terça-feira, 31 de janeiro de 2017

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Meu ideal se tornará real apenas quando meu coração se tornar forte. O que ajuda a construir força interior é a educação espiritual. Ser verdadeiro, a começar comigo, é um aspecto muito importante de tornar-se forte. Quando você tem honestidade, você se torna destemido. Você não tem nada a esconder, pois é o mesmo dentro e fora. A autorreflexão é o músculo interno, a base da força interior. (Gopi Patel)

Natureza é o jeito que somos é a forma como reagimos, como nos comportamos. Muitas vezes falamos ou fazemos coisas impulsivamente e nos arrependemos depois. Se quisermos mudar nossas respostas, precisamos mudar nossa natureza. Precisamos assimilar uma natureza de facilidade, leveza e simplicidade. Na extensão em que o intelecto, a visão e as palavras são simples, leves e fáceis, ficamos livres do conflito com a nossa natureza antiga.

Ao fazer o bem, você ganha força. Mas não tenha o desejo de ser elogiado pelo que você fez. Deus sabe quem são Seus ajudantes, você não precisa ter nome e fama. Deveria haver benevolência por todos. Considere a tristeza dos outros como sua própria e ajude-os. Isto não significa tomar tristeza deles, mas ter amor por removê-la. Eleve-os com o seu amor. Vingança não existe nos pensamentos daqueles que tem amor, compaixão e misericórdia. Tenha constantemente um grande coração. (Dadi Janki)

Autoestima é um aspecto importante para o meu bem-estar e para melhorar a qualidade da conversa comigo mesmo. Para aumentar a autoestima preciso: (1) reduzir as conversas negativas; (2) pensar no meu progresso espiritual e compartilhar com os outros; (3) evitar pessoas negativas que me levam para baixo; (4) dar a mim revigoramento interior através da meditação; (5) focar nas minhas qualidades e tornar-me genuíno; (6) investir tempo naquilo que me faz sentir bem. (Dr. Usha Kiran)




Brahma Kumaris






Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Tumblr.com

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

LEVANTE-SE E PASSE EM SEUS TESTES

Todos nós temos um certo número de testes pelos quais temos que passar ao longo de nossas vidas.

Sempre que atingimos o ponto em que alcançamos, seja o que for que precisamos alcançar em um determinado nível, seguimos para o próximo nível e o próximo teste, obtendo acesso a um nível mais elevado de nossa alma.

A dura realidade é que, os testes pelos quais às vezes precisamos passar, podem ser muito difíceis. Às vezes eles podem até nos parecer “maldições” insuperáveis.

Entretanto, o que aprendemos na Kabbalah é que toda dificuldade surge para, de alguma maneira, nos levar a outro nível de consciência.

Por exemplo, vamos dizer que uma pessoa adoeça. Como resultado de finalmente desacelerar o ritmo da vida, encontra-se pensando em seus caminhos, no que possui e o que não possui, na maneira como contribuiu ou não com o mundo. Finalmente, depois de anos e anos seguindo um caminho, essa pessoa pode obter a verdadeira determinação de se tornar mais do que é, tornar-se mais consciente do que o rodeia, compartilhar mais com a família, amigos e comunidade.

Assim, no final, será que a doença foi uma maldição?

A resposta, neste caso, é não.

Para essa pessoa, a doença foi uma batida à porta dizendo: “Acorde! Você perdeu a conexão com seu propósito de estar aqui, e você precisa reavaliar seu caminho.”

Pense em eventos em sua vida que você sentiu que eram "maldições". Você consegue ver, agora, como essa experiência ensinou algo a você, mudou você para melhor ou o tornou mais forte?




Karen Berg





Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CARL GUSTAV JUNG: OS DOZE ARQUÉTIPOS COMUNS

O termo “arquétipo” tem suas origens na Grécia antiga, as palavras raiz são archein que significa “original ou velho” e typos que significa “padrão, modelo ou tipo”, o significado combinado é “padrão original” do qual todas as outras pessoas similares, objetos ou conceitos são derivados, copiados, modelados, ou emulados.

O psicólogo Carl Gustav Jung usou o conceito de arquétipo em sua teoria da psique humana, ele acreditava que arquétipos de míticos personagens universais residiam no interior do inconsciente coletivo das pessoas em todo o mundo, arquétipos representam motivos humanos fundamentais de nossa experiência como nós evoluímos consequentemente eles evocam emoções profundas.

Embora existam muitos diferentes arquétipos, Jung definiu doze tipos principais que simbolizam as motivações humanas básicas, cada tipo tem seu próprio conjunto de valores, significados e traços de personalidade, além disso, os doze tipos são divididos em três grupos de quatro, ou seja, Ego, Alma e Eu, os tipos em cada conjunto compartilha uma fonte de condução comum, por exemplo, tipos dentro do conjunto Ego são levados a cumprir agendas definidas pelo ego.

A maioria se não todas as pessoas têm vários arquétipos em jogo na construção da sua personalidade, no entanto, um arquétipo tende a dominar a personalidade em geral, ele pode ser útil para saber quais arquétipos estão em jogo em si e nos outros, especialmente nos entes queridos, amigos e colegas de trabalho a fim de obter uma visão pessoal sobre comportamentos e motivações.


OS TIPOS DE EGO

1. O Inocente

Lema: Livre para ser você e eu
Desejo principal: Chegar ao paraíso
Objetivo: ser feliz
Maior medo: Ser punido por ter feito algo de ruim ou errado
Estratégia: Fazer as coisas certas
Fraqueza: Chato por toda a sua inocência ingênua
Talento: Fé e otimismo
O Inocente também é conhecido como: utópico, tradicionalista, ingênuo, místico, santo, romântico, sonhador.


2. O Cara Comum, o Órfão

Lema: Todos os homens e mulheres são iguais
Desejo central: Ligação com os outros
Objetivo: Fazer parte
Maior medo: Ficar de fora ou se destacar da multidão
Estratégia: Desenvolver sólidas virtudes comuns, seja para a Terra ou o contato comum
Fraqueza: Perder o próprio Eu em um esforço para se misturar ou por uma questão de relações superficiais
Talento: O realismo, a empatia, a falta de pretensão
A pessoa normal também é conhecida como: O bom menino velho, o homem comum, a pessoa da porta ao lado, o realista, o cidadão sólido, o trabalhador rígido, o bom vizinho, a maioria silenciosa.


3. O Herói

Lema: Onde há uma vontade, há um caminho
Desejo central: Provar o valor para alguém através de atos corajosos
Objetivo: Especialista em domínio de um modo que melhore o mundo
Maior medo: Fraqueza, vulnerabilidade, ser um “covarde”
Estratégia: Ser tão forte e competente quanto possível
Fraqueza: Arrogância, sempre precisando de mais uma batalha para lutar
Talento: Competência e coragem
O herói também é conhecido como: O guerreiro, o salvador, o super-herói, o soldado, o matador de dragão, o vencedor e o jogador da equipe.


4. O Cuidador

Lema: Ame o seu próximo como a si mesmo
Desejo central: Proteger e cuidar dos outros
Objetivo: Ajudar os outros
Maior medo: Egoísmo e ingratidão
Estratégia: Fazer coisas para os outros
Fraqueza: Martírio e ser explorado
Talento: Compaixão e generosidade
O cuidador também é conhecido como: O santo, o altruísta, o pai, o ajudante, o torcedor.


