segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

BEM-AVENTURANÇAS e PSICANÁLISE JUNGIANA


(...)

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, foi muito feliz quando fez um paralelo entre os ensinamentos de Jesus e a psicologia. Vejamos o que ele nos traz, na interpretação das Bem-aventuranças (Mateus 5:3-10).

Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes aqueles que têm consciência de sua pobreza espiritual e que buscam humildemente aquilo que necessitam.

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Os que choram se encontram envolvidos num processo de crescimento. Eles serão consolados quando o valor projetado, perdido, for recuperado no interior do psique.

Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Essa mansidão está relacionada ao Ego, que precisa ser trabalhado, essa atitude é afortunada, pois o ego está pronto para receber ensinamentos e aberto às novas considerações que podem levar a uma rica herança. Herdar a terra significa adquirir uma consciência em saber se relacionar ao todo ou de ter uma participação pessoal no todo.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Trata-se de um principio orientador interior, de caráter objetivo, que traz um sentimento de realizações do Ego que o busca com fome. A justiça de estar vivendo de acordo com a verdadeira e real necessidade interior.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Se o Ego é misericordioso, ele receberá misericórdia do íntimo.

Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. A pureza ou a limpeza podem significar um estado do Ego, livre da contaminação de conteúdo ou motivações do inconsciente. Aquele que é consciente é puro, porque é consciente de que seu erro abre uma porta para experimentar a sua própria essência.

Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados de filhos de Deus. O papel apropriado do Ego é mediar entre as partes oponentes aos conflitos intra-psíquicos internos.

Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. O Ego precisa suportar a dor e o sofrimento, sem sucumbir ao amargor e ao ressentimento, para relacionar-se à lei interna objetiva.

Jung nos mostra através dessa correlação entre os ensinamentos de Jesus e a psique humana que o principal ponto das Bem-aventuranças entendidas psicologicamente é a exaltação do Ego não inflado, um Ego humilde.

(...)


por Centro Espírita Celeiro de Luz



Fonte: www.espirito.com.br
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/jesus-serm%C3%A3o-na-montanha-multid%C3%A3o-8358183/

A CIÊNCIA DO FUTURO

Com raras exceções, até hoje a ciência tem julgado o espírito como sendo propriedade das religiões e, por isso, não tem cogitado sobre sua existência. Até quando esse “dogma” científico poderá sobreviver em discussão?

Não há dúvida de que a evolução caminha em progressão geométrica, o que dá ideia de que o progresso vem sob forma vertiginosa. De fato, desde que o século XX teve início, o conhecimento das coisas no campo científico tornou-se avassalador. Até o ano de 1900 não se sabia que a molécula se dividia em átomos e estes em partículas. Hoje, as sub-partículas já são do conhecimento do passado. 

A primeira pá de cal no materialismo tradicional foi dada por Einstein, quando idealizou sua primeira Teoria da Relatividade Generalizada e equacionou o estado físico material da energia e que, como tal, não passava de uma forma transitória; as pesquisas com os aceleradores Fermi de partículas radicalizaram ainda mais, quando mostraram que a energia cósmica, por si só, não poderia se alterar e que, como tal, até a sub-elementar partícula teria um agente estruturador, ou seja, um princípio equivalente à alma. 

Com isso, além dos materialistas, as seitas religiosas que garantem que a alma é meramente um princípio (ou privilégio) humano, foram envolvidas no mesmo roldão; e se a Ciência tem sido o grande entrave para o estudo religioso, agora, passará a ser o marco de definição: ou estas abandonam seus dogmas em detrimento da infalibilidade de seus princípios, ou serão gradativamente aniquiladas pela voracidade da Ciência do Futuro que implacavelmente vai descortinando novos conhecimentos incompatíveis com os preceitos de infalibilidade; e quem não a acompanhar estará fadado ao descrédito. 

E como fica o Espiritismo em toda essa conjuntura! 

Apesar de sofrer com muitos de seus prováveis adeptos, que têm tentado transformá-lo em mais uma seita bíblica, num retrocesso evolutivo, ele continua resistindo ao processo de degradação desses embates e prossegue tendo a Ciência como escopo ou fundamento de sua conclusões, "malgré lui". Erra redondamente quem pensa que a fase experimental doutrinária já tenha passado: ela nem começou! 

Os novos aparelhos estão aí para permitir-nos uma pesquisa mais segura, onde a fraude não mais terá vez porque pode ser detectada por eles, imparciais em seus registros e seguros nos seus resultados insofismáveis. É o fim do empirismo. Ninguém mais poderá pregar um princípio sem a prova, nem mesmo serão aceitas mensagens mediúnicas que não encontrem respaldo nas experiências; o homem começa a entender que a vida na Terra é de encarnados e eles é que têm que descobrir as verdades que faltam para seu melhor conhecimento e evolução, independente das ajudas que a Espiritualidade (de onde viemos e para onde voltaremos) nos possa trazer. Caso contrário, não justificaria termos nascido. 

Está na hora, portanto, de reformularmos nosso posicionamento reacionário para não ficarmos detidos no tempo e termos que integrar o grupo dos atrasados, enquanto o conhecimento avança; está na hora, pois, de caminharmos com ele para a verdade das coisas. 

E o pior de tudo é que, enquanto os cientistas vão desvendando um mundo novo, pelo lado espiritual - o domínio das formas - alguns dos que se dizem espíritas é que se tornam verdadeiros entraves ao progresso doutrinário. Estamos a um passo de saber o que seja o espírito pois os osciloscópios já podem detectar sua presença, ou seja, o "campo" a ele correspondente, o que comprova que, além de existir, tem algo em comum com a matéria, senão, evidentemente, não poderia agir sobre ela, dotando-a de vida, desde a forma a mais elementar, que é a da sub-partícula atômica, até a animal superior (do homem), mostrando que a escala evolutiva dos seres materiais obedece a uma lei de formação espiritual. 

Enfim, até na vida, a matéria é transitória. 


Carlos de Brito Imbassahy
(Físico)

Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/ciencia/a-ciencia-do-futuro.html
http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sábado, 15 de dezembro de 2012

A EXPERIÊNCIA DIVINA



A glória do Divino - a riqueza, a plenitude, a extensão e a profundidade da experiência Divina devem ser experimentadas. Ela não pode ser expressa por quaisquer palavras ou peças de teatro. Você deve sentir que é seu destino mais elevado adquirir essa experiência. Você não é uma criatura desprezível, nascida no lodo ou pecado para levar uma existência banal e se extinguir. Você é uma mistura de mortal e imortal (Deha e Deva). Libertação é o meio para ser livre de dor e viver na alegria. E é fácil conseguir isso. Tudo que você precisa fazer é depositar todos seus fardos em Deus. Isso o tornará despreocupado e sem aflição. Aceite tudo como um Jogo Divino do Senhor que você adora e ama. Não importa o que aconteça, bata palmas em êxtase e alegria, pois tudo é Seu Jogo Divino e você pode ser tão feliz como Ele é, pois seus planos estão operando e eles são para o seu bem maior!


Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/feminino-divino-deusa-deusa-interior-7854088/

TEM QUE MUDAR



Um aluno foi até meu pai, Rav Berg, e lhe disse: "Sabe, eu cheguei a um ponto da minha vida em que realmente quero mudar.”

O Rav disse: "Quer mudar? Você tem que mudar!".

Enquanto não tomarmos consciência do que está realmente em jogo – de tudo o que o mundo e nós estamos perdendo – e continuarmos a ser o que sempre fomos, não seremos capazes de dar os passos necessários para transformar.

A mudança acontece quando o medo de que as coisas permaneçam iguais é maior do que o medo de mudar.


Rav Yehuda Berg



Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/vectors/ciclo-fase-mudan%C3%A7a-curso-diagrama-2019530/

A GERAÇÃO QUE ESTÁ REVELANDO O MISTÉRIO DO UNIVERSO


A ciência da Cabalá só deve ser revelada à pessoa quando ela quiser entender o sentido da vida. No entanto, se ela ainda não possui esse desejo, se está totalmente imersa na vida deste mundo e só está preocupada com a sua segurança no momento atual de sua existência, então não há porque dizer-lhe sobre a ciência da Cabalá. Isso não é para ela e só pode confundi-la. Deixe que ela continue seu desenvolvimento egoísta e não toque na ciência da Cabalá.

É por esta razão que os Cabalistas ocultaram esta ciência ao longo dos séculos, esperando até que a humanidade atingisse um estado em seu desenvolvimento onde começasse a perguntar sobre o sentido da vida. Nós vemos isso agora nos grandes problemas do mundo, na abrangente crise geral que permeia absolutamente todas as esferas da atividade humana.

Isso é evidente pelo atual estado de depressão da humanidade, refletido no número de suicídios, e pelo fato de que o mundo está numa retração e não pode fazer nada sobre isso. Todo mundo está numa retração, tanto a elite quanto as pessoas normais. Há um gradual desaparecimento da classe média, a indústria de transformação está sumindo; nós estamos perdendo o interesse na vida. Não sabemos o que fazer. Nós percebemos que há a possibilidade de uma terceira guerra mundial, mas vemos isso com calma, como se o nosso destino nos arrastasse para algum lugar, porque percebemos que não temos força, conhecimento, nem desejo de opor qualquer resistência. Alienação e impotência reinam no mundo.

É exatamente nesta geração que a ciência da Cabalá deve ser revelada, porque a partir dela as pessoas não apenas entenderão como sairão do estado atual, que as deixou sem esperança, mas também para descobrir o que as espera no futuro: um estado elevado, eterno e perfeito, que é bilhões de vezes maior que qualquer coisa que jamais poderíamos sentir neste mundo.



Rav Dr. Michael Laitman, PhD.



Da Lição Virtual 18/11/12

Fonte: Bnei Baruch  - A Sabedoria da Cabala 
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A SABEDORIA DO BOM SENSO

É muito fácil ficar tão enredado em nossas metas mundanas que perdemos a noção do todo. Sem perspicácia nem perspectiva, acabamos priorizando o que não devemos. 

Os altos e baixos de um escritório e a dinâmica interpessoal, por exemplo, vão afetar excessivamente a mente não treinada. Em um instante você se sente como um vencedor, eufórico e ganhando a partida, no momento seguinte você é um trapo, derrotado, desesperançado e deprimido. 

O Budismo nos lembra que nada dura muito, nem mesmo vitórias ou fracassos. Até mesmo o Super-homem pode cair do céu. 

A virtude do equilíbrio nos ajuda a não investir energia excessiva no sucesso, nem ficar arrasado com o desapontamento. 

A sabedoria do senso comum nos lembra que existe uma diferença entre sobreviver e viver. 

Nossa busca pelo sucesso mundano neste mundo de amarguras, não poderia ser mais satisfatória do que a busca de uma miragem no deserto árido. 


Lama Surya Das


(desconheço a fonte do texto)
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

FÉ RELIGIOSA

Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais (pontos fundamentais de doutrina), que constituem as diferentes religiões. Todas elas têm seus artigos de fé. Sob este aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega. Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Em assentando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro, também o é à luz meridiana. Cada religião pretende ter a posse exclusiva da verdade: preconizar alguém a fé cega sobre um ponto de crença é confessar-se impotente para demonstrar que está com a razão.

Estas palavras são de Kardec e encontram-se no item 6 do capítulo XIX de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

Prossegue o Codificador:

Diz-se vulgarmente que a fé não se prescreve, donde resulta muita gente alegar que não lhe cabe a culpa de não ter fé. Sem dúvida, a fé não se prescreve, nem, o que ainda é mais certo, se impõe. Ela se adquire e ninguém há que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários. Falamos das verdades espirituais básicas e não de tal ou qual crença particular. Não é à fé que compete procurá-los; a eles é que cumpre ir-lhe ao encontro e, se a buscarem sinceramente, não deixarão de achá-la.

Em certas pessoas, a fé parece de algum modo inata; uma centelha basta para desenvolvê-la. Essa facilidade de assimilar as verdades espirituais é sinal evidente de anterior progresso. Em outras pessoas, ao contrário, elas dificilmente penetram, sinal não menos evidente de naturezas retardarias. As primeiras já creram e compreenderam; trazem, ao renascerem, a intuição do que souberam: estão com a educação feita; as segundas tudo têm que aprender: estão com a educação por fazer. Ela, entretanto, se fará e, se não ficar concluída nesta existência, ficará em outra.

Continua Kardec:

A resistência do incrédulo, devemos convir, muitas vezes provém menos dele, do que da maneira por que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é deste século, tanto assim que precisamente o dogma da fé cega é que produz hoje o maior número de incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre arbítrio. É principalmente contra essa fé que se levanta o incrédulo e dela é que se pode com verdade dizer que não se prescreve. Não admitindo provas, ela deixa no espírito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvida. A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis porque se dobra. Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.

A esse resultado conduz o Espiritismo, pelo que triunfa da incredulidade, sempre que não encontra oposição sistemática e interessada.

Equivocados, alguns intelectuais europeus buscam combater a fé religiosa. Christopher Hitchens, com seu livro “Deus não é grande”, e Richard Dawkins, com seu DVD “Raiz de todo mal?” e seu livro “Deus – um delírio”, com mais de um milhão de cópias vendidas, são os principais, atualmente. O filósofo Anthony Crayling lhes faz companhia nessa cruzada contra a religião.

A missão do homem inteligente na Terra (Eva, VII-08) é desenvolver sua inteligência para o bem de todos, conduzindo a Deus as inteligências retardatárias.

A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem empregada.

Reflitamos a respeito.


Formatação e pesquisa: MILTER - 09-12-2012
Revista Internacional de Espiritismo – Janeiro 2008.

