sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

A AUTODESTRUIÇÃO NUMA PRECISA ANOTAÇÃO ESPÍRITA

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1 milhão de pessoas se matam por ano em todo o mundo. A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio. Somente no Brasil, quase 30 pessoas se suicidam por dia, e infelizmente os números são crescentes. As maiores incidências são nos países ricos. O leste europeu registra um dos mais altos índices de suicídio proporcionalmente. Países da Ásia, como Coreia do Norte, China e Japão são os recordistas mundiais.

Em 2014, mais de 25 mil pessoas cometeram suicídio no Japão. Isso dá uma média de 70 por dia. A maioria é de homens. O assunto voltou a ter destaque recentemente com o suicídio de um homem de 71 anos, que ateou fogo no corpo dentro de um trem bala. Para o psicólogo Wataru Nishida, da Universidade Temple, em Tóquio, a solidão na velhice é o fator número um que antecede a depressão e o suicídio. Tese que encontra respaldo em John Cacioppo, cientista e professor de psicologia da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, que sugere ser o isolamento um fator impactante para acelerar o extermínio “prematuro” do idoso solitário. Para Cacioppo há fatores de risco em face do sentimento de solidão, dentre os quais estão a interrupção frequente do sono, elevação da pressão arterial, aumento do cortisol (hormônio do estresse), alterações no sistema imunológico e aumento da depressão. [1]

Talvez realmente a solidão seja preocupante enfermidade dos dias de hoje. Mas não são apenas os idosos homens com problemas pessoais que estão tirando suas vidas. O índice vem crescendo rapidamente entre homens jovens, fazendo com que o suicídio seja a principal causa de morte entre os homens japoneses com idades entre 20 e 40 anos. E as evidências apontam que estes jovens estão se matando porque perderam completamente a esperança e são incapazes de pedir ajuda. [2]

Para alguns pesquisadores as causas do suicídio podem estar relacionadas a distúrbios psicossociais, como exclusão, dependência química, desesperança e traumas emocionais. Não raro, o suicídio é tido como consequência da depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, anorexia e desvios de personalidade. E os especialistas procuram responder o que leva o ser humano a desrespeitar o seu instinto de autopreservação.

Sob a tese sociológica, o escritor francês Albert Camus, no seu livro intitulado “O Mito de Sísifo” defende a tese que só existe um problema filosófico realmente grave: o suicídio - Julgar se a vida vale ou não a pena ser vivida é responder a questão de filosofia. Que o confirmem os peculiares escritores Artur Shopenhauer no seu macabro livro “As Dores do Mundo”, que induz o leitor fragilizado ao suicídio, e Friederich Nietzsche, que em “Assim Falava Zaratustra” afirma que orar é vergonhoso. Emille Durkhein, um dos maiores pesquisadores das teses suicidógenas, afirma que a culpa maior para uma pessoa cometer um ato tão extremo, de vencer o próprio instinto de conservação é da sociedade, que é a grande pressionadora para esse ato extremo do homem - é o ser psicológico sendo abatido pelo ser social.

Os Espíritos explicam que o adiamento de uma dívida moral significa reencontrá-la mais tarde com juros somados com cobrança sem moratória. A vida na Terra foi dada como prova e expiação e depende de cada um lutar com unhas e dentes para ser feliz o quanto puder, amenizando as suas dores com amor. [3] Como explicar o descontentamento da vida que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos indivíduos? Certamente é resultado da ociosidade, da falta de fé, e também da saciedade. É óbvio que ninguém tem o direito de acabar com a própria vida. O suicídio é uma grave transgressão às leis de Deus.

O suicídio cometido por desgosto da vida é uma brutal estupidez, uma loucura. Ora, por que tais infelizes rebeldes da vida não trabalhavam para o próximo? Com certeza a existência seria menos pesada. Infelizes são os que não têm a coragem de suportar as adversidades da existência. Deus ajuda os que sofrem e não os que carecem de energia e de coragem. As consternações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados. O suicídio é resultado da ociosidade, da falta de fé, e geralmente da saciedade. [4]




Jorge Hessen




Fonte do Texto e da Gravura: do Blog "Artigos Espíritas"
https://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com.br





Referência bibliográficas:

[1] Disponível em http://oglobo.globo.com/saude/solidao-aumenta-em-14-as-chances-de-idosos-morrerem-de-forma-prematura-11609030#ixzz2yAIPeewV,acesso em 05/10/2015

[2] Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150705_japao_suicidio_rb, acesso em 07/10/2015

[3] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, questão 920, RJ: Ed. FEB. 2000

[4] Idem, questões de 943 a 949

MANIFESTAÇÕES ESPIRITUAIS DO AMOR

Os espíritos luminosos do mundo invisível estão sempre a fazer trocas de amor: eles encontram-se no espaço, saúdam-se, penetram-se uns aos outros com raios puros e continuam a sua rota. Não ter corpo físico não impede que se faça trocas e se ame. Também vós fazeis, com as criaturas que vos rodeiam, milhares de trocas que não são físicas. Não dais beijos a toda a gente, não tomais toda a gente nos braços, mas não parais de ter encontros que vos alimentam e vos tornam felizes. Por que não haveis de aumentar o número e a qualidade dessas trocas? O amor, tal como é compreendido pela maioria dos humanos, esse amor ávido, egoísta, possessivo, ciumento, cruel, é uma verdadeira escravatura. Vós direis: «Mas nós temos um corpo, não podemos manifestar-nos como anjos.» Ficai a saber que, na realidade, não é o vosso corpo que mais se opõe às manifestações espirituais do amor, é o vosso mundo psíquico, que não aprendestes a controlar, a iluminar. Ter um corpo não nos impede de nos aproximarmos desta concepção espiritual do amor, pois a alma e o espírito em nós são tão reais como o nosso corpo físico e podem fazer trocas com todas as outras almas e todos os outros espíritos do universo.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

UMA DAS QUALIDADES INERENTES DA ÁGUA (MIKVEH)

Os kabalistas há muito tempo reconheceram e abraçaram os benefícios espirituais da água. É o seguinte: Andamos pelo mundo e encontramos pessoas que podem nos olhar com desdém, pessoas que podem ter inveja de nós, pessoas que podem ter raiva de nós. Na verdade, nunca sabemos realmente que pensamentos os outros podem ter a nosso respeito.

Quando imergimos nossos corpos na água, neutralizamos essas forças negativas, sejam elas quais forem ou de onde venham. Essa imersão é uma ferramenta kabalística chamada mikveh.