OS TIPOS DE ALMA

5. O Explorador

Lema: Não me cerque
Desejo central: A liberdade de descobrir quem é através da exploração do mundo
Objetivo: A experiência de um mundo melhor, mais autêntico, mais gratificante na vida
Maior medo: Ficar preso, conformidade e vazio interior
Estratégia: Viajar, procurar e experimentar coisas novas, fugir do tédio
Fraqueza: Perambular sem destino tornando-se um desajustado
Talento: Autonomia, ambição, ser fiel a sua alma
O explorador também é conhecido como: O candidato, o iconoclasta, o andarilho, o individualista, o peregrino.


6. O Rebelde

Lema: As regras são feitas para serem quebradas
Desejo central: Vingança ou revolução
Objetivo: Derrubar o que não está funcionando
Maior medo: Ser impotente ou ineficaz
Estratégia: Interromper, destruir ou chocar
Fraqueza: Cruzar para o lado negro do crime
Talento: Ousadia, liberdade radical
O rebelde também é conhecido como: O ilegal, o revolucionário, o homem selvagem, o desajustado, o iconoclasta.


7. O Amante

Lema: Você é único
Desejo central: Intimidade e experiência
Objetivo: Estar em um relacionamento com as pessoas no trabalho e no ambiente que eles amam
Maior medo: Ficar sozinho, ser um invisível, se indesejado, ser mal amado
Estratégia: Tornar-se cada vez mais atraente fisicamente e emocionalmente
Fraqueza: Com o desejo de agradar aos outros corre o risco de perder sua identidade externa
Talento: Paixão, gratidão, valorização e compromisso
O amante também é conhecido como: O parceiro, o amigo íntimo, o entusiasta, o sensualista, o cônjuge, o construtor de equipe.


8. O Criador

Lema: Se você pode imaginar algo, isso pode ser feito
Desejo central: Criar coisas de valor duradouro
Objetivo: Realizar uma visão
Maior medo: A visão ou a execução medíocre
Estratégia: Desenvolver a habilidade e o controle artístico
Tarefa: Criar cultura, expressar a própria visão
Fraqueza: Perfeccionismo, soluções ruins
Talento: Criatividade e imaginação
O Criador também é conhecido como: O artista, o inventor, o inovador, o músico, o escritor, o sonhador.


OS TIPOS DE EU

9. O Tolo

Lema: Só se vive uma vez
Desejo central: Viver para o momento com pleno gozo
Objetivo: Ter um grande momento e iluminar o mundo
Maior medo: Se aborrecer ou chatear os outros
Estratégia: Jogar, fazer piadas, ser engraçado
Fraqueza: Frivolidade, desperdício de tempo
Talento: Alegria
O tolo também é conhecido como: O bobo da corte, o malandro, o palhaço, o brincalhão, o comediante.


10. O Sábio

Lema: A verdade vos libertará
Desejo central: Encontrar a verdade
Objetivo: Usar a inteligência e a análise para compreender o mundo
Maior medo: Ser enganado, iludido, ou ser ignorante
Estratégia: Buscar informação e conhecimento, auto reflexão e compreensão dos processos de pensamento
Fraqueza: Pode estudar detalhes para sempre e nunca agir
Talento: Sabedoria, inteligência
O Sábio também é conhecido como: O perito, o erudito, o detetive, o conselheiro, o pensador, o filósofo, o acadêmico, o pesquisador, o pensador, o planejador, o profissional, o mentor, o professor, o contemplador.


11. O mágico

Lema: Eu faço as coisas acontecerem.
Desejo central: Compreensão das leis fundamentais do universo
Objetivo: Realizar sonhos
Maior medo: Consequências negativas não intencionais
Estratégia: Desenvolver uma visão e viver por ela
Fraqueza: Se tornar manipulador
Talento: Encontrar soluções ganha-ganha
O mágico também é conhecido como: O visionário, o catalisador, o inventor, o líder carismático, o xamã, o curandeiro, o feiticeiro.


12. O Governante

Lema: O poder não é qualquer coisa, é a única coisa
Desejo central: Controle e poder
Objetivo: Criar uma família ou uma comunidade bem sucedida e próspera
Estratégia: Exercer o poder
Maior medo: O caos, ser destituído
Fraqueza: Ser autoritário, incapaz de delegar
Talento: Responsabilidade, liderança
O Governante é também conhecido como: O chefe, o líder, o ditador, o aristocrata, o rei, a rainha, o político, o gerente, o administrador.



AS QUATRO ORIENTAÇÕES CARDEAIS

As quatro orientações cardeais definem quatro grupos, com cada grupo contendo três tipos (como a roda de arquétipos acima ilustra), cada grupo é motivado por seu respectivo foco orientador: satisfação do ego, liberdade, socialidade e ordem, esta é uma variação nos grupos dos três tipos anteriormente mencionados, no entanto, todos os tipos dentro do Ego, Alma e Eu compartilham da mesma fonte de condução, os tipos que compõem a orientação dos quatro grupos têm diferentes unidades de origem, mas a mesma orientação de motivação, por exemplo, o cuidador é impulsionado pela necessidade de cumprir agendas do ego através do atendimento das necessidades dos outros que é uma orientação social, considerando que o herói também é impulsionado pela necessidade de cumprir agendas do ego o faz através de ação corajosa que comprova a autoestima, compreender os agrupamentos ajudará na compreensão da dinâmica de motivação e autopercepção de cada tipo.




Carl Golden






Fonte do Texto e da Gravura: Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/forum/carl-gustav-jung-os-12-arquetipos/
Via Blog "A Luz é Invencível"
Tradução e Divulgação: do Blog "A Luz é Invencível" (via SOULCRAFT)
https://portal2013br.wordpress.com/os-12-arquetipos-comuns/

A FILOSOFIA DA MAÇONARIA

A filosofia de Teilhard de Chardin

Entre os modernos gnósticos, o jesuíta francês Pierre Teilhard de Chardin brilha como uma estrela de máxima grandeza, por isso julgamos de fundamental importância fazer uma pequena síntese do seu pensamento, porque ele encontra, em nossa opinião, muitos paralelos nos temas que informam o ensinamento maçônico.

Teilhard vê o mundo ordenado numa série de grandezas distribuídas ao longo de uma escala, que é o eixo do espaço-tempo. Essas grandezas se distribuem em duas direções: uma, que é aquela que vai do ínfimo para o imenso, representada por um universo em constante expansão, formando os planetas, os astros, as galáxias, as grandes massas estelares; essa expansão originou-se num ponto ínfimo de máxima densidade energética, que justamente por hospedar essa inconcebível concentração de energia, um dia explodiu. Essa explosão pode ser identificada com o Big-Bang dos cientistas.

A outra direção é aquela que parte do imenso para o ínfimo, representada pela tendência da energia presente nas massas físicas, de enrolar-se sobre si mesma, criando camadas energéticas cada vez mais densas, concentradas em pontos cada vez menores. Essa é a direção que o espírito humano percorre. E assim é em virtude do fenômeno da complexificação cada vez maior dos processos organizacionais, um dos quais, o mais complexo, é o pensamento humano.

