quarta-feira, 2 de novembro de 2016

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Hoje, experimente ficar mais introvertido. Procure não falar muito. O seu jeito de ser dirá tudo. Pratique aquele velho ditado: não veja, não ouça, não fale e não pense nada de mal. Se dúvidas surgirem na mente, não fique confuso. Vá para dentro e, em silêncio, encontre uma resposta. É na introversão que descobrimos o que é a consciência da alma. É muito simples. Pratique duas coisas: (1) eu sou uma alma, (2) eu pertenço à Alma Suprema. Isso o levará para dentro e depois para cima. Então desça e desempenhe o seu papel como um observador. (Dadi Janki)

Vivemos nossas vidas mais por hábito. Quando andamos por uma rua familiar não registramos mais suas peculiaridades: nossas percepções perdem o frescor. Entretanto podemos recriar a impressão de novidade. Isso pode não significar uma aproximação às realidades espirituais, mas nos prepara para ver as coisas de maneira incomum. Ao escapar dos velhos hábitos nos tornamos mais suscetíveis à realização espiritual.

Se quisermos plantar sementes neste século 21 a primeira delas é a da simplicidade. Em nossa comunicação, ser abertos, honestos e limpos. Em nossos relacionamentos, desenvolver uma atitude não-egoísta. Todos estão pensando muito neles mesmos ou em suas famílias, mas esse é o tempo de pensar e fazer algo pelo mundo. Sermos amorosos e misericordiosos em relação a nós e aos outros é nossa responsabilidade. Não devemos ficar tristes ao ver as pessoas na tristeza. Temos de trazê-las para a felicidade.

Existem muitas razões para fazermos nossas escolhas com base no que os outros pensam e fazem. Primeiro, porque talvez nossa autoestima não esteja tão alta. Segundo, porque temos dúvidas. Terceiro, porque nos preocupamos com o que os outros pensarão sobre nós. Para fazer as escolhas certas precisamos: (1) fortalecer o intelecto, tomando decisões precisas entre certo e errado, (2) desenvolver o autorrespeito, ao ter força de vontade para perseguir nossas escolhas. Cada situação da vida será melhor conduzida se fizermos a escolha certa no momento certo. É isso que nos faz mestres do nosso próprio destino! (BK Venkata, Choosing your destiny, The World Renewal, February, 2005)





Brahma Kumaris






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OBSTÁCULOS - CAMINHOS PARA A FELICIDADE

Bem e mal, riqueza e pobreza, elogio e crítica caminham juntos neste mundo. Você não pode retirar felicidade de felicidade (Na sukhat labhate sukham). Felicidade só surge do sofrimento. Um homem rico hoje pode tornar-se um mendigo amanhã. Da mesma forma, um pobre pode tornar-se um homem rico um dia ou outro. Hoje você está sendo elogiado, mas amanhã pode ser criticado. Considerar elogio e crítica, alegria e tristeza, prosperidade e adversidade com equanimidade é a marca de um verdadeiro ser humano. A Gita declara: "Permaneça com a mente equânime na felicidade e no sofrimento, no ganho e na perda, na vitória e na derrota" (Sukha Dukhe same kritva labhalabhau jayajayau). Você pode realmente desfrutar da sua vida como um ser humano somente quando considerar tanto sofrimento e felicidade, ganhos e perdas com equanimidade. Não há valor para felicidade sem tristeza. Portanto, acolha o sofrimento se você quiser experimentar a verdadeira felicidade. (Discurso Divino, 09 de julho de 1996)

Todas as dores e dificuldades que lhe atingem acabarão por revelar-se como um meio para dar-lhe felicidade e prazer. Mesmo um diamante de alta qualidade não alcança seu valor, a menos que se lapide suas facetas. Ouro puro não será transformado em um belo ornamento a menos que seja repetidamente posto no fogo e moldado. Sempre que você sentir dores, provações, obstáculos e tribulações, você deve reconhecê-los como caminhos para a obtenção da felicidade derradeira. Assim, devemos estar preparados para aceitar a dor. Buscar o prazer somente e não acolher a dor não é apropriado. Prazer vem da dor. Devemos reconhecer que toda a dor acabará por terminar em prazer. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis, 1976, Capítulo 3)




Sathya Sai Baba





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DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO E MEDITAÇÃO

A maioria das pessoas que se iniciam na vida espiritual têm uma primeira dificuldade para ultrapassar: não conseguem meditar, pois não sabem concentrar-se. Por quê? Primeiro, porque não aprenderam a escolher os temas de meditação, lançam-se nela às cegas e sem método. A primeira regra é escolher um tema de natureza espiritual e a segunda é que esse tema toque o seu coração. É o amor que tendes por um ser ou por um objeto que vos liga a ele. Quando não amais, sois, por assim dizer, como um selo postal que não tem cola: não aderis. O erro dos que começam é quererem imediatamente concentrar-se nas questões metafísicas mais abstratas: a verdade, a eternidade, o infinito, o Absoluto, o Ser supremo… Começai, antes, por escolher uma imagem bela e pura de que gostais, uma imagem tomada da natureza ou da arte. Deste modo, o vosso cérebro habituar-se-á a concentrar-se e, pouco a pouco, podereis meditar em temas mais distantes de vós. Para se obter resultados na vida espiritual, é preciso saber servir-se do poder formidável do amor.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A INICIAÇÃO DE CADA DIA

Pequenas Expansões de Consciência Preparam o Grande Despertar

O que é a “iniciação diária”?

Alguns supõem que a iniciação é sempre e em todos os casos uma ocasião estabelecida e solene, para a qual o candidato é previamente preparado e da qual é avisado com antecedência. Embora algumas iniciações sejam rodeadas destes aspectos solenes, a iniciação diária – na qual todo aspirante deverá ter sucesso se quiser alcançar a chance de tentar a mais  elevada – se oferece ao estudante quase que a todo momento. Essa iniciação ocorre nas relações com os nossos semelhantes, e nos efeitos que todas as circunstâncias da vida têm sobre nós. E se nós fracassamos nestas situações, nunca chegamos ao ponto em que as grandes iniciações são oferecidas.

Se não podemos suportar a derrota momentânea, ou se somos pegos desprevenidos por uma palavra casual que desafia o nosso amor-próprio, ou se somos levados pelo desejo de julgar os outros, ou se permanecemos na ignorância dos nossos erros mais evidentes, não reunimos aquele conhecimento e aquela força que são inevitavelmente exigidos de quem quer que seja que pretenda comandar a natureza.

É próprio da vida que cada um tenha um momento de escolha, mas este momento não tem que ocorrer em algum dia especial. Ele é a soma total de todos os dias; e pode ser postergado até o dia da morte; e assim estará além do nosso alcance, porque neste caso a escolha terá sido feita por todos os nossos atos e pensamentos da vida inteira. Somos condenados por nós mesmos, naquele momento, exatamente ao tipo de vida, corpo, ambiente, e tendências que melhor manifestarão nosso carma. Isso é algo bastante solene, e faz com que a “iniciação  diária” tenha a maior importância para cada estudante atento. Mas tudo isso já foi dito antes, e é uma pena que os estudantes persistam em ignorar o bom conselho que recebem.

Você pensa que se um Mestre aceitasse você, Ele colocaria você diante de algum teste estranho? Não, Ele não faria isso, mas simplesmente permitiria que os pequenos eventos da sua vida prosseguissem, e o resultado deles determinaria a situação a que você chegaria. Esta pode ser uma escola para crianças, mas só um adulto consegue ser aprovado nela.




William Q. Judge




O título original do trecho traduzido acima é “What is the ‘Daily Initiation’?”. Ele  faz parte de um artigo maior, “Stream of Thought and Queries”. O texto foi traduzido das pp. 497-498 do segundo volume de “Theosophical Articles”, William Q. Judge, The Theosophy Co., Los Angeles, 1980 (edição em dois volumes). Ele também foi publicado em várias outras oportunidades, inclusive na revista “Theosophy”, da Loja Unida de Teosofistas, em Los Angeles, na edição de maio de 1975. Apareceu pela primeira vez na revista “Path”, de Nova Iorque, em setembro de 1889.




