quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

A CORRETA DEVOÇÃO ELIMINA A TRISTEZA, A PREOCUPAÇÃO, A ANSIEDADE E O SOFRIMENTO

Hoje todo mundo é atormentado por preocupação e ansiedade. Não há um momento em que você esteja livre de preocupações. "Nascer é uma preocupação, viver na Terra é uma preocupação; o mundo é uma causa de preocupação e a morte também é um motivo de preocupação; toda a infância é uma preocupação e assim é a velhice; a vida é uma preocupação, o fracasso é uma preocupação; todas as ações e dificuldades causam preocupação; até mesmo a felicidade também é uma preocupação misteriosa", diz um poema télugo! O apego ao corpo é a principal causa de todas as ansiedades. É impossível experimentar a felicidade sem sofrer dificuldades e preocupações. O prazer é um intervalo entre duas dores. Você empreende diversas atividades das quais algumas são boas e outras más. Seu pensamento (sankalpa) é a causa fundamental dessa dualidade. Bons pensamentos levam a boas ações e vice-versa. Você é a personificação de resoluções e negações (sankalpas e vikalpas). A verdadeira prática espiritual consiste em controlar seus pensamentos e aberrações. (Discurso Divino, 10 de setembro de 2002)

Se desenvolvermos compaixão e bondade (maitri), Deus parecerá estar perto de nós. Quer sintamos dor ou prazer, quer estejamos em dor ou dificuldade, em todos os momentos devemos expandir nosso coração de tal forma que sejamos capazes de receber Prema de Paramatma (o amor de Deus). Por outro lado, se acolhermos más características como querer cometer pecado, ou ouvir coisas que não se deve ouvir ou ferir e prejudicar os outros, então, justiça, bondade e honestidade nunca passarão perto de nós. Portanto, você deve desenvolver qualidades sagradas. Os Pandavas eram tais pessoas nobres, e é por isso que, por direito, desfrutavam da proximidade do Senhor. Para os Pandavas, Krishna era o sopro vital e, para Krishna, Seu corpo eram os Pandavas. Para os Pandavas, não houve um único momento em que Krishna não estivesse presente. O que quer que eles vissem ou fizessem, foi apenas sob o impulso e a força que eles receberam de Krishna. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis, 1976, Capítulo 12)

Quem quer que a pessoa possa ser, sob qualquer condição, se alguém não dá espaço algum ao desânimo, se a pessoa não tiver medo algum e se alguém se lembrar do Senhor com fé inabalável e sem qualquer outro motivo, todo sofrimento e tristeza desaparecerão. O Senhor nunca indagará a qualquer momento sobre a casta a que pertence ou os preceitos ou tradições que você segue. A devoção não consiste em usar um tecido ocre, organizar festivais, realizar sacrifícios rituais, raspar o cabelo, transportar pote de água ou bastão, trançar o cabelo etc. Em vez disso, as características da devoção são: a mente pura (antah-karana), contemplação ininterrupta de Deus (em tudo aquilo que se possa estar fazendo), a sensação de que tudo é criação do Senhor, e, portanto, a) desapego aos objetos dos sentidos, b) aceitação de todos em idêntico amor, e c) dedicação à verdadeira fala. (Prema Vahini, Capítulo 61)





Sathya Sai Baba







Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

USO INADEQUADO DA MENTE, ESFORÇO, POSIÇÃO E RIQUEZA

Todo ser recebe socorro e alívio somente de Deus, de quem você se originou. Tome o caminho espiritual com um sentimento de urgência, pois a morte está esperando para arrebatar a vida de você! Esqueça todos os desejos mesquinhos. Não se deleite e desperdice momentos preciosos com os prazeres vazios. A razão de fazer isso é somente porque você se identifica com o corpo. O corpo é apenas um lugar de habitação, um veículo e um invólucro. Veja-se como um residente no mesmo, e, quase que imediatamente, sua dor desaparecerá. Você ficará menos egocêntrico e sentirá afinidade com os outros; aqueles que gostam de você são meros residentes em seus corpos. (Discurso Divino, 20 de fevereiro de 1966)

Sem remover a servidão aos sentidos e nosso corpo, não podemos progredir na vida. Por isso, devemos controlar nossos sentidos. Para obter resultados eficazes, é preciso primeiro comprometer-se a promover amor, compaixão e sacrifício. Quando preenchermos nosso coração com essas três qualidades, ele florescerá em um belo jardim com flores exuberantes (Nandanavana). Por outro lado, se preenchê-lo com características como ódio, ciúme e raiva, então ele se tornará uma piscina fedorenta. Devemos olhar interiormente e decidir se queremos que o nosso coração seja um Nandanavana ou uma piscina imunda, malcheirosa. As pessoas devem fazer todos os esforços para preencher seus corações com qualidades sagradas. Quando vemos pessoas felizes, devemos nos sentir felizes por sua felicidade. Quando vemos sofrimento e dificuldades, devemos também compartilhar seus sofrimentos. Esta atitude é chamada maitri-bhava. Faça todas as tentativas para promover a compaixão e a bondade. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis, 1976, Capítulo 12)

Hoje as pessoas não estão fazendo uso adequado de sua mente, esforço, posição e riqueza (mati, gati, sthiti e sampatti). Como resultado, elas perdem a energia sagrada que Deus deu e também estão sujeitas a miséria e sofrimento por causa de maus traços como desejo, raiva e ganância (kama, krodha e lobha). Você não tem absolutamente nenhum controle sobre seus desejos. Quando um desejo é realizado , você começa a ansiar por outro! A raiva é outra má característica que estraga as pessoas. "Uma pessoa com raiva não será bem sucedido em qualquer empreendimento. Ela vai cometer pecados e ser ridicularizado por todos", diz um poema Telugu. O ódio é ainda mais perigoso do que a raiva. Ela dá origem a muitas más qualidades que intervêm no caminho de experimentar a Divindade. Não se transforme em um animal, permitindo que essas qualidades malignas dominá-lo. Constantemente lembre-se de que você é um ser humano e mantenha sob controle suas tendências animais. (Divino Discurso, 10 de setembro de 2002)





Sathya Sai Baba







Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

A DOR É EFEITO DE NOSSAS AÇÕES, PORTANTO NÃO EMANA DE DEUS

Se compreendêssemos melhor os mecanismos da Lei de ação e reação evitaríamos infortúnios, ambições e desonras que, definitivamente, não estariam em nosso roteiro, seríamos mais comedidos nas ações diárias. Precisamos refletir a Lei de causa e efeito com o máximo discernimento, a fim de nos conscientizarmos sobre a sua imposição rígida e fatal, que desfere tanto reparações chocantes, quanto gratificações surpreendentes, sempre, justas, judiciosas e controladas, as quais expressam a resposta da Natureza, ou da Criação, contra a desarmonia constituída ou submissões aos códigos divinos em seus suaves aspectos.

