foi uma prática comum (e continua sendo) entre nós, utilizarmos histórias com um forte simbolismo para marcarmos ensinamentos e ideias que enxergamos em nossa existência. Dessa forma, fomos capazes de transmitir, ao longo de milhares de gerações, a nossa tradição, com ideias que se fazem presentes até hoje, mesmo que com outra “roupagem”, chamemos assim.

Dito isso, é certo que atualmente não cultuamos Zeus, Cronos e tantos outros Deuses antigos, mas ainda vivemos seus mitos e dilemas. Os mitos, portanto, seguem vivos, pois são um retrato da natureza humana, não apenas um elemento cultural de homens e mulheres do passado.

Frente a isso, é importante o estudo dos mais diferentes mitos para conhecermos um pouco mais dessas ideias que outrora estiveram em alta naquelas civilizações. Uma grande parte dessas histórias fantásticas nos fala do tempo da natureza, que nada mais são que marcos na ciclicidade em que vivemos. Assim, foi bem comum, por exemplo, existirem Deuses que representavam o nascer e o pôr do sol, a lua, em suas diferentes fases e também as estações do ano. Todos eles apresentam um simbolismo próprio, referente às ideias que podemos encontrar em cada um desses momentos. Acima disso, a marcação desses fenômenos mostram o valor de cada etapa desses ciclos, remetendo-nos à ideia de que, na natureza, há um momento próprio para tudo.

... Um desses eventos da natureza, tão especial para nossa vida, é o mito da Deusa Ostara.

De início, é preciso entendermos que Ostara (ou Eostre) é uma Divindade do Panteão Anglo-saxão e seus principais atributos são o Amor, a Fertilidade e o Renascimento. Representada como uma mulher que passeia pelos bosques, seu culto estava vinculado ao início da primavera, tanto que a própria palavra “Ostara” demarca o primeiro dia dessa estação do ano. A Deusa também é conhecida por ter lebres ao seu redor, sendo este animal uma de suas representações. Os motivos são vários, mas a lebre é um dos primeiros animais a aparecer nas florestas após o inverno e sua capacidade de reprodução também é um símbolo marcante de fertilidade.

Esses atributos, porém, guardam em si ideias mais profundas. Portanto, pensemos sobre cada uma delas. Começando pela primavera, a estação que representa a volta do Sol, após o inverno. É o início de mais um ciclo, que também chamamos de renascimento. Assim, a natureza, após recolhida devido o inverno, agora começa a surgir para um outro momento: as árvores voltam a florescer, as sementes a germinar. É o início da vida. Não por acaso, a Deusa Ostara também foi relacionada com a aurora, simbolizando também a chegada desse novo momento.

Um outro ponto marcante da primavera é a sua natureza de renovação, no qual as folhas secas, soltas no outono, renascem mais uma vez nesta estação. De modo simbólico, essa mesma renovação deveria acontecer conosco. Quantas vezes, por exemplo, carregamos “folhas mortas” em nossas vidas, as quais não largamos pelo apego àquilo que, um dia, já foi vivo? Quantas emoções negativas guardamos conosco e que nos arrasam sempre que lembramos de um acontecimento ou trauma? Assim, do mesmo modo que todos os dias renovamos nosso corpo, tratando-o com banhos e demais elementos de higiene pessoal, é fundamental fazermos essa higiene em nossos pensamentos e emoções, para que essa sujeira possa sair de nós e dar espaço para florescer aspectos melhores em nossa psique.

Esse aspecto da renovação, própria da primavera, também envolve o mito de Ostara ao relacioná-la às crianças. De acordo com a Mitologia, a Deusa tinha uma afeição especial pelos pequeninos, que sempre a rodeavam. Como podemos notar, a infância, a primeira expressão ou fase da vida, estaria diretamente associada à primavera. Já a vida adulta, caracterizada pela potência máxima de nossa energia e capacidades, seria o verão. A maturidade é o outono, uma vez que seria o momento de nos recolhermos e sintetizar aquilo que aprendemos. Por fim, a velhice estaria associada ao inverno, o período de descanso e morte, na qual passaríamos desta existência para o mistério, aquilo que jamais poderemos compreender plenamente enquanto vivos.