Fonte: www.adde.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal




O ELIXIR QUE REMOVE O VÉU DOS OLHOS

Se uma pessoa vem à sabedoria da Cabala e estuda-a o tempo todo para si, mas não para alcançar a maior qualidade, então isso fecha tudo para ela. Ela não entenderá nada do que acontece dentro de si se ela não ajustar-se à ligação com o grupo, se ela não procurar corrigir-se, mudar a si mesma através da Luz superior, e se ela não tem necessidade urgente de mudar a si mesma.

E em primeiro lugar, ela executa todas as ações de forma completamente artificial, e só gradualmente sob a influência da luz superior isso torna-se um requisito necessário. Mas se ela não tem direção certa e não quer participar neste momento mesmo artificialmente, como uma criança em um jogo, então a cabala torna-se veneno em vez do "elixir da vida."

Por quê? Porque ela se torna ainda mais egoísta. Ela quer ganhar dinheiro com a ajuda da Cabala. Ela acha que já se tornou importante e grande e ela não precisa de mais nada. Essas pessoas geralmente se afastam ou abrem seus próprios grupos. Mas é bom. Tudo se tornará claro.

Rav Dr. Michael Laitman, PhD.



Fonte: A partir de uma Lição Virtual 18/11/12
Bnei Baruch - A Sabedoria da Cabala
http://laitman.com.br/2012/12/o-elixir-queremove-o-veu-dos-olhos/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

EU SOU UNO COM O PAI - EU SOU ELE - ELE É EU


EU SOU O QUE O CRIADOR É. 
LOGO, EU SOU UNO COM O PAI.
EU SOU ELE.
ELE É EU.

Onde está a Presença do — EU SOU — não pode haver egoísmo ou amor próprio na direção e na atividade externa da sorte. Por este motivo, não se deve ter medo em usá-la para abençoar, curar, fazer prosperar e iluminar a nossos semelhantes. 

Jesus dizia: "Quando levantais ao alto o Filho do Homem, então, conhecereis que — EU SOU — e não faço nada de mim mesmo, senão que, segundo me ensinou o Pai, assim falo. Quem me enviou está comigo; não me deixou só, porque eu faço sempre o que é de seu agrado." 

Este é o único caminho de cada discípulo que: EU SOU A PRESENÇA DE DEUS EM AÇÃO EM CADA SER.



Dr. Jorge Adoum .'.
Fraternitas Rosicruciana Antiqua



Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/vectors/globo-mundo-terra-m%C3%A3os-pessoas-304586/

OS GUIAS DO MUNDO


As multidões estão sempre à espera de chefes, de modeladores, de condutores em qualquer campo, para saberem o que devem fazer. Necessitam e procuram um modelo para imitar, um legislador que estabeleça a norma que devem seguir na vida, pois bem poucos sabem agir sozinhos. Por isso, sempre ideal, sua bandeira e ídolo sobre o qual projetam e concentram as suas aspirações, que a vida faz nascer em seu instinto naquela hora, com o seu fim de obter progresso. Forma-se então desse homem, a lenda, o mito, a divinização, em que permanece o essencial dele, o valor biológico, o impulso vital. Morre o homem, mas fica sua imagem, até que tenha cumprido a sua função biológica. E desse homem permanece um símbolo uma bandeira, a ideia, ativos até sua completa atuação na vida dos povos.

Explica-se assim o fascínio de tantos seres superiores, diante de um mundo que, de início, os julgou loucos, que julgaria louco qualquer um que tornasse a imitá-los. Mas resta o fato de que é necessidade absoluta da vida o renovar-se para evolver. Só a evolução pode explicar-nos como podem esses seres de exceção ser aceitos pela multidões absolutamente incapazes de compreendê-los. A admiração delas não pode explicar-se apenas como concordância passiva para imitar os mais cotados, que primeiramente entoaram o hino da exaltação. A concordância das multidões é própria delas e nasce por um instinto que lhes está no âmago e que faz falar dessa maneira. Além disso, ninguém saberia explicar claramente o porquê dessa admiração. Mas de fato ela existe. E no entanto parece estranho ver como um São Francisco possa exercer um fascínio sobre o tipo normal, que está muito longe de pensar que um santo desses possa jamais ser verdadeiramente imitado por ele. Como é que podem as virtudes de renúncia desse santo, tão antivitais no plano comum biológico, tão nos antípodas dos instintos normais de conquista, egoísmo e agressividade, como podem fascinar tantas criaturas, num mundo em que perder é morrer e diante de princípios da vida tão ferreamente utilitários? Só pode explicar-se tudo isso, pensando na função biológica que a santidade tem em relação ao progresso religioso, moral e espiritual, que é sem dúvida, um aspecto importantíssimo do progresso social, sobre o qual ele tem grande influência. Mesmo na santidade há uma função biológica, e onde é função, é também fascínio, isto é, atração, um apelo ao instinto, ou seja, um convite a aderir, para que se cumpra a evolução. (...)

O ideal é loucura, e o mundo o sabe. Entretanto, tendo que evolver, o mundo tem fome do que é novo, e para conquistá-lo tem necessidade de tentar também o absurdo. As grandes conquistas da civilização foram vitórias conseguidas constrangendo o absurdo a tornar-se lógico e atual, pelas condições de vida que se mudaram. Se não houvera razão biológica, jamais o subconsciente das massas tributaria homenagens ao gênio, ao herói, ao santo, homenagem que continua mesmo quando tenha morrido o homem, e dele se não possa tirar mais vantagem alguma. Não basta o interesse de um grupos de sequazes, para explicar sua sobrevivência ideal, que é uma corrente coletiva e não um produto de grupo. E não deixe de se pensar que aquele ideal que as multidões venerem, se representa um guia, significa também uma censura contínua e uma condenação à sua conduta. E no entanto a veneração permanece. Então, o instinto das massas sente por intuição a superioridade do super-homem, mesmo se não sabe compreender pela análise, sente que ali está assinalada uma meta, para seu porvir. Sabe que ela está longe, tanto que não sabe realizá-la hoje e lhe parece utopia. Mas ali está o farol luminoso, e aquela luz o atrai, porque, ainda que hoje pareça irrealizável utopia, representa todavia a única esperança do futuro. 

Sabem todos muito bem que na vida prática não se consegue imitar um São Francisco, e bem poucos pensam em fazê-lo. E no entanto sua figura nos enche a alma de saudade por algo de belo, de grande e de longínquo, enche-nos a mente com a imagem de um paraíso de alegrias espirituais, e nesse sonho se aquieta nossa alma cansada. É tão dura a realidade cotidiana, é tão amarga a luta pela vida, tão triste é o mundo cheio de maldades e dor, que se torna alegria evadir-se em sonho e, ao menos nele, ver realizada uma beleza irreal. Por mais que tudo isso nos pareça absurdo e entre no terreno do irracional – e o homem, que conhece o real, o saiba – no entanto ele não sabe resistir à alegria de poder repousar da vista sufocante das baixezas humanas, refugiando-se mais alto, num mundo melhor. Vistas da profundeza da miséria cotidiana de uma vida monótona e plana, por gente que se arrasta na estrada de destinos cinzentos e insignificantes, essas figuras, superiores em qualquer campo, aparecem como luzes ofuscantes que reanimam, provando que o progresso não é vão utopia e que o ideal é uma força que verdadeiramente impulsiona e sustém a vida. Se tão grande parte de nós, é representada pelo subconsciente, em que persistem e de que ressurgem os atávicos instintos animais, outra parte de nós é sem dúvida representada pelo superconsciente, em que desponta, por intuição, o pressentimento da ascensão e dos melhoramentos num plano mais elevado. 