Fonte: http://www.filosofiaesoterica.com/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Discernir é entender a essência, é diferenciar o ouro autêntico do falso. Sempre que tiro alguma coisa de seu contexto, deixo de entendê-la e começo a distorcê-la. Todas as situações têm suas raízes históricas, seus efeitos presentes e suas implicações futuras. Discernir é considerar as inter-relações de todos os ingredientes de uma situação. Sem essa perspectiva sou impelido a proteger meus interesses, sou consumido pelo calor do momento, deixo de ver as consequências dos meus atos.

Para salvaguardar a liberdade, precisamos ser intransigentes. Não podemos aceitar uma atitude que diz, por exemplo, “um pouco de ganância, uma agressão leve, um pouco de raiva é necessário para manter as pessoas em seus lugares”. Tais pensamentos começam como um indício de violação. Eles multiplicam-se rapidamente e outros sentimentos ou ações erradas são justificados então. Nocivos ou negativos, os pensamentos, palavras ou ações produzem reações iguais assim como as ações e pensamentos positivos e benéficos. Em outras palavras: nós colhemos o que semeamos. (Vivendo Nossos Valores, Brahma Kumaris, 2014)

Nós nunca deveríamos nos preocupar. Com que eu deveria me preocupar? O que tiver que acontecer acontecerá. Por que então eu deveria me preocupar? Torne-se inabalável. Com o poder da concentração tudo fica fácil e natural. Quais são os passos então? Primeiro eu tenho que me concentrar ou primeiro eu tenho que ficar introvertido? Veja se você está introvertido ou extrovertido. Se você não estiver introvertido você não conseguirá se concentrar. Aquele que é introvertido é sempre feliz. Pense sobre isso. Não há nutrição como a felicidade. (Dadi Janki)

Na maioria das vezes a mente é como uma mangueira d'agua ligada mas sem comando. Ela pula para lá e para cá. Quando nos interiorizamos, damos os primeiros passos em direção ao autocontrole. É como comandar a mangueira. O próximo passo é ajustar a regulagem para que saia a quantidade adequada de água. Em caso de incêndio, apenas gotas não bastariam. Por outro lado, se fosse preciso regar uma flor, um esguicho forte causaria dano à sua delicadeza.




Brahma Kumaris






Fonte: www.bkumaris.org.br
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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

BUSCANDO A HARMONIA DA PERSONALIDADE

O ser humano é um "todo integral" e nele encontramos o conceito "holístico" ou "holos", que vem do grego e significa "tudo". Pelo fato de ser um todo, é completo como um universo. O ser humano está composto de aspectos espirituais, mentais, emocionais (sentimentos) e físicos. Se observarmos o ser humano de um só ponto de vista teremos uma visão parcial do conhecimento deste.

Podemos aperfeiçoar a personalidade mediante a prática de métodos e técnicas; cada dia irá somando um grau de melhoramento em tudo o que realizamos. Um ato positivo nos transforma em pessoas otimistas, magnéticas e atrativas, com poder de convicção e capazes de transformar o meio no qual vivemos.

Este é um tipo de personalidade diferente que chamamos de tipo "P", contrária e distinta de todas as que existem tal como a neurótica e outras. Os psicólogos chamam de tipo "A" à pessoa estressada, com alto sentido de competência, ansiosa etc. Estabeleceu-se que tendem à determinadas enfermidades cardiovasculares.

Para transformarmos nossa personalidade (e ter uma vida plena e feliz), faz-se imperioso termos uma visão holística completa do mundo que nos rodeia e de nós mesmos.

A visão holística consiste em compreender que o ser humano é uma entidade muito mais complexa do que se vê aparentemente. Não só deve ser tratado e estudado como um ser físico e mental, senão que também observar toda a sua constituição, desde os planos mais superiores até os mais inferiores. Ou seja, que uma pessoa é muito mais difícil de ser tratada quando não se vê apenas o aparente.

O ser humano é um ser aperfeiçoável e isto quer dizer que podemos mudar. É somente uma ilusão pensar que não podemos fazê-lo. Atualmente existem muitos métodos que nos ajudam a nos renovar, desde nossa parte mental até as ações de tipo mais inferiores.

Existem métodos para autoprogramar a mente subconsciente e a partir daí produzir as mudanças nos planos de nossa personalidade, conseguindo um atuar harmônico e equilibrado em si mesmo e no meio que vivemos. (Pode-se eliminar timidez, insegurança, falta de confiança em si, depressões, enxaquecas, maus hábitos etc.)

Quando se fala que podemos nos desenvolver holisticamente, está se falando precisamente de nos ajudar a obter uma visão global e completa de si mesmo e não parcial e fragmentada como frequentemente se dá, podendo assim avançar rapidamente em um processo evolutivo, que sem dúvida é a meta última de todo ser humano: evoluir.






Fonte: Ordem de Templos Operativos - OTO
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ATRIBUTOS E DHARMA

Retidão (Dharma) é a base para todo o Universo. Um verdadeiro ser humano é aquele que pratica o princípio do dharma. Queimar é o dharma do fogo. Muitos costumam usar a palavra dharma sem conhecer a sua verdadeira natureza e majestade. Frescor é o dharma do gelo. O fogo não é fogo sem queimar. Gelo não é gelo sem frescor. Da mesma forma, o dharma de um ser humano encontra-se em realizar ações com o corpo e seguir os comandos do coração. Todo ato realizado com pensamento, palavra e ação em harmonia é um ato dhármico! Uma vida dhármica é uma vida divina! Esse dharma do coração é supremo e, de fato, o dharma da vida. Você deve alcançar a unidade em pensamento, palavra e ação a todo o custo. (Chuvas de Verão, capítulo 2, 20 de maio de 1996)

Um atributo prescrito é exibido ou usado como um manto por todas as entidades na criação. Esse atributo também é chamado de seu dharma. Assim como um estudante em uma classe em particular pode ser promovido a uma classe superior pelo esforço, um indivíduo, promovendo seu próprio dharma natural, e dando atenção a algo maior e mais nobre, pode conseguir a ascensão a um nível superior. Um pedaço de ferro vale apenas alguns centavos, mas fazendo alterações adequadas a ele, você produz um relógio que vale mais que mil rúpias. Observe aqui que é o Samskara, ou a mudança que damos à substância, que traz o valor a ela e não o valor inerente do material não tratado. Mesmo uma pessoa comum pode ter uma oportunidade de elevar-se à posição de um sábio realizado (Paramahamsa) se procurar a companhia de seres elevados. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis, 1976, Capítulo 2)




Sathya Sai Baba





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terça-feira, 25 de outubro de 2016

VIVER BEM O HOJE

Quando já não conseguem suportar o presente, os humanos refugiam-se no futuro. Mas eles não ganham nada com isso, pois, mais cedo ou mais tarde, serão obrigados a render-se à evidência: como esse futuro imaginário não tinha qualquer fundamento sólido, o que eles descobrem é o vazio e a angústia. Que eles comecem, pois, por viver bem o hoje: têm tantas coisas para saborear, para ver, para apreciar, para pensar! Mas, para viverem o momento presente, eles têm de aprender a parar, a fazer uma pausa, a não continuar a deixar-se levar pela sucessão dos acontecimentos e dos estados interiores que esses acontecimentos criam neles. É certo que a vida é um fluxo ininterrupto, mas é preciso encontrar uma maneira de pôr um pouco de ordem em si mesmo, para se ficar em sintonia com ritmos mais harmoniosos. E é para isso que a meditação é tão necessária. Meditar é abrandar a marcha precipitada do tempo, a fim de introduzir em si um ritmo, uma paz, uma luz, que deixarão durante muito tempo a sua marca.