Conta um dos seus mitos que, certa vez, ao estar ao redor das crianças, a Deusa recebeu a visita de um pássaro. Ao pousar em sua mão, ele se transformou em uma lebre para agradar a Divindade, pois sabia que esse era o seu animal preferido. Entretanto, como aquele animal não era a sua verdadeira natureza, o pássaro (que estava na forma de lebre) ficou triste. As crianças, tendo piedade do animal, pediram para Ostara transformá-lo novamente em sua verdadeira forma, mas a Deusa não conseguiu. Disse então para esperar a primavera, momento em que seus poderes estariam no auge, e assim, talvez, conseguisse reverter a magia. Ao chegar a primavera, Ostara mais uma vez tentou reverter a magia que aprisionava o pássaro e dessa vez foi bem sucedida. A ave, agora livre, agradeceu à Deusa colocando ovos em sua homenagem. Assim nascia a tradição de, na primavera, ou no dia de Ostara, presentear as pessoas com ovos.

Isso não nos lembra alguma outra festividade? Se você lembrou da tradicional troca de ovos da Páscoa, saiba que você está correto. Como bem sabemos, a Páscoa é uma celebração Judaico-cristã, porém, com a chegada da Idade Média e o domínio da cultura cristã frente às demais culturas da Europa, muitos simbolismos e ideias foram integradas nas celebrações do Cristianismo. Desse modo, a Deusa Ostara e seu simbolismo foram incorporados à Páscoa, pois, assim como a transição para um novo momento, o termo “Páscoa” advém do hebraico “Pessach”, que significa “passagem”. Para os cristãos, a Páscoa representa exatamente o momento de morte da carne ou daquilo que é temporal, para um momento espiritual, simbolizado na morte e ressurreição de Cristo. Assim, devemos buscar esse nascimento espiritual, que só poderá ser realizado quando nos desapegamos dos nossos aspectos materialistas, dos nossos desejos mais mundanos. Não por acaso, o carnaval – outra celebração da cultura pagã -, que foi incorporado ao calendário cristão, simboliza essa “despedida da carne”, ou seja, o início dessa jornada até o nascimento espiritual.

Neste ponto podemos refletir sobre como culturas distintas, advindas de diferentes origens e povos, conseguiram, à sua maneira, traduzir ideias similares em seu modo de vida e cultura. Temos uma forte tendência a querer defender nossas concepções e estilos de vida a qualquer preço, julgando-nos como os certos, enquanto isso, os outros, aqueles diferentes de nós, julgamos como os errados. Essa postura, ao longo da história da humanidade, nos levou a guerras e sofrimentos inimagináveis. Porém, se olharmos bem para o outro, enxergando a essência das suas expressões e não a sua forma, poderemos perceber como somos parecidos. Cada cultura, cada pessoa tem uma maneira de se colocar no mundo, porém, todos nós fazemos parte da humanidade. Representamos, em última análise, essa ideia que é o Ser Humano.

Assim, quando celebramos a Páscoa, sabemos que essa é uma festividade Judaico-cristã e que compõe grande parte da nossa cultura Ocidental, porém, ela é composta por uma série de outras tradições que, em maior ou menor grau, agregam elementos para esse simbolismo e significado da natureza. Quando reconhecemos esse valor de integrar novos pontos de vista em nossa vida, aprendemos a olhar com empatia para os outros, sejam pessoas, culturas ou grupos que são diferentes de nós. Talvez, no fim, esse seja o verdadeiro renascimento que precisamos em nossas vidas: conseguirmos renovar nossa perspectiva frente ao mundo, o Universo e a humanidade. Desse modo, a Deusa Ostara não será apenas uma Divindade esquecida nas areias do tempo, fruto de uma cultura antiga que hoje já não tem seguidores, mas sim uma ideia que vive em cada um de nós e que precisa se expressar em sua melhor forma.

Que façamos com que essas ideias continuem a viver e que passem pelo tempo e por nós, transformando-nos em nossa melhor versão.



Fonte do Texto e da Gravura: Wikipédia e https://feedobem.com/artigos/destaque/conhecendo-a-deusa-ostara/

O QUE O ESPIRITISMO TEM A DIZER SOBRE A PÁSCOA


Uma das mais antigas e importantes comemorações religiosas, a Páscoa é uma data amplamente conhecida ao redor do mundo, que reúne tradições de diversas culturas e religiões. Para os fiéis católicos, a Páscoa significa a ressurreição de Jesus Cristo após sua morte na cruz. Para o Judaísmo, a data celebra a libertação dos povos judeus que foram escravizados no Egito, conduzida por Moisés. Ainda além e até mesmo fora do cristianismo, as culturas pagãs mediterrâneas também comemoravam a Páscoa, por meio do culto a Ostera*, deusa da primavera e fertilidade.

