quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A MENTE NÃO É NOSSA INIMIGA

Todos nós temos coisas que, para nós, não tem preço. Você já parou para pensar qual é a coisa mais preciosa que possui neste mundo? Qual é a única coisa que você possui que, se lhe fosse tomada, você nunca seria o mesmo de novo? Pense sobre isso. Pare um minuto, feche seus olhos.

Você poderia responder que o relacionamento especial que tem com alguém é a coisa mais preciosa do mundo. Ou poderia responder que sua saúde, assim como a saúde daqueles que estão à sua volta, é o que há de mais precioso. Talvez você tenha uma resposta diferente. Entretanto, quando você leva essa pergunta cuidadosamente em consideração, será que não existe algo que está acima de tudo isso?

Eu diria que nossa consciência primordial pode ser considerada nossa dádiva mais inestimável. Nós geralmente nem paramos para pensar nisso. Mas como poderíamos estabelecer um relacionamento se nossas mentes não funcionassem? Qual seria o valor de nossa excelente saúde física se não pudéssemos apreciar as melhores coisas que a vida nos oferece? Em resumo, qual seria o valor de qualquer coisa se não estivéssemos completamente cientes de sua existência? Na verdade, a única razão pela qual algo nos é precioso é porque estamos cientes de seu valor.

Alguns tradicionais ensinamentos espirituais parecem insinuar que a mente é nossa inimiga. Nossos pensamentos nos mantêm perdidos em uma ilusão de dualidade. Se nós pararmos a mente, poderemos atingir o mais alto nível de iluminação. Esta ideia pode ser enganosa. É verdade que a vasta maioria de nossos processos mentais não nos leva a lugar algum. Mas a mente adiciona uma dimensão à nossa consciência natural que nos diferencia da vida animal.

Devemos tomar as rédeas da mente e, ao mesmo tempo, devemos entender que a mente não é nossa inimiga. Ela é tudo de que dispomos e nos permite dar valor a tudo que consideramos precioso nesta vida. Sem a consciência primordial humana, nunca poderíamos vivenciar nossos próprios processos e, o que é mais importante, a conexão com o Divino não seria possível.


Rav David A. Cooper


Fonte: “A Cabala e a prática do Misticismo Judaico”
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

Nenhum comentário:

Postar um comentário