Omraam Mikhaël Aïvanhov







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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Aceitar tudo como é. Este é o primeiro e fundamental aspecto para uma mudança na consciência. Aceitação não é algo como: a partir de agora eu preciso aceitar tudo, porque Deus ou alguém disse isso e eu tenho que seguir. Isto é crença. A aceitação verdadeira vem do meu âmago, quando somos como uma porta aberta, quando não há mais julgamento ou ruído em nossas mentes sobre algo que está acontecendo. A aceitação do que é vem quando estamos nesse estado de gratidão e encantamento com a própria vida. (Luiz Rivieros)

Muitos dizem que pessoas não-éticas prosperam rapidamente hoje em dia. Então por que deveríamos fazer o bem? Porque o bem sempre gera o bem. Essa lei é infalível. Entretanto, devido às negatividades, o efeito do positivo fica encoberto. Mas assim como o sol continua a brilhar por detrás das nuvens, as boas atitudes nunca ficam sem mérito, mesmo que isso leve mais tempo para acontecer. A prosperidade da ética é certa e duradoura.

Os atos de virtude emergem de dentro, de um santuário de silêncio do qual a inspiração flui. Toda ação tem sua semente em um pensamento e cada pensamento é a criação do pensador, a alma. Eu escolho que pensamentos eu quero criar. Assim como são meus pensamentos são minhas ações e minha experiência na vida. Ao ir para dentro, eu toco a quietude e o amor puro que existe no fundo do meu ser. Cada pensamento que eu crio é para beneficiar a mim e a humanidade. (Dadi Janki)

Você já percebeu o impacto de suas ações corretas e quanto tais ações podem influenciar muitos outros? Os outros podem não seguir suas palavras mas eles definitivamente verão você e farão o mesmo. Os grandes professores são: sua face, suas palavras e sua atividade. Quando suas ações têm tal clareza e verdade, o coração dos outros é tocado. E através de você eles sentem proximidade de Deus. (Dadi Janki)




Brahma Kumaris





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terça-feira, 11 de outubro de 2016

TUDO É BRAHMAN - O DIVINO É ONIPRESENTE


Toda a criação que você vê emana do Senhor. Essa grande variedade, que vemos ao nosso redor, é proveniente apenas como resultado da mudança em nossos próprios atributos (gunas), e é uma verdade que é afirmada pelos textos sagrados. Você às vezes é muito feliz, às vezes assustado e em outros momentos corajoso. Estas mudanças acontecem em rápida sucessão e de uma forma casual. A principal razão para todas essas mudanças é a mudança que vem em nossa própria atitude mental. Estas são manifestações de seus próprios atributos. O homem tem três características distintas ou gunas - satva, tamas e rajas. Se estas são misturadas de uma forma equilibrada, não haverá nenhuma mudança drástica na natureza da pessoa. A luz solar é composta por sete cores diferentes. Quando essas cores são misturadas em proporções adequadas, não haverá nenhuma mudança e o sol brilhará em sua cor natural. Por outro lado, se houver um desequilíbrio na maneira com que essas cores são misturadas, então você descobrirá que algumas cores especiais se mostram. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis, 1976, Capítulo 9)

Deus tem muitos nomes e formas, mas a Divindade é uma só. Estudiosos referem-se a 'Uma Verdade' com muitos nomes (Ekam Sath Viprah Bahudha Vadanti). Percebendo esta verdade, respeite a todos, ame a todos e dê alegria a todos. Então, você se torna Deus! Quando você reconhece o fato de que a Divindade em todos é a mesma, não haverá sentido de dualidade. Você pode pensar que é muito difícil, mas é extremamente simples. Sua incapacidade de reconhecer esta verdade é devido à falha de sua visão e não ao Criador. Corrija sua visão defeituosa e percepção; veja a unidade na diversidade. Neste mundo, há uma disputa constante entre bem e mal. Muitas pessoas têm inveja dos outros e as submetem à calúnia. Mas não atribua qualquer importância a essas críticas. Louvor e insulto são comuns à humanidade. Várias pessoas nobres enfrentaram dificuldades semelhantes e as superaram com firmeza. Viva na verdade e no amor, nenhum dano virá a você. (Discurso Divino, 23 de novembro de 2000)

Podemos ter dúvidas quanto à razão pela qual Deus possa ter tantos nomes diferentes. Cada um deles na verdade refere-se a uma qualidade especial do Senhor. Sabemos que em uma casa o filho vem e trata o chefe da família como pai, enquanto a nora o chama de sogro, o neto se dirige a ele como avô e a esposa como "meu querido marido". Aqui vemos que, porque ele estabeleceu diferentes tipos de relacionamentos, ele é tratado por nomes diferentes por pessoas diferentes. Da mesma forma, um brahmin é chamado de pujari (padre) se realiza puja e é chamado de cozinheiro se estiver cozinhando. Ele adquire um nome diferente, dependendo da natureza do trabalho que realiza. Da mesma forma, dependendo do tempo, condição e país, Deus tem dado nomes diferentes que são apropriados à situação e ao papel que Ele desempenha. (Chuvas de Verão em Brindavan, 1974, Volume 1, Capítulo 5)

Durante tempos difíceis, algumas pessoas oferecem orações a Deus crendo que Deus está em outro lugar e ouvindo suas orações, que Ele percorrerá todo o caminho e resolverá suas dificuldades! Em um plano mundano, se você for até uma pessoa em uma posição de autoridade e elogiá-la, então ela pode lhe fazer o bem! Mas Deus não é como alguém que está em uma posição de autoridade! Logo que você concebe Deus em sua mente, Sua graça o ajudará. As Escrituras declaram: Brahma vid Brahmaiva Bhavati (o conhecimento do Divino o transformará em Deus). O resultado de suas orações é que as qualidades divinas serão cultivadas dentro de você e lhe darão alívio ao sofrimento. Orar a Deus, cantar Sua glória e conceber as qualidades divinas do Senhor são feitas apenas para sua própria paz e bem-estar e para desenvolver seu bom caráter. Portanto, promova boas ideias, bons ideais e pensamentos bons a todo momento. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis, 1976, Capítulo 4)

Se você conquistar sua mente, você alcançará paz. Se você alcançar a paz, você olhará para todas as coisas com uma mente igual. Bom e mau, respeito e desrespeito, gostos e desgostos são todos os aspectos de uma única e mesma coisa - Brahman (Divindade). Se você é capaz de obter a graça divina, tudo fluirá sem problemas. Se você estiver longe da graça divina, planetas maus começarão a influenciá-lo. O Sábio Viswamitra agradou a Brahma por meio de suas intensas austeridades. O Senhor Brahma removeu as nuvens de dúvidas que estavam escondendo a força intrínseca presente no sábio Viswamitra. O Senhor Brahma ensinou Viswamitra a reconhecer a presença divina em toda parte e disse-lhe para cantar sobre a graça do Senhor e Sua presença. O aspecto divino não é algo que é separado e distinto. Deus é onipresente; não é matéria com algumas características específicas, é espírito (parartha) e não matéria ou objeto (padartha). Deus é, e está presente em todo lugar. (Chuvas de Verão em Brindavan, 1974, Volume 1, Capítulo 5)

Manifestações do Amor! Não é necessário procurar por Deus em qualquer lugar, diz a Bíblia. Hoje as pessoas estão em busca de Deus. Por que você procura por Ele quando Ele está em todo lugar? Você é Deus. Todas as práticas espirituais (sadhana) serão em vão se você não conhecer sua verdadeira identidade. Em vez de perguntar aos outros, "Quem é você?", é melhor perguntar: "Quem sou eu?" "Este é o meu livro", dizemos. Então, quem é esse "eu"? Este sentimento de "meu" é ilusão (maya). Saiba quem você é. Tudo isto é matéria, é negativo. Você é o mestre deste mundo material. Domine a mente e seja um comandante. Faça todos os esforços para conhecer sua verdadeira identidade. Para conhecê-la você deve primeiro abandonar o apego ao corpo. As pessoas são heroínas em fazer experimentos em laboratório, mas zeros em experiência. Em vez disso, seja um herói no campo prático. (Divino Discurso, 14 de março de 1999)




