terça-feira, 29 de março de 2016

PERCEBER A BONDADE

A Bíblia diz que, quando nosso tempo vier, seremos julgados não apenas por nossas palavras e ações, mas também pela maneira como percebemos a realidade. Então, precisamos perguntar a nós mesmos: Quando percebemos alguma coisa, o fazemos com gentileza e amor?

Tenho certeza de que a maioria de nós já notou que, quando alguém que simplesmente não gostamos, ou que nos incomoda de alguma forma, faz algo, tudo que essa pessoa faz é errado em nossa tela mental. O que ela diz, o que faz, como age, como se veste: em resumo, seja o que for que pertença aos nossos sentidos será distorcido, não necessariamente por causa dela, mas devido a nossa percepção, devido ao nosso julgamento.

Todos nós enxergamos através das lentes de nossos preconceitos. Duas pessoas testemunhando o mesmo acidente de carro, frequentemente o verão de forma completamente diferente. Nosso meio ambiente, nossos amigos, a cultura na qual vivemos, tudo predetermina as coisas que julgamos e como as julgaremos.

Peça ao Criador que o ajude a enxergar e a ouvir os outros com um coração puro e a perceber a vida com gentileza. Ao fazê-lo, você se abrirá para uma realidade muito mais livre e muito mais bonita do que você jamais poderia imaginar.




Karen Berg





Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

segunda-feira, 28 de março de 2016

POLARIDADES - PRINCÍPIOS DO UNIVERSO

O universo é obra dos dois grandes Princípios masculino e feminino, o Espírito cósmico e a Alma universal, que se unem para criar. Aquilo a que nós chamamos o espírito (masculino) e a alma (feminino) são emanações desses dois Princípios criadores. Por isso, tal como eles, nós somos criadores pelo nosso espírito e pela nossa alma. Mas esse poder de criar nós só podemos exercê-lo se, pela nossa consciência, formos capazes de nos elevar sempre mais alto, até às regiões onde só reina a luz. As atividades espirituais que fazem de nós criadores verdadeiros são a oração, a meditação, a contemplação e a identificação. No desejo de nos unirmos de novo à Alma universal e de penetrarmos nela, nessa luz que é a matéria da criação, pelo nosso espírito nós fertilizamo-la. E a nossa alma, que então recebe os germes do Espírito cósmico, começa a gerar filhos divinos: a inspiração, a paz, a alegria, atos de nobreza e de amor.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

DEPENDÊNCIA E APEGO À CRIAÇÃO (PRAKRITI)

O jivi (eu individual), acreditando que está desconectado do todo, do Universal, está sujeito ao desejo e desespero, amor e ódio, tristeza e alegria, e é atraído pelo mundo de nome e forma. Tal pessoa é caracterizada como 'encarcerada', e precisa urgentemente de libertação. Para ser liberado, você deve desistir da dependência e do apego à criação (prakriti). O cego não pode ser salvo por cegos. Como pode uma pessoa que é tão impotente quanto a outra, remover sua pobreza, sofrimento e dor? O pobre aborda o rico; o deficiente visual busca a orientação daqueles que podem ver. Igualmente, aquele que está atrelado e cego pelas dualidades da criação deve refugiar-se no tesouro inesgotável de compaixão, poder e sabedoria, ou seja, a Alma Divina (Atma). Então, você se livrará da miséria e do sofrimento, e desfrutará da riqueza da bem-aventurança espiritual (Ananda). (Sutra Vahini, capítulo 6)




Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Um bom meditador é aquele que tem uma ligação mental com o eu interior e a Alma Suprema, Deus, que é a fonte de toda a bondade. Isto, junto com o entendimento das leis de ação e reação que regem o comportamento humano, significa que a pessoa não tem de renunciar ou deixar a sociedade para atingir a iluminação. Pelo contrário, uma pessoa com iluminação espiritual vai interagir com a sociedade de forma compreensiva e generosa a fim de servi-la e elevá-la.

Uma pessoa se torna elevada não pela renúncia das responsabilidades ou deveres, mas pela renúncia das negatividades ao desempenhar seu papel na sociedade. Um bom meditador não tenta escapar das obrigações sociais, mas sim purifica essas funções, tornando-as cheias de luz, amor, paz e felicidade. O estado de autoconsciência e a comunicação com Deus injetam uma riqueza sutil nos nossos padrões de vida.

Há aqueles que precisam de um local tranquilo na natureza ou de um templo para contemplar coisas mais profundas. Há outros que ficam presos na areia movediça de seus problemas e acreditam que aqueles que deixam a sociedade para assumir um estilo de vida espiritual são santos. No entanto, a santidade e a virtude são qualidades obtidas nas próprias situações da vida e não ao fugir delas. O estado elevado de espírito não é meramente uma questão de pensamentos elevados para o benefício de si mesmo e do mundo, mas ações elevadas também.

Apreciar é aceitar tudo que vem e vai. É ver o que há de benéfico naquilo que parece sem razão e propósito. Apreciar é olhar com muita, muita humildade o que há de virtuoso nas pessoas e nas situações. Apreciar é não ser taxativo. Essa pessoa é assim, aquela pessoa é assado. A apreciação, além de não discriminar, não julga.

Quando pensamentos e sentimentos ficam tranquilos como as águas de um lago, eu posso ver através das profundezas. Na quietude, há um fim do pensar e o começo do “ver” o fundo de mim. Apenas então consigo acessar o poder da minha sabedoria, o poder do meu coração amoroso, o poder da minha verdade, para criar o modo que eu viverei minha vida. Que hoje eu fortaleça a qualidade da minha vida ao acessar a profundeza de mim mesmo.