Tudo isso parece sonho e fantasia. E no entanto são estas evasões do mundo positivo da realidade concreta os momentos mais criadores da vida. Quando a alma parece perder-se no irreal e no irracional, afastando do que parece única verdade segura, então afigura-se-nos que algo do melhor de nós desperte de um longo sono e se lança a obra de romper os limites do passado e transpor os velhos horizontes. Realmente são esses estranhos impulsos do desejo ainda inexpresso, que lançam o mundo nas novas estradas da evolução e que permitem realizar-se o milagre que sempre se repete, pelo qual, da utopia de hoje se extrai a realidade de amanhã. Se é verdade que estamos imersos nas necessidades férreas do contingente, é também verdade que, no fundo da alma humana, há um irrefreável e insaciável anseio de subida. Daí nasce a contínua náusea do passado e um constante e desesperado esforço para subir. Há uma luta na qual a luz quer vencer as trevas. Ainda que vagamente, as multidões sentem a beleza do homem superior, mas sabem que há muito cansaço e dificuldade em segui-lo. Apegam-se então à sua memória, veneram suas relíquias, esfregam-se às pedras do seu túmulo, cantam-lhe hinos, para assim desafogar como podem essa vaga saudade de superação que existe em cada ser humano, este anseio de infinito que nos arrasta a todos. 

Tudo isto é um sonho, sabemos. Mas sonhar é pensar e desejar. E o pensamento e o desejo têm poder criador. Quando fortemente e durante muito tempo pensamos em alguma coisa e cremos nela, no fim ela passa a existir. Assim aqueles modelos ideais, que a humanidade forma com seus elementos mais evoluídos, servem-lhe para criar correntes psicológicas, que depois pela longa repetição, cada vez mais são assimiladas e fixadas nas qualidades da estirpe. O que plasma a vida é a ideia, a qual precede e antecipa suas formas futuras. Lança-se assim o pensamento no ignoto futuro e nele se agarra como utopia, que é sem dúvida também esperança; assim o espera, o saboreia, o antecipa e finalmente nele se fixa como realização concreta. Mediante esse processo gradual de conquista, lentamente os ideais tornam-se realidade. 

Morto o super-homem, permanece o seu modelo. Iniciada depois a corrente de psicologia coletiva, pelo consenso público das pessoas mais destacadas, reforçada pela adesão dos grupos dos sequazes e pela concordância instintiva de muitos, ela cresce por si, porque a imitação, meio pelo qual funcionam as multidões, se incumbe de fazer o resto. As coletividades pensam e agem por sintonia, por correntes. Vemos que cada indivíduo olha mais ou menos em redor de si, para ver como os outros fazem, porque acha que a verdade é decidida pelo que a maioria pensa e faz e que erra aquele que não age como a maioria. Cada indivíduo, mais ou menos, tem em grande monta a opinião pública, torna-se escravo do julgamento do próximo, tende sempre a mimetizar-se com a cor dominante e a seguir a correnteza, pois apenas nela se sente aprovado e seguro. Bem poucos tem autonomia de julgamento. As massas funcionam com a psicologia do rebanho.


Prof. Pietro Ubaldi



Fonte: do livro "Problemas Atuais"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

MUDE-SE A SI MESMO E MUDE O MUNDO


Todo mundo nasceu como um indivíduo único, mas, quando ficou maduro o suficiente para participar da vida, o sujeito já se tornou uma multidão.

A maioria das pessoas, no entanto, não está consciente disso.

Se você simplesmente se sentar em silêncio e ouvir sua mente, descobrirá muitas vozes. Você ficará surpreso ao perceber que consegue reconhecer essas vozes muito bem. Uma delas é do seu avô, outra é da sua avó, outra é do seu pai, outra é da sua mãe. Outras vozes são do sacerdote, do professor, dos vizinhos, dos amigos, dos inimigos.

Todas essas vozes estão misturadas numa multidão no seu íntimo e, se você quiser descobrir a sua própria voz, vai ver que é quase impossível; a multidão é grande demais.

Na verdade, você se esqueceu da sua voz há muito tempo. Nunca teve liberdade para expressar as suas opiniões. Você foi ensinado a ser obediente, foi ensinado a dizer sim para tudo o que os mais velhos estavam lhe dizendo.

Ensinaram-lhe que você tem de seguir qualquer coisa que os seus professores ou os seus sacerdotes estiverem fazendo. Ninguém jamais lhe disse para buscar a sua própria voz; ninguém jamais lhe perguntou, "Você tem a sua própria voz ou não?"

Por isso a sua voz continuou muito baixa e as outras vozes são muito altas, muito autoritárias, pois elas eram ordens e você as seguiu — a despeito de si mesmo. Você não tinha intenção de segui-las, conseguia perceber que não era certo. Mas é preciso ser obediente para ser respeitado, para ser aceito, para ser amado.

Naturalmente, só uma voz está faltando dentro de você; só uma pessoa está faltando dentro de você: você mesmo. Tirando você, existe uma multidão inteira aí. E essa multidão está constantemente deixando você maluco, pois uma voz diz, "Faça isto"; e outra diz, "Nunca faça isto! Não ouça essa voz!" E você fica dividido.

Essa multidão precisa ser contida. Essa multidão precisa ouvir, "Agora, por favor, me deixem em paz!"

As pessoas que foram viver nas montanhas ou reclusas na floresta não estavam na verdade abandonando a sociedade; elas estavam tentando encontrar um lugar onde pudessem dispersar essa multidão interior. E essas pessoas que conseguiram encontrar um lugar dentro de você obviamente relutam em sair.

Se você quer, porém, se tornar um indivíduo por seus próprios méritos, se quer se livrar desse eterno conflito e dessa confusão dentro de você, então precisa dizer adeus a essas vozes — mesmo que elas pertençam ao seu respeitável pai, à sua mãe, ao seu avô.

Não importa a quem elas pertençam. Uma coisa é certa: essas vozes não são suas. São vozes de pessoas que viveram em seu próprio tempo, e elas não tinham ideia de como seria o futuro. Elas passaram aos filhos suas próprias experiências, e essas experiências não vão combinar com um futuro desconhecido.

