A mente tem sido comparada a uma árvore monumental cheia de macacos turbulentos que saltam de ramo em ramo sem nunca parar o alarido e a agitação. Basta começarmos a meditar para nos darmos conta até que ponto esta imagem descreve com exatidão a agitação permanente que impera na nossa mente. A oração não consiste em aumentar essa confusão tentando cobri-la com mais palavreado.
A meditação tem por objectivo levar a nossa mente agitada e distraída à imobilidade, ao silêncio e à atenção. Para nos ajudarmos nesta tarefa recorremos ao uso de uma palavra sagrada ou mantra.
O meditante que se inicia pode escolher entre várias palavras sagradas, mas é preferível recorrer a uma palavra consagrada ao longo dos séculos pela nossa tradição cristã, como é o caso da palavra MARANATHA. Esta palavra aramaica significa “Vem Senhor, vem Senhor Jesus”. É a palavra recomendada por John Main (1926-1982), um monge beneditino que transcreveu para uma linguagem moderna o ensinamento ancestral desta forma de oração. Foi com esta palavra que S. Paulo concluiu a sua primeira carta aos Coríntios (1 Co 16,22) e S. João o seu Apocalipse (Ap 22,20). Esta foi a palavra escolhida porque não tem qualquer conotação visual ou emocional. A sua repetição contínua conduz-nos, com o tempo, a um silêncio cada vez mais profundo.
A repetição da palavra sagrada é uma prática cristocêntrica, o que significa que ela está centrada na oração de Cristo que brota em permanência das profundezas de cada ser humano. Assim, neste caminho de “oração pura” abandonamos todo o pensamento, toda a palavra e toda a imagem. Nesta via, renunciamos ao nosso eu egotista para morrer e renascer para o nosso verdadeiro eu em Cristo.
Autor não especificado.
Fonte: Comunidade Mundial para a Meditação Cristã (Portugal)
https://www.meditacaocrista.com/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/menina-ora%C3%A7%C3%A3o-reino-unido-nuvens-1538725/
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