A água representa o fluido amniótico e, assim, quando imergimos na água, vivenciamos um tipo de retorno ao útero. Então, quando emergimos da água, é como se tivéssemos acabado de renascer. O poder da água está na sua capacidade de remover a negatividade espiritual que se prende a todos nós diariamente.

Um dos 72 Nomes de Deus, Vav Mem Bet, nos ajuda na conexão com a qualidade espiritual inerente da água e a purificar as águas que bebemos e utilizamos todos os dias. Os kabalistas dizem que a água pode curar naturalmente, nos rejuvenescer e nos conectar com a energia da Força da Vida. Passe seus olhos por essas letras para ajudá-lo a conectar-se com este poder.

(obs.: ler e/ou visualizar as três letras da direita para a esquerda)




Karen Berg





Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com

RECONHECENDO A UNICIDADE E O CONHECIMENTO DO ABSOLUTO (BRAHMAJNANA)

Todos são filhos de Deus. Ele é o único Senhor da humanidade. As pessoas podem parecer diferir em seus nomes e formas, e em suas crenças e práticas. Mas o pai é somente um. O reconhecimento desta verdade básica de unicidade é Brahmajnana (Conhecimento do Absoluto). Este conhecimento não é adquirido pelo estudo das escrituras e pela realização de discussões metafísicas. O que tem de ser reconhecido é a verdade de que cada ser no universo é uma encarnação do Supremo. A consciência da unidade que incorpora a diversidade é o conhecimento mais elevado. A simples tradição livresca é inútil. Todas as religiões têm ensinado o que é bom, e todos devem levar uma vida justa baseada neste conhecimento. Se as mentes são puras, como pode qualquer religião ser má? Todas as religiões são caminhos diferentes, levando a um e o mesmo destino. Todos os devotos devem experimentar esta verdade e viver de acordo com ela em suas vidas diárias, dando um exemplo para o resto do mundo. Sua devoção não deve ser artificial. Eles devem aderir ao caminho certo, levar vidas justas e, assim, experimentar a bem-aventurança duradoura. Só então seu esforço espiritual será frutífero. (Discurso Divino, 8 de janeiro de 1988)






Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

CHRISTO - ABRAXAS - BAPHOMET - THELEMA

Eis aqui quatro palavras, e no fundo uma só. Eis aqui quatro forças, contudo, em essência, uma força única: a LUZ...

Os primitivos cristãos, que não esqueceram os Mistérios, foram Gnósticos e serviram-se dos símbolos antigos. Disto temos uma nova prova magnífica.

Uma das coisas que mais me impressionou em minha viagem ao Oriente, foi a mesquita HAGUIA SOPHIA (antiga Basílica de Santa Sophia) de Constantinopla. Esse templo único no mundo, foi construído no ano 325, pelo Imperador Constantino.

Depois da conquista turca, verificada em 1453, a basílica cristã foi convertida em mesquita maometana. Com este propósito, foram retirados as imagens e a ornamentação cristãs, mas como se tornou extremamente dispendioso arrancar o assoalho da basílica e substitui-lo por outro, resolveram cobrir o assoalho da igreja com terra e pavimentar o templo com lousas, ocultando assim o assoalho da igreja que era um afiligranado mosaico, único no mundo. A verificação desta verdade data de pouco tempo. Ao serem executados certos trabalhos, no referido templo, descobriram – oh! surpresa - que o mosaico antigo era representação de um grande quadro em cujo centro se distinguia o CRISTO e em que se lia a seguinte legenda: ”EU SOU A LUZ”.

Tudo de fato que o cristianismo adotou posteriormente, deriva desta primeira ideia gnóstica de que o CRISTO simbolizava o SOL. CRISTO era, portanto, um primeiro aspecto derivado do PAI, do SOL CENTRAL.

Essa Luz atua de modos diferentes. Para os Gnósticos tinha aspectos e um dos principais é patenteado pelo símbolo ABRAXAS que em seu valor numérico dá 365. Abraxas representa pois essa força que atua diariamente sobre a face da Terra e sobre os seres de maneira completamente distinta conforme a estação. Era representado por um homem com cabeça de galo e bico falomórphico.

Existe uma estátua de ABRAXAS no Vaticano em cujo pedestal lê-se: ”O SALVADOR DO MUNDO”.

Outro aspecto desta força é BAPHOMET, representado por um bode. Pretenderam relacionar esta força com Lúcifer ou Satã. Seu valor numérico é 666; é um aspecto mais grosseiro, porque é a força astral.

Outro aspecto desta força é THELEMA que significa a Vontade Atuante na Luz.

O discípulo não deve esquecer que todos esses nomes e símbolos representam forças, e nos Mistérios usavam-se esses símbolos para objetivar essas forças.

Tendo esquecido esta significação o catolicismo romano caiu em um culto pessoal e criou fantasmas, como o diabo, que não negamos que “exista”, já que nessas forças residem seres (...)

Assim, pois, a força de ABRAXAS manifesta-se de modos distintos da força de BAPHOMET, porém são forças derivadas da força espiritual da Luz, que os Gnósticos chamam FORÇA CRISTÔNICA.

O discípulo precisa aprender o manejo de todas essas forças.





Dr. Arnold Krumm Heller (Huiracocha)






Fonte: Artigos - Revista Gnose, 1936
Colección “Rosae Crucis” Nº 67
Biblioteca Upasika - www.upasika.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Em qualquer trabalho, o sucesso vem através dos nossos bons sentimentos, de uma mente positiva e uma abordagem otimista diante das pessoas e eventos. Honestidade, integridade e coragem também determinam o progresso no trabalho sob a ótica da espiritualidade. Deveríamos sempre trabalhar juntos, em grupos. Nenhum de nós faz nada individualmente. Assim como as contas de um rosário, deveríamos ser cooperativos e trabalhar harmonicamente dentro da equipe. (Dadi Janki)

O pensamento é a energia da consciência. O pensamento cria a experiência de realidade e expressa a qualidade da alma. Cada pensamento contém energia capaz de afetar o mundo. Pensamentos de alta qualidade podem energizá-lo ao nutrir sua mente e alma. Procure dedicar alguns momentos para considerar cada pensamento e experimentar a energia que vem dele. Absorva o significado deste pensamento e veja como ele se aplica a você. A prática de intencionalmente escolher pensamentos preenchidos com energia de alta qualidade é conhecida como Raja Yoga.