Elas acham que estão ajudando os filhos a ficarem informados, a serem espertos, para que a vida deles possa ser mais fácil e mais confortável, mas elas não estão fazendo a coisa certa.

Com todas as boas intenções do mundo, elas destroem a espontaneidade dos filhos, a consciência deles, a capacidade que eles têm de se sustentar sobre as próprias pernas e responder ao novo futuro do qual seus ancestrais não faziam ideia.

Cada criança enfrentará novas tempestades, vai enfrentar novas situações, e ela precisa de uma consciência totalmente nova para responder. Só assim a sua resposta vai ser frutífera; só assim ela poderá ter uma vida vitoriosa, uma vida que não seja um longo e tedioso desespero, mas uma dança a cada momento, que se torna mais e mais profunda até o último suspiro. A pessoa entra na morte dançando, e alegremente.

Fique em silêncio e encontre o seu próprio eu.

A menos que você encontre o seu próprio eu, será muito difícil dispersar a multidão, pois todos nessa multidão estão fingindo, "Eu sou o seu eu!" e você não tem como concordar ou discordar.

Por isso não provoque nenhuma briga com essa multidão. Deixe que briguem entre si — essas vozes sabem muito bem como brigar entre elas. Enquanto isso, tente se encontrar. E depois que souber quem é, você pode simplesmente mandar que saiam da sua casa — é na verdade simples assim!

Mas primeiro você tem que se descobrir. Quando você está presente, o senhor também está. O dono da casa está presente e todas essas pessoas, que estão fingindo que são os senhores, começam a se dispersar.

A pessoa que é ela mesma, que se livrou do fardo do passado, que não tem compromisso com o passado, que é original, forte como um leão e inocente como uma criança, pode alcançar as estrelas, ou ir até além delas; seu futuro é dourado.

Até o dia de hoje, as pessoas têm falado do passado dourado. Temos que aprender a linguagem do futuro dourado. Você não precisa mudar o mundo inteiro; se mudar simplesmente a si mesmo você terá começado a mudar o mundo todo, pois você faz parte dele.

Se um único ser humano mudar, essa mudança irradiará para milhares e milhares de outros seres humanos.

Você se tornará um gatilho para uma revolução, que pode fazer surgir um ser humano completamente novo.


Osho



Fonte: "Transformando Crises em Oportunidades"
www.palavrasdeosho.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ISSO TAMBÉM É PARA O BEM



É difícil lembrar que a Luz está sempre conosco. É fácil ter certeza quando tudo corre bem, mas nos momentos que parecem obscuros ou difíceis, esquecemos que a Luz ainda está presente.

Considere a situação de um homem que perde seu voo. Talvez ele fique furioso porque tem muitas coisas para fazer em seu local de destino e bastante gente depende da sua chegada. Mal sabe ele que sua alma gêmea está sentada ao seu lado enquanto aguarda desesperado para entrar na lista de espera de outro voo.

Se ele ficar com raiva ou deprimido, entregando-se à situação que enxerga como algo horrível, pode ficar tão consumido, que talvez nunca perceba a mulher sentada ao seu lado. Se, em vez disso, escolher ser proativo, buscar a Luz ali e render-se à situação, lembrando-se de confiar e apreciar a Luz trabalhando a seu favor, poderá escolher ter uma conversa agradável com a mulher que está próxima a ele. 

Na verdade, são momentos como esse, realmente caóticos ou estressantes para nós, em que se escondem nossas maiores bênçãos. Quando escolhemos não ser reativos e temos certeza sobre a ordem do Universo, podemos descobrir o verdadeiro motivo daquele acontecimento. 

Um sábio kabalista sempre dizia a seus alunos: "Isso também é para o bem", não importava o que estivesse acontecendo.

O Criador tem sempre a intenção de dar o que é melhor para nós. Sempre.


Rav Yehuda Berg


Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A ORAÇÃO SEGUNDO ANDRÉ LUIZ



Todos nós sabemos o valor que a oração possui em nossas vidas, o próprio Mestre Jesus, em seu Evangelho, falou-nos de sua importância e nos ensinou como orar:

“Por isso vos digo: todas as coisas que vós pedirdes orando, credes que haveis de ter, e que assim vos sucederá”. (Marcos, XI:24)

“Quando vos apresentardes para orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, a fim de que vosso Pai, que está nos Céus, perdoe também os vossos pecados. Se vós não perdoais, vosso Pai que está nos Céus, não vos perdoará também os vossos pecados.” (Marcos, XI:25,26)

“Quando orardes, não vos assemelheis aos hipócritas, que se comprazem em orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam sua recompensa. Mas quando quiserdes orar, entrai no vosso quarto e, estando fechada a porta, orai ao vosso Pai em segredo; e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. E quando orais, não faleis muito, como os gentios, que pensam ser pela multidão de palavras que serão atendidos. Não vos torneis, pois, semelhantes a eles, porque vosso Pai sabe do que necessitais antes de o pedirdes”. (Mateus, VI:5-8)

Vejamos então o que nosso querido André Luiz nos disse a respeito desse assunto em algumas de suas obras, psicografadas por Chico Xavier:

- Missionários da Luz: “A oração é o mais eficiente antídoto do vampirismo (1). A prece não é movimento mecânico de lábios, nem disco de fácil repetição no aparelho da mente. É vibração, energia, poder. A criatura que ora, mobilizando as próprias forças, realiza trabalhos de inexprimível significação. Semelhante estado psíquico descortina forças ignoradas, revela a nossa origem divina e coloca-nos em contato com as fontes superiores. Dentro dessa realização, o Espírito, em qualquer forma, pode emitir raios de espantoso poder. Os raios divinos, expedidos pela oração santificadora, convertem-se em fatores adiantados de cooperação eficiente e definitiva na cura do corpo, na renovação da alma e iluminação da consciência. Toda prece elevada é manancial de magnetismo criador e vivificante e toda criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio do sentimento, transforma-se gradativamente, em foco radiante de energias da Divindade”.

- Entre a Terra e o Céu: “A prece, qualquer que ela seja, é ação provocando a reação que lhe corresponde. Conforme a sua natureza, paira na região em que foi emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota, segundo as finalidades a que se destina. Cada prece, tanto quanto cada emissão de força, se caracteriza por determinado potencial de freqüência e todos estamos cercados por Inteligências capazes de sintonizar com o nosso apelo, à maneira de estações receptoras”.

- Evolução em Dois Mundos: “Assim é que orar em nosso favor é atrair a Força Divina para a restauração de nossas forças humanas, e orar a benefício dos outros ou ajudá-los, através da energia magnética, à disposição de todos os espíritos que desejem realmente servir, será sempre assegurar-lhes as melhores possibilidades de auto-reajustamento, compreendendo-se, porém, que o amor consola, instrui, ameniza, levanta, recupera e redime, todos estamos condicionados à justiça a que voluntariamente nos rendemos, perante a Vida Eterna, justiça que preceitua, conforme os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus-Cristo, seja dado isso ou aquilo a cada um segundo as suas próprias obras, cabendo-nos recordar que as obras felizes ou menos felizes podem ser fruto de nossa orientação todos os dias e, por isso mesmo, todos os dias será possível alterar o rumo de nosso próprio roteiro”.