Mas e quanto ao Espiritismo? O que essa religião tem a dizer sobre a celebração da Páscoa?

Inicialmente, é importante salientar que a religião espírita, apesar de ser uma vertente do cristianismo, possui algumas diferenças quanto à interpretação de certos acontecimentos bíblicos. Um desses acontecimentos é o momento da ressurreição de Cristo: para o Espiritismo, uma vez que o corpo é desconectado do espírito, sua decomposição se inicia imediatamente e, portanto, é impossível que aconteça uma ressurreição corporal, física. Desse modo, Jesus teria aparecido a Maria de Magdala e aos discípulos em seu corpo espiritual, que é chamado “perispírito”.

Por esse motivo, a Doutrina Espírita não comemora a Páscoa como o catolicismo, uma vez que não reconhece a ressurreição física de Cristo. Contudo, os espíritas defendem a ideia de que a vida imaterial é inexaurível, e que a morte não existe senão no campo material. Por isso, Jesus sempre esteve presente como prometera: ele nunca havia morrido. Independentemente da escolha de uma data – como a Páscoa -, Cristo e seus ensinamentos devem ser relembrados e praticados em todos os dias de nossas vidas, porque Ele permanece vivo entre nós.

Todavia, apesar de não acatarem à interpretação da ressurreição carnal de Jesus Cristo, os espíritas não invalidam a celebração da Páscoa. Além de respeitarem todas as manifestações religiosas das diversas igrejas, essa vertente do cristianismo encara a Páscoa como uma oportunidade para celebrar a liberdade, tanto dos judeus no Egito quanto de qualquer outro povo. Além disso, os Dez Mandamentos devem ser lembrados nesse dia como o primeiro código que incorporou a moral e o amor a Deus às nossas bases sociais. Até mesmo a ressurreição de Cristo é tida, enfim, como um momento para homenagear a imortalidade do espírito.

Portanto, é fato dizer que os espíritas não comemoram a Páscoa como os católicos ou judeus. Mas a Doutrina reconhece essa data como um momento de reflexão, de manifestar nosso amor a Deus e ao próximo e de praticar os ensinamentos de Cristo. Para o Espiritismo, a Páscoa deve acontecer dentro de nós a cada dia de nossas vidas. Então, nessa data, reflita. Ame, medite, tome consciência de seus atos e de seu valor; vivencie a compaixão e a caridade que Ele nos ensinou. Permita essa renovação para que ela se repita a cada dia. No fim, vale lembrar que a Páscoa representa a vitória da vida, e, no Espiritismo, a vida é definida pelo amor!


* OSTERA - ver texto em https://coletaneas-espirituais.blogspot.com/2023/04/a-pascoa-como-um-festival-judaico.html



Escrito por "Eu Sem Fronteiras"
https://www.eusemfronteiras.com.br/visao-espirita-da-pascoa/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/coelho-lebre-relva-grama-animal-1903016/

RESSURREIÇÃO: UM NOVO TEMPO PRENUNCIA-SE


A trajetória percorrida pela humanidade da superfície da Terra levou-a a identificar-se tão acentuadamente com o lado externo da vida que o seu contato com mundos sutis e com a simbologia oculta na própria existência material foi praticamente desaparecendo.

Os símbolos contêm em si a síntese de realidades intemporais; transcendem, portanto, a cronologia do mundo material e, sob véus, guardam indicações que podem ser compreendidas com diferentes chaves.

Segundo HPB (Helena Petrovna Blavatsky) todo símbolo apresenta-se sob sete chaves, e cada uma delas deve ser girada sete vezes. Portanto, por ter direta relação com os níveis de consciência, um símbolo pode ser compreendido sob a luz de sete vezes sete energias. HPB disse também que no século XIX, época em que escreveu "A Doutrina Secreta", apenas três dessas chaves estavam disponíveis ao homem. Ao longo dessa obra são dadas indicações que podem conduzir o estudante ao descobrimento dessas chaves, que estão coligadas às seguintes abordagens: antropológica, astrológica, astronômica, física ou fisiológica, geométrica, metafísica, mística, numérica, psicológica.