Na escala do imenso, que são as grandezas cósmicas, domina a relatividade. As massas estelares se formam por dispersão, partindo de um ínfimo inicial. Por isso, a organização dos corpos materiais é simples. Neles são realizadas combinações atômicas primárias e as realidades materiais vão surgindo dessas combinações, povoando o nada cósmico. Na escala do ínfimo, porém, ocorre um processo inverso. Neste domina o quanta. [1]

Ocorre uma concentração energética, uma interiorização de energia para dentro dos elementos, e disso resultam estruturas cada vez mais complexas, quanto mais a energia se concentra sobre si mesma. Foi essa concentração energética em uma molécula, que produziu, um dia, o primeiro organismo vivo, o qual evoluiu até desembocar no homem.

Por isso, na psique humana convivem as noções de ínfimo e imenso. Situado no ponto mínimo da grandeza cósmica, e no ponto máximo da complexidade material, o homem debate-se entre a glória de ser o organismo mais perfeito que a natureza criou, e a angústia de ser tão pequeno entre as grandezas cósmicas, comparado a um grão de poeira perdido na imensidão do universo.

É assim que, pressionado entre o ser (complexidade/consciência), e o nada (que são os vazios do conhecimento que tem que preencher), ele sente o arrebatamento do espirito que perscruta a imensidão do universo, e sofre pela limitação que a matéria lhe impõe, pois esta não lhe permite mover-se além dos estreitos limites de si mesmo. Esse é o grande conflito que o homem enfrenta; uma eterna luta entre as forças que o constroem.

Os seres vivos, ensina Teilhard, podem ser grandes ou pequenos. Um dia já foram maiores, mas a necessidade de adaptar-se ás condições de vida na terra, (resultantes da compressão num espaço limitado), forçou-os a diminuir de tamanho.

Mais importante que suas conformações externas, porém, é o fato de eles serem simples ou complexos em suas estruturas, pois é a complexidade dos arranjos que as moléculas fazem para compor um organismo que determina o grau de sua evolução. Dessa forma, um micróbio, por possuir na sua estrutura uma complexidade maior do que a de uma galáxia de estrelas dispersas, ocupa um lugar mais proeminente na escala da evolução do que essa imensidade cósmica, por infinita que ela seja.

Isso porque,no micróbio, a matéria já se organizou de tal forma que a vida se fez presente, coisa que a galáxia ainda não conseguiu.

Nos seres infinitamente simples, unicelulares, nada se constata além de mero determinismo. Neles, tudo se comporta conforme as leis da estatística. Lei da relatividade para o imenso, lei dos quanta para o infinitamente pequeno. Já nos seres complexos, o que se percebe é a interiorização da energia. Tactismo nas células, força vegetativa nas plantas, instintos nos animais, auto-organização nos sistemas, consciência nos homens!

O ser, quanto mais complexo é em sua estrutura, mais consciente se torna em sua interioridade. Dessa forma, a evolução passa a ser um processo de convergência da energia presente na matéria, dirigida para o interior dela mesma.

A consciência humana nasceu, dessa forma, como um fenômeno energético que proporcionou a uma espécie em particular, a condição de diferenciar-se e assumir, entre todas as espécies criadas pela natureza, o próprio rumo no processo evolutivo. A evolução, que até o surgimento do homem, era um processo controlado “por fora”, através de leis exclusivamente naturais, a partir do homem passou a ser controlado “por dentro”, tornando-se auto-evolução. [2]


A matéria e o espírito

No mundo da matéria bruta, um fenômeno cósmico de concentração energética produziu, um dia, a matéria viva. Esse acontecimento foi uma emergência descontinua numa sucessão de eventos que se sucediam numa determinada ordem.O surgimento da vida não representou apenas mais um degrau no ciclo evolutivo da natureza, mas sim, uma mudança qualitativa na estrutura da matéria.

No mundo dos seres vivos, o homem também é uma emergência descontinua dentro de uma escala de eventos continuados, sucessivos e ascendentes. O homem é a própria vida refletida. Seu surgimento inaugurou uma nova etapa no caminho da evolução, pois a partir dele a evolução passou a ser autogerida. Como isso terá acontecido? Teilhard pensa que, ao longo da evolução das espécies vivas, um processo de cefalização, que pode ser entendido como uma centralização de energia em um determinado órgão (o cérebro), ocorreu em uma das espécies. Essa centralização, ao longo do tempo, foi produzindo cérebros cada vez maiores, seguindo uma trilha biológica (filogenética), até desembocar no homos sapiens. Daí, essa centralização proporcionou o salto evolutivo (ontogenético), do mero reflexo condicionado do animal para a consciência reflexiva do ser humano.

O universo, na cosmogonia teilhardiana, pode ser visto como o conjunto total das realidades espalhadas ao longo da reta espaço-tempo. Com a emissão dos pensamentos por parte do homem, uma nova camada de elementos passou a envolver a terra: a noosfera. A noosfera pode ser entendida como a centralização da totalidade energética despendida pelos homens, em todos os tempos, no ato de pensar. É o conjunto das reflexões humanas que se concentra sobre si mesma, criando uma espécie de “atmosfera espiritual”. É esse celeiro energético de pensa-mentos condensados que fornece o estofo para as nossas atividades psíquicas.

Partindo dessa idéia, o processo de aculturação da humanidade passa a ser a jornada do seu espírito coletivo, em busca de uma união que se consuma num ponto único do tempo e do espaço, que Teilhard chama de Ponto Ômega. Visto dessa forma, a evolução pode ser repre-sentada por um cone onde a base representa a totalidade das realidades materiais e o seu vértice a totalidade das suas manifestações energéticas, convertidas em espírito.

Assim, todas as manifestações do espírito humano são etapas de um processo de evolução cósmica, onde está presente, em maior ou menor grau, a energia na sua forma material, ou já convertida em espírito. Teilhard vê nesse processo a explicação dos fenômenos religiosos. Para ele, as religiões pagãs da antiguidade, tais como as religiões egípcia, mesopotâmica, persa, grega etc. representaram momentos de intensa espiritualidade, em que os cérebros humanos realizaram ingentes esforços energéticos para realizar a união com a divindade. Da mesma forma, o budismo, o hinduísmo, o taoísmo, enfim, todas as religiões não deístas, também foram momentos em que essa aproximação foi tentada, mas por outros métodos. [3]

O cristianismo, porém, na opinião de Teilhard, representou a etapa definitiva desse processo de espiritualização progressiva da consciência humana, o momento-limite em que ela contemplou a realidade divina em todo seu esplendor. Em suas próprias palavras, Cristo é a condensação mais densa e perfeita da energia cósmica, na forma de consciência/espírito, levada ao mais alto grau de densidade. Em suas próprias palavras, “O Cristianismo é a forma última e axial da necessidade humana de fundir-se com o divino, como ultimação do processo de evolução. Pleroma, ponto final da evolução do espírito universal, Cristo é o próprio Ponto Ômega, o fim da flecha da evolução. Bem aventurados os que entenderem essa realidade e a firmarem em seus corações”.[4]

Em palavras de intenso lirismo, Teilhard define assim a manifestação suprema dessa espiritualização, que se realizou no homem Jesus Cristo: “Era preciso nada menos que os labores terríveis e anônimos do Homem primitivo e a longa beleza egípcia e a espera inquieta de Israel e o perfume lentamente destilado das místicas orientais e a sabedoria cem vezes refinada dos gregos, para que, sobre a haste de Jessé e da Humanidade, a Flor pudesse desabrochar. Todas essas preparações eram cosmicamente, biologicamente necessárias para que o Cristo entrasse no cenário humano. E todo esse trabalho era movido pelo despertar ativo e criador de sua alma, enquanto alma humana eleita para animar o Universo. E quando Maria o tomou nos braços, ela estava erguendo o mundo inteiro”. [5]


O elo de ligação

Onde mais, perguntamos, existe uma síntese mais perfeita dessa evolução material e espiritual da humanidade, senão no ensinamento maçônico? Com efeito, é na moral e na prática sincera da Arte Real que encontraremos uma perfeita interação entre as tradições iniciáticas dos antigos povos, (a longa beleza egípcia, a espera inquieta de Israel, a sabedoria grega e o perfume destilado das místicas orientais presentes na grande tradição da gnose e do magistério de Hermes), com a explosão final de espiritualidade que se condensou na figura ímpar, única, singular, de Jesus Cristo.