- Mecanismos da Mediunidade: “Daí resulta o impositivo da vigilância sobre a nossa própria orientação, de vez que somente a conduta reta sustenta o reto pensamento e, de posse do reto pensamento, a oração, qualquer que seja o nosso grau de cultura intelectual, é o mais elevado toque de indução para que nos coloquemos, para logo, em regime de comunhão com as Esferas Superiores. A mente centralizada na oração pode ser comparada a uma flor estelar, aberta ante o Infinito, absorvendo-lhe o orvalho nutriente de vida e luz”.

Então, o negócio é esse, não importa se a oração é uma já pronta ou qualquer uma que sair da cabeça na hora, o mais importante é o sentimento de fé e esperança que sentimos ao realizá-la!

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(1) O processo de vampirismo espiritual é o processo de domínio ou exploração psíquica, em que ocorre perda de energia vital. São casos em que o nível de influência da obsessão retira as forças emocionais, espirituais da vítima.

São causadas por seres de pouca evolução espiritual, que por falta de informação não sabem o que lhes acontecerá após suas mortes. Muitas vezes, esses irmãos até desconhecem seus estados atuais, não se desligando da matéria e de seus entes, passando, então esses espíritos, que em geral são viciosos, a procurar nas energias carnais, do encarnado que esteja em sintonia com ele.


Formatação e pesquisa: MILTER - 02-12-2012

Fonte: Associação de Divulgação da Doutrina Espírita
http://adde.com.br/
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/orando-mu%C3%A7ulmano-ora%C3%A7%C3%A3o-isl%C3%A2mica-8882271/

EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA



EU SOU O QUE O CRIADOR É. LOGO:
EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA.

O ponto importante que Jesus desejava era fazer-nos entender que dentro de cada um, mora Deus, como repetiu várias vezes: "Vós sois Deuses". Jesus sabia e usava a Poderosa Presença do — EU SOU — cuja execução parecia milagre à humanidade, sendo nada mais do que ação e uso de Leis Cósmicas que giram ao nosso redor, para serem postas em atividade.

Como Jesus sabia que muitos não queriam, nem podiam entender estas maravilhas, disse: "Eu Te louvo Pai, porque ocultaste estas coisas aos sábios e discretos, e as revelastes aos pequeninos... Tudo me tem sido entregue por meu Pai ... Vinde a mim todos os que estais sobrecarregados e em sofrimento e eu vos aliviarei..." 

O discípulo que compreendeu o significado de — EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA — deve repetir esta ação de graças ao Pai, como o fez Jesus.



Dr. Jorge Adoum .'.
Fraternitas Rosicruciana Antiqua

Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A MEMÓRIA DO PASSADO E AS FORÇAS CÁRMICAS CONDUTORAS


(...) o subconsciente mantém em reserva, em estado de latência, a memória de todo o passado biológico do indivíduo e da espécie. Aqui, entretanto, à memória ancestral, que reproduz no plano orgânico as qualidades adquiridas pela raça em suas longas experiências, agrega-se uma memória pessoal, que reproduz no plano psíquico as qualidades adquiridas pelo indivíduo, nas experiências de suas múltiplas vidas.

(...) A parte psicológica, correspondente a esta memória pessoal, tem função preponderante naquele "Livro Tibetano dos Mortos", em relação à vida após a morte. A vida do desencarnado, diz este livro, é totalmente produzida pelo conteúdo mental do próprio indivíduo que a percebe.

Assim, um muçulmano verá o paraíso de Maomé, um hindú verá seu nirvana, o cristão seu céu de anjos e santos, o materialista, depois da morte, terá somente visões negativas, vazias, tal como imaginava quando encarnado. Essas visões mudam de acordo com a erupção das formas pensamentos fixadas no indivíduo que agora as percebe.

Isto, até que sua força cármica condutora não se tenha esgotado por si mesma. Trata-se de formas-pensamento ou criações mentais que, no estado do desencarnado, sem corpo material, adquirem, num ambiente imponderável, a consciência do real, como nos aparece em nosso mundo sensorial, na vida. Essas formas-pensamento são constituídas de matéria sutil, que representam a primeira fase na criação da matéria, a que se deriva diretamente do pensamento, que sobre ela tem poder genético e modelador. Assim, essas formas-pensamento derivam diretamente do pensamento, ou seja, dos pensamentos que cultivamos ou que nos dominaram na vida, isto é, de nossa atitude espiritual dominante ou habitual da qual derivaram também as atividades mais repetidas, geradoras, por isso, daqueles automatismos com que se fixam as tendências e instintos futuros.

Assim, afirma o livro citado, no estado de desencarnados vivemos no ambiente que nós mesmos formamos com nossos pensamentos durante a vida. Esgotado o impulso que nós mesmos lhe imprimimos, termina a representação ou projeção  e o estado de desencarnado. O espírito se sente então atraído a dirigir-se ao mundo dos encarnados, para recomeçar nele suas experiências. 

Esta é a doutrina do "Livro Tibetano dos Mortos". Quer nos advertir que, no estado de desencarnado, essas visões não são realidade, senão apenas reflexos das próprias formas-pensamento. Os pensamentos são como gérmens concretos, sementes que podem ser plantadas no terreno de nossa consciência. Se encontram terreno favorável, ou seja, afim, de modo de poder sintonizar com eles, lançam raízes, sejam elas boas ou más, crescem e formam a personalidade, ou natureza espiritual de um homem, do qual, mais tarde, dependerá seu destino e também sua forma física, especialmente a da aparência. Nessas sementes, se imprimem os pensamentos dominantes na vida de um homem.

(...) Essas formas-pensamento são inseparáveis da alma, representam sua própria natureza, de modo que seguirão o indivíduo em qualquer lugar que se encontre. São forças ativas, cujo movimento fatal não pode ser detido, e que necessitam concluir sua ação até o fim, de acordo com a lei cármica de causa e efeito.

No estado de desencarnado, o homem se encontra no mundo dos efeitos, cujas causas foram cultivadas na vida por meio de seus pensamentos dominantes e de suas obras. Por isso, paraíso e inferno são estados mentais de alegria ou dor, criados por nós mesmos, existentes para cada um na forma gerada por ele mesmo, e inexistentes fora de sua mente.

São estados ou condições completamente espirituais daquela alma, que, havendo perdido os meios sensoriais para sentir, permanece sendo o centro de toda a capacidade sensitiva, especialmente agora que está livre do corpo. A crença difundida em todo o mundo, em estados de alegria ou sofrimento após a morte, e isto dependendo da boa ou má conduta procedente do indivíduo, crença que reconhecemos em tantos povos, nos mais diversos lugares e, pode-se dizer, em todos os tempos, demonstra que nos encontramos frente a um fenômeno que não pode ser produto de um só pensador ou de determinada filosofia ou religião, senão que é parte da realidade biológica universal, verdadeira para todos, em todos os tempos.