“Quão severa e temível é a lei que rege os destinos da Criação! Os homens terrenos precisam ser avisados destas impressionantes verdades, a fim de que melhor se conduzam durante as obrigatórias travessias das existências.”[1] A Lei de ação e reação ou causa e consequência também popularizada como Lei do “carma” [2], é conhecida desde as civilizações mais antigas.

Ninguém está sujeito ao império aleatório do “acaso”, pois este não existe. A casualidade não tem espaços nos dicionários espíritas, portanto não traz poder capaz de reger nossos destinos. É a Lei do “carma”, Lei de “causa e efeito” ou a Providência divina, que tudo ordena, corrige e atua, interferido tanto nas dimensões infinitesimais do microcosmo, como na imensidade colossal do macro universo. Tal divino ditame objetiva exclusivamente administrar o aprimoramento incessante de todas as coisas e seres que estruturam a harmonia da Lei do Criador.

A Lei de causa e efeito tonifica a contabilidade divina com o seu saldo credor ou devedor para conosco. Os altivos regulamentos do Pai demonstram que “a semeadura é livre, mas a colheita obrigatória”, e “a cada um será dado conforme as suas obras”, portanto, não permitem exceções a ninguém, mas ajustam as criaturas à disciplina individual e coletiva, tão necessárias ao equilíbrio e harmonia da Humanidade.

O principal meio de modificar para melhor o chamado “carma” ou conta do destino criada por nós mesmos reside no controle dos nossos desejos, pensamentos, palavras e ações, pois, à medida que nos melhorarmos, reduziremos ou modificaremos os débitos do passado e criaremos um novo “carma” para o futuro.

Sofremos após a desencarnação os resultados de todas as imperfeições que não conseguimos corrigir na vida física. A Lei divina institui que felicidade e desdita sejam reflexos naturais do grau de pureza ou impureza moral. A completa felicidade reflete a purificação completa do Espírito, enquanto a imperfeição causa sofrimento e privação de alegria. Portanto, toda perfeição alcançada é fonte de gozo e atenuante de sofrimentos.

Pela justiça de Deus sofremos não apenas pelo mal que fizemos mas pelo bem que deixamos de fazer seja na Terra ou no Além-túmulo. O sofrimento (expiação) varia segundo a natureza e gravidade da falta, podendo a mesma falta produzir expiações distintas, segundo as circunstâncias, atenuantes ou agravantes, em que for cometida. Para a Codificação espírita não há regra absoluta nem uniforme quanto à natureza e duração da penalidade: - a única lei geral é que toda falta terá punição, e todo ato meritório terá gratificação, segundo o seu valor.

Em face do livre arbítrio somos sempre juízes do próprio destino, podendo delongar os sofrimentos pela persistência no mal, ou atenuá-lo e até anulá-los pela prática do bem. Um dos mecanismos que suavizam o sofrimento é a contrição. Entretanto não nos basta o arrependimento, pois são imprescindíveis a expiação e a reparação. Allan Kardec explana o seguinte: “arrependimento, expiação e reparação constituem as três condições necessárias para aplacar os traços de uma falta e suas implicações. O arrependimento suaviza os amargores da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito distraindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação.”[3]

O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo. Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que lhe são consequentes, seja na vida atual, seja na vida espiritual após a morte, ou ainda em nova existência corporal. A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Em que pese a diversidade de gêneros e graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, a Lei de Deus estabelece que o sofrimento seja inerente à imperfeição.

Toda imperfeição, assim como toda falta dela decorrente, traz consigo a própria punição nas consequências naturais e inevitáveis. Assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo. Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade. A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: - tal é a lei da Justiça Divina. [4]





Jorge Hessen





Fonte do Texto e da Gravura:
ARTIGOS ESPÍRITAS - JORGE HESSEN
https://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com.br/




Referências bibliográficas:

[1] Pereira, Ivone. Dramas da Obsessão, ditado pelo espírito Bezerra de Menezes, RJ: Ed. FEB, 2004

[2] Expressão hinduísta exprimindo o efeito que nossas ações geram no futuro (tanto nesta como em outras encarnações) 

[3] Kardec, Allan. O Céu e o Inferno, As penas futuras segundo o espiritismo, seção: código penal da vida futura, RJ: Ed. FEB 1977

[4] Idem

SIGNIFICADO MAIS PROFUNDO DA VIDA

Nesta longa jornada chamada vida, você deve viajar com menos bagagem (desejos). Daí a citação: "Menos bagagem, mais conforto, faz da viagem um prazer". Assim, a partir de hoje, pratique e adote a nobre máxima do limite aos desejos. Aspire abreviar seus desejos diariamente. Você está sob a noção equivocada de que a felicidade reside na satisfação dos desejos. Mas, na verdade, a felicidade começa a despontar quando os desejos são totalmente erradicados. Quando reduz seus desejos, você avança rumo ao estado de renúncia. Você tem muitos desejos. O que obtém deles? Você é obrigado a enfrentar as consequências quando imagina algo como seu. Quando reivindica um pedaço de terra como seu, então você terá de fazer a colheita. Esse instinto de ego e apego o colocará em sofrimento. Você será feliz no momento em que desistir do ego e do apego. (Discurso Divino, 14 de março de 1999)

Os Vedas nos ensinam que nosso coração é como um céu e, no céu de nosso coração, a mente é a lua, os olhos e a inteligência são como o Sol. No céu do seu coração, trate seus pensamentos como nuvens passageiras. Se no céu de seu coração há milhões de nomes do Senhor brilhando como estrelas, e sua mente brilhando como a lua, então você está bem posicionado para alcançar a felicidade. A felicidade é a união com Deus. Treine sua mente para ser como a lua cheia e purifique seu coração. O Senhor Krishna deseja que você mantenha sua mente pura e aceite a verdade e a honestidade como seus princípios de vida fundamentais. Nossa própria conduta é responsável pela decadência ou o envelhecimento do nosso corpo. Nossos desejos conduzem nosso comportamento. Não viva no mundo para simplesmente satisfazer seus desejos. Dor e prazer são como nuvens passageiras que se movem em nosso coração. Então, trate-os como tal, e nada mais. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis 1976, Capítulo 11)

Quando você se torna consciente da luz, adquire sabedoria e percebe o sentido da existência, você é transportado da agonia ao êxtase. Luz aqui não significa a luz do Sol, da Lua ou da lâmpada, mas a do coração. A sabedoria não se refere ao conhecimento científico, mas à iluminação provocada pela transformação do coração. E quanto à existência? A consciência da sua verdadeira realidade é o sentido apropriado da existência. A consciência de sua realidade está na percepção de que você não é o corpo, a mente ou os sentidos. Verdadeira realização consiste em compreender o fato de que você é fundamentado em um princípio transcendental que ultrapassa os limites da matéria. Deve-se investigar seriamente a presença da Divindade na vida humana. A consciência do próprio dever da pessoa é o mesmo que a consciência da Divindade na vida humana. (Chuvas de Verão, Capítulo 1, 20 de maio de 1996)

Para um observador superficial, a vida parece girar em torno de comer e beber, trabalhar e dormir. Mas, na verdade, a vida tem um significado muito mais profundo. A vida é um sacrifício (yajna). Cada pequeno ato é uma oferenda ao Senhor. Se os seus dias forem gastos em obras realizadas neste espírito de entrega, seu sono será uma imersão total na Consciência Divina (Samadhi)! A maioria das pessoas comete o grande erro de identificar-se com o corpo e elas acumulam uma variedade de coisas para sua manutenção e conforto. Quando o corpo se torna fraco e decrépito com a idade, elas ainda tentam reforçá-lo por um meio ou outro. Por quanto tempo pode a morte ser adiada? Quando o mandado de Yama (Senhor da Morte) chega, todos devem sair. Posição, orgulho e poder - todos desaparecem diante da morte. Lembre-se, você não é esse corpo! É seu veículo para servir a todos. Percebendo isso, esforce-se dia e noite, com pureza no corpo, mente e espírito, para realizar o Eu Superior. (Prema Vahini, Capítulo 6)




Sathya Sai Baba






Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CONTOS DE FADA

“A criança pequena não separa a si mesma da realidade circundante – sua consciência “eu-mundo” é integrada. Durante essa fase, ela vivencia lenta e gradativamente a separação, ou seja, adquire a noção de sujeito – ela própria – e objeto – o mundo. Confiante no mundo, a criança se entrega a ele e vive na ação. Seus sentidos poucos especializados recebem, sem crítica, as impressões que possibilitarão o desenvolvimento de sua capacidade de percepção. Ela vive a realidade de si mesma e do mundo de forma una, profunda e total. A importância dos contos de fada está na condição de sementes que, lançadas na alma, produzirão sentimentos, ideias, ideais. Ao se tornarem adultas, enfrentando as dúvidas e dificuldades da vida poderão resgatar, conscientemente ou não, a força de suas verdades. A vivência dessas histórias contadas, a própria energia dos símbolos, representam um tesouro que se transformará em qualidades para atuar e compreender o mundo e a si mesmo.”



A criança vive os contos de fada desde o momento em que começa a dizer eu até aproximadamente os sete anos, podendo contá-las, dependendo da história e de seu próprio desenvolvimento, até por volta dos nove anos.

Neste período ela não separa a si mesma da realidade circundante – sua consciência “eu-mundo” é integrada. Durante essa fase, ela vivencia lenta e gradativamente a separação, ou seja, adquire a noção de sujeito – ela própria – e objeto – o mundo.

Confiante no mundo, a criança se entrega a ele e vive na ação. Seus sentidos poucos especializados recebem, sem crítica, as impressões que possibilitarão o desenvolvimento de sua capacidade de percepção. Ela vive a realidade de si mesma e do mundo de forma una, profunda e total.

De início há uma vivência inconsciente, principalmente a da luta entre as forças da matéria (impulso natural ou libido) e as forças da forma (impulso individual e formativo) que atuam em seu corpo físico. Essa atuação, às vezes de maneira calma, outras vezes turbulenta, orientam seu desenvolvimento corpóreo segundo leis de crescimento, maturação, equilíbrio, proporção e harmonia. Há um predomínio das energias vitais, denominadas “corpo etérico”, cujo objetivo é o desenvolvimento físico.

Nessa fase, a criança constrói uma imagem de si mesma e do mundo. Essas representações são exteriorizadas por meio do desenho e da modelagem, expressando a atividade de seu próprio corpo em crescimento ou a realidade externa como ela a percebe.

O trabalho educativo nesse período, objetiva proporcionar conteúdos para especializar, sensibilizando seu corpo de percepção, e desenvolver sua habilidade motora – um lado do processo. O outro lado, tão importante quanto o primeiro, é o desenvolvimento da linguagem e da imaginação por meio dos contos de fada, preferencialmente os coletados pelos Irmãos Grimm, em virtude de sua maior fidedignidade à tradição oral. Os contos de fada são narrados com a certeza de que nada tem a ver com a questão da percepção sensorial. Como um pequeno Adão, a criança inicia seu reconhecimento do mundo a partir da força da palavra, nomeando a si e às coisas do mundo, mas o nome (signo) e o ser (significado) estão integrados, da mesma forma como a própria criança com o mundo. A palavra com significado pleno, o logos, forma a própria linguagem da criança, bem como a base ético-moral, hábitos e costumes, sua confiança no mundo.

Para qualquer criança, ouvir contos de fada seria como um retorno a um país de origem, país em que se situa o berço da humanidade. Os conteúdos dos contos de fada são próprios para os pequenos. Sua importância está na condição de sementes que, lançadas na alma, produzirão sentimentos, ideias, ideais. Ao se tornarem adultas, enfrentando as dúvidas e dificuldades da vida, tais pessoas poderão resgatar, conscientemente ou não, a força de suas verdades. A vivência dessas histórias contadas, a própria energia dos símbolos, o momento mágico, a intimidade da relação adulto-criança, a confiança depositada no educador e, portanto, no mundo, representam um tesouro que se transformará em qualidades para atuar e compreender o mundo e a si mesmo.





Sueli Pecci Passerini






Fonte: do livro "O Fio de Ariadne – Um caminho para a narração de Histórias", Editora Antroposófica, via http://www.antroposofy.com.br/forum/consideracoes-sobre-os-contos-de-fada/
Fonte da Gravura: http://www.antroposofy.com.br/forum/consideracoes-sobre-os-contos-de-fada/

OS FRUTOS QUE RECEBEMOS CORRESPONDEM ÀS SEMENTES QUE PLANTAMOS

Nem tristeza, nem prazer jamais poderão ser permanentes para qualquer um. Tudo o que fazemos, bom ou mau, consciente ou inconscientemente, produzirá resultados. Por isso, é necessário que façamos o bem para que as consequências também sejam boas. Quando uma criança nasce do ventre da mãe, ela não vem com uma grinalda ou uma corrente de ouro. No entanto, a criança vem com a sua corrente invisível de 'Karma' - o resultado de todas as ações (karma) que se tem feito em seus nascimentos anteriores. Mas esse ornamento é invisível. Para nos ajudar a viver esta vida bem e de forma a não ter uma corrente de reações ruins em torno do nosso pescoço, quando nascermos na nossa próxima vida, é necessário reconhecermos, como uma lição primária, que devemos fazer boas ações em nossas vidas diárias. Por isso pratique, 'faça o bem, seja bom e veja o bem.' Somente isso o levará a Deus! (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis, 1976, capítulo 8)

Todos devem enfrentar as consequências de seus erros, um dia ou outro, porque cada ação tem uma reação, ressonância e reflexão. A consciência deste fato por todos trará paz e harmonia abundantes. Os seres humanos são dotados de força infinita. Seus corpos são de fato um enorme gerador. Seus rostos são como um aparelho de televisão, com expressões vívidas. Mas os seres humanos perderam seu valor no mundo de hoje. É o ser humano quem dá valor a um diamante. É um ser humano que descobre uma pedra bruta e transforma-a em um diamante de valor inestimável após processamento e polimento. Embora as pessoas tenham sido capazes de transformar uma pedra bruta barata em um diamante de valor inestimável, elas próprias escolhem não ter nenhum valor intrínseco, apesar de contribuir muito para a adição de valor ao diamante. (Chuvas de Verão, Capítulo 1, 20 de maio de 1996)

O Mahabharata nos ensinou uma lição na qual devemos considerar nossas ações como responsáveis pelas nossas tristezas ou alegrias. Mas, como um ser humano, você deve realizar quaisquer ações que tiver que executar. Não pense que conseguirá isso ou aquilo, e não pense que será capaz de fazer grandes coisas sem a graça de Deus. Não se canse com esse processo. O tipo de semente que você plantou, que lhe trouxe para a posição em que você está hoje, irá determinar os resultados que você obterá mais tarde. Você pode ser muito inteligente e esperto. No entanto, toda sua inteligência e esperteza não lhe permitirá superar o seu próprio Karma. Brahma, o Criador, prepara uma guirlanda de todo o bem e mal que você tem feito, como eles são, e Ele coloca isso ao redor do seu pescoço quando você nasce. É necessário reconhecermos esta relação causal. Nós somos responsáveis pelo bem e o mal que fazemos, e que os nossos desejos são, de fato, meramente consequências disto. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis, 1976, capítulo 8)

Você nunca deve ocupar-se em debater sobre o bem e o mal nos outros. Se você acolher más características em sua mente, ela o levará a um caminho ruim e você certamente irá cair. As pessoas que acolhem ideias ruins certamente serão destruídas no decorrer do tempo, apesar de toda riqueza ou conhecimento que possam ter. Um indivíduo que se esforça para manter afastado de si o mau e tenta promover o bem, fará um progresso real. Se você usar mil olhos para localizar os defeitos nos outros e gastar todo o seu tempo neste processo, seu coração ficará impuro e você desenvolverá ideias ruins. Nosso coração é como uma lente de câmera. O objeto no qual concentramos nossa atenção fica impresso na mente. Jovens e idosos igualmente devem tentar cuidar para que características como inveja, ódio e falta de tolerância nunca entrem em suas mentes. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis, 1976, Capítulo 2)

Se você compreende erroneamente que Deus (Brahman) externamente está lhe causando bem ou mal, ou que Ele está lhe dando alguma punição, essa não é a atitude apropriada. Este poder ou força que tentamos descrever pela palavra "Brahman" não é algo que é externo ou fora de você. Ele está presente em você e está em seu próprio ser. Os frutos que você recebe corresponderão a todas as sementes que você plantar. Se a semente é de um tipo e se você tem ambição de obter um fruto diferente, como é possível? Você pode ser muito inteligente, mas toda a inteligência não serve para nada se você não abandonar as características ruins. Qualquer que seja o bem ou o mal que você tenha feito, o aspecto de Brahman não quebrará o bem e o mal em partes isoladas. Deus lhe dará uma guirlanda ininterrupta de todo o bem e todo o mal que você tem acumulado. (Chuvas de Verão em Brindavan, 1974, Volume 1, Capítulo 3)





Sathya Sai Baba






Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

IOGA É A SUPRESSÃO DAS TRANSFORMAÇÕES DO PRINCÍPIO PENSANTE

Os Ioga Sutras dizem:

"Ioga é a supressão das transformações do princípio pensante". [1]

Isso não pode ser feito de fora para dentro, ou desde a periferia da mente. Tentativas de controlar totalmente a mente desde as suas camadas externas são neuróticas na melhor das hipóteses. A eficiência é obtida quando a capacidade de parar ou movimentar a mente é feita desde o próprio centro do princípio pensante.

Isso depende da pureza do coração.

Um coração puro é aquele nível da mente-e-coração do ser humano que está livre de desejo pessoal.

Quando a alma sente-se totalmente "em casa" na ausência de desejos ou medos de eu inferior, quando a alma deseja apenas a Bondade em si mesma, então a Ioga acontece. E não acontece como uma meta sendo alcançada por algum ser pessoal. Ocorre como a cura de todo sofrimento e como a estabilidade que contém o melhor de qualquer movimento possível.

É percebido como o sentimento de um cachorro velho que volta para perto do seu dono: tudo é feito de paz quando a mente está ao lado do seu mestre, a alma espiritual. Então não é necessário pensar para saber entender todas as coisas.




Carlos Cardoso Aveline 





Fonte: SerAtento@yahoogrupos.com.br
Fonte da Gravura: Tumblr.com

Outros Textos em:
www.FilosofiaEsoterica.com
www.TeosofiaOriginal.com
www.VislumbresDaOutraMargem.com




Nota:

[1] Sutra 2 da Seção ou Livro um, em "Ioga Sutras de Patanjali". Uma das melhores edições disponíveis é “The Yoga Sutras of Patanjali”, with translation, Introduction, Appendix, and Notes based upon several authentic commentaries, by Manilal Nabhubhai Dvivedi, Published by Tookárám Tátyá for the Bombay Theosophical Publication Fund, 1890, 107 páginas.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

SERVIR AOS SEMELHANTES É SERVIR A DEUS

Todos devem desenvolver o espírito de sacrifício (tyaga). Você deve servir as pessoas com seu corpo. Você deve valorizar bons e nobres pensamentos em sua mente. Você deve usar sua riqueza para apoiar instituições de ensino e outras para ajudar as pessoas. Alimente os famintos. Este é o caminho para levar uma vida com propósito e sublime. A vida lhe foi dada não para se engordar. O corpo é o instrumento básico para a prática da retidão (Dharma). Dedique todo o seu tempo ao serviço e ao bom desempenho dos seus deveres. Só Deus pode transformar seus esforços espirituais em uma experiência transcendental. Deus é onipresente; Ele está em toda parte e dentro de você. Você é Divino! Certifique-se de que suas práticas espirituais (Sadhana) não sejam por qualquer motivo egoísta. Elas devem promover o bem dos outros. Abandone o egoísmo, cultive o amor altruísta pelos outros e santifique sua vida. Então, você experimentará Sakshatkara, a visão do Divino dentro de você. (Discurso Divino, 7 de julho de 1990)

Serviço a outros seres humanos é mais necessário que serviço ao próprio Senhor. Na verdade, esse serviço é igual ao serviço a Deus. Esse é o caminho da devoção real. Pois que maior modo pode haver para agradar a Deus do que agradar a seus próprios filhos? O Purusha Sukta fala do Divino (Purusha) como tendo mil cabeças, mil olhos e mil pés. Isso é para dizer: "Todos são Ele!" Embora haja menção a mil cabeças, mil olhos e mil pés, não há nenhuma menção de mil corações! Há apenas um coração! O mesmo sangue circula por todas as mãos, olhos, pés e pernas. Quando você cuida da integridade física, você está realmente cuidando de todo o corpo. Da mesma forma, quando você serve seus semelhantes, você está realmente servindo a Deus! (Palavras de Sathya Sai, Volume 6, Capítulo 2, Março de 1966)






Sathya Sai Baba







Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

A LUZ E O MUNDO DIVINO

Dentre todas as realidades visíveis, a luz é a que melhor exprime o mundo divino. Ela permite-nos ver, mas, em si mesma, é impossível de apreender. Por isso, Deus é, muitas vezes, assimilado à luz. Diz-se que Deus é luz, mas que luz?... Na realidade, nós não conhecemos a luz; aquilo que assim denominamos no mundo físico não passa, ainda, da materialização grosseira de uma força situada muito para além e que aceitou manifestar-se sob a forma de radiações, de vibrações. Deus está, pois, ainda muito para além daquilo que a luz pode revelar-nos d’Ele. Nada pode defini-l’O, nada pode dar-nos uma ideia dele, exceto aquilo que conseguimos descobrir em nós, quando nos pomos ao seu serviço. Mas, mesmo nesse momento, ainda que possamos dizer aquilo que vivemos, aquilo que sentimos, não podemos dizer aquilo que Ele é.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Você eleva a esperança das pessoas e mostra a elas o caminho da felicidade. Nada pode chateá-lo ou fazê-lo perder o humor. Para você, nenhuma tarefa parece pesada ou difícil. Você devolve o sorriso aos desanimados, dá coragem para eles fazerem o melhor e enriquece a vida deles. Você acende a luz da esperança nas mentes daqueles sem esperança. Você transforma fracasso em sucesso ao cavalgar nas asas do poder, imaginação e criatividade. Você é um herói do entusiasmo. (BK Padmapriya, What spiritual hero/heroine you are?, The World Renewal, December 2014)

Quando a neblina baixa na estrada, o motorista reduz a velocidade do carro instantaneamente. E se a neblina torna-se muito densa, por mais habilidoso que seja ao volante, ele se sente inseguro para continuar a viagem e acaba parando no acostamento. Quando há dúvidas, há um bloqueio na nossa percepção e paramos de progredir. Para recuperar a visibilidade perdida precisamos usar o terceiro olho. É a visão de longo alcance que trará a clareza para prosseguir.

De onde vem a pureza? Ela vem de dentro. Quando há pureza, automaticamente há paz e então amor. E assim pode haver felicidade. Não há nutrição como a felicidade. Não há doença como a preocupação. Onde há preocupação há tristeza. Ninguém deveria ter o pensamento “ninguém me ama”. Não, Deus me ama. Quando Deus dá amor, Ele também dá bênçãos. (Dadi Janki)

Quando nos conectamos com Deus nos sentimos não apenas leves mas com profunda compaixão e entendimento. Há uma mudança na atitude e visão em relação aos outros. É por isso que quando pessoas com comportamento muito violento se referem a Deus, Alá ou Pai, podemos inferir que elas estão distantes de Deus. Aquele que é Puro não pode ser violento, não pode dar tristeza. É no silêncio que podemos ter um encontro com o Ser Benevolente. Assim nossa consciência é elevada e nos tornamos compassivos e reconciliadores.





Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Tumblr.com

terça-feira, 15 de novembro de 2016

NATUREZA DO CONHECIMENTO ESPÍRITA

O Conhecimento Espírita transcende ao caráter puramente científico. Pela sua essência deságua numa estrutura de conhecimento filosófico que implica num redimensionamento da postura do sujeito com relação ao universo conhecido, objeto de suas reflexões.

Como forma de conhecimento o Espiritismo precisa acompanhar a posição da Ciência, e divide com ela fatias do seu objeto de pesquisa, já que na atualidade é tendência que o "elemento espiritual" possa fazer parte das conjecturas científicas, que deixam de ser estritamente "materiais".

Vale ressaltar que uma tendência à qual a Doutrina Espírita não está inclinada é a de estabelecer seus princípios como verdades incontestáveis. O Espiritismo, desde Kardec, reconhece seu caráter representativo e atualizável. É Kardec mesmo que propõe aos opositores do Espiritismo que expliquem melhor, isto é, com um modelo mais adequado o conjunto de fenômenos que o Espiritismo explica.

A estrutura da Doutrina Espírita é de origem humana e espiritual, já que é um conhecimento oriundo dos Espíritos, mas a sua representação, validação e sistematização são de caráter essencialmente humanos, confeccionados pelos homens. Por este mesmo motivo não está isenta de erros, inerentes à interpretação e representação das questões. A pedra de toque utilizada para a validação dos princípios, mais do que as ideias, são os fatos.

A postura espírita perante o Universo é bastante semelhante à postura das outras ciências: O Espiritismo, partindo de alguns pressupostos fundamentais, como a existência de Deus e da Alma, em observando fatos objetivos, compõe um modelo explicativo para o fenômeno e testa se o modelo é adequado aos fatos observados. Tal modelo é aceito até que a experimentação demonstre que ele está equivocado, então, outro modelo é proposto.

Enquanto ciência o Espiritismo interpreta um conjunto objetivo e restrito de fatos, para a partir das leis que estes demonstram, e que os homens interpretam, edificar um conjunto de conhecimentos filosóficos capazes de simbolizar o universo na ideia humana. Importante perceber que na elaboração da Filosofia Espírita entram não somente os dados da Ciência Espírita, mas de todo o conhecimento científico, daí o afirmar Kardec que a Ciência e o Espiritismo se completam. Com base nesta elaboração filosófica é que decorre, por uma necessidade de coerência entre teoria e prática, uma mudança de comportamento ético, decorrente da Filosofia Espírita. Para aquelas que se detém na ciência espírita, a mudança de comportamento é uma abstração carente de sentido pois somente o caráter filosófico do Espiritismo induz a uma nova postura ética. Daí o afirmar Kardec:

"Sua força está na sua filosofia, no apelo que dirige à razão, ao bom senso." 1

O aspecto religioso do Espiritismo ressalta dos seus pressupostos: Deus, existência da alma etc. E principalmente pelo caráter de revivescência da ética cristã, igualmente decorrente de sua filosofia. Além disso, a proposta de levar o homem a uma experiência existencial de auto-realização pelo progresso; pelo desenvolvimento dos potenciais intuitivos e pela comunhão e integração consigo, com o próximo e com Deus - que o Espiritismo propõem, caracterizam-no como uma religião transcendente aos ritos e dogmas.

O conhecimento espírita é um conhecimento de tríplice aspecto. Está fundamentado na Ciência, edifica-se na Filosofia e evidencia-se na prática. É a prática, coerente com a filosofia, o caráter fundamental da religião espírita. A religião espírita não se mostra no culto realizado no templo, mas como expressão de viver, como atividade prática, exercício de vida, na coerência entre saber e agir, um mecanismo profundo de sentir e experienciar a vida.

O não entendimento deste aspecto tríplice do Espiritismo tem levado alguns a posições extremadas e atitudes incoerentes com a essência da Doutrina Espírita. A tendência eminentemente religiosa ou a pura especulação filosófica ou ainda a fria pesquisa científica são aspectos isolados que não possuem a coerência que o Espiritismo lhes dá. A estrutura de conhecimento do Espiritismo é uma proposta de educação integral para personalidade humana.

Uma dimensão do conhecimento que não pode ser desprezada pelo Espiritismo é a Arte. Como mecanismo de conhecimento e vivência, a arte desperta realidades para a alma de maneira inexprimível em argumentos lógicos. Kardec preocupava-se com a questão. Encontramos em "Obras Póstumas" as seguintes afirmações a respeito do assunto:

"Assim como a arte cristã sucedeu à arte pagã, transformando-a, a arte espírita será o complemento e a transformação da arte cristã" 2

E complementa:

"Sem dúvida, o Espiritismo abre à arte um campo inteiramente novo, imenso e ainda inexplorado." 3

De fato, a opinião de Kardec vai até aí: esta profunda influência que o Espiritismo teria sobre a Arte. Sua opinião é de que a Filosofia Espírita erigiria uma Arte Espírita, mas como uma demonstração descritiva.

Entretanto, a simples preocupação com o caso, por parte do Codificador do Espiritismo, deixa-nos ainda mais à vontade para apontar a Arte como um dimensão extra para a Natureza do conhecimento espírita. Ciência, Filosofia, Religião e Arte seriam, pois, aspectos de percepção para tornar o Espírito educado para a realidade da vida.

A proposta de educação integral que o Espiritismo vem apresentar à humanidade pretende colocá-la no plano do desenvolvimento de todas as potencialidades para uma íntima integração do ser consigo, com o próximo e com Deus. Mas essa integração não é apenas de caráter racional; é também de conotação profundamente afetiva. 4



1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. FEB. 56a. ed. Rio de Janeiro. 1982. p. 484.

2 KARDEC, Allan. Obras Póstumas. FEB. 22a. ed. Rio de Janeiro. 1987. p.158.

3 KARDEC, Allan. Obras Póstumas. FEB. 22a. ed. Rio de Janeiro. 1987. p.158.

4 Em Setembro de 1993, tivemos a oportunidade de trocar ideias com um companheiro das lides espíritas, o Dr. André Luiz Peixinho, que, na ocasião, nos apresentou a Arte como um elemento adicional à natureza do conhecimento espírita. Na época, o confrade nos apresentou o modelo, que reproduzimos abaixo, sobre as percepções do homem.


O esquema nos mostra que tipo de percepção predomina em cada ramo do conhecimento. O modelo parece ser uma proposta de concepção holística, proveniente da teoria do hólon de Arthur Koestler. Mas não nos foi dado identificar, efetivamente, a fonte.





André Henrique Siqueira





Fonte do Texto e da Gravura: do livro "A Revolução do Espírito"

RENÚNCIA DA AÇÃO E RENÚNCIA NA AÇÃO

Em cada um há uma combinação de Mayatatwa (princípio Ilusório) e Brahmatatwa (princípio Divino). Sem o princípio Ilusório, o Brahmatatwa não pode ser experimentado. Sem Brahmatatwa, o poder de maya não pode se manifestar. Na superfície do vasto oceano, inúmeras ondas são vistas. Deve haver uma força que cause estas ondas. É o poder do vento sobre a água do oceano que produz as ondas. Sem a força do vento não pode haver ondas. Maya pode ser comparada a este vento. A água no oceano pode ser comparada com a forma de Sat-Chit-Ananda. O Jiva-tatwaor, os seres individuais, são as ondas do oceano. Reconhecer o caráter ilusório do mundo não significa desistir de todas as ações ou laços familiares. As ações devem ser feitas em um espírito de desapego. Relações devem ser mantidas sem apego profundo. Não é a renúncia da ação que é necessário. Renúncia na ação é o que é necessário. (Discurso Divino, 11 de julho de 1987)





Sathya Sai Baba






Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

O PENSAMENTO DEVE AGIR PARA QUE NOS REERGAMOS

Sentir é uma coisa e pensar é outra, mas, muitas vezes, a sensação sobrepõe-se ao pensamento. Por vezes, sentis-vos esgotados, o que nada tem de anormal; mas essa sensação desencadeia em vós pensamentos e sentimentos de desânimo, de tristeza, de desespero. Pois bem, nesses momentos, pelo contrário, é o pensamento que deve agir sobre a sensação: mesmo que ele não consiga vencê-la, deve estar lá como uma luz, como um farol ao longe. O pensamento diz-vos que podeis reerguer-vos; então, apesar da vossa lassidão e do vosso esgotamento, é nele que deveis acreditar e não nas vossas sensações. Já não existe uma só gota de energia no vosso reservatório? Lembrai-vos de que o reservatório cósmico está cheio e de que é nele que deveis ir beber pelo pensamento, pois o pensamento serve também para isso: bastam algumas gotas captadas nesse reservatório de energias e a chama da vossa candeia, que estava a apagar-se, brilhará de novo.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

sábado, 12 de novembro de 2016

DÊ UMA OPORTUNIDADE AO EU SUPERIOR - TODOS TEMOS ALGO ÚNICO A OFERECER


“Uma coisa que aprendi sobre a vida 
é que ela consiste de uma série de descobertas. Ela 
começa com descobertas e deveria continuar assim.” [1]

Donald J. Trump



O seu Eu Superior está em oposição direta à sua zona de conforto. Uma indicação da vida é o crescimento, e os sinais de crescimento têm de estar presentes. Já deve ter ouvido as pessoas referirem-se a uma cidade como sendo vibrante, e o que isso significa é que ela está a crescer e é animada... não que está a estagnar. Se necessário, veja-se como uma cidade, com todos os trabalhos internos e externos necessários para se manter próspera e eficiente.

Há tantas “linhas delicadas” na vida que quando as pessoas dizem que a vida é uma arte, não estão muito longe da realidade. Já referi anteriormente que encaro o meu trabalho como uma forma de arte, e esse é um dos motivos. Todos conhecemos aquela linha tênue entre uma coisa boa e uma coisa extraordinária. Por vezes é quase imperceptível ou mesmo impossível de definir. O que torna a Mona Lisa de Da Vinci assim tão excepcional? Existem milhões de respostas diferentes, mas ela hipnotiza as pessoas. É misteriosa e conduz-nos a outra esfera, a uma dimensão diferente.

Os nossos Eus Superiores podem servir para nos tornarem visionários. O termo “visionário” evoca muitas imagens e definições, podendo mesmo ser atribuído a alguém que constrói castelos de areia ou a um Dom Quixote. Muitas vezes sugere alguém que é idealista. Não há nada de errado nisso, desde que esteja inserido nos limites da razão. Os visionários empurram o mundo para novas dimensões. Veja o caso de Bill Gates, na tecnologia, ou de Mark Burnett, em reality shows, ou Pablo Picasso, Stravinsky e outros grandes nomes do século XX. Eles foram originais e inovadores, seguiram seus próprios instintos e conduziram-nos a novas direções.

O nosso Eu Superior conduzir-nos-á frequentemente até novas águas, e por uma boa razão. Ninguém quer passar a sua vida a flutuar apenas para se manter à tona e não se afundar. Isso é inútil e desanimador. Por vezes entramos em atividades com o objetivo de acumular experiência e resistência para nos prepararmos, mas é para nos prepararmos para algo mais essencial. Tenha sempre em mente que pode estar à beira de algo fabuloso... isso é estar ligado ao seu Eu Superior. Também é uma boa forma de manter os pensamentos negativos à distância.

Por vezes os nossos objetivos não são necessariamente concretos. Pode ser apenas uma sensação de que algo fabuloso vai acontecer, e por isso estamos receptivos. Isso não significa que devemos ficar sentados à espera de que algo assim aconteça… na maior parte das vezes acontece quando estamos a trabalhar noutra coisa qualquer. Ser trabalhador pode ser um íman para novas ideias, ao passo que a ociosidade e a inércia podem ser ímanes para a negatividade.

Um dos piores receios que podemos experimentar é o receio de tentar. Isto pode deixá-lo com um sentimento de desolação sem nenhum motivo aparente, a não ser de que talvez tenha perdido o seu objetivo. Há sempre a possibilidade do fracasso, mas há uma maior hipótese de sucesso se realmente tentar fazer algo ao invés de não fazer nada. Eu não tinha a certeza de que seria bem-sucedido na rádio, mas lancei-me de cabeça e o meu progresso no Clear Channel foi um grande sucesso. Mas para o descobrir eu tive antes de arriscar.

A vida pode ser uma das melhores aventuras se der uma oportunidade ao seu Eu Superior. Todos temos algo único para oferecer. A nossa tarefa é descobrir o que é e empenharmo-nos nesse algo com paixão. Portanto, não se deixe ficar para trás. Arregace as mangas e lute por aquilo que pretende.





Donald J. Trump





NOTA:

[1] Da obra “Think Like a Champion”, de Donald J. Trump (with Meredith McIver), Da Capo Press, Philadelphia, 2009, 204 pp., ver p. 147.


O texto acima é reproduzido da obra “Pense Como Um Campeão”, Donald J. Trump (com Meredith McIver), Gestãoplus Edições, Portugal, 2010, 162 pp., pp. 33-35. Ele corresponde a quase todo o capítulo “Dê Uma Oportunidade ao Eu Superior”: foi omitido apenas o parágrafo inicial.





Fonte do Texto e da Gravura:
http://www.helenablavatsky.net/2016/11/de-uma-oportunidade-ao-eu-superior.html

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Temos que acabar com a negatividade ao usar a positividade dentro de nós. Positividade apaga o negativo. Sempre haverá um aspecto positivo em toda e qualquer situação. Nossa tarefa é encontrá-lo. Esse exercício é tão efetivo que é capaz de mudar nossa atitude diante da vida. Passamos a ser agentes de transformação. Como o mundo precisa de tais agentes! (Dadi Janki)

Somos todos jardineiros. Nossa tarefa é a de plantar sementes virtuosas no coração de todos – com carinho e na hora certa – de forma que isso floresça e frutifique. Jardineiros não vivem em palácios, mas em abrigos perto dos campos. Eles se certificam de que as plantas tenham a quantidade certa de sol e água. Quando não há chuva, eles pedem a Deus para que chova. Chuva torna tudo fresco, verde e bom. Então trabalhe como um jardineiro e Deus ficará satisfeito com você. (Dadi Janki)

Um grande local de trabalho seria aquele onde houvesse altos níveis de confiança, desempenho e aquisição, como um resultado de equipe e da cooperação dos indivíduos. Águias geralmente voam sozinhas. Mas se estamos falando de grandeza no trabalho, deveria ser como um bando de águias. Indivíduos que são muito, muito fortes em seus próprios valores, assertivos, confiantes em sua posição e identidade. Pessoas que desejam doar e que são capazes de agir por um grande propósito. (Brian Bacon)

A reclamação simplesmente acaba com o humor e a motivação. Então, hoje, procure praticar “A Regra da Não Reclamação”. Mesmo que você tenha tido um dia realmente ruim, coloque as coisas em perspectiva. Olhe para o lado luminoso da nuvem. Viva em um estado de apreciação. Aprecie pelo menos uma coisa em cada pessoa que você encontra. Aprecie tudo que a vida tem para oferecer, seja a chance de respirar o ar puro ou olhar o por do sol no seu caminho para casa. Aprecie todos os pequenos eventos que você tem oportunidade de presenciar.

Apreciação é ser grato à vida pela chance de experimentá-la sem expectativas, sem apegos. Quando há apego não pode haver apreciação. Na polaridade entre estar extremamente envolvido ou distante de algo ou alguém, não pode haver apreciação. Então, apreciação é deixar as coisas serem, permitir que as coisas aconteçam. É viver na contínua maravilha de experimentar um estado agradecido sem a palavra “obrigado” em nossas mentes. (Luis Riveros)




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

DISCIPLINA - DEVER - DEVOÇÃO

Falamos muito sobre disciplina. Simplesmente ficar falando sobre disciplina e não ter a força e a fé para aceita-la não fará nenhum bem. Hoje, infelizmente, até mesmo as pessoas que afirmam ser, e se orgulham de ser altamente educadas, mostram-se fracas na vida prática. Tais pessoas não entendem o valor da verdadeira educação. Você deve estar preparado para colocar em prática uma das dez coisas que prega, em detrimento de apenas dizer dez coisas boas. À disciplina e ao dever também devemos adicionar devoção. É somente quando esses três D's - disciplina, devoção e dever - estão juntos e firmemente implantados em seu coração, que ele será capaz de se tornar sagrado. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis 1976, Capítulo 1)





Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

SER HUMANO - UMA MISTURA DE ELEMENTOS DÍSPARES

Pelo fato de o ser humano se manifestar através de um só corpo, o seu corpo físico, há tendência para pensar que ele é habitado só por uma entidade; contudo, a existência quotidiana está sempre a mostrar-nos o contrário. Há entidades de diferentes naturezas que vêm manifestar-se através dele, cada uma por sua vez, e é por isso que ele pode parecer, sucessivamente, inteligente ou estúpido, bondoso ou cruel, generoso ou avarento, modesto ou vaidoso etc. Esta mistura de elementos tão díspares que constituem cada ser humano continua a ser um enigma, mesmo para os filósofos e para os psicólogos. Contudo, isso explica-se muito simplesmente: nesta existência ou em existências anteriores, foi o próprio ser humano que atraiu essas diferentes entidades. Por isso, não há que ficar surpreendido quando se vê alguém manifestar tendências contraditórias. E, no que vos diz respeito, deveis observar-vos atentamente para discernir bem, em cada situação, qual é a entidade que fala ou que age através de vós. Não é porque, em certos momentos, soubestes agir com bondade ou sabedoria, que sois impecáveis o resto do tempo e que os outros devem sempre aprovar-vos.


Minha nota: podemos falar aqui de fragmentos que vivem em nosso interior, geralmente adquiridos em diversas situações da vida presente e também de subpersonalidades residuais e cármicas de vidas passadas etc., todas necessitando de ajustes cármicos, harmonização e síntese.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

As diferenças entre intenções positivas e negativas são sutis e às vezes difíceis de detectar. O hábito de falar sobre os defeitos dos outros pode ou não fazer parte do nosso repertório, sendo considerado por muitos como algo normal. Provar que estamos certos, manipular as pessoas e esperar ser respeitado sem dar respeito, são outros exemplos de intenções negativas. Intenções positivas, por outro lado, são reconhecidas quando naturalmente respeitamos e ajudamos os outros, quando percebemos a singularidade e as qualidades dos outros, quando permitimos que eles sejam eles mesmos. (Vivendo Nossos Valores, 2014)

Pureza é um estado de honestidade e limpeza onde sou o mesmo, dentro e fora. É quando não engano a mim nem os outros. Consequentemente, não há espaço para artificialidade. Pureza é o estado da verdade original, onde nenhuma violência é cometida contra os outros ou contra mim. Quando o eu está em sua pureza original, os outros não podem prejudicar ou destruir isso, mesmo se tentarem, porque há uma aura natural de proteção que atua como uma barreira invisível. Alcançar esse nível de pureza é respeitar todas as coisas.

Quando somos atacados pelos golpes da vida. Quando a desesperança cresce em nossos corações. Quando tudo parece estar perdido. Nesses momentos, só não podemos perder uma coisa: a serenidade. Ela apaga o fogo das emoções e sentimentos negativos. Ela afaga a alma e traz de volta a determinação e a coragem para seguir em frente. Por ser tão suave, a serenidade não é muito valorizada no mundo das ações. No entanto ela é a virtude mais importante nas horas de caos externo ou interno.

É muito importante saber como ficar feliz. Diga para si mesmo: Não há ninguém tão feliz como eu! Sinta-se muito livre. Não há nutrição melhor do que a felicidade. Ela torna você forte. Você não vacila. Muitas coisas vêm para fazer você balançar, ficar ansioso ou chateado quando não consegue algo que queria. Crie tal estado de felicidade que nada o abalará. Isso é ser multimilionário a cada passo. Seja o que acontecer, está tudo OK. Deixe que essa linguagem seja natural. Diga: Sim, definitivamente, tudo está OK! Nem mesmo diga: Isso não é bom. Tudo é bom. (Dadi Janki)




Brahma Kumaris






Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Tumblr.com

ASPIRANTE ESPIRITUAL - ALEGRIA E ENTUSIASMO

Acima de tudo, é melhor que o Sadhaka (aspirante espiritual), em todas as circunstâncias, seja alegre, sorridente e entusiasmado. Ainda mais do que Bhakthi e Jnana (Devoção e Sabedoria), esta atitude pura é desejável. Aqueles que a adquiriram merecem alcançar primeiro a meta. Esta qualidade de alegria em todos os momentos é o fruto do bem feito em vidas passadas. Quando uma pessoa está sempre preocupada, deprimida e em dúvida, ela nunca pode alcançar a felicidade, quaisquer que sejam as práticas espirituais ou Sadhana que alguém possa realizar. A primeira tarefa de um aspirante espiritual é o cultivo de entusiasmo. Através desse entusiasmo, ele pode obter qualquer tipo de Ananda. Nunca fique cheio de si quando elogiado, nem diminuído quando for censurado. Seja um leão espiritual, independentemente de ambos. É preciso analisar e corrigir as falhas por si próprio; isto é o mais importante. (Prema Vahini, Capítulo 63)





Sathya Sai Baba






Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

A VERDADEIRA FRATERNIDADE

Nas vossas relações com aqueles que vos rodeiam, procurai sempre a vida, a vida que vos enriquecerá e vos embelezará uns aos outros. Mas, para isso, não se deve ser negligente nem preguiçoso, mas sim aceitar fazer exercícios. Que exercícios? Todos os dias tendes ocasiões de vária ordem para ficar irritados com o comportamento dos outros; a mínima contrariedade, a mínima palavra que fere, assume para vós proporções gigantescas e não conseguis esquecê-las. Pelo contrário, se forem simpáticos, amáveis, para convosco, dificilmente prestais atenção a isso: pensais que todos os sinais de amizade e de amor vos são devidos e esquecei-los imediatamente. Ora, é precisamente isso que não deveis esquecer. Deveis mesmo ampliar cada coisa boa, associando-a não só a tudo o que já vos aconteceu de bom da parte dos outros, mas também a tudo o que existe de bom no mundo. A verdadeira fraternidade começa no momento em que compreendeis como a vossa vida pode ser enriquecida pela vida de todos.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com