A mente é realmente um campo de batalha que tenta nos dissuadir a fazer o trabalho dela. Mas precisamos estar atentos e intervir toda vez que for necessário. Repetir o pensamento desejado e trazê-lo para a ação de forma que um novo hábito seja criado. A boa notícia sobre a mente é que ela é uma criança obediente diante de um mestre amoroso. Com um pouco de esforço os pensamentos desejados começam a surgir automaticamente e desencadeiam a mudança desejada na ação através de um processo natural de dentro para fora.

Pessoas famosas e importantes têm uma agenda com todos os compromissos marcados de antemão. Você também é uma pessoa muito importante. Você é um agente de transformação do mundo. Então, a partir de hoje, faça uma agenda dupla que contemple: (1) a tarefa a ser realizada e (2) os pensamentos que você cultivará durante a realização da tarefa. Esse hábito trará mais valor às suas ações e mais quietude na sua mente. Mas para isso, os pensamentos que você escolher devem ser elevados, amorosos e positivos. Isso é meditar na ação, uma prática efetiva para pessoas muito ocupadas e ativas.




Brahma Kumaris






Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Tumblr.com

domingo, 8 de janeiro de 2017

O REI NOS CONTOS DE FADAS (Flexibilidade e Mudanças são salutares)

Os contos de fadas são recheados de figuras mágicas, bem como pessoas da realeza como reis, rainhas, princesas e príncipes.

Gostaria de falar um pouco sobre o Rei nos contos de fadas, pois se trata de uma figura central nas histórias.

O rei é uma figura de grande destaque na sociedade.

Nos tempos mais antigos era considerado a manifestação de Deus na Terra. Psicologicamente sua figura pode ser associada a imagem do Self, aquele centro regulador da psique que se torna uma representação da atitude coletiva nos contos de fadas.

Von Franz (2005) diz que o rei incorpora um princípio divino, do qual depende o bem-estar físico e psíquico de toda a nação. É o princípio divino na sua forma mais visível, é sua encarnação e sua moradia.

Dessa forma observando a figura do rei podemos tirar alguns aprendizados sobre o Self e como a consciência coletiva (e individual) funciona mediante esse centro regulador.

Associar o rei ao Self faz sentido, pois no nível individual é desse centro regulador que depende todo o bem estar psíquico do individuo.

Nos contos de fadas o rei geralmente está velho, ou muito doente e precisa ser substituído. Ou seja, ele é incompleto. Mas, como um símbolo do Self, envelhece e precisa ser renovado.

Se transportarmos isso para o estudo das religiões, a tendência dos rituais ou dogmas religiosos é tornarem-se superados depois de um tempo, e perderem seu impacto emotivo original, tornando-se fórmulas mortas.

Embora adquiram qualidades positivas da consciência, como a continuidade, eles perdem o contato com a corrente irracional da vida e tendem a tornar-se mecânicos (Von Franz, 2005).

Isso vale para doutrinas religiosas e sistemas políticos que, com o tempo, se tornam obsoletos, e também para tudo em nossa vida.

Quando nos tornamos conscientes de algo, isso nos enche de vida e traz sentido à vida. No entanto, quando algo fica consciente muito tempo e não nos renovamos, esse conteúdo se petrifica e a vida se torna enfadonha.

Podemos então concluir que esse centro da psique não é estático e se renova constantemente.

Ele precisa ser compreendido e assimilado para que nossa vida coletiva e individual não se torne uma formula morta e sem sentido.

Entretanto, em alguns contos de fadas o rei se nega a ser substituído.

Por exemplo, no conto de fadas "O velho Rinkrank", dos irmãos Grimm, o rei manda construir uma armadilha contra os pretendentes a mão de sua filha, tentando evitar que o futuro genro assuma seu lugar.

No nível pessoal é possível observar que o ego, centro da consciência, possui uma tendência em se tornar unilateral.

A consciência adora ter o poder, e sair desse estado é muito difícil e doloroso, mesmo que isso cause uma neurose no indivíduo.

Por esse motivo muitas pessoas relutam em fazer psicoterapia, ou desistem no meio do caminho, pois o ego deve abrir mão do controle e deixar que novas possibilidades surjam.

Muitas preferem se manter na unilateralidade e na neurose.

É uma zona de conforto! Realmente fazer analise é um ato heroico.

Em termos coletivos, vemos o quão difícil é a aceitação de algo novo por parte da consciência coletiva.

Mas se quisermos evoluir e não nos tornarmos doentes precisamos lembrar que aquilo que um dia foi um bom remédio e algo excelente acaba se tornando destrutivo com o tempo.

Perseverar em um curso de ação é bom até um determinado momento, por isso precisamos desenvolver uma flexibilidade e aceitar que possivelmente, em algum momento, teremos que rever esse curso de ação e buscar um novo.




Hellen Reis Mourão




Fonte do Texto e da Gravura: Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/forum/o-rei-nos-contos-de-fadas/

O CAMINHO ESPIRITUAL E AS CONSEQUÊNCIAS DO COMPORTAMENTO

Muitas decepções esperam todos aqueles que imaginam que, quando se empenham na via da espiritualidade, ficarão rapidamente libertos de todos os seus males. Eles estão no bom caminho, mas estar no bom caminho não significa que se chegou ao fim. Por um lado, é verdade, certos tipos de sofrimento desaparecem, à medida que eles fazem esforços para se purificar e viver em harmonia com o mundo da luz. Mas, por outro lado, as consequências das transgressões que eles cometeram nesta vida ou em vidas anteriores não serão imediatamente apagadas. Por isso, não devem admirar-se se, apesar da nova orientação que tomaram, ainda têm de passar por certos sofrimentos. Para simplificar, podemos dizer que as boas ações dos humanos se acumulam num reservatório e as suas más ações num outro: pelas más ações, eles devem ser sancionados, e, pelas boas ações, são recompensados. Qualquer que seja a sua orientação atual, eles passam, pois, por acontecimentos e estados psíquicos ou físicos que são as consequências mais ou menos longínquas do seu comportamento passado.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SER PARA SI MESMO O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA

Toda a natureza do ser humano deve ser usada com sabedoria por aquele que deseja ingressar no caminho. Cada um é para si mesmo absolutamente o caminho, a verdade e a vida. Mas isso só se torna um fato quando ele domina firmemente toda a sua individualidade, e, com a força da sua vontade espiritual despertada, reconhece que esta individualidade não é ele próprio, mas um instrumento que com a sua dor ele criou para seu próprio uso, e graças ao qual ele pretende, à medida que seu crescimento lentamente desenvolve sua inteligência, chegar até a vida que está além da individualidade. Quando percebe que é para isso que a sua maravilhosa vida complexa e separada existe, então, de fato, e só então, ele está no caminho. [1]





Mabel Collins






Fonte:  do livro “Luz no Caminho”, de M.C., edição luso-brasileira com tradução, notas e prólogo de Carlos Cardoso Aveline, The Aquarian Theosophist, Portugal, 2014, 85 pp., ver p. 25.
Fonte da Gravura: Tumblr.com

sábado, 7 de janeiro de 2017

CONEXÃO INTERNA: ESTAMOS DISTRAÍDOS (Nossa vida tem sentido ou são espasmos de satisfação momentâneos?)