Nesse elo de ligação, que parecia perdido em meio à mixórdia política, filosófica e ideológica que a Maçonaria moderna incorporou, eis a moderna teologia de um padre jesuíta cantando um dueto com os gnósticos de ontem e de hoje. Pois tanto para os antigos, como para os modernos pensadores dessa escola, o mundo é feito a cada momento, de combinação em combinação, por um Espírito Supremo ou por espíritos seus delegados. Na formação da realidade cósmica, que é una, espírito e matéria aparecem sempre em aparente oposição. É somente através do conhecimento que a mente humana pode vencer essa aparente contradição, transpondo o domínio trevoso da matéria e atingindo o território luminoso do espírito. Nesse processo ele tem que combinar sabedoria com inteligência. Inteligência para compreender os processos pelos quais o universo acontece, e sabedoria para saber utilizar essa descoberta.

De certa forma, esse é o objetivo do magistério maçônico.


A ciência e a mística

É por isso que a Maçonaria moderna foi buscar nas grandes tradições da gnose e da cabala a maior grande parte dos temas ritualísticos desenvolvidos em seus rituais. E isso não é sem razão. Essas são as únicas disciplinas mentais que combinam, magistralmente, os caminhos da sensibilidade e da razão, na busca de um conhecimento que não pode ser obtido pelos meios intelectuais normais, mas apenas por experiência iniciática. Elas integram, ao mesmo tempo, os métodos da religião e da ciência.

A religião busca a revelação, a ciência quer o conhecimento. Ambas são condensações de um fenômeno energético que ocorre nos domínios mais sutis do psiquismo humano. A revelação pode ocorrer no curso de uma prece, de uma prática ritualística ou de um trabalho de laboratório, na oficina ou outro lugar qualquer onde o pensamento guie as mãos; já o conhecimento científico ocorre como soma de descobertas feitas sistematicamente no decorrer de um processo de observação dos fenômenos. O que torna diferentes esses dois caminhos de evolução psíquica é a metodologia. Enquanto o cientista observa o fenômeno e descreve o que vê, procurando entender por que ele ocorre daquele modo, o místico procura se colocar no interior do próprio fenômeno, como parte dele, para senti-lo, e dessa forma “ver, por dentro” a sua forma de ocorrência.

A ciência “vê” as coisas pelo lado de fora, a mística as “sente” pelo lado de dentro. Talvez esteja aí a razão de o delírio gnóstico e as intuições cabalísticas jamais terem sido convenientemente entendidos pelos racionalistas, pois nunca foi fácil descrever sentimentos, da mesma forma com que se faz com fenômenos mecânicos. Se duas pessoas que compartilham o mesmo grau cultural e as mesmas referências simbólicas forem convidadas a descrever o processo pelo qual a água de uma chaleira se evapora, é possível que ofereçam uma descrição semelhante, e uma mesma conclusão do por que isso acontece; porém, se lhes pedirmos que nos descrevam o que sentem em razão desse fenômeno, e os motivos do porquê sentem dessa forma, dificilmente encontraremos identidade nas respostas e coincidência nas justificativas.


O método da Maçonaria

Na Maçonaria estão presentes os dois caminhos. O caminho da espiritualização é aquele proposto pela gnose. Ele se trilha através da prática iniciática, expressa nos rituais, nos símbolos e alegorias desenvolvidos em cada grau. Nele se aprende pela sensibilidade. O caminho do conhecimento racional é aquele que se condensa na própria proposta da Maçonaria: o aprimoramento do espírito, através do estudo das disciplinas morais que tornam o homem justo em seus julgamentos e perfeito em suas atitudes. Esse conhecimento, que se inscreve no domínio da moral, é obtido pela razão. Razão e sensibilidade podem e devem andar juntos. É a perfeita integração desses elementos que produz a verdadeira sabedoria.

É nesse sentido que o homem deve participar do movimento do mundo e não como seu mero observador. A alma do estudioso, pela participação consciente no processo interativo que formata as realidades universais, torna-se sua razão, e nessa condição ela realmente ‘vê” o que acontece no interior das coisas, e essa visão é o verdadeiro “saber”.

Esse método de conhecer o mundo, que é o método gnóstico, psicológico, no dizer de Ouspensky, é um método que integra razão e sensibilidade, ou se quisermos colocar isso de uma maneira mais sutil, é uma forma que mistura o esotérico e exotérico, fundindo os dois domínios num único e grande território de realidades possíveis de serem abarcadas pelo espírito humano. Se é verdade que espírito e matéria são uma realidade só, que ambos constituem uma unidade que se constrói mutuamente por interação de suas informações nucleares, então essa visão não é um mero delírio metafísico. [6]

Afinal de contas, toda religião tem como objetivo ligar a esfera do humano á esfera do divino. Por isso todas elas procuram desenvolver uma visão do mundo, um conhecimento interior que ilumina a alma do crente e o leva a algum tipo de ascese. Nenhuma confissão religiosa, mesmo aquelas não deístas, como o confucionismo, o taoísmo, o budismo etc., que trabalham esses caminhos através do exercício mental ou pela sensibilidade, dispensam esse objetivo final, que é a iluminação salvadora.

Não se deve confundir gnóstico com mágico, como o fez a Igreja medieval. Embora muitos gnósticos fossem adeptos do pensamento mágico, o gnosticismo se define pelo exercício do livre-pensamento, a recusa de qualquer dogma, o conhecimento deduzido das grandes leis da natureza, ainda que esse conhecimento seja interpretado de maneira religiosa. A gnose cultua o saber pelo saber sem temores ou crenças sobrenaturais. Aliás, para os gnósticos, o próprio sobrenatural é apenas uma superação de leis naturais.

Evidentemente, sua conotação como pensamento mágico é uma consequência natural da própria cultura na qual ela se desenvolveu, cultura essa mais voltada para a ciência do divino do que para as realidades da vida profana. O que os modernos gnósticos (e os maçons) fazem é exatamente isso: mostrar a gnose sobre um novo enfoque, agora que a inteligência humana conseguiu se livrar de seus velhos temores sobrenaturais e pode comprovar, pelos avanços da pesquisa científica, que a natureza é, em si mesma, um verdadeiro repertório de milagres.

É nesse sentido que podemos classificar o ensinamento maçônico entre as disciplinas conhecidas como gnósticas.




João Anatalino





Fonte do Texto e da Gravura: do Blog "O MALHETE"
http://omalhete.blogspot.com.br
Editor do Blog: Luiz Sergio Castro




[1] Quanta: quantidade mínima de energia que pode ser detectada. Divide-se em onda ou partícula.