Sathya Sai Baba





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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Ser sábio sobre o significado da palavra "agora" é a arte de ver que cada momento tem seu valor próprio, mesmo que a experiência de tal momento não esteja conectada com qualquer uma de nossas ambições, metas ou preocupações mentais. O significado do tempo dos relógios não é nada quando comparado com a experiência de não sentir o tempo, de estar completamente presente e imerso na tarefa que está sendo realizada. (Mike George, From now to eternity, Purity, February, 2007)

Alegria é uma mostra sutil dos benefícios da meditação. Pessoas que meditam tem faces alegres. A alegria é um convite silencioso para um mundo de despreocupação e felicidade. Por ser contagiante, é a mais atrativa e efetiva forma de servir os outros. Ciúme e inveja não convivem com a alegria. Grandes mentes são altruístas. Grandes mentes têm grandes corações. Para manter sua alegria absorva apenas as boas qualidades e virtudes dos outros. (Jagdish Chander)

Mesmo que negatividades venham até você, na forma de críticas ou dúvidas, olhe-as como se fosse um jogo. Receba os ataques como um observador desapegado. Não importa quão temível sejam as provocações, se você considerar como sendo um jogo, você apreciará muito. Você não ficará com medo ou confuso. Aquele que continua a assistir os jogos das negatividades como um verdadeiro jogador, permanecerá sempre destemido e vitorioso.

Uma vida sem valores é como ser uma criança órfã, nos sentimos inseguros e não amados. Os valores são os nossos “pais” - a alma humana é nutrida pelos valores que ela contém. Um sentimento de segurança e conforto surge quando conhecemos e vivemos nossos valores. Os valores trazem independência e liberdade, expandem nossa capacidade de ser autossuficientes e nos libertam das influências externas. A alma desenvolve a capacidade de discernir a verdade e de seguir o caminho da verdade. (Dadi Janki, Vivendo Nossos Valores, Brahma Kumaris, 2014)




Brahma Kumaris






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domingo, 25 de setembro de 2016

AMOR (PREMA) É VIDA ESPIRITUAL (ATMA)

Hoje em dia existe ódio e raiva em todos os lugares. Onde quer que olhe, há desejo, inimizade e medo. Como você espera estar em paz? Acenda a lâmpada interior do amor. Então o medo e a ilusão desaparecerão e você terá a visão do Eu Superior. Caso contrário, você estará fadado a sofrer. Muitas pessoas atualmente fazem várias tentativas para serem felizes e bem-aventuradas. De onde você obtém bem-aventurança? Das coisas materiais, dos indivíduos ou dos livros? Não, de forma alguma! A bem-aventurança está dentro de seu próprio Eu Superior. Você esqueceu seu verdadeiro Eu, que é a fonte de bênção, e luta arduamente pela felicidade artificial exterior. Desperte para a realidade que está dentro do seu coração, que é a sede de toda bem-aventurança. O princípio do amor origina-se dentro do seu coração, não do mundo. Desenvolva amor altruísta mais e mais e determine um limite aos seus desejos. Você poderá ser feliz apenas quando seus desejos forem controlados. (Discurso Divino, 14 de março de 1999)

Manifestações do Amor! Pelo poder do discurso pode-se conquistar reinos. Pela fala, pode-se também perder toda sua riqueza. As pessoas adquirem parentes e amigos por meio da fala e os perdem também por suas palavras. Pelas palavras, novamente, pode-se perder até mesmo a sua vida. As palavras são a causa principal de todas essas circunstâncias. Lembre-se, a fala é sua formidável armadura se experimentarem perda ou ganho, prosperidade ou adversidade, dor ou prazer. Vocês foram agraciados com muitos presentes. Suas vidas são extremamente preciosas. O tempo é muito valioso. Seu coração é muito suave. Sua mente é uma grande posse. Dotado de todas essas coisas valiosas, por que se comportam como seres maus, ignorantes e miseráveis? Não se esqueçam de sua natureza divina, imergindo-se nos prazeres e desejos mundanos. Não transformem seu coração em pedra, que é suave e compassivo por natureza. A humanidade deve espontaneamente manifestar-se dentro de seu coração e transbordar de compaixão. (Discurso Divino, 31 de março de 1996)

Você pode considerar que o amor dentro de você e o Amor Divino, representado por Deus, são os mesmos. Há uma diferença. O amor de Deus é totalmente altruísta, absolutamente puro, eterno e sem falhas. A maioria das pessoas procura coisas no mundo, incluindo Deus, apenas por motivos egoístas. O amor humano é autocentrado e maculado. Tal amor egoísta não pode fundir-se com o amor de Deus. É somente quando ele está livre de egoísmo, orgulho, ódio e inveja que Deus habita em você. Sem renúncia (tyaga), se alguém está imerso em prazeres mundanos e leva uma vida mundana, sua devoção somente é egoísta, artificial e auto enganadora. Ela não o levará a Deus. Deus não pode ser obtido tão facilmente. O coração tem apenas um único assento. Há espaço nele para apenas uma pessoa. Se você instalar desejos mundanos naquela cadeira, como se pode esperar que Deus se sente nela? Deus tomará esse lugar apenas se você a esvaziar de todas as outras coisas. (Discurso Divino, 21 de agosto de 1992)

Para experimentar o amor divino, não há necessidade de praticar qualquer tipo de meditação, adoração ou rituais. Amor altruísta (Prema) pode ser obtido apenas pela absorção completa na espiritualidade. Foi por esta razão que Sri Krishna declarou na Gita: "Rendam-se a Mim, transcendendo todas as regras (Sarva Dharman Parityajya)". Da mesma forma, Jesus também declarou: "Eu sou o Caminho". Buddha, transmitindo o mesmo significado, declarou: "Renuncie a tudo" (Sarvam Sharanam Gachchami). Estas declarações transmitem claramente que a essência de todas as religiões, a raiz de todas as escrituras, o objetivo de todas as virtudes, é a experiência da harmonia e unidade espirituais (Sarvatmika Bhavam). As Gopikas exemplificam tal espírito de entrega e unidade. As Gopikas simbolizam pensamentos. Radha simboliza a combinação de todos os pensamentos na mente. Assim, todos os nossos pensamentos, desejos e aspirações e nossa mente devem se fundir em Krishna, representado por Prajna em um ser humano. Constante percepção integrada (Prajna) do Divino é o significado da declaração vedântica "Prajnanam Brahma." (Divino Discurso, 21 de agosto de 1992)

Prema (amor) é como o mais precioso diamante. O amor é estranho às pessoas que são egoístas, vaidosas ou pomposas. Onde, então, este amor pode ser encontrado? Este precioso diamante só pode ser obtido no reino do Amor, na rua do Amor, na loja do Amor. Ele pode ser obtido apenas por um coração amoroso. Pode-se perguntar, "o mundo inteiro não está permeado com amor? Então, por que o amor não está prontamente disponível?" O amor com que o mundo parece estar preenchido não é o verdadeiro amor. O amor não pode estar associado com o corpo, os sentidos, a mente e o intelecto. Qualquer coisa associada com estes é somente apego (Anuraga). Somente a vida espiritual (Atma) é uma vida cheia de amor. Portanto, leve uma vida espiritual, não uma vida limitada por corpo, mente, sentidos e intelecto. Uma vida relacionada ao corpo, sentidos, mente e intelecto nunca pode ser livre de egoísmo, vaidade e ostentação. (Discurso Divino, 21 de agosto de 1992)




Sathya Sai Baba





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Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

DIFERENTES TIPOS DE ORGANIZAÇÕES ESPIRITUAIS

As diferentes organizações espirituais, embora praticamente busquem o mesmo fim, seguem caminhos diferentes e centralizam o trabalho, com seus estudantes, em distintos níveis. Está correto, pois a humanidade deve seguir por etapas em seu caminho de retorno. Uma escada deve ser subida de degrau em degrau. Neste sentido, os estudantes estão também em níveis diferentes uns dos outros. Isto não é uma questão de opinião em que se possa estar a favor ou contra. Isto é assim, obviamente. É possível que muitos desconheçam isto ou não possuam uma visão desinteressada, desapegada e transcendente para entende-lo. Mas, repito, não é uma questão de opiniões.