Na atual transição planetária, muitos setores dos arquivos akáshicos (1) que no passado permaneciam velados, exceto aos Iniciados de graus mais avançados (de Quinta Iniciação em diante), agora estão se tornando acessíveis a partir da Terceira Iniciação. Em raros casos, quando sob a égide de uma Hierarquia (6), alguns contatos com esses registros podem ser estabelecidos mesmo por Iniciados de segundo grau.

Essa ampliação da possibilidade de acesso aos arquivos akáshicos repercute em toda a esfera planetária, permitindo ao homem perceber mais claramente certos assuntos, antes para ele abstratos, e penetrar regiões da consciência até então inatingíveis. Isso é válido principalmente para o ser resgatável, por ter ele de alguma maneira acolhido o impulso da Luz interior. Em outras palavras, esse processo faz o Céu aproximar-se da Terra, e a Terra elevar-se ao Céu.

Certas passagens da vida de Jesus representam etapas iniciáticas. Todavia, o que se deu com o Cristo, em Jesus, desde a sua prisão até a ressurreição (2), corresponde, também, a fases específicas da atual transição planetária. Para se compreender isso deve-se fazer, portanto, leituras diferentes dos mesmos acontecimentos simbólicos.

Esta transição é um processo tão amplo e de repercussões tão profundas na evolução de todo o planeta — e também do sistema solar — que seu verdadeiro significado não foi ainda apreendido pelos seres resgatáveis (3). Quando reconhecida como uma realidade já em ato, na maioria dos casos sua essência é deturpada pelo egoísmo ainda presente nesses seres, o que os leva a se focalizarem em sua própria salvação e na dos seus entes coligados. Todavia, muito maiores são as dimensões da oportunidade que foi, está e será colocada diante dos homens da superfície da Terra nesta época.

"Bem-aventurados os que não viram e creram." (João 21,23)

Mesmo considerando-se que no decorrer dos tempos alterou-se em vários pontos o sentido original dos textos dos Evangelhos — seja pela própria limitação de alguns tradutores, que não sendo Iniciados não podiam penetrar corretamente o seu significado; seja pela limitação das línguas modernas, que não têm vocábulos adequados para exprimir certas realidades interiores; seja pela intenção de alguns indivíduos de preservarem seus dogmas e dominarem a maioria ignorante — ainda assim podemos encontrar, na versão atual desses textos, certas passagens simbólicas que nos permitem aproximar-nos um pouco mais da Verdade oculta na manifestação do Cristo. É importante ressaltar que a energia imbuída nessas passagens não está nas palavras escritas, mas emerge do contato com a Fonte de onde foram gerados os fatos ali descritos. Portanto, a meta de um estudo revelador não é o conhecimento dos fatos em si, mas a construção de uma ponte com a Vida que sustém toda a Árvore da Criação.

O processo vivido por Cristo, em Jesus, desde a sua prisão até a ressurreição, processo que espelha os dias atuais, pode ser sintetizado em sete etapas (4):

1 - A prisão: a traição da humanidade.

2 - O julgamento: a escolha dos homens.

3 - O caminho da cruz: o gradual despertar do ser.

4 - A crucificação: o sacrifício como meio de transmutação.

5 - Os momentos finais no Gólgota: a reação inevitável.

6 - O sepultamento: uma nova oportunidade para os que se calaram.

7 - A ressurreição: o novo tempo prenuncia-se.


A Ressurreição: o novo tempo prenuncia-se

Passados três dias do sepultamento, Maria Madalena e algumas outras mulheres dirigem-se ao túmulo de Jesus e encontram-no aberto; um anjo avisa-lhes que Jesus ressuscitara.

A renúncia realizada por Cristo-Jesus, no horto de Getsêmani, dois mil anos atrás, não dizia respeito a uma Iniciação comum: o que se passou naquela ocasião abrangeu não apenas uma Consciência individual, mas toda a Hierarquia planetária. Por esse meio ficou selado o compromisso silencioso e invisível de redenção da vida material da superfície da Terra, compromisso vivido plenamente pelo atual Instrutor do Mundo, o Cristo, e assumido por toda a Hierarquia do planeta. Assim, a condução da matéria à renúncia, levando-a a render-se à vontade do Espírito, teve o seu princípio ativado de maneira especial por uma consciência cósmica, o Cristo, que imprimiu sua energia no íntimo de cada átomo físico numa voltagem até então desconhecida, e introduziu na vida terrestre de superfície a possibilidade de um dia ser receptáculo adequado para a chama divina. Essa "crucificação", que teve início há dois mil anos, prossegue até os dias de hoje, por ter sido a abertura de um processo ainda não consumado; este, porém, aproxima-se de um desfecho.