[2] Na imagem, o padre Pierre Teilhard de Chardin

[3] Religiões não deístas são aquelas que não foram “reveladas” ao homem por uma divindade, mas sim desenvolvidas por ele como forma de se comunicar com elas.

[4] Teilhard de Chardin - O Mundo, o Homem e Deus, Ed. Cultrix, 1984

[5] Idem, pg.29. Na imagem, o Grande Arquiteto traça os planos do universo. Gravura de William Blake.

[6] Piotr Demianovitch Ouspensky. Um Novo Modelo do Universo, São Paulo, Ed. Pensamento, 1928.A GNOSE MAÇÔNICA

MOLÉSTIA MENTAL EXPLICADA SOB O PONTO DE VISTA ESPÍRITA

A jovem britânica Sara Green tinha um amplo histórico de problemas de saúde mental desde os 11 anos de idade. Ela gostava de escrever em seu diário, relatando as dificuldades que enfrentava no dia a dia. Aos 17 anos de idade, foi internada numa clínica psiquiátrica na Inglaterra para tratamento, mas acabou suicidando-se por automutilação, numa das unidades de tratamento especial.

Antes de ser internada, Sara foi vítima de bullying no colégio. Em face disso, se autoflagelava para tentar aliviar sua consternação. Cria que os colegas não a aceitavam na escola, que a odiavam pelo que era, mas expunha que não se gostava também. Green não conseguia entender como se deixou ser afetada nesse nível de anulação da autoestima.

Enquanto esteve internada, as automutilações se agravaram. O caso de Sara não é único. Serviços de saúde mental, seja no Reino Unido ou em outros países, têm demonstrado falhas ao lidar com crianças e adolescentes portadoras de distúrbios mentais. Segundo a ONG Inquest, somente na Inglaterra, desde 2010 nove jovens morreram durante internações em clínicas de tratamento psiquiátrico.

Não trataremos as eventuais falhas da clínica inglesa. Explanaremos rapidamente sobre os transtornos, as automutilações ou autolesões. Tais ocorrências são associadas a um distúrbio psicológico conhecido como Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), classificada pelo psicanalista Adolph Ster como uma patologia entre a neurose e psicose que gera uma disfunção no metabolismo cerebral, desintegrando o ego e gerando um sentimento de perda desesperador.

A literatura específica anota que os sintomas (TPB) costumam surgir durante a adolescência, permanecendo por aproximadamente uma década na maioria dos casos. As pessoas acometidas desse transtorno sentem uma necessidade enorme de autopunição pelos insucessos e frustrações pessoais na vida cotidiana. Os pesquisadores acreditam que pode ter origem genética também associada a fatores traumáticos durante a infância ou adolescência, como possíveis abusos sexuais, negligências, separações e orfandade.

A pessoa acometida do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) sente alívio emocional cada vez que se machuca. Entre os frequentes ferimentos associados estão: esmurrar-se, chicotear-se, enforcar-se por alguns instantes, morder-se, apertar ou reabrir feridas, arrancar os cabelos, queimar-se, furar-se propositalmente com objetos pontiagudos, beliscar-se, ingerir agentes corrosivos e objetos, envenenar-se por overdose de remédios ou produtos químicos (sem intenção de suicídio), bater com a cabeça na parede, esmurrar superfícies duras.

O fato é que a ciência clássica não alcança elucidar suficientemente as razoáveis causas dos distúrbios psicológicos e mentais. A psiquiatria se mantém aprisionada aos limites do cérebro, fonte que, como nós espiritas sabemos, não é a raiz essencial das patologias mentais, mas tão somente a exteriorização do efeito da enfermidade.

Gostem ou não, aceitem ou não, em verdade, o Espiritismo abalou as estruturas da ciência mecanicista vigente e trouxe uma insurreição no campo das idéias materialistas, inovando as considerações religiosas e científicas. A ideia da existência de um ente extra físico (Espírito) pôde elucidar a origem de muitos enigmas patológicos da psiquê.

Nesse sentido, o Espiritismo avança muito mais ao debater e analisar racionalmente a Lei da reencarnação, explicando a questão dos vínculos de causas atuais e passadas das doenças. A Lei de causa e efeito amplia o debate e auxilia a compreender, por exemplo, que a vida presente é reflexo do que temos sido até hoje, incluindo aí as nossas experiências pretéritas (reencarnações anteriores).

Os atuais quadros psicopatológicos devem ser analisados sob esse prisma (causa e efeito), como reflexo dos distúrbios morais de vidas anteriores, considerando sua manifestação de uma forma invariavelmente dramática, trazendo sofrimento tanto para o doente como para a família; daí concluir-se que realmente signifique repercussão de desvios éticos das existências pregressas.

A partir do momento da concessão da reencarnação com todas as fases, durante e após a concepção, o reencarnante imprime as suas necessidades e heranças genéticas nas moléculas de DNA do novo corpo físico, comprometendo ou até mesmo potencializando as funções dos neurotransmissores cerebrais. As experiências de vidas anteriores do Espírito, portanto, são os legados trazidos e construídos por si mesmo, plasmando-se-lhe o fadário. Se houver sincero desejo de redimir-se das faltas, o mecanismo da Lei de causa e efeito aplica-lhe o abrandamento correspondente aos ecos dos deslizes morais que lhe pesam na economia moral.

Isso equivale a assegurar que o gérmen da doença mental já estava registrado no perispírito do reencarnante. Da neurose mais simples, passando pela demência, histeria, ansiedade mórbida, esquizofrenia, a gênese é sempre espiritual. Destacando no debate que a doença mental é expiação ou prova também para os pais que podem ter sido coadjuvantes das culpas desses doentes.

Compreendemos que a cura integral dos quadros psicopatológicos é muito difícil porque consta do plano reencarnatório do Espírito, mas a dor, tanto do doente quanto da família, pode ser suavizada se houver em mente nos envolvidos no drama a certeza de que Deus não coloca fardos pesados em ombros frágeis.

Sob o ponto de vista espírita, a terapêutica no tratamento das tragédias psicopatológicas (obsessivas ou não) é essencialmente preventiva, pois o Espiritismo sugere a resignação ante às vicissitudes da vida que poderiam causar o acirramento ou a atenuação da doença. O autoconhecimento, a busca constante da reforma íntima e a transformação pessoal de cada envolvido constituem meios eficazes de manter a saúde psíquica de todos, já que qualquer um de nós pode ser doente em potencial.

Se atinarmos para a vida eterna, notaremos que sofremos hoje tão somente uma fase diminuta e transitória da existência. Urge reconhecer, por isso mesmo, que a cruz que transportamos, embora possa parecer excessivamente pesada, pode ser perfeitamente carregada se mantivermos a força moral e confiança na Providência Divina, e todo esforço será recompensado consoante estabelece os Estatutos do Criador, em cujos códigos jamais haverão espaços para dispositivos injustos.




Jorge Hessen





Fonte do Texto e da Gravura: do Blog "Artigos Espíritas"
https://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com.br

O PODER DO PENSAMENTO

Algumas Ideias Práticas Para Quem Deseja Assumir o Comando da Sua Própria Vida


Calmamente sentado entre meus livros, penso no duro combate entre sabedoria e ignorância que ocorre dentro da mente humana. É uma luta sem tréguas, e a sabedoria nunca fica parada.

