segunda-feira, 15 de outubro de 2012
LEI DA CAUSA E EFEITO OU CARMA
A palavra Carma é originária do sânscrito, uma língua falada pelos antigos indianos e que significa "ato". Embora esse significado seja muito geral para dar uma ideia precisa da doutrina mística que lhe corresponde, ainda assim permite compreender que a lei cármica está fundamentada na ação. Mais exatamente, diremos que esta lei corresponde ao princípio da causa e efeito que se aplica constantemente na nossa vida diária.
De acordo com esse princípio, todo pensamento, palavra e ação de nossa parte gera uma reação equivalente. Em outras palavras, quando pensamos, falamos ou agimos de forma negativa, colocamos em ação causas que, mais cedo ou mais tarde, produzirão efeitos da mesma natureza em nossa existência. Na realidade, é em grande parte a aplicação do carma que está na origem da maior parte das provas que enfrentamos em nossa existência.
As observações acima não nos devem fazer supor que a lei cármica intervém como uma punição em nossa vida. Na verdade, se é certo que sofremos as consequências de nossos erros, também nos beneficiamos das boas ações que cometemos no passado. Nesse sentido, é importante compreender que não existem débitos cármicos exclusivamente. Assim quando temos sorte, quando tudo transcorre muito bem em nossa vida, quando tudo parece dar certo é por motivo de nosso carma positivo, pois cada um de nós colhe exatamente o que semeia.
Se semeamos bons pensamentos, boas palavras e boas ações, as leis cósmicas se cumprem de tal forma que recebemos como retorno as alegrias correspondentes. Ao contrário, quando enfrentamos problemas de toda a ordem, aborrecimentos diversos, frequentemente é porque pensamos mal, falamos mal ou agimos mal, em algum momento de nossa vida. Desse ponto de vista, devemos salientar que não sofremos unicamente os efeitos de nossas más ações. Também devemos assumir os efeitos de nossas más intenções.
A questão fundamental que devemos considerar agora é a seguinte: qual é a real utilidade da lei da causa e efeito ou carma?
Do ponto de vista místico, é a de contribuir para a evolução de nossa alma ou, mais exatamente, da consciência que lhe é própria. Como? Permitindo-nos compreender em quê nosso comportamento foi bom ou mau.
Explicando melhor: quando fazemos o mal, mesmo involuntariamente ou por ignorância, opômo-nos às leis cósmicas e ocasionamos dores, sofrimentos e injustiças na vida de nossos semelhantes. Por consequência, afastamo-nos do caminho que, de vida em vida, deverá nos conduzir à perfeição. Devemos, portanto, retornar ao bom caminho, e é exatamente nesse nível que a lei cármica intervém.
Na realidade, cada vez que estamos diretamente na origem de uma situação penosa para qualquer outra pessoa, sofremos as provações que deverão nos incitar a refletir sobre a natureza de nosso comportamento anterior, para compreendermos a relação de causa e efeito que existe entre essas provações e o mal que fizemos.
Após termos tomado consciência dessa relação, cabe-nos agir de acordo com ela, não só para repararmos nossos erros, mas também para nunca mais os repetirmos no futuro. Nesse sentido, a maior parte das provações que sofremos duram enquanto não tivermos compreendido em que somos responsáveis por elas.
O que é verdadeiro num sentido também o é no outro. Ou seja, quando a sorte nos sorri e nossa vida decorre sem maiores problemas, é importante agradecer ao Cósmico e persistir na ação correta, demonstrando que compreendemos que a felicidade não é um dom arbitrário, e sim um estado resultante dos esforços que fizemos para criarmos o bem ao nosso redor.
Isso significa que uma vida feliz provém essencialmente das boas ações que praticamos em um momento ou outro de nossa vida atual ou de nossa encarnação passada. Esse fato é extremamente importante, pois propicia a compreensão de que a existência de cada indivíduo não é, em caso algum, fruto do acaso ou de circunstâncias arbitrárias.
Todos os ornamentos marcantes do cenário de nossa vida terrena correspondem às escolhas que fizemos num passado mais ou menos distante. Assim, do ponto de vista cósmico, não existe nenhuma injustiça, pois todo indivíduo tem a vida consonante com o bem e o mal que ele cometa.
As explicações acima permitem compreender que o carma é uma lei cuja ação se faz presente de uma vida para outra. Isso explica por que nem sempre compreendemos a origem de certas provas que nos surgem nesta existência.
Na verdade, para nós é impossível lembrarmos tudo que fizemos em encarnações passadas. Assim sendo, a partir do momento em que admitimos que essas provas têm muito provavelmente uma causa cármica e em que fazemos tudo o que está em nosso poder para sobrepujá-las, elas se tornam mais leves e acabam por desaparecer de nossa vida.
Quando sua natureza é de tal ordem que precisamos ser submetidos a ela até o fim de nossa vida, como é o caso de certas doenças incuráveis, a Inteligência Cósmica também nos dá a força interior para suportá-la e nos concede compensações espirituais que só o indivíduo pode apreciar completamente.
Tendo compreendido esse princípio, todos os iniciados do passado procuraram encorajar os homens a enfrentarem a adversidade, em lugar de apenas se resignarem á Vontade Divina. Na realidade, eles sabiam que quando um indivíduo age na melhor das suas possibilidades para enfrentar os problemas com que se defronta, ele transforma progressivamente sua dívida cármica em um benefício cármico e, nesta vida ou em outra, acaba por conhecer a felicidade a que aspira.
Agora gostaríamos de insistir num ponto importante. Como acabamos de explicar, todo comportamento negativo de nossa parte se traduz, mais cedo ou mais tarde, em provas que tem como finalidade, não nos punir, mas nos conscientizar de nossos erros. Não obstante, isso não quer absolutamente dizer que todas as provas que um indivíduo enfrente em sua existência sejam de origem cármica. Algumas delas se devem ao fato de que é impossível viver no plano terrestre sem ter problemas a suplantar ou sem sofrer, em diferentes formas, as imperfeições do aspecto material de nossa existência.
Portanto, não cabe atribuir todos os males ou o dos outros ao cumprimento de um carma negativo. Nesse sentido, ao invés de especularmos sobre as causas eventuais de situações penosas que ás vezes sofremos, é preferível enfrentá-las com coragem e agir de modo a suplantá-las.
Procedendo dessa forma, certamente colocaremos em ação forças positivas que, mais cedo ou mais tarde, criarão em nossa vida os efeitos correspondentes.
Como vimos, o fato de sabermos que toda a nossa vida está de acordo com a ação do carma nos dá uma vantagem sobre aqueles que a ignoram. Isso, aliás, foi o que levou os Mestres a dizerem que é da ignorância, e só da ignorância, que o homem deve se libertar.
Com efeito, a partir do momento que adquirimos a convicção de que o único meio de sermos verdadeiramente felizes é evoluindo para a perfeição, agindo de maneira tão positiva quanto possível na vida cotidiana, criamos a cada dia as condições para nossa felicidade e nos preparamos para um futuro mais de acordo com nossas mais caras esperanças.
Por isso é tão importante trabalharmos nosso próprio ser para dominarmos suas falhas e colocarmos suas qualidades a serviço de outros. Esse trabalho permite criar uma harmonia cada vez maior entre nosso Eu Objetivo e nosso Eu Espiritual.
Finalmente, em uma de nossas encarnações, chegará o dia em que essa harmonia se tornará tão perfeita que teremos a experiência da Consciência Cósmica, traduzida pela iluminação de nossa própria consciência. A partir desse momento, poderemos considerar que estaremos próximos do estado de perfeição que um ser humano possa manifestar nesta Terra.
(desconheço o autor)
Fonte: Ordem Rosacruz - AMORC
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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