É visível o processo de "crucificação" pelo qual o planeta está passando, mas quem sabe ler nas entrelinhas da crônica fatalista e caótica dos dias de hoje percebe o fluir de uma seiva que é a essência da nova vida. Ao compreender mais profundamente tal realidade, o homem começa a compartilhar dessa energia que move a grande e iminente transformação planetária, e, agindo em prol dessa transformação, a ela dedica-se por inteiro.


Trigueirinho



Fonte: do livro "O Mistério da Cruz na Atual Transição Planetária"
Ed. Irdin, Carmo da Cachoeira/MG, 2018
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/jesus-cristo-deus-sagrado-esp%c3%adrito-4779543/



Notas:

1 - Arquivos akáshicos. Níveis de consciência onde estão gravadas as informações sobre todo o Universo, desde o princípio de sua manifestação até o seu retorno aos mundos incriados.

2 - Ressurreição. Um dos mais ocultos processos interiores para o homem de superfície da Terra. Na atual transição planetária, a completa experiência desse processo ocorre quando o ser alcança a Sétima Iniciação, integrando-se à Hierarquia Solar.

3 - Seres resgatáveis. Seres, dos vários reinos existentes na Terra, capazes de responder aos estímulos evolutivos e de integrarem-se à parcela da vida planetária que permanecerá incólume durante os conflitos mais agudos da atual transição.

4 - Os episódios citados nos itens a seguir constam nos Evangelhos de Mateus (26,36 a 28,15), de Marcos (14,32 a 16,11), de Lucas (22,39 a 24,12) e de João (18,1 a 20,18).

5 - Energia feminina. A energia em si é neutra, porém quando se manifesta na vida física cósmica ela pode assumir qualidade receptiva (feminina) ou criativa (masculina). A Terra atualmente ingressa em uma fase na qual a energia feminina caracterizará seus processos evolutivos.

6 - Hierarquia planetária. Consciências que, a partir de níveis profundos, conduzem a vida planetária à consecução do seu propósito espiritual.

O ESPÍRITA E A PÁSCOA


O Espiritismo não celebra a páscoa, mas respeita as manifestações de religiosidade das diversas igrejas cristãs, e também não proíbe que seus adeptos manifestem sua religiosidade.

Páscoa, ou passagem, simboliza a libertação do povo hebreu da escravidão sofrida durante séculos no Egito, mas no Cristianismo comemora a ressurreição do Cristo, que se deu na páscoa judaica do ano 33 da nossa era, e celebra a continuidade da vida.

O Espiritismo, embora sendo uma doutrina cristã, entende de forma diferente alguns dos ensinamentos das igrejas cristãs. Na questão da ressurreição, para nós, espíritas, Jesus apareceu à Maria de Magdala e aos discípulos, com seu corpo espiritual, que chamamos de perispírito. Entendemos que não houve uma ressurreição corporal, física. Jesus de Nazaré não precisou derrogar as leis naturais do nosso mundo para firmar o seu conceito de missionário. A sua doutrina de amor e perdão é muito maior que qualquer milagre, até mesmo a ressurreição.

Isto não invalida a festa da páscoa se a encararmos no seu simbolismo. A páscoa judaica pode ser interpretada como a nossa libertação da ignorância, das mazelas humanas, para o conhecimento, o comportamento ético-moral. A travessia do Mar Vermelho representa as dificuldades para a transformação. A páscoa cristã representa a vitória da vida sobre a morte, do sacrifício pela verdade e pelo amor. Jesus de Nazaré demonstrou que se podem executar homens, mas não se consegue matar as grandes ideias renovadoras, os grandes exemplos de amor ao próximo e de valorização da vida.

Como a páscoa cristã representa a vitória da vida sobre a morte, queremos deixar firmado o conceito que aprendemos no Espiritismo, que a vida só pode ser definida pelo amor, e o amor pela vida. Foi por isso que Jesus de Nazaré afirmou que veio ao mundo para que tivéssemos vida em abundância, isto é, plena de amor.


Amílcar Del Chiaro Filho



Fonte: Centro Espírita Jesus é o Caminho
https://www.cejesuseocaminho.com.br/visao-espirita-da-pascoa
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/coelhinho-da-p%c3%a1scoa-coelho-95096/

sábado, 8 de abril de 2023