O conhecimento divino é tão vivo e dinâmico como o universo. Ele se manifesta o tempo todo em fatos concretos que o confirmam e reforçam. Se ficasse imobilizado, perderia terreno. A ignorância espiritual faz o mesmo. A energia da sombra imita a luz e se disfarça e esconde. Finge que não existe mais, para depois ressurgir do nada, quase sempre disfarçada de justiça, amor e compaixão.

No palco de guerra da mente humana, bons e maus pensamentos lutam pelo comando das ações. Não basta que as ideias sejam nobres. Embora possa parecer elevado, o pensamento que não gera um ato correspondente produz com frequência mais confusão que ajuda. O pensamento é a semente da ação. A semente que não germina é perigosa, porque sua aparência engana e desinforma.

Na prática, qualquer desligamento entre sentimentos e pensamentos é inviável. Amar e compreender são dois processos diferentes, mas inseparáveis. As emoções devem estar em paz para que haja clareza no pensamento, e o pensamento deve estar límpido para que haja tranquilidade emocional.

Vejamos, por exemplo, o que ocorre na vida diária de quem busca a verdade. Sabemos que a paz está dentro de nós, mas estamos acostumados a procurar pela felicidade no mundo externo. Decidimos deixar que os nossos sentimentos e pensamentos apressados se extingam para que possamos contemplar a paz. Mas ondas de ansiedade fazem de tudo para desviar a atenção e virar o barco da serenidade.

Quando estabelecemos um pensamento para contemplar e meditar ao longo do dia, o pensamento-chave se mantém como uma casca de amendoim oscilando em mar agitado. E no entanto, se há força de vontade suficiente, a casca de amendoim tem o poder de acalmar o mar de emoções ao seu redor.

Se dividirmos em três setores o campo total da energia humana, teremos o espaço supraconsciente, o consciente e o subconsciente; ou, se preferirmos, a dimensão divina, a humana e a animal. O grande campo da luta sem tréguas é o setor intermediário, o território do “eu” separado, o nível humano, onde se encontram a energia divina e as tendências animais. Em meio a esta batalha, o “eu” só pode influenciar gradualmente o processo da vida. As tentativas de acelerar o curso do rio ou antecipar o amanhecer serão, em parte, inúteis. Queiramos ou não, o método é sempre o mesmo. O aprendizado tem etapas, e elas giram como um carrossel. O esforço vai da observação da vida à definição de uma meta, depois à tentativa, e ao erro. Então há uma nova observação, uma nova meta, e assim sucessivamente.

As energias humanas, divinas e animais estão registradas no campo sutil que rodeia nossos corpos físicos. O coração, o cérebro, cada órgão e célula do corpo vivem um processo ondulatório de expansão e retração eletromagnéticas. A emoção, o pensamento e a intuição são também ondas elétricas, embora de frequência vibratória e sutileza diferentes. As emoções, como os pensamentos, se diferenciam muito entre si. Algumas trazem para nosso corpo padrões vibratórios harmoniosos, que produzem saúde e bem-estar, e outras não.

O campo magnético ao redor dos nossos corpos físicos é chamado de “aura”, uma palavra latina que significa “ares”. O “ar” sutil - akasha ou luz astral - contém o registro de quem somos. Nele estão os registros do nosso passado distante e próximo, e também as sementes do futuro de curto, médio e longo prazo, que desenvolveremos desta ou daquela maneira, usando nosso livre arbítrio.

Para saber o estado da nossa aura, podemos examinar honestamente se o foco médio da nossa consciência obedece mais à nossa natureza divina ou ao nosso “eu” animal. Estaremos já preparados e dispostos a usar o poder do pensamento, sendo autores dos nossos próprios pensamentos e sentimentos? Ou ainda preferimos ser arrastados pelas circunstâncias externas?

Ao chegar a casa depois do trabalho, podemos empregar o tempo para serenar emoções, elevar os pensamentos e fazer algo útil enquanto descansamos.

Ou podemos renunciar ao uso responsável do poder do pensamento, ligar a televisão ou rádio em programas inúteis e deixar que nossas mentes sejam transformadas em depósitos de lixo mental e emocional, recebendo imagens nocivas de filmes violentos, propagandas inúteis ou pseudonotícias que giram em torno de imagens destrutivas.

Aparentemente queremos ser donos das nossas vidas. Será que temos o poder e a força necessários para definir de fato o rumo dos nossos próprios sentimentos e pensamentos? Quando quisermos, assumiremos o poder. No livro Porta Para o Infinito, Dom Juan explica para Carlos Castaneda que a comunicação dos segredos da sabedoria iniciática nunca é verbal. [1] O segredo só se transmite quando o aprendiz é capaz de viver a lição de corpo e alma.

Dom Juan chama de “poder pessoal” a capacidade de aplicar as verdades universais à nossa vida concreta. A pessoa que não possui “poder pessoal” pode ler, ouvir ou mesmo falar da sabedoria divina enquanto continua vivendo da mesma forma que antes, ou com mudanças apenas externas, porque não tem força suficiente para alterar sua realidade específica.

Enquanto alguém não assume a direção dos seus próprios pensamentos, a sua atitude diante da realidade é formada automaticamente por reações instintivas, mesmo que ele discurse sobre temas intelectuais e até teosóficos. A pessoa é levada pelo turbilhão superficial do oceano da vida. No fundo, porém, cada um é sempre autônomo num nível fundamental. Embora alguém possa postergar o momento em que assumirá pleno domínio da sua vida, é impossível libertar-se totalmente do seu livre-arbítrio, ou da responsabilidade pelo que pensa, sente e faz. Até mesmo a omissão é uma decisão tomada livremente, e as suas consequências retornarão a seu devido tempo para aquele que se omite. Um mestre de raja ioga escreveu, no século 19:

“... Cada pensamento do homem, ao ser produzido, passa ao mundo interno e se torna uma entidade viva associando-se - amalgamando-se, poderíamos dizer - com um elemental, isto é, com uma das forças semi-inteligentes dos reinos. Ele sobrevive como inteligência ativa - uma criatura gerada pela mente - por um período mais curto ou mais longo, proporcionalmente à intensidade da ação cerebral que o gerou. Desse modo um bom pensamento é perpetuado como força ativa e benéfica, um mau pensamento como demônio maléfico. Assim, o homem está constantemente ocupando sua corrente no espaço com seu próprio mundo, um mundo povoado com a prole de suas fantasias, desejos, impulsos e paixões; uma corrente que reage sobre qualquer organização sensível ou nervosa que entre em contato com ela na proporção da sua intensidade dinâmica. A isto os budistas chamam de ‘Skandha’. Os hindus lhe dão o nome de ‘Carma’. O adepto [um sábio] produz essas formas conscientemente; os outros homens as atiram para fora inconscientemente.” [2]

Nos seus escritos esotéricos, dirigidos inicialmente a uns poucos estudantes selecionados, Helena Blavatsky ensinou sobre a aura externa e maior de um ser humano, o ovo áurico. Imediatamente em torno do nosso corpo físico estão energias magnéticas de frequências vitais (o prana), emocionais (desejos, apegos e rejeições) e mentais (pensamentos e opiniões pessoais).

Por fora deste conjunto de carmas de curto prazo está o invólucro ou ovo áurico, o akasha puro e primordial em que estão registrados o passado e o potencial a ser desenvolvido no futuro pelo indivíduo. O ovo áurico é para o ser humano individual o que o espaço absoluto (Parabrahman) é para o universo. Quando nascemos, ele nos contém e nos inspira. Quando morremos, ele nos recolhe. Em todos os momentos, ele observa nosso crescimento em direção à luz e dialoga misteriosamente com o nosso Atma, o eu eterno, a fagulha suprema.

