domingo, 1 de dezembro de 2013

PARASHÁ VAIGÁSH - ויגש (E SE APROXIMOU) - EXÍLIOS

Gênesis 44:18 – 47:27

A Cabalá ensina que no caminho da espiritualidade existem quatro tipos de exílios: o do Egito, o da Babilônia, o da Assíria e o de Edom. Cada um desses Exílios é um aspecto de escuridão e desconexão de nossa alma.

A porção de Vaigásh nos apresenta ao primeiro exílio que podemos vivenciar, o do Egito, e que, infelizmente, é um dos mais difíceis de todos. Por que motivo? Justamente por ser o primeiro. A primeira vez que nos ferimos sempre dói mais do que nas outras vezes, em que já estamos “calejados”.

Mas o que representa o primeiro exílio, o do Egito? Olhando para o nome hebraico desse país – Mitsráim – podemos ter uma ideia melhor. A raiz da palavra é a mesma de “estreiteza”, “limitação" e "constrição". Assim, a Cabalá ensina que sempre que nos sentimos limitados e sem possibilidades de ação estamos experimentando o mais doloroso dos exílios em nossa vida.

No entanto, todo exílio quando superado pode trazer algo de bom. Pelas leis da natureza (que não deixam de ser leis cabalísticas) é sabido que as forças de constrição atuando sobre um objeto geralmente o tornam mais forte e valoroso. Um carbono que é oprimido se torna diamante; a água, se tiver seu caminho limitado, passa a fluir ainda mais forte do que se tivesse livre vazão.

Assim, embora o exílio seja uma condição difícil pela qual todos podemos passar, não necessariamente ela precisa ser negativa. Através da escuridão de cada um dos exílios podemos encontrar uma luz até então desconhecida em nossa alma.

No caso do Egito, as limitações e sentimentos de opressão podem fazer com que o nosso verdadeiro valor e força venham à tona. Uma vez chegado a esse ponto podemos continuar a jornada metafórica que nos relata a Bíblia: encontramos o nosso Moisés interno, nos desfazemos do jugo da escravidão e saímos livres para poder receber a Torá aos pés do Monte Sinai; nos tornamos um verdadeiro diamante, e uma nova vida se inicia, baseada em conceitos mais elevados da existência.




Yair Alon




Fonte do Texto: http://www.yairalon.com.br
Fonte da Gravura: http://www.culturajudaica.org.br

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