O dom da visão é a maravilha da criação. Somos treinados para ver a realidade dentro da qual vivemos, nos movemos e existimos. Não é um dom que podemos ter, mas é o dom que recebemos continuamente. Ao devolvê-lo, ao deixá-lo ir, nós o recebemos de volta mais plenamente. Portanto, quanto mais meditamos, mais o fazemos sem exigências ou expectativas. Saber que Deus nos criou para participar do ser está tomando forma em nós sem que tenhamos consciência disso. A luz da consciência na qual nos expandimos torna-se plena de uma forma que a obscura autoconsciência do ego nunca pode ser.
Para aqueles que caminham humildemente nesta peregrinação orante à luz, este é o conhecimento essencial de que precisam. Conhecimento é experiência. Assim é a Palavra que, uma vez pronunciada, torna o ouvinte consciente.
Isso nos tira de padrões antiquados e rígidos e nos convida a respirar mais profundamente na realidade em expansão e a mover nosso centro de consciência para além da preocupação consigo mesmo. Trata-se de descobrir que nosso centro está em Deus.
O menos importante é como chegamos a esta viagem. O importante é que começamos. E para iniciá-la, devemos de alguma forma entrar em um verdadeiro compromisso. Esse momento de entrega, de entrega do ego, é a fissura que se abre na parede do ego que, por mais fugaz e pequena que seja a princípio, permite que a luz penetre. A luz fluirá cada vez com mais força até penetrar no que bloqueia a translucidez daquela parede.
Esse momento de compromisso está sempre disponível para nós. Não é um ideal ausente, uma possibilidade teórica, mas é sempre uma realidade presente acessível pela fé. A questão é: estamos presentes o suficiente para vê-lo, para ouvir o convite e responder a ele? Cada momento é o momento porque cada momento está cheio de significado divino. "Agora é a hora certa." Todo o tempo é o "momento de Cristo". Como um amante, como um jardineiro, Deus espera pacientemente nossa resposta, nosso crescimento.
Um trecho de “ Monastery Without Walls ”, John Main OSB, Spiritual Letters, (Norwich: Canterbury, 200), pp. 127-128.
Carla Cooper
Fonte: WCCM Espanha - Comunidad Mundial para la Meditación Cristiana
http://wccm.es/
Traduzido por WCCM España e para o português por este blog.
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
Nenhum comentário:
Postar um comentário