Brahma Kumaris






Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

domingo, 27 de março de 2016

A PÁSCOA COMO RENASCIMENTO INTERIOR

Um Processo Circular de Renovação da Vida 


A  ressurreição que a Páscoa cristã comemora anualmente está ao alcance de cada ser humano o tempo todo.

O triste velho cristianismo do dogma, da culpa e da intolerância dará lugar durante o século 21 a uma nova espiritualidade inter-religiosa, filosófica, otimista e voltada para o futuro.

A tradição cristã - assim como outras religiões - pode e deve passar por uma morte e um renascimento. A disciplina espiritual é dura e inevitável para quem quiser trilhar o caminho místico. Mas ela não é feita de tristeza ou dogmatismo, e sim de liberdade interior, responsabilidade própria e contentamento.  

A própria base da tradição cristã é pagã, panteísta e ecológica. As principais datas do calendário cristão são adaptações de festividades não-cristãs dedicadas à celebração do Sol e dos ciclos naturais.
        
A Páscoa, por exemplo, é comemorada no equinócio da primavera, no hemisfério norte, e no equinócio do outono, no hemisfério sul. Nesta época do ano, a noite e o dia têm exatamente a mesma duração. A partir da Páscoa, o equilíbrio entre a luz e a sombra é rompido a favor da luz solar, no hemisfério norte. Por isso, tradicionalmente, a Páscoa é vista como o anúncio de um novo começo e como algo que abre espaço para o ressurgimento da vida em todas as dimensões da natureza. 

Até o século 19, ainda era costume em certas regiões da Europa sair para a natureza na madrugada do dia da Páscoa e assistir ao nascimento do Sol. Havia a convicção de que o astro-rei dançava de alegria nesse dia, logo acima da linha do horizonte, comemorando o novo período anual de predomínio da luz.
        
Nos países do hemisfério sul, onde a celebração da Páscoa marca o equinócio de outono, o momento anuncia a caminhada em direção ao inverno. Neste caso, o renascimento da Páscoa não é um processo físico ou externo. É interior, espiritual. Exige renúncia e aceitação.    

No final do ano, o Natal é outro evento pagão de que o cristianismo se apropriou. O nascimento de Jesus é comemorado durante o solstício de inverno do hemisfério norte, o auge da estação fria, a época do ano em que a noite é mais longa. Daí a neve de algodão nos presépios, enquanto no hemisfério sul ocorre o auge do verão.

É a partir do solstício de inverno (20-25 de dezembro) que a luz já não perde mais energia no ciclo anual do hemisfério norte, e volta pouco a pouco a recuperar sua intensidade.   
        
Na Roma pagã, 25 de dezembro era comemorado como “dia de nascimento do sol invencível”. Foi só em meados do século 4 da era cristã que a data foi adotada pelos cristãos para celebrar o nascimento de Jesus, “o sol da justiça”.
        
Assim,  o cristianismo é filho e herdeiro das antigas tradições religiosas de comunhão com a natureza e com os astros no céu. Isso explica por que o livro Eclesiástico (43: 1-9), na Bíblia de Jerusalém, celebra o Sol e a Lua deste modo:
        
“Orgulho das alturas, firmamento de claridade, assim aparece o céu em seu espetáculo de glória. O Sol, em espetáculo, proclama ao surgir: ‘Como é admirável a obra do Altíssimo!’ Ao meio-dia ele seca a terra: quem pode resistir ao seu calor? Atiça-se a fornalha para produzir calor, o Sol queima três vezes mais as montanhas; soprando vapores quentes, dardejando seus raios, deslumbra os olhos. Grande é o Senhor que o fez, e com sua palavra apressa o seu curso. Também a Lua, sempre exata a mostrar os tempos, é sinal eterno. É a lua que marca as festas, astro que decresce depois de sua cheia. É dela que o mês tira o seu nome; ela cresce espantosamente em sua evolução, insígnia das milícias celestes brilhando no firmamento do céu.”

Embora Francisco de Assis seja famoso por sua visão universal e panteísta da natureza, muito antes dele o livro Eclesiástico, do autor judeu Joshua Ben Sirá, já exaltava o relâmpago, a neve, as nuvens, os pássaros, as montanhas, o vento, o deserto, e os encarava todos como aspectos externos do processo divino universal.

Para a filosofia esotérica, a transformação de inteligências cósmicas em figuras humanas e personalizadas é um processo de produção de metáforas e imagens simbólicas. O universo ilimitado é um ecossistema inteligente. A Páscoa simboliza, portanto, o renascimento espiritual de todos os seres como parte do ciclo anual e natural da vida. 

Para quem vive no hemisfério sul, o equinócio da primavera e o renascimento físico ocorrem longe da Páscoa, em torno de 23 de setembro. Nesta época do ano todas as formas de vida voltam gradualmente a níveis mais intensos de atividade.

A Páscoa Cristã do hemisfério Sul ocorre no outono e é simétrica à Páscoa primaveril do hemisfério Norte. No Sul, a Páscoa prepara e anuncia o inverno externo, produzindo igualmente uma purificação interior. Quando a vida começa a se retirar do plano físico, ela floresce melhor no plano espiritual.

Antes do renascimento interior, deve haver a morte, a perda, a renúncia, a austeridade, “tapah”, em sânscrito. Quarenta dias antes da Páscoa, no auge das dificuldades e do frio no hemisfério norte, começam a quaresma e o jejum. A palavra “carnaval” vem do latim medieval carnelevarium, que significa “afastar a carne”, abster-se de comer carne.