“A nossa mais elevada tarefa deve ser a de formar seres humanos livres que sejam capazes de, por si mesmos, encontrar propósito e direção para suas vidas.” – Rudolf Steiner


Estamos nos distraindo?

Você está muito estressado com seus compromissos? Você precisa se distrair um pouco. Procure se divertir mais, sair com os amigos, namorar. Fazer compras ou talvez fazer uma viagem… E se você tem boas condições financeiras, melhor: o mercado de entretenimento é incrível. Inúmeras possibilidades, diversão sem fim. Isto acaba nos estimulando a produzir mais, gerar mais dinheiro para que possamos desfrutar mais.

Mas o que nos leva a isso? Existe algum mal em se divertir, sair um pouco do estresse do dia a dia, da pressão do trabalho, ou mesmo do marasmo?

Logicamente não. Mas isto pode se tornar o seu foco?

Desde de muito cedo, passamos por um processo bem complicado: a Educação voltada para o mercado de trabalho. Todos, independente de nossas particularidades, nossos  talentos ou dificuldades, somos educados da mesma forma para atender as necessidades do sistema vigente. Muitas fórmulas sem sentido, decorar dados e regras para sermos aprovados, primeiramente na escola e depois nos centros de capacitação, para termos um emprego “digno”, conquistar um lugar no concorrido mercado de trabalho para receber nossos salários, poder manter o sistema funcionando e desfrutar das suas possibilidades. Mas existe algo oculto ainda por trás.

É perceptivo que este mecanismo não é saudável, pois já recai uma pressão sobre nós desde a nossa infância, exigindo boas notas – que seriam um reflexo de que estamos seguindo a cartilha da forma exigida, ou pagando suas consequências. Caso tenhamos sido bons alunos, entraremos na disputa por uma vaga na faculdade, outro fator de estresse bem grande, que exige muito do jovem, pois geralmente sofre uma pressão familiar, escolar, social além da sua própria.

Este mecanismo de educação, acaba exigindo um processo de anulação de nossas individualidades. Querem que sigamos padrões pré definidos de comportamento e de conhecimento, independente de nossas aptidões e interesses. Somos forçados a doar grande parte de nosso tempo com atividades que não nos interessa, que não têm sentido e que esquecemos imediatamente após nossas avaliações. Mas o processo fica marcado em nós, por todo estresse que passamos.

Desde a mais tenra idade, já queremos esquecer o estresse das provas e cobranças, do esforço em decorar as fórmulas e regras. Quem não se adéqua ao padrão é marginalizado, como repetentes, crianças problema e outros rótulos pejorativos. Então desde já nos esforçamos para entrar no padrão externo exigido, aos poucos vamos nos desconectando de algo interno, único em cada um. Aliado a isso temos as mídias, que tomam o tempo restante, nos tornando passivos e atentos sempre a algo externo que nos deixa passivos e suscetíveis a absorver os comportamentos e pensamentos propagados por elas.

Mas isso é apenas o começo, logo entramos na luta no mercado de trabalho. Da busca por autonomia e estabilidade financeira. E não é nada fácil. A pressão continua, talvez até maior. Situações de estresse e ansiedade passam a ser constantes. Trabalhos de 6 até 12 horas no dia. E quando chegamos em casa, queremos descanso, parar de pensar no trabalho etc… pois isto acaba tomando muito de nossa vitalidade, pois o que não alimenta nossa alma, acaba nos desgastando de forma muito intensa.

Quais seriam nossas válvulas de escape? Precisamos nos distrair um pouco, ver televisão, sair com os amigos e satisfazer alguns desejos para esquecer o estresse do dia a dia. Espero o fim de semana para sair, paquerar e beber com os amigos? Junto aquele dinheiro para fazer compras, trocar o carro ou fazer uma viagem? Arrumar uma companhia para sair nas redes sociais. Talvez adquirir bens seja uma forma de garantir o futuro e ter uma velhice tranquila…

Entramos em um círculo vicioso. Trabalhar e se distrair. Acabamos nos desconectando de algo muito importante e sagrado. A nossa essência individual. O caminho de autodesenvolvimento. O autoconhecimento. A autenticidade.

Nem percebemos, mas cumprimos nossas obrigações e nos distraímos. Aí está o grande perigo: desconexão. Mas o ego clama por atenção, ele faz parte essencial do desenvolvimento individual e o pouco tempo que temos para uma auto análise, um olhar para dentro, para a alma, acaba se tornando uma preocupação estética e de reconhecimento externo, nos tornamos narcisistas e egocêntricos. Uma ostentação física, de conquistas materiais e busca por prazeres momentâneos, pois desde sempre somos bombardeados por imagens que incitam nossos desejos materiais e instintivos: materialismo e erotização. Aqui percebemos outro aspecto bem interessante, o padrão estético e de comportamento.

No princípio da puberdade, com a aproximação da sexualidade e interesse pelo outro, começamos a buscar a integração com grupos de pessoas. Queremos nos divertir e interagir. Conhecer as pessoas e nos relacionar. Estar no padrão estético ajuda bastante e nos padrões de comportamento coletivos também. Ser uma pessoa bonita e descolada é um dos focos de muitos adolescentes, pois é o que movimenta as mídias, tanto TV quanto internet. Então elas passam a buscar isso de forma bastante intensa. Não porque alimenta a alma, mas por reconhecimento social.

Bom, sendo bombardeados pela mídia com padrões estéticos, comportamentos considerados bacanas e estímulos eróticos e de prazeres materiais, aliados ao processo de educação sem sentido que não alimenta nossa alma, tirando o prazer de adquirir o conhecimento, nos tornamos presas fáceis.

Começamos a perder a conexão interna aos poucos e nos vinculamos a estes padrões estéticos e de comportamento. Isso se reflete na dificuldade de aceitação da velhice, plásticas e comportamentos infantis, muito comuns hoje em dia.