Há conceitos instintivos, comuns a toda a humanidade, como os conceitos de bem ou mal, que se revelam inerentes à própria natureza humana e que formam parte de uma ética biológica universal, da que também os animais superiores mais inteligentes, e que mais próximos convivem com o homem, chegam as vezes participar. Foi assim que pode nascer, nos lugares e tempos mais remotos, a mesma ideia de inferno e paraíso, ainda que repleta das mais diversas imagens mentais, sugeridas pelo próprio ambiente terrestre particular.

(...) Quando o homem houver aprofundado as ciências biológicas e psicológicas, chegando a compreender a biologia também como fenômeno espiritual, então poderá reconhecer a verdade objetiva desses estados espirituais, após a morte, que se chamam inferno e paraíso. Existência objetiva mas só como estado mental, exclusivamente pessoal, em íntima relação com a existência terrena precedente e com seu tipo de pensamentos e atividades dominantes.

Depois da morte, o que o indivíduo pensou e fez se torna objetivo. Tudo o que ele viveu, volta a ele na forma de reflexos cármicos. As formas-pensamento visualizadas em sua consciência, que ele deixou enraizar-se, crescer e expandir-se, vive agora diante dele, tomando forma concreta naquele ambiente mais sutil, em que isto se torna possível. De fato, a tendência de todo o pensamento é de alcançar sua manifestação. E isto, repetindo o motivo fundamental da criação, do primeiro ato genético operado por Deus, do qual chegou à construção do universo físico.

Aquele é o primeiro grande modelo; esta é a repetição. O universo funciona através de modelos únicos e de sua repetição em todas as dimensões e graus da evolução. Assim, a vida, encontrando um caminho, tende a passar por ele infinitas vezes, até que encontre uma estrada melhor. Quando a ciência psicológica estiver mais evoluída, esses fenômenos mentais se tornarão claramente compreensíveis e se compreenderá como nossos impulsos mentais, na vida, podem, depois, personificar-se em formas, no estado post-mortem.


Prof. Pietro Ubaldi


Fonte: do livro "Expresiones de la Lei de Evolucion", Editorial Kier, Buenos Aires
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

PORVIR INEXORÁVEL

O indivíduo senciente deve manter como objetivo primacial da existência física a conquista dos valores eternos. Não obstante a consideração pelas conquistas contemporâneas, torna-se-lhe indispensável a compreensão da transitoriedade desses recursos e realizações.

O acúmulo de riquezas materiais proporciona-lhe conforto, não porém, felicidade. Esta é decorrência natural do auto-encontro responsável, graças ao qual se entrega à conquista de diferentes bens, por enquanto, desdenhados.


Somente através da reencarnação, compreendida e aplicada à vivência lúcida, é que poderá considerar o vazio da existência corporal, período este para a aprendizagem iluminativa e libertadora.

Assim considerada, a existência material deixa de ser uma sucessão de sofrimentos e incertezas para proporcionar os investimentos duradouros, que se transferem de uma para outra forma, no corpo ou além dele, porquanto, em qualquer circunstância, ninguém e apresentará fora da Vida.

A vida física se caracteriza pela busca do prazer, no entanto, este sempre se expressa acompanhado do sofrimento. Isto, porque, o próprio prazer gera o medo da sua descontinuidade, o que se transforma em aflição.

A manutenção do prazer estimula o egoísmo, a ambição, a arbitrariedade e seus sequazes criminosos.

Cultivando com acendrado interesse a ignorância, o homem distrai-se no relacionamento com amigos; armazena jóias e dinheiro, víveres e trajes; multiplica habitações e veículos, embora o seu corpo somente os possa usar um a um. Demais, advindo a morte, que é inevitável, vê-se constrangido a deixar tudo, levando apenas a si mesmo e com ele os atos impressos nos painéis da consciência.

Ninguém te condena por seres previdente; porém, a tua consciência te reprocha a ganância.

Pessoa alguma te fiscaliza a conduta gozadora; mas, a tua consciência te diz que isto não te basta.

Deus não te proíbe fruir dos bens, nem da vida; todavia, tua consciência, apesar de anestesiada, vez que outra desperta, assinalando a tua ilusão...

Descoberta a causa do sofrimento do senciente, que é a ignorância, o seu antídoto é, de logo, a sabedoria.

Clareia-te, assim, com as luzes da reencarnação e saberás conduzir a vida sem apego, sem desconsideração, descobrindo-lhe o vazio do mediato e aplicando parte do teu tempo na preparação do teu porvir eterno, que te espreita, e para o qual marchas inexoravelmente, quer o queiras ou não.







Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis







Fonte: do livro "Momentos de Felicidade"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O QUE TEMOS FEITO À SOCIEDADE?



Assim como o corpo é a casa em que você vive, o universo é o corpo de Deus. 


Uma formiga mordendo o dedo mínimo do seu pé atrai toda a atenção para o local em uma fração de segundos, e você reage à dor e esforça-se para imediatamente remover o minúsculo inimigo. 

Igualmente, você deve sentir a dor e a miséria das pessoas na sociedade ao seu redor. Pare por um momento para calcular que bem você tem feito à sociedade que lhe está ajudando a viver confortavelmente sua vida. Não desperdice seus talentos em caminhos inúteis. Você não deve ser um fardo para os outros, ou um inimigo de seu próprio eu. Expanda sua compaixão para servir aos outros que estão em necessidade, na medida de sua habilidade e recursos. Seja gentil com todos os seus amigos e parentes.


Sathya Sai Baba



Fonte: www.sathyasai.org
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SEMPRE HÁ O QUE FAZER

Quereis estar vivos? Preservai durante o máximo de tempo possível a necessidade de progredir. 

Há tantas forças adormecidas em vós que esperam ser despertadas! Por que continuais a mantê-las adormecidas? 

Há pessoas com cinquenta, sessenta anos, ou ainda menos, que parecem já mortas e enterradas. Sim, vê-se mesmo a pedra tumular que as cobre e na qual está escrito: «Aqui jaz fulano...». Por quê? 

Mesmo que se esteja cansado, mesmo que a velhice se aproxime, é preciso ter em mente que há sempre progressos a fazer, alguma coisa a compreender, alguma coisa a empreender, e nunca aceitar o entorpecimento, a estagnação. Mesmo que se esteja paralisado, mesmo que se esteja moribundo, há sempre alguma coisa para fazer... nem que seja agradecer ao Céu.


Omraam Mikhaël Aïvanhov


Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A MORTE NÃO EXISTE


A morte é uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução. Para além da campa, abre-se uma nova fase de existência. O Espírito, debaixo da sua forma fluídica, imponderável, prepara-se para novas reencarnações; acha no seu estado mental os frutos da existência que findou.