Para alguns, jejum talvez seja uma penitência e um castigo. Na verdade, comer menos e purificar-se como preparação para um novo ciclo nada tem a ver com culpa, castigo ou infelicidade. A prática moderada de jejum é recomendável para a manutenção da saúde. Não é uma prática exclusivamente cristã. As mais diferentes tradições religiosas incluem o jejum entre as suas formas de disciplina, e um Mestre dos Himalaias escreveu:

“Jejum , meditação, castidade em pensamento, palavra e ação; silêncio durante certos períodos de tempo para permitir que a própria natureza fale a quem se aproxime dela em busca de informação; domínio das paixões e impulsos animais; completa ausência de egoísmo nas intenções, e o uso de certo incenso e certas fumigações com objetivos fisiológicos, têm sido apontados como instrumentos desde a época de Platão e Jâmblico, no Ocidente, e desde os tempos ainda mais remotos de nossos Rishis hindus.” [1]

O processo de purificação interior que prepara um Renascimento não é necessariamente fácil. Um famoso trecho da Bíblia ilustra a necessidade de coragem. O Novo Testamento conta que certo dia, quando já faltava pouco para a Páscoa judaica, Jesus foi até Jerusalém. Chegando ao templo, viu vendedores de bois, ovelhas, pombas e diversos cambistas comodamente sentados e tratando de ganhar dinheiro. Armado de um chicote, Jesus expulsou-os do templo. (João,  2: 13-22)

Uma primeira conclusão a tirar do episódio é que a Páscoa não deve ser excessivamente explorada como evento comercial. Não há nada de errado em comprar e vender. O que se deve evitar é a confusão entre o que é comercial e o que é sagrado.

A ideia de comércio nesse trecho é também simbólica. Ela se refere a toda busca de lucro ou vantagem pessoal à custa de outrem. O templo é a própria consciência de cada indivíduo. Os “mercadores” a serem “expulsos” são a cobiça, o medo e ambição egoísta. 

A verdadeira Páscoa ocorre no mundo da alma, e para vivê-la é preciso deixar de lado a avidez por ganhos pessoais, materiais ou sutis. A Páscoa celebra o renascimento interior que vem depois de o eu pessoal tomar a decisão de deixar de comportar-se como se fosse o centro único do universo. Isso ocorre porque ele descobriu a bênção eterna que há além das ilusões pessoais de curto prazo.

Em toda caminhada espiritual há resistências a vencer. Por isso, no episódio da expulsão do templo, os vendedores discutem com Jesus e o mestre faz um desafio que antecipa o futuro:

“Destruam esse templo e o levantarei em três dias.”

O Evangelho acrescenta que Jesus não está falando do templo externo, mas do seu próprio corpo.

O corpo físico humano é um santuário, e deve ser respeitado. Nele mora um espírito divino, uma alma imortal. Esse templo pode ser destruído, porque a morte é uma necessidade; mas ressurgirá - porque a cada morte corresponde um renascimento. Como Pitágoras e a sabedoria do Oriente, a filosofia esotérica ensina que a reencarnação é uma lei.

A linguagem do Novo Testamento é simbólica: nem tudo pode ser dito abertamente a qualquer momento. É preciso ter cuidado com as palavras. Jesus falava ao povo contando histórias que possuem vários níveis de significado, e um dia explicou aos seus discípulos mais próximos:

“A vocês foi dado o mistério do reino de Deus; aos de fora, porém, tudo é dito em parábolas para que, vendo, não percebam, e, ouvindo, não entendam.” (Marcos, 4: 11-12)

Existe portanto no ensinamento de Jesus um aspecto esotérico (interno) e outro exotérico (externo), “para os de fora”. Uma condição central para ter acesso ao aspecto interno do ensinamento é a prática das suas lições na vida diária.

“Todo aquele que ouve estas minhas palavras e as põe em prática será comparado a um homem sensato que construiu sua casa sobre rocha”, disse ele ao povo. “Caiu a chuva, vieram as enxurradas sopraram os ventos e deram contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha.” (Mateus, 7: 24-27)

As escrituras sagradas das diferentes tradições são coleções de mitos e parábolas que devem ser interpretados. Funcionam como grandes redes atiradas pelos pescadores de almas ao mar aberto da humanidade. Esta “pesca” traz para os círculos internos aqueles que têm discernimento maduro e tentam continuamente praticar o que aprendem, de modo gradual, mas crescente.

Tais aprendizes vivem em harmonia com o ensinamento, e por isso vão adquirindo “olhos para ver” e “ouvidos para ouvir”. Aos poucos, a sabedoria espiritual forma uma espécie de templo na mente do discípulo. Esse santuário interior deve ser protegido das oscilações de curto prazo.

O fato de que Jesus usava alegorias indica uma chave para que os Evangelhos possam ser lidos corretamente. E a própria narrativa da vida de Jesus é uma parábola. Os Evangelhos foram montados com base em ensinamentos e narrativas de religiões e tradições mais antigas que o cristianismo, inclusive o hinduísmo e o budismo. [2]

O nascimento do Mestre, a traição que sofreu por parte de alguém muito próximo e que o levou à morte, a sua ressurreição, e até a promessa de uma “segunda vinda”, são, todos, pontos que coincidem com uma lenda egípcia muito mais antiga que os evangelhos cristãos - a lenda de Osíris. E há outros elementos que o cristianismo adotou da tradição do Egito, como veremos.