Mas não para por aí… está muito travado? Se solte um pouco e entre na onda… tome uma cerveja ou algo para relaxar e fluir com as energias que estão à sua volta. Larga de ser chato e bicho grilo. Vamos nos divertir um pouco. Sair e beber passa a ser cotidiano. Ou mesmo outras drogas. (Oba, hoje é sexta feira).

Lembrando que isto é desde muito cedo, quando estamos mais velhos começamos a ficar cada vez mais vazios. Uma vida sem sentido pode levar a ansiedade, depressão, dependência (de álcool, relacionamentos etc…), a satisfação é um mero momento de prazer ou de conquista… não um estado anímico, um estado de ser. Nossa conexão é com arquétipos exteriores, não uma conexão interna. Somos personagens e nos confundimos com eles verdadeiramente. Mas se olharmos para o lado veremos uma dúzia de pessoas iguais, com os mesmos valores e perspectivas.

É Consciência x Inconsciência. Despertar x Sono. É esta a busca pela individuação, a busca do si-mesmo. O sentido da vida. É isto que estão roubando de nós. Somos reflexos de nossas experiências e percepções, e elas são experiências vazias, mecânicas e nossas percepções são de distração. Nossos padrões de comportamento e perspectivas estão sendo moldados desde a infância.

Esta desconexão contínua com a nossa essência se reflete em insegurança, medo, sensação de solidão, estresse, ansiedade e até doenças graves. Nossa força interior vai se esvaindo, tornando a nossa Força de Vontade fraca e não conseguimos nadar contra a maré, apenas caminhamos seguindo o fluxo e torcendo para que boas experiências aconteçam, ou mesmo, as comprando.

Educação sem sentido, trabalhos sem sentido – rotinas mecânicas, longas e estressantes, entorpecimento da percepção, busca por prazeres momentâneos, materiais, instintivos e por reconhecimento externo. Ostentação, narcisismo e egocentrismo. O que te alimenta a alma? Sua vida tem sentido ou são espasmos de satisfação momentâneos? Será que estamos tão distraídos assim?




Leonardo Maia





Fonte do Texto e da Gravura: Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/forum/conexao-interna-estamos-distraidos/

CONHECER A SI MESMO É CONHECER A DEUS

Autoconhecimento não é diferente do conhecimento de Deus. O sagrado conhecimento de Deus e o sagrado conhecimento do ser imortal são um e o mesmo. Estes são a única sabedoria divina. Ao realizar o ser uno onipresente, você irá se estabelecer na consciência da unidade. Então, você verá apenas a unidade em toda a diversidade que está a sua volta. A partir de então, você transcenderá a existência mundana e obterá a imortalidade que esteve procurando.

Qual é a base para esse conhecimento supremo? É a pureza da mente. Para purificar a mente você deve preencher toda a sua vida com espiritualidade. Engaje-se em atividades nobres. Associe-se a pessoas espiritualizadas. Observe uma conduta exemplar em sua vida diária. Esforce-se para cumprir seu dever com perfeição. Viva uma vida de serviços desinteressados e atos virtuosos. Estude os sábios ensinamentos do passado, pratique-os no seu dia a dia. Deixe que esses ensinamentos sejam os marcos do seu caminho. Assim, sua mente irá se tornar pura. E com uma mente pura, você será capaz de discriminar entre o permanente e o temporário; entre o que é benéfico e o que é prejudicial a seu progresso espiritual. Então, todas as suas atividades habituais do cotidiano tornar-se-ão sagradas e a graça de Deus será derramada sobre você.

Hoje, você pode ser altamente educado em conhecimento mundano; você pode ser um grande estudioso das escrituras sagradas ou um "expert" em varias áreas e ter renome mundial. Mas todas as suas conquistas e títulos não podem lhe proporcionar verdadeira sabedoria. Para ser verdadeiramente sábio e remover a aflição de seu coração, você deve saber quem você realmente é. Você deve realizar seu ser imortal. Você não pode transcender a aflição por qualquer outro meio. Apenas o conhecimento de seu ser verdadeiro irá permiti-lo transpor todo sofrimento e miséria. Este é o único conhecimento capaz de proporcionar alegria completa. Ao dominar um campo do conhecimento mundano, você obtém o respeito de seus semelhantes. Você pode se tornar famoso e satisfazer todas as suas aspirações mundanas; mas, somente ao adquirir o autoconhecimento, você merece e ganha a graça de Deus. Quando obtiver a graça, você irá se tornar sempre repleto de bem-aventurança. Você desfrutará a alegria suprema.

Quem são aqueles que merecem obter esse conhecimento sagrado? Estará este reservado, como alguns argumentam, aos idosos; ou serão as crianças também merecedoras? Deverá este ser dado apenas aos iniciados religiosos ou também àqueles que não possuem base religiosa? Deverá este ser restrito aos homens, ou as mulheres também estarão qualificadas? Na verdade, para obter essa sabedoria, raça, cor, idade, sexo, nacionalidade ou posição social não têm qualquer importância. O sábio Valmiki, em idade jovem, era um ladrão de beira de estrada; o sábio Narada nasceu de uma modesta criada; ainda assim, ambos se tornaram grandes expoentes espirituais. Todos estão igualmente aptos a adquirir esta suprema sabedoria.

O Senhor vem àqueles que possuem devoção por Ele; Ele olha o coração e não o "status" externo. Desenvolva a sua devoção. Devoção é muito importante para a vida humana. O Senhor disse na Gita: "Você se torna muito querido a Mim quando Me serve com o coração repleto de amor".




Sathya Sai Baba






Fonte: do livro "Ensinamentos de Sai Baba"
Fonte da Gravura: Tumblr.com

NÃO COMETA OS MESMOS ERROS EM 2017

Os filhos da arrogância são os que NÃO querem botar a mão na massa e fazer verdadeiramente algo que valha a pena por si, não desejam realmente fazer a tão falada reforma íntima.

Os filhos da arrogância são melindrosos, vaidosos, presunçosos e prepotentes.

Acreditam que toda boa mudança é positiva, mas para o outro.

São a favor dos estudos sérios e comprometidos com a verdade Maior, desde que não tenham que mudar nada em si.

São caridosos e benevolentes, quando não pisam nos seus calos!

São “mente aberta”, defensora do progresso moral, mental e espiritual, desde que os mesmos não os incluam na marcha coletiva, obrigatoriamente.

Gostam de dar bons conselhos, têm sempre uma frase de efeito guardada para alguma ocasião, mas não as aplicam em si próprios.