Vivemos em grande parte presos por hábitos, apegos e outras limitações emocionais e mentais que nós próprios criamos, direta ou indiretamente. Não temos plena consciência disso, porque um dos hábitos mais limitadores é o de não reconhecer que o mundo mental e emocional em que vivemos foi criado por nós próprios.

O que é, afinal, que nos leva a postergar o momento em que assumiremos voluntariamente as rédeas da nossa vida?

A ciência esotérica ensina a plantar um futuro luminoso através de pensamentos, sentimentos e atos corretos. Viver sabiamente é uma questão científica e deve ser resolvida no laboratório experimental da existência cotidiana de cada um.

As grandes verdades universais, filosóficas e religiosas, provocam reações químicas purificadoras. O costume de navegar no silêncio interior nos faz despertar para o poder ilimitado de compreender e de amar o universo. Ao mesmo tempo, nos preparamos para renunciar lenta e irreversivelmente ao que não é divino. Vejamos neste ponto um exercício prático.


Abrindo Espaço Para a Sabedoria

Pensamentos, emoções e informações são como os móveis de uma sala. Se há móveis em excesso, não existe liberdade de movimento. Um excesso de ideias na mente não permite pensar com clareza.

A mente vazia, como uma sala sem móveis, tem um potencial ilimitado. Para despertar o poder do pensamento é interessante retirar do nosso espaço mental os velhos armários cheios de lembranças inúteis, os tapetes bolorentos de emoções inferiores, o lixo acumulado das frustrações e as poltronas rasgadas das expectativas pessoais. Cabe abrir a janela para que entre ar puro.


Sete pontos básicos:

1) Todos temos assuntos que nos preocupam, mas devemos simplificar ao máximo essa “agenda de preocupações”. É preciso fazer o melhor que podemos e deixar que a vida se desenvolva livremente. Toda tentativa de ser onipotente gera sofrimento.

2) Prepare-se para o pior. Não finja que você ou os seres que ama são imortais ou jamais irão envelhecer, ou que outras coisas desagradáveis jamais ocorrerão. Esteja preparado. Seja realista. Isso elimina os medos subconscientes, desperta a coragem diante da vida e liberta o poder do pensamento.

3) Livre de medos, pense no melhor. Visualize o bem. Construa o que deseja e mantenha o pensamento positivo. A imaginação é a ação de criar imagens. Ela constrói sua vida física, emocional e mental.

4) Examine suas relações pessoais. Elas valem a pena? Decida melhorar as relações valiosas. Afaste-se das pessoas cuja influência é daninha ou desacelere, respeitosamente, as relações com elas. Ouça seu próprio coração e busque pessoas que façam o mesmo. Jamais deseje a infelicidade de outra pessoa. Você seria o principal prejudicado. Irradie, sem expectativas pessoais, sua energia positiva para as pessoas com quem você convive.

5) Abra mais espaço na sua agenda para silenciar, meditar, parar, ler lentamente bons textos sobre a arte de viver. A leitura vagarosa desperta o poder do pensamento.

6) Não deixe sua mente ociosa. Selecione pensamentos elevados dos bons livros que ler - ou crie seus próprios - e medite neles nos momentos de espera, no trabalho, no trânsito e sempre que sua mente correr o risco de ficar ociosa ou dispersa.

7) Pratique a auto-observação. Aprenda com seus erros e sua margem de êxito, clareza mental e força interior aumentarão radicalmente.




Carlos Cardoso Aveline





Fonte do Texto e da Gravura: do Blog "HelenaBlavatsky.Net"
http://www.helenablavatsky.net

Uma versão inicial do texto acima apareceu na revista “Planeta”, de São Paulo, em agosto de 2000. Reproduzimos a presente versão atualizada da edição de novembro de 2014 de “O Teosofista”.




NOTAS:

[1] “Porta Para o Infinito”, Carlos Castaneda, Editora Record, RJ, 258 pp., ver capítulo um.

[2] “Cartas dos Mahatmas Para A.P. Sinnett”, Ed. Teosófica, Brasília, 2001, edição em dois volumes, ver volume II, Anexo I, p. 343.

O AMOR QUE ATRAÍMOS É O REFLEXO DO QUE SOMOS


Vós procurais o amor e julgais que ele virá até vós do exterior, sob a forma de um ser que será exatamente como o esperais: agradável, belo, generoso, paciente... perfeito! Vós sois resmungões, egoístas e coléricos, mas o amor deve apresentar-se a vós sob a forma de um anjo! Pois bem, não é assim que as coisas se passam. O amor que ireis atrair será sempre o reflexo de vós mesmos. Se não vos tiverdes aberto ao mundo divino, bem podereis ter um anjo ou um arcanjo nos braços, que não sentireis nada do seu esplendor. E o que eu estou a dizer-vos nada tem de extraordinário. Constata-se muitas vezes que certas pessoas, apesar do afeto que lhes é transmitido pela família e por quem as rodeia, vivem numa grande solidão interior; sentem-se completamente isoladas e até se julgam perseguidas por toda a gente! Infelizmente, não é dado a todos sentir e apreciar o amor dos outros. O amor é uma qualidade da vida divina. Por isso, só encontrareis verdadeiramente o amor se conseguirdes fazer correr essa vida em vós, uma vida purificada, iluminada graças ao vosso trabalho espiritual.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

ONDE COMEÇOU A MAÇONARIA, FOI NO EGITO?

Existem registros que existiram organizações de pedreiros desde tempos imemoriais, inclusive especulações que tenha existido uma no Jardim do Éden, mas associar isto com Maçonaria não passa de fantasia de escritores de ficção bem criativos.

Sem fatos e dados documentais não se valida a história do homem, mesmo que esta sempre sofra um pouco da influência do historiador, por mais técnico que seja. Por conta de historiadores, técnicos sérios, chegaram até nossos dias informações e fatos, devidamente comprovados, que a ordem maçônica vem se desenvolvendo a partir de grupos profissionais que trabalhavam com a pedra, pedreiros, organizados em entidades semelhantes aos atuais sindicatos. Estes grupos de trabalhadores da pedra constituíram sociedades fechadas e ligadas a construção de grandes obras em pedra lavrada que existiram na Europa, confrarias de ofícios, depois denominadas comunidades de ofício e por último, corporações de ofício. Temos notícia deste tipo de organização profissional advindo da Inglaterra na Idade Média, onde era denominada Gild, traduzido para guilda. Estas se transformaram depois em company, e posteriormente em fraternity. Assim como nas atuais agremiações e agrupamentos de profissionais, aqueles compartilhavam os segredos da profissão, à semelhança de todo grupo profissional que tem segredos guardados mediante um linguajar próprio e até esotérico. Para entrar numa agremiação profissional é necessário obter treinamento, estar devidamente regulamentado e registrado no órgão representativo da classe. Aqueles profissionais da Idade Média, com o objetivo de manter o segredo dos métodos de trabalho exigiam segredo de todas as técnicas da construção e as velavam por promessas, juramentos, senhas, palavras de passe para acessar o canteiro de obras e outros artifícios. A guilda foi consequência de antigos canteiros de obras administrados pela Igreja Católica Apostólica Romana, mediante a atuação de monges arquitetos na construção de igrejas e palácios. Quando os profissionais desta área se afastaram da liderança dos monges, seus antigos mestres e arquitetos, surgiram as guildas. Os monges, de sua parte, obtiveram o conhecimento da antiga civilização grega, as adaptaram e aplicaram na construção de sua época. As guildas eram formadas de aprendizes e companheiros, submetidos a rígida disciplina, funcionando os monges como mestres de obra.

Desde o século quatorze existe na Inglaterra registro público de companhias de pedreiros ou maçons e maçons livres. Inglaterra e França são berços da Maçonaria especulativa hodierna. Seus criadores aproveitaram-se da estrutura de funcionamento disciplinada, ordeira e fechada das antigas guildas para estabelecer o ambiente próprio ao debate de temas profundos das ciências e da sociedade. Foi no século das luzes que grandes pensadores reuniram-se para planejar a transição ao mundo moderno, sendo-lhes creditada a filosofia e a construção da modernidade. Eram homens, em sua maioria radicais e corajosos, opunham-se a mesmice liderada por ignorantes e extremistas religiosos que vedavam e dificultavam o desenvolvimento das ciências e do livre comércio. Estes grandes pensadores extirparam as raízes da cultura europeia principalmente com relação ao que na época era considerado sagrado, mágico. Aqueles cientistas e filósofos criaram a Maçonaria para obter um fórum de debate para suas ideias e as foram registrando numa grande obra literária, por isso ficaram conhecidos como os enciclopedistas. Seus escritos foram distribuídos pela Europa e Américas, muitos adquiriram assinatura para receber estas publicações as quais eram devoradas avidamente e influenciaram a sociedade, dando-lhe o contorno que hoje se vê. Absolutismo, monarquia e hierarquia foram secularizados, aflorou uma sociedade laica. Com os debates protegidos da perseguição religiosa e velados por juramentos, seus registros cifrados em linguagem simbólica e outros métodos de criptografia, os fóruns de debate da sociedade foram se desenvolvendo até adquirir sua forma na Maçonaria especulativa que herdamos.

O século das luzes, 1650-1750, foi o berço da Maçonaria - o resto é lenda, meras conjecturas ou considerações românticas. O Egito possuía cabedal na construção da pedra, haja vista as grandes obras que chegaram até nossos dias, mas de forma alguma é origem da Maçonaria. Outras civilizações antigas também nos apresentam os resultados de suas técnicas do trabalho na pedra e tijolo e igualmente nada contribuíram para a formação das agremiações de pedreiros. Nada tem que as relacione com a Maçonaria, seja ela operativa ou especulativa. A ordem maçônica é resultado da ansiedade de evolução que era tolhida em seu desenvolvimento pelos radicais religiosos e baseadas exclusivamente nas guildas da idade média. Lojas especulativas foram se organizando desde 1600, na Escócia, e atingiram o auge no final daquele século. No início do século dezoito a fase especulativa da Maçonaria aumentou, foram estabelecidas lojas em York, mas foi em Londres que o movimento explodiu, surgindo diversas lojas. Naquela ocasião, Anderson e Payne, apresentaram estudos sobre a primeira constituição que constitui o ponto de partida do direito maçônico moderno, em uso até hoje.

Existe evidência que são alicerces dos fundamentos filosóficos da Maçonaria especulativa:

- Bíblia judaico-cristã;
- Registros egípcios dos mortos; e
- Rudimentos filosóficos creditados aos vetustos essênios.

O Rito Escocês Antigo e Aceito usa como principal referência os livros da bíblia judaico-cristã.

O principal movimento filosófico que fez surgir a Maçonaria ficou registrado na história como Iluminismo, mas em sua existência a ordem maçônica, como entidade moral e evolutiva, vem se alimentando de todas as linhas de pensamento moralmente aceitáveis e que proporcionem o progresso, união e igualdade dos homens. É a razão de existência do imenso número de ritos e obediências. Não poderia ser diferente e vai continuar se fragmentando enquanto houver futuro para a espécie. Felizmente é devido a esta diversificação que a Maçonaria ainda cumpre com seu papel de desenvolver o homem, alicerçada em forte moralidade e voltada sempre para a evolução e melhoria humana quando combate absolutismo e obscurantismo.

Luz é o que se busca na Maçonaria, luz é o que se recebe quando se caminha na direção definida pela ordem. É a luz do conhecimento, da verdade. - Sapere aude! - Bradou Horácio, - ouse saber! - Diz a Maçonaria. A iluminação já está latente dentro do maçom quando este é escolhido e retirado como pedra bruta da pedreira da sociedade. A Maçonaria apenas revela o caminho para a luz, mostra caminhos.

O maçom é provocado em deixar de lado a indolência e passa a ser motivado em caminhar com o esforço de suas próprias pernas, discernimento, razão, emoção e espiritualidade. Não existe varinha de condão ou mágica! É muito suor, persistência e trabalho em si mesmo. O primeiro exemplo é dado por ocasião da iniciação, aonde o cidadão precisa de quem o guie, é introdução para muitas experiências, lendas e exemplos do sistema maçônico de educação natural. Apontam-se apenas direções e rompem-se os grilhões dos pensamentos e emoções, sempre alicerçadas em sólida espiritualidade. O desenvolvimento é racional, mas o uso da razão está sempre acompanhado da crença que existe uma mente orientadora por detrás de toda a maravilhosa natureza de que cada ser vivente é parte. A suprema liberdade aflora quando o maçom deduz que:

Todo aquele que se submete ao pensamento de outros, por preguiça de pensar, é escravo; um homem domina o outro através da força do pensamento, da capacidade de realização do pensamento; todo desenvolvimento humano surgiu primeiro na mente.

A caminhada é realizada individualmente pelas sendas da autoeducação natural, do conhece-te a ti mesmo socrático, pedra angular da filosofia da Maçonaria. Este conhecimento dos rumos para a iluminação é a responsável por mudar o homem, e este, por sua ação modificadora, influi na sociedade. E assim, caminhando para o futuro, em direção a luz, apoiado em forte espiritualidade e vontade evolutiva, com amor, o maçom dá honra e glória ao Grande Arquiteto do Universo.




Charles Evaldo Boller






Fonte do Texto e da Gravura: do Blog "O MALHETE"
http://omalhete.blogspot.com.br
Editor do Blog: Luiz Sergio Castro





Bibliografia:

1. ISRAEL, Jonathan I., Iluminismo Radical a Filosofia e a Construção da Modernidade 1650-1750, Radical Enlighttenment; Philosofy, Making of Modernity, 1650-1750, tradução: Cláudio Blanc, ISBN 978-85-370-0432-6, primeira edição, Madras Editora Ltda., 878 páginas, São Paulo, 2009;

2. MONDIN, B., Introdução à Filosofia, Problemas, Sistemas, Autores e Obras, título original: Introdizione Alla Filosofia, Problemi, Sistemi, Autori, Opere, tradução: J. Renard, ISBN 85-349-0631-9, segunda edição, Paulus, 392 páginas, São Paulo, 1974;

3. PORTO, A. Campos, A Igreja Católica e a Maçonaria, terceira edição, Editora Aurora Ltda., 320 páginas, Rio de Janeiro;

4. Revista Filosofia Especial, Ciência&Vida, Editora Escala, Ano i, número 5.