O costume de falar por parábolas está presente nas antigas escolas de mistérios. No Ocidente, era uma característica central do ensinamento de Pitágoras, 500 anos antes da era chamada cristã. O cristianismo romano alimentou-se abertamente do mundo grego. O próprio sacrifício de Sócrates, que viveu de 470 a 399 antes da era cristã, já foi comparado à lenda evangélica da morte de Jesus pelo pensador brasileiro Alceu Amoroso Lima. [3]

Helena P. Blavatsky explicou:

“Cada atitude do Jesus do Novo Testamento, cada palavra atribuída a ele, e cada fato relacionado a ele durante os três anos da missão que afirma-se que ele cumpriu, estão baseados no Ciclo da Iniciação, um ciclo fundado na Precessão dos Equinócios e nos Signos do Zodíaco.” [4]

O próprio Ciclo da Iniciação é mencionado na lenda dos evangelhos quando Jesus se refere ao “caminho estreito e difícil que só uns poucos encontram”. (Mateus, 7: 13-14)

Em “Ísis Sem Véu”, H.P.B. escreveu:

“Era a doutrina da Índia antiga que Jesus estava pregando, quando recomendava a completa renúncia ao mundo e às suas futilidades, para buscar o reino dos céus, Nirvana…”. [5]

Jesus ensinava sobre a ressurreição e a descrevia como algo que estará ao alcance - algum dia - de todos aqueles que percorrerem o “caminho estreito”. Mas o que é, exatamente, ressurreição?

Há vários níveis de resposta para esta pergunta.

Por um lado, a grande ressurreição constitui um projeto de longo prazo. Ela é a libertação espiritual completa, a iluminação definitiva, alcançada apenas por grandes sábios depois de percorrerem, como Jesus, “todo o ciclo da iniciação”, um processo que envolve repetidas encarnações.

Por outro lado, existe também uma modalidade de ressurreição que está apenas um passo à nossa frente. Podemos vivê-la em pequena escala e no estágio de desenvolvimento em que estamos. Esse é um detalhe decisivo. Toda longa caminhada deve começar com um primeiro e pequeno gesto feito exatamente onde o indivíduo está.

O primeiro passo só depende de cada um, e cada passo é sempre o primeiro da extensa caminhada. O longo ciclo das iniciações é vivido em pequena escala no dia-a-dia, porque o microcosmo reflete o macrocosmo. O Sistema solar está presente em cada átomo. O caminho do autoconhecimento encontra o seu resumo fiel num dia de 24 horas e numa semana de sete dias. O descanso da noite - e o final da semana - são como a ressurreição.

A celebração da Páscoa - um costume seguramente pré-judaico e inter-religioso - constitui uma prova viva de que a evolução da alma se dá em comunhão com o ciclo anual do Sol, e de que coincide com o ciclo das grandes iniciações da filosofia oriental.

Os ovos de Páscoa são herança dos festivais pagãos da primavera do hemisfério norte. Eles simbolizam o renascimento da vida em toda sua variedade. Já a presença do coelho nesse “festival de renascimento” pertence à cultura egípcia. A lebre era símbolo da fertilidade e representava a periodicidade dos ciclos naturais da vida. Segundo a tradição, o coelho escondia ovos de Páscoa para as crianças procurarem.

As crianças estão ligadas à Páscoa porque são símbolos indiscutíveis do recomeço da vida. Internamente todo ser humano é como uma criança até o final da sua existência, porque há nele algo que está sempre renascendo. Quando o indivíduo passa a ser consciente disso, ele vive mais diretamente a primavera permanente que se oculta em cada uma das quatro estações do ano. E isso não é tudo. Ele também vive com mais eficiência o ciclo maior das quatro idades de uma vida completa.

O outono simboliza a maturidade. O inverno é a velhice. A primavera é a infância, e o verão, a juventude. As quatro idades são igualmente importantes. Não basta ser como crianças para ter acesso ao reino dos céus, isto é, à consciência nirvânica. Para alcançar a iluminação, é preciso viver simultaneamente as quatro estações do ano a cada dia.

Deve-se combinar a confiança e a capacidade de aprender, características da primavera, com a força e a coragem do verão, que corresponde à juventude. A maturidade do outono está associada à sabedoria e à humilde renúncia que são típicas do inverno. O ciclo inteiro é sagrado, e cada Páscoa celebra o seu conjunto.




Carlos Cardoso Aveline





NOTAS:

[1] “Cartas dos Mahatmas Para A. P. Sinnett”, Ed. Teosófica, Brasília, 2001, edição em dois volumes, Carta 20, volume I, p. 135.

[2] Para ver uma demonstração do caráter lendário dos Evangelhos cristãos, examine o longo trecho da obra “Ísis Sem Véu” em que Helena Blavatsky faz um estudo comparado das narrativas sobre as vidas de Krishna, Buddha e Jesus. (“Ísis Sem Véu”, H.P.B., Editora Pensamento, SP, edição em quatro volumes, ver volume IV, pp. 165-170, e também p. 179, entre outras.)

[3] Platão, “Apologia de Sócrates”, introdução de Alceu Amoroso Lima, Edições de Ouro, RJ, 16a. edição, 138 páginas.

[4] “Reply to the Mistaken Conceptions of the Abbé Roca Concerning My Observations on Christian Esotericism”, texto incluído em “Collected Writings”, Helena P. Blavatsky, edição em 15 volumes. Ver volume IX, TPH, Índia, 1962, 488 pp., página 225, nota ao pé de página.

[5] “Isis Unveiled”, Helena P. Blavatsky, Theosophy Company, Los Angeles, vol. II, p. 286.