Se incluem na lista dos humildes, mas melindram-se com as admoestações e conselhos recebidos por quem quer que seja.

Estes irmãos e irmãs continuam adormecidos em seus vícios atávicos, melindrosos e orgulhosos, cientes de que estão cobertos de razão, doa a quem doer!

Ofendem-se e magoam-se quando criticados ou admoestados e lamentavelmente permanecem anestesiados para a necessidade de mudanças no campo da moral.

Alguns destes irmãos têm enormes dificuldades em compreender o verdadeiro significado da convivência em família, os mais orgulhosos e renitentes, com o tempo, vão se afastando dos entes mais próximos no intuito de NÃO ouvir-lhes as críticas e os conselhos.

Facilmente identificáveis são os que disfarçadamente vão seguindo suas vidas sem maiores atropelos, procurando não se movimentar dentro da necessidade de vencer o orgulho, a vaidade, a cupidez, os desregramentos, os sentimentos como a inveja, o ciúme e tantos outros. Estes Se incluem também nos grupos de pessoas que ao perceberem o esforço do outro em modificar-se positivamente, colocam-se em atitude de escárnio e desferem o “golpe” dizendo: “Vai virar santinho agora é?”

A maioria já está treinado em fingir que não é com ele, depara-se sempre com seu reflexo em todos os lugares, como por exemplo, neste despretensioso texto agora, mas não se identificam, pior, não buscam intimamente emendar-se, o orgulho não deixa!

Mas pode ocorrer o contrário! Pode identificar-se com o que está escrito e ofenderem-se e muito! Aí está o melindre de que falamos.

As criaturas têm em si aspectos positivos que já são o resultado das muitas vivências no plano da matéria, mas o que não as exclui de continuarem a caminhada rumo à evolução.

Muitos têm dificuldade de aparar em si as arestas inconvenientes, preferem fingir “estar tudo bem”, outros se atrasam nesta árdua tarefa, adiando o momento...

Dentro do lar são os que por anos a fio mantém-se firme na decisão de não tornar-se mansos e humildes, como o próprio Jesus sabiamente nos recomendou. Chegam a passar anos na mesma posição de “letargia moral”.

É muito cômodo viver a vida culpando o outro e é muito fácil passar a mesma escondendo-se por trás de um orgulho BESTA como um hipócrita mergulhado em sono profundo, acreditando que será no fim salvo, porque fez a sua parte como irmão, tio, avô, avó, mãe ou pai, esquecendo-se de aparar as próprias arestas.

Em nossa modesta opinião muitos creem que serão salvos no “fim”, por terem feito algo extremoso pelo outro.

Será salvo aquele que fez algo extremoso por si! Salvar-se-á aquele que libertar-se das amarras do orgulho e da presunção, da arrogância e do melindre!

Salvar-se-ão todos os que estiverem limpos da ignomínia e da FALSA FÉ!

Não responsabilizemos o irmão ao lado por nossas falhas ou desditas, nem por não termos nos portado como deveríamos diante da vida e não culpabilizemos os mesmos pelo “tempo perdido” com afetos e atenções “desvelados”.

Sem hipocrisia façamos uma minuciosa análise sobre o tempo que tivemos para nos aperfeiçoar em seres mais equilibrados e o desperdiçamos com tolices e mediocridades.

Algumas pessoas já se acostumaram ao longo da própria jornada evolutiva (encarnações) a culpabilizar “o outro” como sendo o motivo de sua real desgraça!

Somos os reais responsáveis por nossas más colheitas e um dia os mais desavisados ainda que não queiram, tomarão ciência disso.





Autor desconhecido






Fonte do Texto e da Gravura: do site "Sociedade dos Espíritos"
http://www.sociedadedosespiritos.com/

ENRIQUECENDO A VIDA

Se os humanos pensassem em proteger a sua vida, em preservá-la na maior pureza, teriam muito mais possibilidades de realizar as suas aspirações, pois é a vida iluminada, esclarecida, que é a fonte de todas as riquezas. Infelizmente, muito poucos conhecem esta verdade. Aquilo a que muitos chamam “viver” é, na realidade, uma dispersão, um desperdício das suas energias, e, quando eles ficam completamente esgotados, sem já terem gosto nem forças para empreender o que quer que seja, não compreendem e lamentam-se. Devem é reconhecer os seus erros e decidir agir, daí em diante, com mais inteligência. Se há uma ciência de que os humanos necessitam, a única, a verdadeira, é precisamente esta: como manter a sua vida pura e luminosa. Eles nunca devem esquecer que a qualidade dos seus pensamentos e dos seus sentimentos age sobre as suas reservas de energias, sobre a quintessência do seu ser. E a melhor maneira de preservar e enriquecer a sua vida é pô-la ao serviço do mundo divino.




Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O TAO DA PAZ

O Clássico Chinês ‘Wen-tzu’ Traz Uma Proposta Para Os Países Ocidentais


Quem olha para o cenário político dos países ocidentais percebe que é oportuno expandir na vida comunitária fatores como a ética e a cooperação.

E para isso será útil levar em conta uma obra de linguagem suave e misteriosa, escrita na China há mais de 2000 anos.

O “Wen-tzu” é uma escritura do taoismo filosófico, e tive a honra de traduzi-la para o português. A obra contém ensinamentos de Lao-tzu. Transmite ao leitor uma sabedoria milenar que é útil para resolver os males atuais da civilização.

Com o subtítulo “A Compreensão dos Mistérios”, o “Wen-tzu” foi escrito meio século antes da era cristã, mas sua tradução para o inglês só apareceu nos Estados Unidos em 1991. A obra mostra com clareza impressionante a proposta eterna e cíclica de uma sociedade ideal. Mas ela revela também como funcionam os mecanismos da decadência e da destruição.


O Caminho do Equilíbrio

O taoismo pode ser definido como uma forma de mergulho no que é autêntico e natural. Para esta religião-filosofia, o Tao ou Caminho é o princípio supremo do equilíbrio e da harmonia, que está presente em todas as coisas. Usando uma linguagem simbólica, o “Wen-tzu” rejeita a astúcia e a manipulação:

“Uma orquídea não perde sua fragrância só pelo fato de ninguém cheirá-la, um barco não afunda só porque não há ninguém dentro dele; e uma pessoa não deixa de praticar o Caminho apenas porque ninguém tem consciência disso: a orquídea, o barco e a pessoa exemplar são assim por natureza [1]”.

Ao ler este trecho pela primeira vez, pude ver a diferença moral entre uma orquídea e um hipócrita. A orquídea é sempre a mesma, esteja ou não sendo observada. O hipócrita só é ético enquanto há alguém a observá-lo.

Essa ideia, porém, dá lugar a algumas perguntas:

“Quem são os hipócritas? Serão sempre os outros? Nós nunca erramos?”

Esse trecho do “Wen-tzu” pode ser surpreendentemente incômodo, quando o aplicamos a nós mesmos. Ele nos convida a refletir sobre o nosso grau de autenticidade pessoal. Até que ponto fazemos a coisa certa, mesmo quando não há alguém olhando e ninguém sabe do que fazemos? Será que exageramos nossa boa conduta na frente dos outros? Por acaso perdemos parte do nosso entusiasmo pela ética e pela virtude, quando estamos sozinhos e sabemos que não haverá aplausos? Este não é apenas um dilema que cada um de nós enfrenta: ele também é vivido, em escala maior pelos políticos profissionais.

É claro que o êxito de curto prazo dos líderes depende especialmente da imagem e da aparência das coisas. Isso empurra os políticos de visão curta para aquela “filosofia” segundo a qual “em política não há fatos, só há versões”.

Os que se consideram espertos trocam a realidade pela aparência. Buscam muito mais parecer honestos e eficazes do que ser, de fato, uma coisa ou outra. Quando opta pela astúcia, o político profissional renuncia à inteligência espiritual e abandona as propostas e ideias claras. Ele evita comprometer-se, adota uma ambiguidade capaz de sugerir vários significados diferentes, e dá a entender uma coisa para cada interlocutor.

Um pensamento atribuído a um líder político deste tipo diz o seguinte:

“Em política é melhor não falar; se você falar, é bom não dizer; se disser, é bom não escrever; se escrever, é bom não assinar; se assinar, assine com a mão errada”.

O líder adequado é aquele que tem algo útil a dizer a todos os setores, porque capta a situação de conjunto e sabe onde a comunidade inteira deve avançar. Ele tem uma visão universal e não precisa ser ambíguo ou dizer uma coisa para cada pessoa, na tentativa fragmentária de agradar a todos.

Para evitar a prática da hipocrisia e da propaganda mentirosa, é preciso que os cidadãos construam um novo tipo de liderança baseada em uma visão integral da vida, e afastem os políticos contorcionistas.

Porém, não é possível exigir dos líderes políticos algo que não fazemos como cidadãos na vida privada. Cada um deve começar a reforma por si. O espaço público de um país revela de modo ostensivo aquilo que a média das pessoas costuma fazer de modo discreto. Quando na vida cotidiana as pessoas dizem pequenas mentiras umas para as outras, os políticos dizem mentiras em escala maior, dirigidas à população toda. Há uma relação inevitável entre o espaço público e o espaço privado. Por isso só um ser humano justo pode construir uma sociedade solidária.

Para o “Wen-tzu”, quando alguém sabe governar com sabedoria a sua própria vida é capaz, também, de liderar um povo. Mas quem não governa bem a si mesmo não pode liderar corretamente uma cidade, uma família ou uma nação. É preciso viver com sabedoria para construir melhores estruturas de relacionamento em sindicatos, câmaras de vereadores, igrejas, associações de moradores e partidos políticos. E também nos grupos familiares.

De um modo geral, cada povo tem não só o governo, mas também a classe política e a legislação que merece. O mérito cármico de um povo se reflete nas condições em que ele vive. As leis dão uma estrutura à vida comunitária e determinam em grande parte o grau médio de felicidade. Leis incoerentes, aprovadas por motivos demagógicos, assim como leis que não são aplicadas ou que não valem igualmente para todos, causam confusão e sofrimento. O mesmo ocorre com as leis demasiado rigorosas, porque não são respeitadas e levam ao caos.


Cumprir a Lei, e Evitar o Excesso de Leis

O “Wen-tzu” ensina:

“As leis das sociedades recentes colocam suas medidas no alto e punem aqueles que não podem viver de acordo com elas; as leis tornam as responsabilidades pesadas e castigam aqueles que não podem suportá-las; tornam as dificuldades perigosas e castigam aqueles que não ousam confrontá-las. Quando as pessoas ficam sobrecarregadas (…), elas fazem uma demonstração de esperteza para enganar seus governantes; as pessoas se tornam falsas e atuam de modo perigoso. Neste caso nem mesmo leis severas e castigos rigorosos podem evitar que as pessoas sejam traiçoeiras”.[2]   

O “Wen-tzu” afirma no capítulo 10 que “as leis rígidas e as punições rigorosas não são obras de grandes líderes: bater excessivamente no cavalo não é a maneira de chegar a uma longa distância”. Em outro trecho, a obra adverte:

“A lei não desce do céu, e tampouco emerge da terra; ela é criada através da autorreflexão e da autocorreção humanas. (…) Se você tem algo em você mesmo, não o negue para os outros; se você não o tem em si mesmo, não lance a culpa sobre a condição social. O que está estabelecido para os escalões inferiores não deve ser ignorado nos escalões superiores; o que é proibido para o povo não deve ser praticado por indivíduos privilegiados. Por isso, quando os líderes humanitários estabelecem leis, primeiro eles devem aplicá-las a si mesmos para testá-las e comprová-las. Assim, se uma regulamentação funciona para os próprios governantes, ela pode ser aplicada à população”. [3]

Infelizmente, algumas leis dos países ocidentais induzem o cidadão à ilegalidade, e as consequências morais disso são graves.

O excesso de leis e regulamentações, somado ao fato de que elas são muitas vezes distantes da realidade e destituídas de bom senso, acaba empurrando o povo para a mentira e a ilegalidade. Quando há desprezo pela lei, os políticos corruptos se multiplicam no poder legislativo. Em consequência, as leis ficam ainda mais inadequadas.

O “Wen-tzu” destaca a necessidade de que as leis de um país sejam planejadas de modo que estimulem um comportamento adequado por parte do povo:

“Abra um caminho para que eles possam ser bons, e os indivíduos se voltarão para a direção correta”.[4] 

Vejamos o que significa este princípio básico, por exemplo, no caso concreto da segurança pública. Abrir caminho para que os seres humanos sejam bons implica garantir casa, comida, educação e oportunidades profissionais para as crianças e jovens do país. Feito isso, os índices de criminalidade cairão radicalmente.  

É verdade que os órgãos policiais precisam ter eficiência para enfrentar e vencer o mal que já não pode ser evitado preventivamente. Mesmo assim, é possível abrir espaço para a recuperação humana de milhares de pessoas que erraram. Basta organizar cursos de reabilitação e de formação profissional dos presos no sistema penitenciário. 

O dirigente que tem um respeito profundo por si mesmo também respeita o povo. Ele possui uma visão de longo prazo, não abandona a ética nem a decência e por isso consegue criar uma situação social luminosa e saudável:

“Quando os líderes da humanidade pensam, os seus espíritos não se agitam em seus peitos, seu conhecimento não é exibido aos quatro cantos, mas eles abraçam o coração da benevolência. (…) Eles alimentam bem o povo: a autoridade não é exigente, o sistema legal não é complicado, a educação é espiritual. As leis são amplas, as punições são leves, as prisões ficam vazias.” E ainda: “Os sábios (…) procuram ter poucas coisas, e assim ficam satisfeitos; são benevolentes sem esforço, inspiram confiança sem falar”. [5]  

No capítulo 136, o “Wen-tzu” avança na descrição de um povo feliz:

“Uma ordem social clara e calma se caracteriza por harmonia e tranquilidade, franqueza e simplicidade, serenidade e ausência de agitação. As pessoas estão internamente unidas com o Caminho, externamente harmonizadas com a justiça, a fala é breve e lógica, a ação é sensível e movida pelo contentamento. Os corações são pacíficos e verdadeiros, as obras são simples e sem adornos. Não há estratagemas no início e não há debate no final. Imóveis quando calmas, ativas quando estimuladas, as pessoas formam uma continuidade com o céu e a terra.”

O capítulo 137 amplia a ideia:

“Em uma sociedade bem organizada os empregos são fáceis de manter, o trabalho é fácil de fazer, as boas maneiras são fáceis de colocar em prática, as dívidas são fáceis de pagar. Por isso as pessoas não têm mais de um cargo simultaneamente, e os cargos não são ocupados por mais de uma pessoa ao mesmo tempo.”

O “Wen-tzu” ensina ao guerreiro sábio e ao dirigente eficaz como podem identificar-se com a água:

“Nada no mundo é mais suave do que a água. O caminho da água é infinitamente largo e incalculavelmente profundo; ele se estende indefinidamente e flui ilimitadamente longe. (…) Bata nela, e ela não fica prejudicada; perfure-a, e não fica ferida; atravesse-a com uma faca, e ela não é cortada; queime-a, e ela não faz fumaça. Suave e fluida, não pode ser dispersada. Ela é suficientemente penetrante para perfurar metais e pedras, suficientemente forte para submergir todo o mundo. (…) A razão pela qual a água pode corporificar essa virtude suprema é que ela é suave e escorregadia. Por isso eu digo que o que é mais suave no mundo dirige aquilo que é mais duro no mundo (…). O que não tem forma é o grande ancestral dos seres, o que não tem som é a grande fonte das espécies.”

Esta é uma maneira sábia pela qual o cidadão pode orientar também sua vida individual. A autenticidade produz a paz:

“A prática da virtude não é agressiva; o seu uso não é forçado. Você não vê a virtude quando a olha, e não a ouve quando tenta escutá-la. Ela não tem forma, mas as formas nascem dela. Ela não tem som, porém todos os sons são produzidos nela…”. [6]

Em qualquer país ou cidade do mundo, a democracia nasce do respeito e da tolerância mútuos, que parecem “vazios” e não ocupam espaço.

Quem sabe ceder, sabe ganhar. O bom dirigente pensa nos outros. Ele avança usando firmeza e flexibilidade em meio aos extremos da vida:

“O Caminho dos sábios é ser magnânimo porém severo, rigoroso mas solidário, amável porém correto, agressivo mas humanitário. O que é muito duro quebra, e o que é excessivamente brando se dobra: o Caminho está exatamente no meio entre a dureza e a suavidade”. [7]




Carlos Cardoso Aveline





Fonte do Texto e da Gravura: do Blog "Filosofia Esotérica"
http://www.filosofiaesoterica.com/tao-da-paz/




NOTAS:

[1] “Wen-tzu, a Compreensão dos Mistérios, Ensinamentos de Lao-tzu”. Tradução do chinês de Thomas Cleary. Tradução do inglês, Carlos Cardoso Aveline.  Editora Teosófica, Brasília, maio de 2002, 198 pp. Veja a p. 98.

[2] “Wen-tzu”, pp. 150-151.

[3] “Wen-tzu”, obra citada, p. 176.

[4] “Wen-tzu”, capítulo 53, p. 69.

[5] “Wen-tzu”, capítulo 19, pp. 44-45.

[6] “Wen-tzu”, capítulo 7, p. 31.

[7] “Wen-tzu”, capítulo 153, p. 165.

TODO DIA É UM TESTE NA VIDA

Rabi Akiva foi uma das maiores luzes que já existiram neste mundo. Quando os romanos o prenderam e estavam a ponto de arrancar a pele de seu corpo, ou seja, de esfolá-lo vivo, um de seus alunos se aproximou dele e disse: "Rabi Akiva, você é tão grande e tão poderoso! Como Deus pode deixar que isso aconteça com você?"

O grande kabalista respondeu: "Vá embora, serpente! Durante toda a minha vida eu esperei pela oportunidade de provar minha certeza na Força da Luz de Deus. Agora, finalmente, esta é a minha chance."

Rabi Akiva entendeu que sua grande dificuldade era, na verdade, um teste de sua certeza na Luz do Criador, um teste da mais alta natureza. Felizmente, a maioria de nós não se encontra nesse nível, onde é preciso passar por esse tipo de teste. Mas, quantas vezes reconhecemos nossos desafios como testes que construirão nossa força e nos aproximarão da Luz do Criador? Com que frequência conservamos e utilizamos nossa consciência espiritual em nosso cotidiano?

De fato, nenhum de nós sabe o número de seus dias. Podemos até ir mais longe e dizer que, no momento em que nascemos, já estamos em fase terminal. A pergunta, então, é: como preencher e utilizar o tempo que temos entre nosso nascimento e nossa morte para fazer a Força da Luz brilhar não apenas em nós mesmos, mas também no mundo? Com que frequência pensamos e agimos de acordo com essa consciência?

Nunca sabemos quanto tempo ainda nos resta aqui na Terra. Quem está mais próximo da morte: a jovem caminhando na rua e é atingida por um carro, ou o senhor idoso sofrendo de câncer aos 80 anos? Não sabemos. O que precisamos é viver com o entendimento de que cada dia é um teste na vida.




Karen Berg




Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com