As organizações espirituais, como toda estrutura humana, estão ordenadas conforme a uma hierarquia. Nunca há "a organização superior", a de "mais alto nível" em termos absolutos, pois quando se atinge um certo nível no caminho, surgem imediatamente novas tarefas e novos desafios. Se caminhas para o horizonte, ele sempre se apresentará como um novo horizonte.

É difícil para aquele que está em uma organização ter uma visão global, porque a maioria delas conduzem seus estudantes em níveis distintos de sectarismos, sem expô-los a maioria das vezes.

Por isso, muitos estudantes de yoga acham que tudo é yoga; os espíritas, que tudo é espiritismo e mediunidade; os maçons, que a maçonaria existe desde Adão porque este vestiu peles; os gnósticos, que tudo é gnosticismo desde o início... Se encontram uma gravura antiga com um personagem fazendo determinado gesto, para alguns parece que está fazendo o sinal de paz da ordem de aquário, para outros é um sinal maçônico, para alguns um dos gestos de Krishna, para outros uma saudação de um extraterrestre etc.

Cada um vê as coisas com a lente que lhe foi dado para ver a realidade. Mas a realidade verdadeira somente pode ser percebida sem lentes, sem esquemas de pensamento.

Para evitar cair na ilusão de que sua organização é a única verdadeira e as demais estão equivocadas, é preciso que a instituição a que se pertence realize uma reavaliação constante das tarefas a realizar, das realizações obtidas, tanto no aspecto global de instituição como em nível de cada integrante, através do trabalho pessoal. E tudo isso em atuação direta com as leis e princípios que regem este universo.






Fonte: GEMA - Grupo de Estudos de Metafísica Aplicada
www.iniciados.org/forma.htm
Fonte da Gravura: Tumblr.com

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

NÃO HÁ NECESSIDADE DE PROCURAR DEUS

Muitos se aventuram a descrever os atributos de Deus e proclamam que Ele é assim e assado; mas estas são apenas as suas próprias suposições e os reflexos de suas próprias predileções e preferências. Quem pode afirmar que Deus é isso ou aquilo? Quem pode afirmar que Deus não é desta forma ou com esse atributo? Deus é inescrutável. Ele não pode ser percebido no mundo objetivo exterior; Ele está no coração de cada ser. Pedras preciosas devem ser procuradas no subsolo; elas não flutuam em pleno ar. Procure Deus nas profundezas de si mesmo, e não na tentadora e caleidoscópica natureza. O corpo lhe foi concedido para este elevado propósito; mas agora você faz mal-uso dele, como a pessoa que cozinhava diariamente sua comida num vaso de ouro cravejado de joias que chegou às suas mãos como uma herança. O homem exalta Deus como onipresente, onisciente e onipotente, mas ignora Sua presença em si mesmo! (Discurso Divino, 19 de junho de 1974)

Manifestações do Amor, Deus está presente em todos. Ele reside em cada coração. Portanto, não confine Deus a um templo, mesquita ou igreja. Onde quer que um ser humano esteja, lá está Deus. Deus toma a forma de um ser humano (Daivam manusha rupena). Como você esquece e não percebe este fato importante, lhe satisfaz criticar os outros. A quem você está criticando? Quem você adora? Pergunte-se. Deus está presente em todos. Se você critica os outros, você critica Deus. Quem quer que você saudar, isso chegará a Deus (Sarva jeeva namaskaram Keshavam prati gacchati) e quem você insultar ou ridicularizar, isso também atingirá Deus! (Sarva jeeva thiraskaram Keshavam prati gacchati). A partir deste momento, embarque em uma nova vida, abrindo mão de maus pensamentos e más características. Purifique seu coração. Que seus pensamentos, palavras e ações sejam sagrados. Só então sua vida será bem-aventurada. (Discurso Divino, 13 de abril de 2002)

Quem é o Senhor Shiva e onde Ele é encontrado? Muitas respostas são dadas, incluindo Kailash como seu local de residência. A verdadeira resposta é: 'Isavasyam Idam Sarvam' (Tudo isso é permeado por Isa). Ele é onipresente. Não há lugar, objeto ou ser onde Deus não esteja presente. Corrija sua visão e reconheça essa unidade na diversidade aparente ao seu redor. Quando Deus é onipresente, qual é a necessidade de ir à procura dele? A busca não faz sentido. Se alguém se livra do apego e do ódio, experimentará a Divindade inerente. Este é o sadhana (exercício espiritual) que se deve fazer hoje - livrar-se do desejo e do ódio que ocultam o Deus interior. Muitas pessoas perguntam: "Swami! Mostra-nos o caminho!". Tudo que você tem a fazer é voltar para a fonte de onde você veio. Onde está a necessidade de buscar o caminho? O Bhagavata declarou que é o destino natural de todos os seres vivos voltar para onde cada um veio. (Discurso Divino, 06 de março de 1989)

O amor é Divino. Ame a todos, transmita seu amor mesmo àqueles que não têm amor. O amor é como a bússola de um marinheiro. Onde quer que possa mantê-la, ela aponta o caminho para Deus. Em toda ação na vida diária, manifeste seu amor. A Divindade emergirá desse amor. Esse é o caminho mais fácil para a realização de Deus. Mas por que as pessoas não tomam esse caminho? É porque elas estão obcecadas com a ideia errada relativa aos meios de experimentar Deus. Elas consideram Deus como uma entidade remota, atingível apenas por práticas espirituais árduas. Deus está em toda parte. Não há necessidade de procurar Deus. Tudo o que vê é uma manifestação do Divino. Todos os seres humanos que você vê são formas do Divino. Corrija sua visão defeituosa e experimentará Deus em todas as coisas. Fale com amor, aja com amor, pense com amor e faça cada ação com um coração cheio de amor. (Discurso Divino, 05 de julho de 1996)





Sathya Sai Baba






Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

DEPRESSÃO, CONDUTA, PRESUNÇÃO E DÚVIDA - ASPIRANTE ESPIRITUAL

Discutindo sobre toda pequena coisa, perdendo a paciência, ficando triste pela menor provocação, irritando-se com o menor insulto, preocupando-se com sede, fome e perda de sono - estas nunca podem ser as características de um aspirante. Arroz em seu estado natural e arroz cozido - podem estes dois serem o mesmo? A dureza do arroz natural está ausente no cozido. O grão cozido é suave, inofensivo e doce. O grão cru não fervido é duro, vaidoso e cheio de ilusão. Ambos os tipos são almas (jivis) e seres humanos, sem dúvida, mas aqueles imersos em ilusões externas (avidya-maya) são "pessoas", enquanto aqueles imersos em ilusões internas (vidya-maya) são "aspirantes espirituais". Deus não tem nem ilusões internas nem ilusões externas; Ele é desprovido de ambas. Aquele que não tem ilusões externas, torna-se um aspirante espiritual, e quando ele é desprovido de ilusões internas também, pode ser denominado como Deus. Tal coração de uma pessoa é realmente o assento de Deus. (Prema Vahini, Capítulo 59)

Não é da natureza de um aspirante espiritual procurar defeitos nos outros e esconder os seus próprios. Se suas falhas forem apontadas por alguém, não argumente e tente provar que estava certo, nem guarde rancor contra ele por isso. Avalie dentro de si mesmo como isso é uma falha e corrija seu próprio comportamento. Racionalizar isso para sua própria satisfação ou causar vingança contra a pessoa que apontou - estas não devem ser as características de um aspirante espiritual ou devoto. O aspirante espiritual deve sempre procurar o verdadeiro e o alegre, e deve evitar todos os pensamentos falsos, tristes e deprimentes. Depressão, dúvida, presunção - estas são tão prejudiciais quanto Rahu e Kethu (influências planetárias más) para o aspirante espiritual. Elas prejudicarão a prática espiritual. Quando sua devoção está bem estabelecida, estas podem ser facilmente descartadas se aparecerem. Acima de tudo, você deve ser alegre, sorridente e entusiasmado em todas as circunstâncias. (Prema Vahini, Capítulo 63)

Os aspirantes espirituais devem entender cuidadosamente a distinção entre a conduta da pessoa comum (sahaja) e a do aspirante espiritual. A pessoa comum não tem coragem (sahana), é vaidosa (ahamkara) e cheia de desejos relacionados ao mundo, através do qual a pessoa está tentando ter uma existência contente. Os aspirantes envolvidos na contemplação do Senhor (Sarveswara-chinthana) tão incessantemente como as ondas do mar, acumulam a riqueza de igualdade e de amor sem distinção por todos, e se contentam com o pensamento de que tudo é do Senhor e nada é deles. Ao contrário da pessoa comum, o buscador espiritual não se dobrará facilmente diante de tristeza, perda, raiva ou ódio ou egoísmo, fome, sede ou inconstância. Os aspirantes devem dominar todas as coisas boas, tanto quanto possível e viajar pela vida com fortaleza de espírito, coragem, alegria, paz, caridade e humildade. (Prema Vahini, Capítulo 59)

Esses são os dois principais inimigos de cada aspirante espiritual: a presunção (de que você sabe tudo) e a dúvida (é ou não?). Apenas decida ser firmemente conectado a sua realidade. Se isso for puro, tudo será puro. Se isso for verdadeiro, tudo será verdadeiro. Se você usa óculos azuis, você vê apenas azul, mesmo que a natureza seja resplandecente com muitas cores. Assim também, se o mundo lhe parece tão cheio de diferenças, isso é devido apenas à falha em você. Se tudo aparece como sendo um único e mesmo amor, isso também é apenas seu amor. Os sentimentos dentro de você são a causa em ambas situações. A questão que pode surgir a seguir é se o Senhor tem falhas, pois Ele também identifica falhas. O Senhor só procura pela bondade em um devoto, não por faltas e pecados. A avaliação que o Senhor faz de você é dependente de seus sentimentos. O Senhor derrama a Graça sobre aqueles dotados de retidão, independentemente de sua raça, riqueza e gênero. (Prema Vahini, Cap. 46)





Sathya Sai Baba







Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

A ação é o reflexo do seu pensamento e a reação é a resposta do seu subconsciente. Quando há sabedoria na sua forma de responder, você se torna um benfeitor para todos. Não faça isso só para os amigos, mas faça-o de uma forma ilimitada, falando com todos com a mesma delicadeza. Assim, seus sentimentos serão naturalmente elevados. Para que essa mudança aconteça tem que haver uma relação equilibrada entre a mente (pensamentos), o intelecto (razão) e o subconsciente (registros). (Antônio Sequeira)

Para ser uma rocha para os outros eu preciso permanecer num terreno sólido. Saber quem sou e com que posso contar para então dar a eles. Eu só desenvolvo esse tipo de consciência quando tenho a disciplina de recarregar minhas baterias espirituais todos os dias. As primeiras horas matinais são os momentos mais poderosos para obter paz e amor de Deus na meditação. Assim posso caminhar durante o dia com um estoque de sabedoria e com a garantia de que estarei presente na hora que eles precisarem de mim. (Dadi Janki)

Uma pessoa estável tem enorme autocontrole, sólidos princípios e metas duradouras. Ela se mantém calma no pensar e paciente no agir. Quanto mais profunda a estabilidade, mais forte os desafios. Quanto mais positivo sou em relação a mim, mais essa atitude se expressará em relação aos outros e em todas as situações. Estabilidade não é rigidez, mas responsabilidade e incansabilidade. Na sua profundidade, estabilidade é voar livre de tudo. Humildemente aceitar louvor, mas sempre mantendo os pés firmemente apoiados no chão. (BK Ashima Sachdev, Towards Self Mastery, Purity, April 2005)

Não podemos determinar exatamente o que irá acontecer amanhã ou depois, mas podemos colocar em movimento uma energia positiva com a esperança de que ela voltará para nós. Quando alguém joga uma pedra no meio de um lago, as ondas formadas irradiam até a borda e depois voltam em contracorrente até o centro. Da mesma forma, a benção que emitimos para o mundo voltará para nós. Projetamos nossa virtude ao desconhecido, como uma oração que alça voo em direção ao divino e traz a recompensa, em algum momento, para aquele que rezou. (BK Meera, Self-discovery, The World Renewal, November, 2003)





Brahma Kumaris






Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

VACUIDADE E RENÚNCIA

Sidarta [Buda] descobriu que a única maneira de confirmar a existência real de alguma coisa é provar que ela existe independentemente, livre de interpretação, fabricação ou mudança. Para Sidarta, todos os mecanismos aparentemente funcionais para nossa sobrevivência diária -- físicos, emocionais e conceituais -- caem fora dessa definição. São todos apenas combinações de partes instáveis e impermanentes, portanto estão sempre mudando. [...]

Por exemplo, você poderia dizer que seu reflexo no espelho não tem existência própria porque ele depende de você estar em pé na frente dele. Se fosse independente, então mesmo sem o rosto, deveria haver um reflexo. De modo similar, nada pode realmente existir sem depender de incontáveis condições.

[...] como não temos a inteligência de ver as partes das coisas, nos conformamos em vê-las em conjuntos. Se todas as penas são tiradas de um pavão, deixamos de ficar maravilhados. Mas não estamos querendo muito nos render a ver o mundo dessa maneira.

É como estar aninhado na cama tendo um bom sonho, levemente consciente de estar sonhando, mas não querendo acordar. Ou ver um belo arco-íris e não querer chegar perto, pois ele irá desaparecer.

Ter o espírito corajoso de acordar e examinar é o que budistas chamam de "renúncia". Diferentemente da crença popular, a renúncia budista não é auto-flagelação ou austeridade. Sidarta se esforçou e foi capaz de ver que toda a nossa existência se resume a etiquetas colocadas em fenômenos que não existem realmente. Com isso ele experimentou o despertar.




Dzongsar Khyentse Rinpoche





Fonte: "What Makes You Not a Buddhist"
Fonte da Gravura: Tumblr.com

domingo, 18 de setembro de 2016

ÉTICA SOB O PONTO DE VISTA ROSACRUZ

Nenhum verdadeiro rosacruz conduzirá seus negócios ou assuntos sociais "apenas dentro da lei". Muitos o fazem com base no argumento de que aquilo que é legal é suficiente. No entanto, aquilo que estão fazendo pode não ser realmente correto e justo segundo a melhor ética, e sim ter sido arranjado por seus advogados ou por eles próprios, de modo que não seja ilegal na estrita letra da lei. O verdadeiro rosacruz está sempre atento ao "espírito da lei" e sempre disposto a obedecê-lo, assim como à sua letra.






Harvey Spencer Lewis, FRC







Fonte: uma citação no Fórum Rosacruz, vol. 3, n. 5, jan. 1972, p. 177
Fonte da Gravura: http://alchetron.com/Harvey-Spencer-Lewis-1260899-W

A CAUSA DO VAZIO INTERIOR É O DESEJO DE VIR A SER

Por que temos tanta ânsia de louvor, por que queremos ser tidos em grande conta, ser estimulados Por que razão somos tão esnobes? Por que nos apegamos à exclusividade de nosso nome, posição, aquisições? É degradante o anonimato, é desairoso ser desconhecido? Por que seguimos os que são famosos, populares? Por que não nos contentamos com ser nós mesmos? É por termos medo e vergonha de ser o que somos, que o nome, a posição e aquisição se tornam de tão súbita importância?

Curioso como é forte o desejo de reconhecimento, de aplauso. Na excitação de uma batalha, praticamos feitos incríveis, pelos quais nos são prestadas grandes honras; tornamo-nos heróis, matando o nosso semelhante. Mercê de privilégios, talentos ou capacidade e eficiência alcança-se uma posição nas proximidades do cume; entretanto, o cume não é o cume, pois, sempre se quer mais e mais, na embriaguez do sucesso. A nação ou os negócios estão personificados em vós mesmo; de vós dependem os acontecimentos: sois o poder. A religião organizada oferece posição, prestígio e honras; aí também sois alguém, separado, importante. Ou, por outro lado, vos tornais discípulo de um instrutor, guru ou mestre, ou cooperais com ele, na sua obra. Sois ainda importante, pois o representais e participais de suas responsabilidades, porque dais e outros recebem. Embora em nome deles, sois vós o agente. Podeis cingir uma tanga ou tomar o hábito de monge, mas sois vós, ainda, quem faz tal gesto, sois vós quem está renunciando. De uma ou outra maneira, sutil ou grosseiramente, o eu é nutrido e sustentado.

Afora suas atividades anti-sociais e nocivas, por que razão o eu tem de se manter a si mesmo? Vivendo, como vivemos, agitados e sofrendo, com prazeres passageiros, por que se apega o nosso eu às satisfações exteriores e interiores, às atividades que acarretam inevitavelmente sofrimentos e misérias?

A sede de atividade positiva como oposto da negação faz-nos lutar para ser; a luta faz-nos sentir que estamos vivos, que nossa vida tem finalidade e progressivamente nos iremos aliviando das causas do conflito e do sofrimento. Sentimos que se essa nossa atividade se detivesse, não seríamos mais nada, estaríamos perdidos, e a vida não teria mais significação; e por isso nos mantemos em movimento, no conflito, na confusão, no antagonismo. Mas percebemos igualmente que há algo mais, um estado diferente, acima e além de toda esta aflição. Achamo-nos, destarte, num a batalha constante dentro de nós mesmos.

Quanto maior a ostentação exterior, maior a pobreza interior; mas a libertação desta pobreza não é a tanga. A causa do vazio interior é o desejo de vir a ser; e tudo o que fizermos nunca será capaz de encher este vazio. Podeis fugir dele de maneira rudimentar ou requintada; mas ele continuará tão perto de vós como a vossa sombra. Podeis não desejar perscrutar este vazio; ele, todavia, está sempre presente. Os adornos e renúncias com que o eu se cobre nunca esconderão a pobreza interior. Com suas atividades interiores e exteriores, procura o eu enriquecimento, que ele chama experiência ou por outro nome, conforme sua conveniência e satisfação. O eu não suporta o anonimato; poderá cobrir-se com um manto novo, tomar um nome diferente; mas a identidade é sua própria essência.

Esse processo identificador impede o percebimento de sua natureza. O processo cumulativo da identificação forma, pouco a pouco, o eu, positiva ou negativamente; e a atividade deste é sempre um auto-enclausuramento, por mais ampla que seja a clausura. Todo esforço do eu no sentido de ser ou não ser é um movimento para longe do que é.

Separado do seu nome, seus atributos, idiossincrasias e posses, que é o eu? Existe ainda o eu, se lhe são retirados os seus atributos? É o medo de ser nada que impele o eu à atividade; mas ele é nada, um vazio.

Se somos capazes de enfrentar esse vazio, de ficar em companhia daquela solidão dolorosa, então o medo desaparece completamente e ocorre um a transformação fundamental. Para que isso possa acontecer, precisamos conhecer aquele estado de nada, o qual não é possível se existe experimentador. Se existe algum desejo de conhecer aquele vazio, com o fim de dominá-lo, ultrapassá-lo, transcendê-lo, tal experiência não poderá verificar-se, pois o eu, como entidade, continua. Se o experimentador tem uma experiência, não há mais o estado de conhecer, viver. O conhecer o que é, sem lhe dar nome, é que traz a nossa libertação do que é.





J. Krishnamurti






Fonte: do livro "Comentários sobre o Viver"
Ed. Cultrix, São Paulo/SP
Fonte da Gravura:
http://www.taringa.net/posts/ciencia-educacion/16865761/Jiddu-Krishnamurti.html
http://fightlosofia.com/krishnamurti-en-imagenes-krishnamurti-in-pictures/

sábado, 17 de setembro de 2016

A TRADIÇÃO DA MAGIA E A UNIDADE DAS COISAS

A tradição da magia afirma que o universo é uno e que nenhuma parte desse universo está separada da outra. Como diz o poeta, “tudo não passa de parte de um todo estupendo”. Tudo que existe no universo é, portanto, a expressão da unidade que subsiste por meio de todas as coisas.

Isso pode ser condenado como mero “panteísmo”, mas, na realidade, não é assim, pois por trás da unidade subjacente que expressa a si mesma no universo real, existe aquilo de que a alma universal, o conjunto da vida e da forma não passa de expressão. “Tendo criado o universo com um fragmento de mim mesmo, eu permaneço”, diz a deidade na escritura hindu, o bhagavad gita. Um Deus imanente e também transcendente é o Deus do mago.

O uno transcendental, de acordo com os ensinamentos mágicos, está refletido nas águas do caos e da noite antiga, e essa reflexão do supremo, conhecida como adam kadmon, traz a ordem ao caos. Como descreve um ritual de magia: “No começo havia o caos e as trevas e os portais da Terra da noite. E o caos clamou pela unidade. Então, ergueu-se o eterno. Diante do brilho desse semblante, as trevas recuaram e as sombras fugiram.” Nessa reflexão profunda, o adam kadmon ou o grande homem da cabala, é o logos “por quem todas as coisas foram feitas”, o brilho de sua glória e a imagem expressa da sua pessoa. Entretanto, nada há nesse universo que não seja parte integral do logos. Todas as coisas subsistem nessa unidade subjacente, como afirma o poeta grego citado por São Paulo, “... pois nós também somos seus rebentos”.

A alma humana é parte de um universo maior e é ela própria uma réplica desse universo. Na magia, costuma-se dizer que o homem é o microcosmo dentro do macrocosmo, o pequeno universo dentro do universo maior. Para o mago, não existe algo que se pareça com a chamada “matéria morta” no sentido vitoriano. Na verdade, porque sua visão é devido ao fato de já subsistir como parte da vida eterna, é que qualquer coisa material pode existir no tempo e no espaço. O que vemos “aqui embaixo” como um pedaço inerte de metal é, para o mago, a aparência material de inumeráveis centros de energia saindo dos mundos invisíveis para o centro vivo de tudo. “O espírito do senhor preenche a Terra”, e para o verdadeiro mago nada é vulgar ou sujo, tudo serve a um propósito e é expressão da vida do eterno. Isso é declarado no ritual pelo adepto iniciado, que proclama: “Não existe parte de mim que não seja dos deuses.”

“Os deuses”. Será que os magos acreditam em muitos deuses? Sim, mas a visão que têm de sua natureza não é bem aquilo que se poderia esperar deles. Eles encontram no universo invisível um campo de poder no qual inúmeras forças interagem, cada qual sendo um aspecto do supremo. E, nessas energias cintilantes e dançantes, eles vêem a unidade de uma vida, filhos de Deus, que evoluíram em universos precedentes e que, agindo como canais perfeitos para o supremo poder, são como lentes vivas através das quais o poder é emanado para baixo. Eles são os dhyans chohans das escrituras orientais, os ministros, chamas do fogo da bíblia; e aquele raio de seu ser essencial que flui da unidade e refocalizado no tempo e no espaço é a “substância” no sentido teológico da qual se compõe o universal “real”, no qual as qualidades secundárias daquilo que chamamos de matéria se manifestam – criando os “acidentes” da teologia.