Fonte: http://www.vislumbresdaoutramargem.com/2008/03/pscoa-como-renascimento-interior.html

sexta-feira, 25 de março de 2016

COMPREENSÃO TOTAL DA HUMANIDADE - RAIVA E VIOLÊNCIA

Eis o terreno comum sobre o qual toda a humanidade se firma. E, aconteça o que acontecer no campo dessa consciência, somos responsáveis. Noutras palavras, se eu for violento, estou acrescentando violência a essa consciência que é comum a todos nós. Se eu não for violento, não estou fazendo esse acréscimo, estou introduzindo um fator completamente novo a essa consciência. Então, sou profundamente responsável, ou por contribuir para essa violência, para essa confusão, para a terrível divisão; ou, como reconheço profundamente no meu coração, no meu sangue, nas profundezas do meu ser, que sou o resto do mundo, sou a humanidade, sou o mundo, o mundo não está separado de mim, então, me torno totalmente responsável. (Social Responsibility, pp. 19-20)

O homem procura o tempo todo, tornar-se não violento. Então, há conflito entre “o que é” (a violência), e “o que deveria ser” (a não-violência). Há conflito entre os dois. Essa é a própria essência do desperdício de energia. Enquanto houver dualidade entre “o que é” e “o que deveria ser” – o homem procurando tornar-se outra coisa, esforçando-se para alcançar “o que deveria ser” – esse conflito será desperdício de energia. Enquanto houver conflito entre os opostos, o homem não terá energia bastante para mudar. Por que devo ter o oposto – a não-violência – como ideal? (The Flight of the Eagle, p. 56)

A não-violência tem sido largamente apregoada por vários líderes políticos ou religiosos. A não-violência não é um fato; é só uma ideia, uma teoria, um conjunto de palavras; o fato real é que você é violento. Esse é o fato. Isso é “o que é”. Mas não somos capazes de compreender “o que é”, e, por isso, criamos essa tolice chamada de não-violência. E isso dá lugar ao conflito entre “o que é” e “o que deveria ser”. Quanto mais você buscar a não-violência, mais estará semeando violência. Isso é tão óbvio! Portanto, será que podemos olhar para “o que é” sem nenhum tipo de fuga, sem nenhum ideal, sem suprimir ou fugir do “que é”? (The Flame of Attention, p. 74)

Se não houvesse nenhum ideal, só restaria a você “o que é”. Será que isso tranquilizaria as pessoas? Ou você teria então a energia, o interesse, a vitalidade para resolver “o que é”? Não seria o ideal da não-violência uma fuga ao fato da violência? Quando a mente não está fugindo, mas é confrontada com o fato da violência – que ela é violenta, não a condenando nem a julgando – então certamente tal mente tem uma qualidade inteiramente diferente e já não há violência. (The Flight of the Eagle, p. 32)

Quando se defronta com a violência, o cérebro passa por uma rápida mudança química; ele reage muito mais rapidamente do que o golpe. O corpo todo reage e há resposta imediata; a pessoa pode não revidar, mas a própria presença da raiva ou do ódio causa essa resposta e existe ação. Na presença de uma pessoa com raiva, veja o que acontece quando se está ciente disso sem que haja resposta a isso. No momento em que se está cônscio da raiva de outrem, e não se reage, há uma resposta muito diferente. O instinto da pessoa é responder ao ódio com ódio, à raiva com raiva; há uma injeção química que enseja reações nervosas no sistema. Mas acalme tudo isso na presença da raiva, e uma ação diferente se manifestará. (Questions and Answers, p. 23)

Violência não é só matar outra pessoa. É violência usarmos palavras ferinas, fazermos um gesto para afastar uma pessoa, obedecermos por medo. Portanto, violência não é somente matança organizada em nome de Deus, em nome da sociedade ou do país. Violência é coisa muito mais sutil, mais profunda, e estamos investigando-a em toda a sua profundidade. Quando você se denomina indiano, muçulmano, cristão, europeu, ou qualquer outra coisa, está sendo violento. Sabe por que isso é violência? É porque você está se destacando do resto da humanidade. Quando você se separa por crença, por nacionalidade, por tradição, isso produz violência. Portanto, um homem que busque compreender a violência, não pertence a nenhum país, a nenhuma religião, a nenhum partido ou sistema político; ele está interessado na compreensão total da humanidade. (Freedom from the Known, pp. 51-52)

Há tantos tipos de violência. Vamos examinar cada tipo de violência ou vamos considerar toda a estrutura da violência? Podemos olhar para todo o espectro da violência, e não para uma parte dela?... A fonte da violência é o “eu”, o “ego”, que se expressa de muitos modos – em divisão, em tentar tornar-se alguém – o que se divide em “eu” e “não eu”, como inconsciente e consciente; o “eu” que se identifica ou não com a família, que se identifica ou não com a comunidade, e assim por diante. É como uma pedra lançada em um lago: as ondas espalham-se cada vez mais, estando no centro o “eu”. Enquanto o “eu” sobreviver sob qualquer forma, muito sutil ou grosseira, haverá necessariamente violência. (Beyond Violence, p. 74)





J. Krishnamurti






Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura:
http://www.taringa.net/posts/ciencia-educacion/16865761/Jiddu-Krishnamurti.html
http://fightlosofia.com/krishnamurti-en-imagenes-krishnamurti-in-pictures/

O HOMEM CÓSMICO E O HOMEM INDIVIDUALIZADO

No plano físico, os seres estão individualizados, separados, e o que cada um vive não afeta diretamente os outros. O vosso sofrimento ou a vossa alegria não se traduz, aparentemente, em sofrimento ou alegria para eles. Se comerdes um alimento indigesto, o vosso estômago é que fica mal, não é o deles. Mas no alto, nos planos sutis, não existe qualquer fronteira entre os seres, e todos os vossos estados produzem efeitos sobre eles. Sim, pois no alto existe um único ser, o Homem cósmico, que é a síntese de todos os seres.