Por toda parte se encontra a vida. A Natureza inteira mostra-nos, no seu maravilhoso panorama, a renovação perpétua de todas as coisas. Em parte alguma há a morte, como, em geral, é considerada entre nós; em parte alguma há o aniquilamento; nenhum ente pode perecer no seu princípio de vida, na sua unidade consciente. O Universo transborda de vida física e psíquica. Por toda parte o imenso formigar dos seres, a elaboração de almas que, quando escapam às demoradas e obscuras preparações da matéria, é para prosseguirem, nas etapas da luz, a sua ascensão magnífica.



A vida do homem é como o Sol das regiões polares durante o estio. Desce devagar, baixa, vai enfraquecendo, parece desaparecer um instante por baixo do horizonte. É o fim, na aparência; mas, logo depois, torna a elevar-se, para novamente descrever a sua órbita imensa no céu.

A morte é apenas um eclipse momentâneo na grande revolução das nossas existências; mas, basta esse instante para revelar-nos o sentido grave e profundo da vida. A própria morte pode ter também a sua nobreza, a sua grandeza. Não devemos temê-la, mas, antes, nos esforçar por embelezá-la, preparando-se cada um constantemente para ela, pela pesquisa e conquista da beleza moral, a beleza do Espírito que molda o corpo e o orna com um reflexo augusto na hora das separações supremas. A maneira por que cada qual sabe morrer é já, por si mesma, uma indicação do que para cada um de nós será a vida do Espaço.

Há como uma luz fria e pura em redor da almofada de certos leitos de morte. Rostos, até aí insignificantes, parecem aureolados por claridades do Além. Um silêncio imponente faz-se em volta daqueles que deixaram a Terra. Os vivos, testemunhas da morte, sentem grandes e austeros pensamentos desprenderem-se do fundo banal das suas impressões habituais, dando alguma beleza à sua vida interior. O ódio e as más paixões não resistem a esse espetáculo. Ante o corpo de um inimigo, abranda toda a animosidade, esvai-se todo o desejo de vingança. Junto de um esquife, o perdão parece mais fácil, mais imperioso o dever.

Toda morte é um parto, um renascimento; é a manifestação de uma vida até aí latente em nós, vida invisível da Terra, que vai reunir-se à vida invisível do Espaço. Depois de certo tempo de perturbação, tornamos a encontrar-nos, além do túmulo, na plenitude das nossas faculdades e da nossa consciência, junto dos seres amados que compartilharam as horas tristes ou alegres da nossa existência terrestre. A tumba apenas encerra pó. Elevemos mais alto os nossos pensamentos e as nossas recordações, se quisermos achar de novo o rastro das almas que nos foram caras.

Não peçais às pedras do sepulcro o segredo da vida. Os ossos e as cinzas que lá jazem nada são, ficai sabendo. As almas que os animaram deixaram esses lugares, revivem em formas mais sutis, mais apuradas. Do seio do invisível, onde lhes chegam as vossas orações e as comovem, elas vos seguem com a vista, vos respondem e vos sorriem. A Revelação Espírita ensinar-vos-á a comunicar com elas, a unir os vossos sentimentos num mesmo amor, numa esperança inefável.


Muitas vezes, os seres que chorais e que ides procurar no cemitério estão ao vosso lado. Vêm velar por vós aqueles que foram o amparo da vossa juventude, que vos embalaram nos braços, os amigos, companheiros das vossas alegrias e das vossas dores, bem como todas as formas, todos os meigos fantasmas dos seres que encontrastes no vosso caminho, os quais participaram da vossa existência e levaram consigo alguma coisa de vós mesmos, da vossa alma e do vosso coração. Ao redor de vós flutua a multidão dos homens que se sumiram na morte, multidão confusa, que revive, vos chama e mostra o caminho que tendes de percorrer.

Ó morte, ó serena majestade! Tu, de quem fazem um espantalho, és para o pensador simplesmente um momento de descanso, a transição entre dois atos do destino, dos quais um acaba e o outro se prepara. Quando a minha pobre alma, errante há tantos séculos através dos mundos, depois de muitas lutas, vicissitudes e decepções, depois de muitas ilusões desfeitas e esperanças adiadas, for repousar de novo no teu seio, será com alegria que saudará a aurora da vida fluídica; será com ebriedade que se elevará do pó terrestre, através dos espaços insondáveis, em direção àqueles a quem estremeceu neste mundo e que a esperam.

Para a maior parte dos homens, a morte continua a ser o grande mistério, o sombrio problema que ninguém ousa olhar de frente. Para nós, ela é a hora bendita em que o corpo cansado volve à grande Natureza para deixar à Psique, sua prisioneira, livre passagem para a Pátria Eterna.

Essa pátria é a Imensidade radiosa, cheia de sóis e de esferas. Junto deles, como há de parecer raquítica a nossa pobre Terra” O Infinito envolve-a por todos os lados. O infinito na extensão e o infinito na duração, eis o que se nos depara, quer se trate da alma, quer se trate do Universo.

Assim como cada uma das nossas existências tem o seu termo e há de desaparecer, para dar lugar a outra vida, assim também cada um dos mundos semeados no Espaço tem de morrer, para dar lugar a outros mundos mais perfeitos.

Dia virá em que a vida humana se extinguirá no Globo esfriado. A Terra, vasta necrópole, rolará, soturna, na amplidão silenciosa.


Hão de elevar-se ruínas imponentes nos lugares onde existiram Roma, Paris, Constantinopla, cadáveres de capitais, últimos vestígios das raças extintas, livros gigantescos de pedra que nenhum olhar carnal voltará a ler. Mas, a Humanidade terá desaparecido da Terra somente para prosseguir, em esferas mais bem dotadas, a carreira de sua ascensão. A vaga do progresso terá impelido todas as almas terrestres para planetas mais bem preparados para a vida. É provável que civilizações prodigiosas floresçam a esse tempo em Saturno e Júpiter; ali se hão de expandir humanidades renascidas numa glória incomparável. Lá é o lugar futuro dos seres humanos, o seu novo campo de ação, os sítios abençoados onde lhes será dado continuarem a amar e trabalhar para o seu aperfeiçoamento.


No meio dos seus trabalhos, a triste lembrança da Terra virá talvez perseguir ainda esses Espíritos; mas, das alturas atingidas, a memória das dores sofridas, das provas suportadas, será apenas um estimulante para se elevarem a maiores alturas.

Em vão a evocação do passado, lhes fará surgir à vista os espectros de carne, os tristes despojos que jazem nas sepulturas terrestres. A voz da sabedoria dir-lhes-á: “Que importa as sombras que se foram! Nada perece. Todo ser se transforma e se esclarece sobre os degraus que conduzem de esfera em esfera, de sol em sol, até Deus”. Espírito imorredouro, lembra-te disto: “A morte não existe”.


Leon Denis



Fonte: do livro "O Problema do Ser, do Destino e da Dor"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal