quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A SENDA DO DISCIPULADO


... As regras do ocultismo só têm significado para o discípulo, para aqueles que adquirem conhecimento no sentido verdadeiro e místico; que elas têm qualquer utilidade e interesse apenas para os que são discípulos.

A essência desta afirmação é que até que o estudante se tenha preparado totalmente durante o período de disciplina como neófito, estas regras não lhe transmitirão sua pretendida importância. Ele as lerá como um fato científico, e não como aforismos luminosos que sintetizam um conjunto de experiência espiritual íntima. Tantos são os estudantes que lêem nesse primeiro sentido - como fato científico - e pedem a outros que lhes dêem algo que só pode ser vivido.

Ninguém lhes pode dar o poder de ler no sentido oculto. Somente a profundidade e a intensidade do viver concedem isto. O neófito que se esquiva das palavras profundamente significativas, profundidade e intensidade, melhor fará em afastar-se por algum tempo.

A Senda do discipulado o conduzirá para águas profundas. O medo tem detido muitos homens ao primeiro vislumbre dessas águas. Isto talvez seja bom. Não é fácil transpô-las sozinho. É sensato experimentar a própria coragem o bastante antes de sair do terreno que se conhece bem. Uma vez além das fronteiras, não há como voltar. Ao transpô-las, ele perderá o domínio de muitas coisas que mantivera firme em suas mãos durante a vida. A questão, para ele, agora, é se pode confiar que a alma encontrará um novo caminho que o conduzirá para algo infinitamente mais duradouro para substituir o que ele perderá ...





Raymund Andrea, FRC






Fonte: do livro "A Técnica do Discípulo", biblioteca R+C, nº XVI, Ed. Renes Ltda., RJ.
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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