Nós vivemos no Homem cósmico, somos nós próprios o Homem cósmico, e nenhuma criatura existe fora dele enquanto entidade separada. Daí decorre, pois, esta lei moral: todo o bem e todo o mal que fazemos aos outros é a nós mesmos que os fazemos. Talvez vos pareça que isto não tem sentido… Pelo contrário, tem muito sentido, pois no Homem cósmico nós somos um.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A ERA DO ESPÍRITO

Estaria a humanidade, hoje, em piores condições do que no passado?

Afirmamos que não. Os frutos que colhemos e que por vezes parecem apodrecidos, resultam da inferioridade humana que está aflorando à superfície para ser corrigida e aprimorada segundo os preceitos do Cristo, cujos ensinamentos de há muito extrapolam as fronteiras orientais e estão sendo sintetizados por todas as culturas, em cada uma na medida do próprio discernimento. Existe demora na assimilação desses valores porque é próprio do homem repelir aquilo que contraria sua natureza animal, predisposta à posse material, ao domínio do território, ao egoísmo que só enxerga os próprios interesses em qualquer situação. Demora não significa ausência perpétua de mudança. A pouco e pouco ela acontece e o progresso intelectual forçará o avanço moral. O desenvolvimento das ciências derrubou tabus e preconceitos. A humanidade, de modo geral, está agora melhor aparelhada para entender e buscar o que lhe faz bem, repudiando o que prejudica o organismo físico e social. Um pouco mais de tempo e as nuvens escuras das guerras, dos tóxicos e da violência se dissiparão na psicosfera terrena, pois estamos certos de que o ser humano, mesmo aos tropeços, está em busca e alcançará a sabedoria.




Luiz Sérgio






Fonte: do livro "O Despertar de uma Nova Era"
Psicografia de Elsa Cândida Ferreira
Via http://omundoqueeuencontrei.blogspot.com.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

O corpo é como um templo; a alma é como uma centelha de luz. O corpo é como um carro; a alma é como o motorista deste carro. O corpo e o cérebro são como um computador;  a alma é quem programa e usa o computador. É dito que a alma é uma estrela minúscula que vive no centro da testa, entre as sobrancelhas. Aqueles que praticam a consciência da alma se tornam auto soberanos. (B.K. Jagadish Chander, Easy Rajyoga, Brahma Kumaris  Ishwariya Vishwa Vidyalaya, Mount Abu)

Uma pessoa com um coração limpo sempre tenta fazer o melhor para aqueles com quem ela se relaciona. Ela não tem nada exceto virtude dentro de si. Ela desenvolve a capacidade de aceitar as pessoas como são e ignora os malfeitos. Por não se deixar influenciar negativamente ela faz o que é correto e mantém o equilíbrio na vida. Uma pessoa assim é doadora de felicidade para si e para os outros. Sua doação acontece através de ações e não de palavras.

Quando me dirijo ao mundo interior, não é para escapar do barulho incessante das ações, das exigências e confusões dos outros. Não é para alienar-me dos acontecimentos e das pessoas. É para fertilizar o solo interno, onde todas as minhas virtudes e poderes podem brotar, crescer e desabrochar. Quando estou bem alimentado por dentro, não me torno um mendigo do amor ou de respeito, porque sei ser meu próprio amigo e amigo dos outros. (Ken O'Donnell, Lições para uma Vida Plena, Editora Gente, São Paulo, 1993)

Muitas pessoas tem o hábito de viver no passado ou viver no futuro. Mas o passado e o futuro não estão nas mãos delas. Elas acabam não apreciando nem o passado nem o futuro. Elas vivem num mundo de sonhos, imaginações e ilusões. Precisamos estar conscientes do presente. Precisamos tornar o momento presente o melhor momento. Este momento é resultado do momento que recém passou. Da mesma forma, o próximo momento será consequência do momento presente. Precisamos nos lembrar de estar presente no presente e apreciar a vida presente. (G. Surendran, Positive Life, Sapna book House, Bangalore)




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Tumblr.com

domingo, 13 de março de 2016

DISCERNIMENTO E INTUIÇÃO

Esforçai-vos por preparar em vós uma espécie de padrão interior graças ao qual podereis avaliar com certeza tudo aquilo que se vos oferece: as condições, os objetos, os seres... Podereis então sentir se, ao comprometer-vos com uma determinada pessoa, ao aceitar uma determinada proposta, ao lançar-vos num determinado projeto, vos aproximareis ou vos afastareis do vosso ideal espiritual. Pode-se chamar a isso, muito simplesmente, discernimento. Esta faculdade, o discernimento, pertence mais ao domínio da sensação do que ao da compreensão. É algo muito difícil de explicar e a que também se pode chamar intuição. Desenvolvereis esta qualidade pela observação, pela reflexão, pela meditação, pela oração, mas sobretudo pela vigilância: após cada experiência, é importante que vos analiseis para saberdes em que situação vos encontrais. Se vos aplicardes a desenvolver esta faculdade, a fazer funcionar este padrão... ou este radar, tornar-vos-eis cada vez mais capazes de tomar boas decisões, de fazer boas escolhas.




Omraam Mikhaël Aïvanhov






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quinta-feira, 10 de março de 2016

A VIDA ESTÁ SEMPRE EM MOVIMENTO

A vida caracteriza-se pelo movimento, nunca é a mesma: ela corre, circula e transforma-se, deslocando os seres e as coisas, e há que adaptar-se continuamente. Hoje surgiu-vos um problema e conseguistes resolvê-lo usando um certo método. Mas eis que, no dia seguinte, se apresenta um outro acontecimento e, se procurardes enfrentá-lo usando o mesmo método, não é garantido que ele funcione; sois forçados, por isso, a ter em conta o que esta situação tem de novo e até de inesperado. Tomai consciência de que nunca estareis em sossego, pois a vida está sempre a apresentar diferentes problemas que é preciso resolver e cada um exige uma solução particular. Ontem, por exemplo, a solução era um gesto de bondade, de generosidade. Mas hoje tendes um assunto para resolver e neste caso o que vos ajudará será o raciocínio, ou a firmeza, ou mesmo a obstinação. Numa outra ocasião, será a indiferença, ou o esquecimento… Procurai, pois, de cada vez, o modo de vos adaptardes às circunstâncias. Isso exige atenção e reflexão.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





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CAMINHADA - IDAS E VINDAS

Idas e vindas, paradas e retomadas, assim é o vaivém da evolução do espírito ainda inseguro, sem condições de caminhar em linha reta por não ter ainda definido a sua direção.

A evolução de cada ser, criado pelo o Pai Onipotente, obedece a ritmo próprio. Não se pode prever que este ou aquele irmão conseguirá avanços maiores ou menores. A cada instante há um emaranhado de fatores interagindo, a criar um clima peculiar em que se envolve o ser. E cada situação é um desafio, exigindo soluções próprias. A capacidade de cada um dar solução a seu problema de vida, em determinado momento, vai indicar novas posições, como num jogo de xadrez, em cada nova jogada vai exigir uma análise diferente.

Não se assustem os Espíritos diante dos atrasos sofridos na sua caminhada. Cada experiência é proveitosa por si só. Pena é que decisões mal tomadas serão causa de sofrimentos e dificuldades maiores. Entretanto, nada se perde. Para todas as situações existirão sempre saídas.

Preocupem-se os irmãos em lutar interiormente para não se deixarem levar por vibrações negativas que interfiram na sua ação. Lutem por fazerem o melhor. Não se deixem iludir pelo fato de que Deus, na sua bondade infinita, oferece sempre novas oportunidades de restauração. Antes fazer o bem, agir no amor, buscar a retidão de consciência que se iludir pelos sucessos transitórios da vida e perder a alma.

Buscar a ação digna deve ser a meta de todo o espírito, seja encarnado ou desencarnado. Isto exige esforço: é luta da criatura contra suas tendências negativas.

A vitória é a conquista do equilíbrio. O equilíbrio é o passado para a paz. A paz é o refrigério do espírito.

Amemos a Deus e provemos o nosso amor não por palavras, mas por atitudes dignas de sua imensa bondade para conosco.




Luiz Sérgio




Fonte: http://omundoqueeuencontrei.blogspot.com/
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quarta-feira, 9 de março de 2016

SÁBIO - AQUELE QUE CONSEGUE LIBERTAR-SE DOS FARDOS INÚTEIS DA EXISTÊNCIA

O sábio é aquele que conseguiu libertar-se dos fardos inúteis da existência. Ultrapassou nele as regiões das nuvens e do pó, isto é, os planos astral e mental (os pensamentos e os sentimentos egoístas, vulgares), para se elevar até às regiões onde brilha um sol eterno. E o seu único desejo é transmitir a todos a sabedoria que conquistou à custa de tantos esforços. Mas quanto tempo é necessário para alguém fazer os outros compreenderem o que ele próprio compreendeu! A única coisa que o sábio pode comunicar imediatamente é, pois, a alegria que lhe é proporcionada por essa sabedoria, a alegria que transborda da sua alma e a que também se pode chamar amor. Por causa dessa alegria e desse amor que chegam até eles, os humanos são obrigados a refletir. Pelo menos questionam-se acerca do caminho pelo qual também eles poderiam atingir o mesmo estado de consciência.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

A raiva é a emoção que tenta segurar todas as outras emoções. Se alguém tenta atacar aquilo que acreditamos ou apreciamos, a raiva vem à tona para afugentar o atacante. Esse é um exemplo do uso da raiva para proteger nosso eu simulado, nosso sentido de ego. No entanto, quando nos reconhecemos como seres humanos e quando experimentamos a beleza da nossa verdadeira consciência, a dependência de aprovação externa é reduzida. Redescobrimos quietude e estabilidade interna. Assim, a necessidade de usar a raiva como nossa protetora é eliminada. (Yogesh Sharda, Administrando a raiva, Revista Confluência, março/abril 2001)

Precisamos acabar com os problemas tão logo eles nascem. Dessa forma não poderá haver expansão dos problemas. Se terminarmos com eles instantaneamente, a prole dos problemas não poderá surgir. Há prole quando um traço de algo permanece. Se terminarmos mesmo com o resquício sutil do problema, de onde a prole viria? Este é o momento para fazermos o controle de natalidade dos problemas.

Existe uma história que relata uma conversa entre os dedos da mão. Cada um exaltava sua própria importância. O polegar dizia que era o mais importante porque com ele se faz a impressão digital. O indicador dizia que ele é usado para apontar Deus, sendo assim o mais especial. O dedo médio se achava o melhor porque é o maior. O anelar dizia ser o dedo onde todos usam o anel. E o dedo mínimo dizia ser muito cooperativo e por isso imprescindível. Porém, individualmente nenhum deles é capaz de realizar uma tarefa. Todos precisam trabalhar juntos. Essa é a maravilha da unidade. (Dadi Janki)

Não podemos pensar que as coisas sempre vão ser como gostaríamos que fossem. Que o comportamento dos outros irá combinar com os nossos sentimentos, atitudes e valores; que eles serão sempre suaves conosco. É dito que tanto a chuva como o sol são necessários para formar um arco-íris. São os desafios que criam os campeões. (BK Suredran, Self-esteem and human relationships, World Renewal, December, 2003)




Brahma Kumaris





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terça-feira, 8 de março de 2016

GANÂNCIA - PODER - DOMINAÇÃO - AUTORIDADE

As pessoas criam e desenvolvem em si mesmas uma variedade abundante de hábitos e atitudes egoístas, causando a si mesmas grande descontentamento. O impulso para tudo isso vem da ganância pelo acúmulo de autoridade, dominação e poder. Ganância pelas coisas nunca pode ser eterna e total; é simplesmente impossível para qualquer um saciar-se satisfazendo a ganância. Onipotência pertence somente ao Senhor de tudo (Sarveswara). Você pode sentir-se feliz por tornar-se o mestre de todas as artes, proprietário da riqueza, possuidor de todo o conhecimento, ou receptáculo de todas as escrituras, mas de onde é que estes vêm? Você pode alegar que obteve isso pelo seu próprio esforço, trabalho e labuta. Mas, certamente, foi dado a você por alguém de alguma forma ou de outra. A fonte da qual toda autoridade e todo o poder se origina é o Senhor de todos. Ignorar essa onipotência - e se iludir de que o pouco poder que adquiriu é seu próprio - é, na verdade, egoísmo, vaidade e orgulho (ahamkara).





Sathya Sai Baba






Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
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AMOR DIVINO - O ÚNICO QUE PREENCHE O CORAÇÃO E A ALMA

Os humanos vivem o amor como um sentimento, uma paixão ou até, por vezes, como um delírio, uma doença… e uma doença incurável! O verdadeiro amor não é nada disso: é um estado de consciência ao qual se chega depois de ter andado muito no caminho do aperfeiçoamento interior. O verdadeiro amor é a recompensa dada àquele que compreendeu que, para ser plenamente feliz, deve aproximar-se mais, em cada dia, do mundo da pureza, da harmonia, da luz… o mundo do próprio Deus. E como Deus é a fonte do amor, ao esforçar-se por se elevar até Deus ele recebe o maior presente que pode existir: sente que se torna capaz de estender o seu amor ao mundo inteiro, a todas as criaturas, a toda a criação. Ele já não concentra a sua atenção e os seus pensamentos exclusivamente numa única criatura humana, esperando que ela satisfaça os seus desejos e as suas necessidades, o que traz necessariamente sofrimentos e decepções. Ele aproxima-se diariamente do amor divino, o único que pode preencher o seu coração e a sua alma.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 4 de março de 2016

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

As negatividades são como um intruso que aproveita cada chance para se opor a você. Por que deixar esse intruso entrar? A maior porta de entrada das negatividades é a porta da culpa e das desculpas. Não se deixe angustiar pelos outros. O ego é a força deles. Torne-se sem ego e a força deles não poderá tocá-lo. Liberte-se da animosidade e você se tornará destemido. Mantenha pensamentos sobre o eu verdadeiro e faça ações verdadeiras. (Dadi Janki)

A consciência humana é o guia pessoal e o elo com a Única fonte universal de verdade. É possível e prático estar em contato com ela, sentir suas pontadas e mordidas, escutar quando ela fala. Cada indivíduo senta-se no assento do motorista e tem liberdade de escolha: seguir adiante, parar, dar a volta, entrar no fluxo, ceder passagem, sinalizar. Podemos escolher agir com base nos princípios mais íntimos e valores corretos ou reagir com base em circunstâncias negativas externas.

Hoje, sua tarefa especial é: amar a si e aos outros tais como são. Para isso, procure dar liberdade para que sejam e atuem como quiserem. Com amor verdadeiro, mostre o que é correto através de seu próprio exemplo e de palavras de sabedoria. Mas seja capaz de ir além caso os outros queiram seguir o seu próprio caminho. Enquanto existir amor haverá aceitação. (Anjo Guardião, Brahma Kumaris Academia por um Mundo Melhor, Lisboa)

Seu diálogo interno estabelece sua maneira de ver o mundo. Quando você se exige e se repreende, cria um mundo de estresse e dor. Para ser pacífico, crie um diálogo amoroso consigo, permitindo que seus valores internos despertem e sejam expressos, não importa como seja seu mundo exterior. (Enrique Simó, O Presente da Paz)

Que você seja capaz de conviver com qualquer pessoa, seja qual for a personalidade dela. Para isso, mantenha sua própria verdade, não seja influenciado pela falsidade. Deixe que as pessoas sejam transformadas através do seu exemplo. Verdade e simplicidade tornam você vitorioso. Evite pensar “Eu não quero mais lidar com isso”. Seja destemido. Receba poder de Deus. Esse poder pode fazer muito. (Dadi Chandramani)

As coisas muito grandiosas tomam forma através do silêncio, solitude e tolerância. Tolerância é a habilidade de acomodar diferentes opiniões e indiferentes atitudes, mantendo o autorrespeito e respeitando os outros. Para reforçar o hábito da tolerância, procure ter uma mente aberta em relação a tudo. Procure entender que cada ser humano possui dentro de si uma bagagem de conceitos, experiências e memórias absolutamente singulares. A tolerância é o poder que valoriza essas histórias pessoais, com respeito e amor. Onde houver tolerância em uma tarefa ou relacionamento, haverá sucesso.




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
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