Dessa maneira, na filosofia da magia, não existe tal coisa como “matéria morta” per se. Toda a matéria, toda manifestação não passa de expressão de toda vida que tudo permeia – na verdade, é esta vida em uma de suas inumeráveis formas de existência. Acreditando, assim, na estrutura viva do universo, o mago conclui que, assim como o poder da unidade se manifesta por intermédio de seus ministros, também nos planos mais densos e mais inferiores de sua auto-expressão, inúmeras hostes de inteligências menores implementam seus planos – “anjos e arcanjos, tronos, dominações, principados, virtudes, poderes; querubins e serafins, ashin e todas as hostes celestiais imemoriais” -, cada uma no seu nível.

O mago, vendo como o supremo “constitui os serviços dos anjos e dos homens em ordem perfeita”, não se vê como um estranho no universo nem mesmo como um ser apartado dele, mas como parte dessa diversidade viva na unidade, e diz o velho iniciado grego: “Eu sou a criança da Terra, mas minha raça veio das estrelas dos céus.”

Desviando o olhar das moradas celestiais, o mago se vê em malkuth, o reino da Terra, e percebe que essa existência imperfeita, frustrante no corpo físico, é imperfeita porque, embora conheça via intelecto a realidade por trás das aparências, ele ainda não foi capaz de perceber essa realidade no plano físico. “Não sabeis que vós sois deuses”, diz a escritura cristã, e um poeta moderno cantou: “Saiba disso, oh, homem, a raiz úncia da falha em vós é não reconhecer a vossa própria divindade”. Na entrada do templo do oráculo de Delphos na antiguidade estava gravada a seguinte inscrição: “Gnothi se auton” – Conhece-te a ti mesmo! A percepção da verdadeira natureza do eu é a meta do verdadeiro mago.

Seguindo esse princípio e mirando seu interior, o mago contempla um mundo decaído. Ele vê que o plano primordial sobre qual o homem foi formado lá está, brilhando por todo o universo como a suprema harmonia e beleza e, através dessa luz, ele vê o ideal no qual o seu verdadeiro eu está fundamentado e pelo qual é sustentado. Então, olhando para o exterior, ele vê em sua própria natureza e na natureza de tudo que o cerca as provas da queda e o potencial da perfeição. Mas em meio a essa queda ele vê as provas do retorno e, mediante o sofrimento de miríades de vidas, percebe que o caminho da salvação é o caminho do sacrifício. Assim ele formula o velho axioma hermético "solve et coagula" que pode ser reconstituído como “dissolve e reforma”.

Ele usa os ritos da alta magia para efetuar a dissolução e a reformulação. Mas o que é dissolvido, e o que é reconstituído? Não a eterna centelha que “alumia o todo homem” – ao contrário, é o ego pessoal que, por tanto tempo, vem sendo visto por ele como seu único e real ser; essa personalidade à qual ele tenazmente se agarrou e defendeu, mirou e serviu; e que não passa de sua persona, essa máscara que encobre o homem real, que tem que ser dissolvida e reformada.

Mas como aquilo que é imperfeito pode produzir a perfeição? “A natureza desassistida fracassa”, diziam os antigos alquimistas, e nas escrituras lemos “Somente o senhor edifica a casa, o trabalhador trabalha em vão”. Assim, o mago, com toda humildade, procura o conhecimento e a conversação com o seu sagrado anjo guardião – aquele verdadeiro eu, do qual a personalidade terrena é apenas uma máscara.

Esse é o objetivo supremo do mago. Tudo mais, trabalhos e encantamentos, rituais e círculos, espadas, baquetas e fumigações, tudo não passa de meios pelos quais ele chegará com triunfo ao final. Então, tendo-se unido a esse verdadeiro eu – mesmo por um tempo breve -, ele é instruído por esse governante interior na alta magia que um dia elevará a sua humanidade à sua divindade e então realizará aquilo que os mistérios verdadeiros vêm sempre declarando o objetivo verdadeiro do homem – a deificação.





Walter Ernest Butler






Fonte: do livro "A Magia e o Mago"
Ed. Bertrand – 2a. Edição
Fonte da Gravura: Tumblr.com

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

BRAHMAN OU DIVINDADE - A DIVINA PRESENÇA

O amor altruísta é apenas um, da mesma forma, a Divindade (Brahman) também não é múltipla. É por isso que as escrituras declaram: "Ekam Eva Advitiyam Brahma"! Isso significa que Deus é um e é único sem um segundo. Se optar por compreender a unidade em tudo, devemos procurar compreender essa unidade, reconhecendo a Divindade latente (Brahman) em diferentes seres vivos que entram em contato conosco. Simplesmente porque você adquiriu uma forma humana, você não deve pensar que é apenas humano na natureza. Sua forma externa indica que você é humano. Nunca esqueça seu eu interior, o aspecto real do Divino que está firmemente presente nas profundezas do seu coração. Quando Deus está firmemente presente dentro de você, é certo arquitetar pretextos e aparências falsas e inadequadas? Se nestas circunstâncias você começar a exibir desejos e mostrar distorções, isso estará fazendo injustiça a este aspecto residente permanente em seu coração. (Chuvas de Verão em Brindavan, 1974, Volume 1, Capítulo 4)

Brahman ou Divindade está presente em seu próprio coração e age como uma consciência que testemunha tudo. Sonharmos e enganar-nos em pensar que não há ninguém nos vendo fazer uma coisa ruim não é correto. Se alguém o vê ou não, o aspecto do Brahman, que tem sido descrito como aquele que tem milhares de cabeças e milhares de olhos, está sempre atento a você e às boas e más ações que você faz. Sem reconhecer e entender esta verdade básica de que Deus está sempre com você, você gasta muito tempo e energia pensando que Deus está em algum lugar lá fora e que deve encontrá-lo em outro lugar. Na Bhagavad Gita, esta é a razão pela qual Deus tem sido descrito como estando presente onde quer que você vá. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis, 1976, Capítulo 3)

A palavra "rendição" informa que há alguém que dá e há alguém que aceita e que você se entrega a alguém. Há uma sensação de dualidade implícita nesta palavra "rendição". Uma pessoa com uma mente dual é meio cega. O verdadeiro significado da rendição é o reconhecimento do fato de que, em todos e em todos os lugares, Deus está presente. O reconhecimento da presença de Deus em todos os seres (jivas) é o verdadeiro significado da palavra "rendição". Devemos executar todas as tarefas prescritas a nós como nosso dever e não é certo negligenciar nosso dever, ficar de braços cruzados e dizer que você entregou tudo ao Senhor. Se você tiver a sensação de que todo o trabalho que faz é para agradar a Deus, então esse é o aspecto correto da rendição. Você não se rendeu se entregar as consequências de todo o mal que faz a Deus e aceitar o crédito das boas consequências. (Chuvas de Verão em Brindavan, 1974, Volume 1, Capítulo 3)




Sathya Sai Baba







Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

DESTINO - JUSTO OU INJUSTO

Cada provação por que passais deve servir para a vossa evolução. Por isso, não vos revolteis pensando que sois vítimas de uma injustiça da parte do destino. Alguém diz: «Eu não merecia isto!» Como é que ele pode saber aquilo que merece? Ele não se conhece: não conhece o seu passado distante, também não conhece o seu presente, tem apenas uma vaga ideia do seu futuro. Então, como pode afirmar que o destino ou o Senhor são injustos para com ele?

Mesmo quando, num processo, os juízes condenam um inocente – a História está cheia de erros judiciais! – por detrás dessa injustiça existe, na realidade, uma justiça. Isso aconteceu até com santos, com Iniciados, com grandes Mestres: alguns foram presos, queimados, crucificados... Aparentemente, era injusto; mas, na realidade, essas provações tinham um sentido e eles deviam aceitá-las, fosse para pagarem uma dívida do passado, fosse para compreenderem certas verdades que não teriam compreendido de outro modo, fosse para se tornarem mais fortes. O pensamento de que há uma injustiça divina impede os humanos de evoluir. Aconteça o que acontecer, eles não devem sentir-se vítimas de uma injustiça: deste modo, darão um grande passo em frente.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal