sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O SONO E OS SONHOS (A Consciência Superior do Ser Humano)


Há alguma coisa em nós que entra no estado chamado de sonho, no estado chamado de sono, e no estado chamado de morte. Nenhuma compreensão pode ser obtida dos estados a que passamos, e dos quais emergimos, exceto com base na ideia de que existe um Ego, um pensador, um observador, um conhecedor, um experienciador, que ingressa nos estados e emerge deles, e de que este Ego, o verdadeiro ser humano, preserva a sua integridade em todos eles.

Nós somos mais do que qualquer um dos estados em que ingressamos, por mais admiração que possamos ter por algum destes estados. Mesmo se imaginarmos que já alcançamos, ou que podemos alcançar o estado mais elevado de inteligência e ação – aquele que chamamos de  divino – somos nós que ingressamos nele. Assim, uma compreensão dos estados nos quais ingressamos só pode ser obtida quando reconhecermos que existe um Algo em nós que atravessa todos aqueles estados; devemos, portanto, tentar entender o que é este algo, e começar o esforço exatamente onde nós estamos agora. Não podemos começar de qualquer outro lugar ou posição que não seja aquele em que estivermos no momento.

O que descobrimos, então? Que somos uma identidade continuada. Já passamos por muitas mudanças desde o nascimento até agora, mas nossa identidade não mudou, sejam quais foram as mudanças pelas quais ela necessitou passar. Quando temos este fato claramente fixado em nossas mentes, alcançamos o ponto da percepção de que há uma natureza imortal em cada um de nós; de que ela é divina em sua essência, e de que não é sujeita a mudanças, mas imutável.

Entramos no estado de sonho logo que saímos do corpo, antes de passar para o estado de sono sem sonhos; e, antes de acordar, ele é novamente o estado de transição, ao qual nós retornamos antes de reassumir o estado de vigília no corpo. Sabemos que temos todos os sentidos durante os sonhos, embora o corpo esteja quieto, e os órgãos dos sentidos não estejam sendo usados. Podemos ver e sentir; nós escutamos, falamos e agimos, assim como fazemos no estado de vigília, mas sem usar os órgãos físicos associados com estas sensações e ações. Isto mostra que estamos conscientes, vivos, que existimos, embora o corpo não perceba coisa alguma. Sabemos, além disso, que a nossa identidade não é perturbada pelo ingresso no estado de sonho; somos nós mesmos, e mais ninguém, que está vivenciando aquele estado.

Sabe-se que o estado de sonho dura muito pouco, se comparado com o estado de vigília. É sabido que podemos vivenciar no sonho o que parece um período muito longo de tempo, embora a experiência não dure mais do que alguns segundos de acordo com o relógio. Há uma parte do descanso de uma noite, de longe aquela parte que é a maior, que só é conhecida por nós, durante o estado de vigília, como “o sono sem sonhos”. Este é apenas o sono do corpo. O corpo fica então quase como se tivesse sido inteiramente abandonado. No entanto, o ser deve estar em algum lugar, porque ele existe o tempo todo, e é consciente, tendo a mesma identidade. Se isso não fosse verdade, nós não acordaríamos, ou então, ao acordar, haveria outro ser completamente diferente.

Os psicólogos ocidentais não foram além destas ideias, em  relação a sono e sonho. [1] Eles não sabem o que já era sabido eras atrás e ainda é conhecido hoje por alguns; que o Ego, o homem, o pensador, está mais completamente ocupado, e está mais em seu verdadeiro ser, durante o sono sem sonhos do corpo, do que em qualquer outro momento. Por isso já se disse que o dia claro do corpo é a noite da alma, e a noite do corpo é o dia claro da alma. Quando o corpo adormece, o verdadeiro homem fica ativo ao máximo, com o grau maior de inteligência, mas pensando e agindo em um plano diferente dos planos que conhecemos durante a existência comum em estado de vigília.

Nada sabemos sobre o sono, embora digamos que passamos por esta experiência. O que sabemos é que estamos ficando sonolentos – isto é, que o corpo está ficando exausto – mas o sono nunca vem a nós. Estamos acordados durante o dia; estamos conscientes; pensamos. Mas, quando acordados, a nossa capacidade de ver e saber se aplica quase exclusivamente a coisas externas de tipo material, de modo que aquilo que chamamos conhecimento – conhecimento do estado de vigília – é, praticamente, uma aplicação de todas as nossas forças à existência física, e só a ela. Quando dormimos, o que ocorre?

Durante aquele intervalo, sabemos que o corpo está absolutamente sem responder a qualquer coisa externa. Não sabemos nem sentimos qualquer coisa que aconteça a nossos amigos. Podem ocorrer as piores calamidades ao nosso redor, mas nada saberemos sobre elas até que retomemos o controle do corpo. No entanto, devemos estar vivos, conscientes, e com a mesma identidade. Isto coloca as nossas mentes diante da questão de por que, ou como, ao acordar, nada sabemos daquela atividade em planos mais elevados e completamente diferentes, durante o sono profundo do corpo.

Temos dentro de nós, em estado suspenso, mas não esquecido nem inacessível, todo este conhecimento. Ele está registrado e inscrito em nossa natureza imperecível tão verdadeiramente quanto qualquer outro registro pode ser feito – qualquer coisa pela qual tenhamos passado, cada aspecto da experiência, do conhecimento que tenhamos alguma vez  adquirido. Quando dormimos – isto é, quando o corpo dorme – nós voltamos àquela fonte de conhecimento que está dentro de nós; mas não “despertamos” pela manhã nem um pouco mais sábios. Como pode ocorrer que, possuindo um tal conhecimento, possuindo os poderes que pertencem ao Espírito imortal, à Inteligência divina, nós não possamos usá-los, e não sejamos sequer conscientes da sua presença em nós?

Há uma lei conhecida como Carma, a lei da ação e da  reação, que tem sido enunciada da seguinte maneira: “O que se planta, se colhe.” Nós pensamos e atuamos, enquanto estamos no corpo, de um modo a produzir um instrumento que contradiz a nossa verdadeira natureza. Empregamos o poder da nossa inteligência para avaliar e usar coisas materiais – coisas que pertencem a um nível de existência inferior ao nosso próprio – e assim ficamos envolvidos com tais objetos. O cérebro que usamos responde quase inteiramente a estas ideias inferiores, de modo que, quando retornamos a ele, ao acordar, não há nada no cérebro que possa receber a mais leve impressão ou registro daqueles níveis de consciência pelos quais passamos.

Se somos seres que passam por altos níveis de consciência durante o sono, como poderemos, em algum momento, recuperar o conhecimento deste nosso patrimônio? Se nos dizem que somos naturalmente divinos e não terrestres; que temos um passado imenso; que temos planos de consciência mais altos do que este e capacidade de agir naqueles planos – qual é o efeito disso sobre nós? O que isso nos transmite? O que isso desperta em nós? Isso não nos faz olhar a vida de um ponto de vista diferente daquele que estamos, até agora, acostumados a adotar?

Tudo o que fazemos na vida e cada resultado que colhemos é governado por alguma atitude mental que adotamos diante da vida. Se alguém é ateu, digamos, ou materialista, e pensa que a vida começou com este corpo e vai terminar com ele, todos os seus pensamentos e ações estarão sobre esta base. Mas se o indivíduo troca esta ideia pela premissa de que ele é imortal em sua natureza essencial, então este fato começa, por si mesmo, a provocar uma transformação.

O importante não é o que vivemos, mas o que aprendemos com a vida. O que devemos desejar é conhecimento, e não conforto ou posição social. Nós desejamos conhecer porque, ao ter conhecimento, percebemos a coisa certa a fazer e os pensamentos corretos a alimentar. Já que pensamos o tempo todo, estamos tendo sempre pensamentos bons, maus ou indiferentes; e nossas ações são boas, más ou indiferentes – conforme nossos pensamentos. Se começamos a pensar corretamente, damos uma direção àquela Força Espiritual que é a própria essência da nossa natureza. Se um homem pensar corretamente, se pensar e agir sem egoísmo, ele seguramente abrirá circuitos em seu cérebro que levarão a uma percepção e uma compreensão cada vez maiores da sua própria natureza. Quando alcançar determinado ponto, ele será capaz de perceber que, seja qual for o estado da sua consciência – em vigília, sonhando ou em sono sem sonhos, e ainda que o corpo tenha passado para o estado chamado de morte – não há cessação para ele.

Supondo que sejamos capazes de passar do estado de vigília para o sonho; do sonho para o sono; do sono para a morte; e da morte para o renascimento em outro corpo – e que passemos por todos estes estágios e mudanças sem uma só perda de memória, de modo que possamos não só manter uma memória intacta ao ir de estados inferiores para superiores, mas também trazê-la conosco ao vir de estados superiores para inferiores, ao longo de cada plano, e trazendo o conhecimento neste ou em outro corpo – o que seríamos nós? Seríamos, neste caso, exatamente o que somos. Saberíamos a relação que existe entre este plano e todos os outros. Poderíamos ler os corações das pessoas. Poderíamos ajudá-las a adotar um ponto de apoio mais elevado. Não seríamos mais iludidos pelas ideias que motivam a maior parte das pessoas. Não lutaríamos mais por destaque ou posições sociais. Lutaríamos apenas por conhecimento, e por todo tipo de condições que nos permitissem ser mais capazes de ajudar e ensinar aos outros. Quer estivéssemos em um corpo ou fora dele, nós estaríamos junto à Divindade o tempo todo.

É para despertar os seres humanos para uma compreensão da sua própria natureza e para o uso correto dos seus poderes que a Teosofia foi trazida novamente até eles, como foi feito em uma época após a outra, por Aqueles que são maiores do que nós – Aqueles que passaram pelos mesmos estágios em que estamos agora – nossos Irmãos Mais Velhos, os Cristos de todos os tempos, as Encarnações Divinas. São eles que vêm para lembrar-nos das nossas próprias naturezas; e para despertar-nos para a ação, de modo que o que realmente somos possa ser conhecido e expressado por nós aqui, neste plano físico mais inferior, no qual estamos realizando nosso destino – um destino feito por nós mesmos, um destino que só pode ser mudado por nós, pelo próprio poder daquele Espírito que nós somos.

Ninguém pode saber coisa alguma através de outra pessoa. Cada um tem que saber por si mesmo. Cada um deve fazer o seu próprio aprendizado. O objetivo da Teosofia é ensinar e mostrar ao ser humano o que ele é, e apresentar a ele a necessidade de que conheça a si mesmo. Nenhuma salvação vicária, nenhuma transmissão indireta de conhecimento é possível. Mas pode ser indicado o rumo em que se encontra o conhecimento; os passos que nos levarão naquela direção podem ser mostrados; e isso só pode ser feito por quem já trilhou o caminho antes. É exatamente essa tarefa que está sendo feita. Este tem sido o procedimento de todos os salvadores da humanidade. É a doutrina de Krishna, de Buddha, de Jesus, e também a doutrina de H. P. Blavatsky. Os dois ensinamentos que o Ocidente necessita mais urgentemente são os do Carma e da Reencarnação, isto é, as doutrinas da esperança e da responsabilidade. Carma, a doutrina da responsabilidade, significa que tudo o que o homem plantar, colherá. Reencarnação, a doutrina da esperança, significa que, seja o que for que ele esteja colhendo agora, nunca haverá um tempo em que ele não possa plantar as sementes de algo melhor. O próprio fato de sofrer é uma bênção. O Carma e a Reencarnação nos mostram que o sofrimento é provocado por pensamentos e ações errados. Através da dor, podemos chegar a uma compreensão de que estávamos em um rumo equivocado. Aprendemos através do nosso sofrimento.

A vida é uma grande escola que ensina a Ser, e já chegamos a aquele estágio em que  é a hora de compreender o propósito da existência; de assumir firmemente o comando do nosso ser. É hora de usar todos os meios que estão à nossa disposição, nas diferentes dimensões – vigília, sonho, sono sem sonhos ou qualquer outro estado – para colocar toda a nossa vida em harmonia, de modo que o nosso instrumento inferior possa estar “alinhado”, e assim seja, cada vez mais, um reflexo da nossa natureza interiormente divina.




Robert Crosbie





Fonte: do Blog "Filosofia Esotérica"
http://www.filosofiaesoterica.com/sono-os-sonhos/
Fonte da Gravura: www.papoderespeito.com.br/saude/sono-durma-rapido-e-acorde-renovado/



O texto foi traduzido do livro “The Friendly Philosopher”, de Robert Crosbie, Theosophy Co., 1945, 416 pp., pp. 258-263, e publicado pela primeira vez na edição de fevereiro de 2008 de “O Teosofista”. Seu título original é “Sleep and Dreams”. (Carlos C. Aveline)



NOTA:

[1] Este texto foi escrito por Robert Crosbie entre 1909 e 1919.  (C. C. Aveline)

O DHARMA DO CORAÇÃO É O DHARMA SUPREMO

Um verdadeiro ser humano é aquele que segue e pratica o princípio da retidão (dharma). Queimar é a natureza (dharma) do fogo. Frio é o dharma do gelo. O fogo não é fogo sem queimar. O gelo não é gelo sem esfriar. Da mesma forma, o dharma de um ser humano reside em realizar ações com o corpo e seguir os comandos do coração. Todo ato realizado com pensamento, palavra e ação em harmonia é um ato de retidão (dharma). Uma vida reta (dhármica) é uma vida divina. Dizemos a palavra dharma sem conhecer sua verdadeira natureza e majestade. Dharma é de vários tipos: dharma de um chefe de família, de um celibatário, de um recluso e de um renunciante. Mas o dharma do coração é o dharma supremo. Este dharma do coração é, na verdade, o dharma da vida também. O Ramayana consagra em si mesmo a própria essência do dharma do indivíduo, da família e da sociedade. Na verdade, todo ser humano que encarna os ideais de Rama, de certa forma, é o próprio Rama. Por isso, é imperativo por parte de cada indivíduo cultivar os ideais de Rama. (Chuvas de Verão, 1996, Capítulo 2)




Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
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A MULHER ATLANTE

A Evolução pela qual as mulheres passaram no período Lemuriano, levou ao exercício de um importante papel dado ao sexo feminino na próxima raça raiz, a Atlante. Essa próxima raça apareceu sob a influência de entidades altamente desenvolvidas, familiarizados com as leis da formação de raças e capazes de orientar as forças existentes da natureza humana para  dar à luz uma nova raça. Desses seres falamos mais tarde; para o momento é suficiente dizer que tinham um poder e sabedoria sobre humanos. O que eles fizeram foi deixar de lado um pequeno grupo de seres humanos da humanidade lêmure e os destinaram a se tornar os ancestrais da seguinte raça Atlante. Eles foram isolados nos trópicos. Sob a sua orientação, os membros deste grupo foram instruídos para o controle das forças naturais.

Eles eram muito vigorosos e sabiam como obter os mais diversos tesouros da Terra. Eles podiam cultivar os campos e usar seus frutos para subsistir e adquiriram uma forte Vontade (força de vontade) por meio da disciplina a que haviam sido submetidos. A alma e o coração eram subdesenvolvidos, o que não acontecia com as mulheres que tinham um grande desenvolvimento da memória e fantasia e de tudo o que se relaciona a elas.

Os guias acima mencionados, fizeram que o grupo fosse dividido em grupos menores. Eles fizeram que as mulheres se encarregassem de ordenar e estabelecer essas comunidades. Graças à memória que possuíam, elas tinha adquirido a capacidade de fazer úteis as experiências e aventuras do passado. O que foi útil ontem levou a percepção que seria útil amanhã. Portanto, delas emanaram as iniciativas da vida em comunidade, e também os conceitos de “bem” e “mal”, já que sua vida reflexiva lhes tinham dado uma compreensão da natureza.

Observando a natureza, elas desenvolveram idéias em seu interior com as quais dirigiam as ações dos homens. Os guias tinham organizado tudo para que, através da alma feminina, é enobrecida e refinada a natureza volitiva e força vigorosa do homem. É evidente que temos de imaginar este começo como quase infantil. As palavras de nossa língua podem evocar muito facilmente representações da vida moderna.

Através da alma desperta das mulheres, os guias começaram a desenvolver a vida anímica dos homens. Na colônia que descrevemos, a influência das mulheres era, por conseguinte, enorme.

Tinham que recorrer a elas quando queriam ler os sinais da natureza. Todo o caráter da vida da alma feminina, estava, no entanto, ainda dominado pelas forças anímicas “ocultas” do ser humano. Nós não podemos descrever com precisão esse estado, apenas aproximadamente, como um estado de contemplação sonhadora naquelas mulheres. Em alguns sonhos elevados foram transmitidos os segredos da natureza e recebiam deles o impulso para a ação. Para elas, tudo tinha uma alma e lhe apareciam em poderes e aparições psíquicas. Elas se entregaram à teia misteriosa de forças psíquicas e o que as impelia a agir eram “vozes interiores” do que diziam as plantas, os animais, as pedras, as rochas, as nuvens, o sussurro das árvores etc.

Deste estado de espírito que surgiu o que chamamos de “religião”. Gradualmente começou-se a venerar e adorar o espiritual na natureza e na vida humana. Algumas mulheres conseguiram uma certa supremacia, porque elas podiam interpretar o que estava no mundo, com base em profundidades especiais misteriosas.

O que vivia dentro dessas mulheres poderia tornar-se uma espécie de linguagem natural. Porque o início da linguagem é um elemento semelhante ao cantar. O poder do pensamento foi transformado em som audível e o ritmo interior da natureza soou dos lábios das mulheres “sábias”. As pessoas costumavam se reunir em torno destas mulheres e suas frases, semelhantes a música, manifestavam expressões de poderes superiores. Com essas coisas começou a adoração dos deuses.

Nesse período, não se pode falar sobre o “significado” do que era falado. O que se percebia era som, tom e ritmo, e não se pensava em relacionar coisas a isso; simplesmente se absorvia na alma o poder do que foi ouvido. Todo o processo estava sob a direção dos guias superiores que inspirou as sábias sacerdotisas com tons e ritmos de uma forma que não podemos continuar a explicar aqui. Isto teve um efeito enobrecedor sobre as almas dos homens. Indiscutivelmente, assim, o homem começou a despertar a verdadeira vida anímica.

Com este cenário pode se ver belas cenas da Crônica do Akasha. Imaginemos uma delas: Estamos em uma floresta perto de uma árvore gigante, o sol nascendo no leste. A árvore, semelhante a uma palmeira, se eleva solitária e projeta longas sombras. A sacerdotisa voltada para o oriente, em êxtase, e está sentada em um assento feito de objetos estranhos e plantas. Gradualmente, em sequência rítmica, sons repetidos vêm de seus lábios. Um certo número de homens e mulheres estão sentados em um círculo em torno dela, seus rostos imersos em sonhos, absorvendo a vida interior do que estão ouvindo.

Pode-se ver outras cenas: Em um lugar, disposto da mesma forma, uma sacerdotisa “canta” em uma maneira similar, mas seus tons têm algo mais poderoso, mais potente. Aqueles a sua volta se movem em danças rítmicas. Porque essa era outra maneira pela qual a “alma” penetrou na humanidade. Os misteriosos ritmos da natureza que se podiam ouvir eram imitados pelos movimentos dos membros. Assim sentiam-se conectados com a natureza e os poderes que atuavam na mesma.





Rudolf Steiner






Fonte: Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/forum/rudolf-steiner-a-mulher-atlante/
Tradução: Leonardo Maia
Fonte da Gravura:
http://www.antroposofy.com.br/forum/wp-content/uploads/2015/08/mulher-atlante.jpg

O SOFRIMENTO DOS JUSTOS

A maior parte das religiões ensinam que os nossos sofrimentos vêm de Deus: é Deus que envia provações aos justos, porque os ama, e é também Deus que persegue os maus, para os punir pelos seus erros e os obrigar a voltar ao caminho certo. Como é, na realidade? Existem leis imutáveis que regem o universo criado por Deus, assim como o seu funcionamento. Como o ser humano faz parte do universo, se ele transgride as leis, vai contra as forças cósmicas e sofre as consequências disso. Num certo sentido, pode-se dizer, pois, que Deus o pune. E, se ele se esforçar por compreender e respeitar sempre melhor as leis, as dificuldades que necessariamente encontra também são para ele uma causa de sofrimentos; mas estes sofrimentos que cada um encontra no caminho da evolução contribuem para o seu desenvolvimento interior. Por isso, pode-se dizer, igualmente, que Deus faz sofrer os justos: Ele fá-los sofrer porque é o seu amor que quer que eles cresçam, que eles se desenvolvam. Este amor também faz parte das leis cósmicas.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

AS DOZE NOITES SANTAS (6ª NOITE - 29/30 dezembro)

Temos o nascer do sol, a passagem de mais um dia e o cair da sexta Noite Santa. Uma nova estrela brilha no céu, irradiando da Constelação de Balança o portal através do qual emanam as forças espirituais dos Dynamis, também chamados de Virtudes, os Seres do Movimento! Continuamos no âmbito da segunda hierarquia. Na evolução, os Dynamis acordaram ao perceber o que estava ocorrendo a sua volta, e atuaram criando um equilíbrio dinâmico, uma correta relação, uma permanente reciprocidade entre as coisas. Estar em desequilíbrio significa estar separado, não está inserido na unicidade de todas as coisas. Suas forças configuraram a bacia, que é responsável pelo equilíbrio no manter-se ereto.

No trabalho biográfico estudamos a expressão da Balança por volta dos 28 anos, que é o marco de mudanças entre as forças do passado que nos carregaram até aí e as forças do futuro que trazem a possibilidade de uma nova expressão da nossa individualidade através da nossa capacidade de transformar a herança da educação herdada. Os Dynamis nos oferecem a possibilidade de colocar as influências do passado e as possibilidades do futuro, o dentro e o fora, os processos de fusão e de separação em uma correta relação de reciprocidade, em um equilíbrio dinâmico.

Na sexta Noite Santa, através do portal da Balança, recebemos dos Dynamis, ou Virtudes, os impulsos espirituais para desenvolver o equilíbrio interior e conseguir conter as forças de dispersão para que tenhamos uma vida coerente e harmoniosa.

Nesta noite reconheça quais os pontos de equilíbrio de sua vida. Da região de Libra, os Dynamis, Espíritos do Movimento, trazem a você a capacidade para equilibrar na alma as forças de dispersão e ter uma vida coerente e harmoniosa.





Texto de Rudolf Steiner e Serguei Prokoffief
Pesquisa Edna de Andrade






Fonte do Texto e da Gravura: www.noitessantas.com.br
Via Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/

O VERDADEIRO DILEMA DE ARJUNA (no Bhagavad Gita)

O “famoso” problema do conflito do ego, foi dissecado há 5 mil anos por Krishna, mas com o tempo o sentido da sua análise se perdeu, e se pretendeu insuflar metafísica demasiada naquilo que tinha mais a ver com simples psicologia humana (como também aconteceu, em parte, com os conceitos de “maya” e de “vazio”).

Krishna criticou a inação de Arjuna, demonstrando que Arjuna não queria agir porque, através disto, se projetava o seu “eu”. Arjuna julgava então que na inação, estaria mais garantida a sua isenção pessoal. “Ledo engano, meu caro Arjuna!”, disse-lhe Krishna.

“(...) o homem, enganado pela ilusão do ‘Eu’, pensa: ‘Eu sou aquele que faz.’ Mas aquele que conhece a verdade, sorri, porque por detrás da personalidade, enxerga a fonte real da ação, a causa e o efeito.” (Bhagavad Gita, 27-8)

A resposta não está na inação, afirma Krishna, mas no desapego. Através da ação virtuosa, o homem dá um exemplo multiplicador, e sabemos o quão poderoso pode ser o efeito do bom exemplo, até por ser raro, despertando o bem latente em cada um. O inativo (socialmente falando) pode não projetar a sua ação mais ostensivamente, dentro de um campo de conflitos potenciais, mas mantém todos estes conflitos latentes, dentro e fora de si. Assim, a inação apenas aumenta a confusão e a ignorância das pessoas:

“O sábio não deve confundir a mente dos ignorantes que atuam apegados ao resultado de suas ações; porém, deve executar suas ações com desapego e devoção e assim estimulá-los a que façam o mesmo.” (Bhagavad Gita, III, 27-8)

A inação apenas escamoteia as coisas, evita os conflitos potenciais, mas também posterga as soluções. Traz para o plano pessoal aquilo que deveria ser resolvido no coletivo, e deixa este sem solução, resultando não em inação, mas na omissão.

Tudo isto reflete a “velha” confusão entre ter um objetivo, e trilhar o caminho até ele, demonstrando claramente a necessidade de um auxiliar exterior para enxergar com clareza a situação. Afinal, somente quem trilhou o caminho, pode saber realmente onde é necessário chegar.

A importação de uma doutrina espiritual, é tão problemática quanto a tradução de um texto profundo de filosofia. Toda a pregação oriental contra o ego, se reduz hoje quase a um clichê zen de pacifismo improvisado que não passa de simples omissão. Por mais que Krishna insista na inconveniência da inação, os Arjunas que andam por aí estão decididos a permanecer na sua atitude individualista e manter a espada embainhada, a menos que alguém ameace o seu conforto pessoal. Pois o único objetivo deste discurso cético, é erigir a própria torre-de-marfim, que é um dos lugares prediletos do ego.

Porém, é preciso ir além do quietismo, porque estamos numa era – que é a de Maitreya - muito mais parecida com a de Krishna que com a de Buda. Insistir hoje no quietismo místico ou no individualismo, é tão errado quanto pretender militar na política na época de Jesus. O mundo está entrando em convulsão, e é preciso encontrar caminhos tão poderosos quanto esta crise que se aproxima.




Luís A. W. Salvi 





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A PRÁTICA DA RETIDÃO (DHARMA)

Dharma (retidão) não é uma palavra casual para ser tratada de forma leviana. Repetir frases frequentemente citadas tais como "Retidão é o que sustenta" (Dharayateeti Dharmaha) ou “Retidão protege seus protetores” (Dharmo Rakshati Rakshitaha) é uma prática muito comum, mas não é suficiente. O que é necessário é a prática da Retidão. Somente a conduta correta constitui o Dharma. A pessoa que leva uma vida justa é fadada a encontrar a paz. Quem quer que entre em cidades e aldeias para propagar a retidão deve lembrar e praticar estas quatro injunções importantes: "Não cause mal a ninguém", "Não abuse de ninguém", "Realize seus deveres com devoção amorosa" e "Torne seu coração puro". Embora a maioria de nossas ações esteja relacionada a preocupações mundanas, a realização do Divino é a meta. A única maneira de santificar todas as nossas ações ao conduzir a nossa vida diária é fazer cada ato como um ato de adoração, como uma oferenda ao Divino. Assim, toda a sua vida será transformada em uma existência sagrada. (Discurso Divino, 7 de janeiro de 1988)





Sathya Sai Baba





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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

AS DOZE NOITES SANTAS (5ª NOITE - 28/29 dezembro)

Nasce de novo o sol, atravessamos um novo dia e cai a noite e uma nova estrela brilha no céu irradiando da Constelação de Escorpião através da qual emanam as forças espirituais dos Exusiai, os Seres da Forma, também chamados de Potestades ou Poderes.

Agora atingimos o âmbito da segunda hierarquia. Eles também foram seres de um estado evolutivo anterior tão avançados em seu processo que podem acolher os planos divinos e torná-los manifestos, de forma que haja uma concordância entre a esfera macrocósmica da consciência do Cosmos e o nosso sistema Solar, que é uma expressão microcósmica onde a nossa existência humana está inserida, onde acontece a nossa biografia humana.

Os Exusiai estão envolvidos nos processos de criação de um novo ser, na transformação de uma forma em outra, na metamorfose constante da substância. Na Bíblia eles são chamados de Elohins, e no corpo humano as forças de Escorpião configuraram os genitais a partir dos quais é possível a procriação ou seja, a criação de um novo ser físico. Estamos no âmbito das forças sexuais, que são as forças que oscilam tanto para o egoísmo mais absoluto, aquilo que pode ser caracterizado como o mal, porque ao oferecer a possibilidade da maior satisfação imediata podem subjugar o humano ao nível do animalesco. Mas que também trazem uma das maiores possibilidades para a superação do egoísmo e transcendência de forças.

Se em Sagitário tínhamos a imagem de um cair e levantar constantes entre o animalesco e o humano, aqui temos a imagem de uma luta, na nossa vida interior, entre a morte e ressurreição. E esta é uma luta muito individual, onde em liberdade oscilamos entre as sombras que obscurecem o nosso ser, os esconderijos onde vive o Escorpião venenoso, e as forças de expansão do Ser, representadas pela águia que se eleva às alturas e de lá contempla o Todo.

O Escorpião é então o signo das forças duplas, tanto destrutivas, retrógradas, que mudam constantemente de aparência e invadem a nossa alma trazendo caos à nossa vida, como é também portador de forças construtivas que têm a ver com transmutação constante e contínua superação, para que a substância divina, o Espírito, possa em nós ser plasmado de novo e sempre! No apocalipse esta característica de forças duplas é apresentada como a espada de dois gumes.

Nesta quinta Noite Santa, recebemos através do portal de Escorpião os impulsos espirituais dos Exusiai, ou Potestades, para aceitar por um lado as nossas fraquezas, e por outro lado receber os impulsos espirituais para a superação e transformação dessas forças.

Nesta noite procure ficar em paz consigo mesmo. Da região de Escorpião, os Exusiai, Espíritos da Forma, lhe trazem a capacidade de renascer das crises e de todos os processos de perda, impotência, dor e desespero.




Texto de Rudolf Steiner e Serguei Prokoffief
Pesquisa Edna de Andrade






Fonte do Texto e da Gravura: www.noitessantas.com.br
Via Biblioteca Virtual da Antroposofia
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ESFORÇAI-VOS POR VIVER BEM HOJE

Esforçai-vos por viver bem hoje, pois o amanhã ainda não existe; e, se vos inquietardes com ele, é como se lançásseis as vossas energias no vazio. Trabalhai sobre o hoje, pois o hoje não morrerá, apenas se prolongará e, ao prolongar-se, tornar-se-á o amanhã. Jesus dizia: «Não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã cuidará de sim mesmo.» Estas palavras obrigam-nos a meditar sobre a ideia de duração, de continuidade. Aquele que fabrica uma corrente deve fazer com que cada elo seja sólido, pois, se um único elo for frágil e se partir, de nada serve que todos os outros aguentem: o conjunto foi quebrado. Nós devemos, pois, viver cada dia segundo as leis divinas, a fim de fazermos desse dia uma malha sólida, para que a corrente não se quebre. Hoje é um novo elo que vai acrescentar-se aos outros e é nesse elo que nós devemos concentrar-nos.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





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PROCURA O CAMINHO

"A descoberta do Caminho" é certamente o desabrochar da flor da Alma." (Rohit Mehta)


No Bhagavad Gita há uma declaração que diz:

"Como quer que os homens se aproximem de Mim, Eu lhes dou as Boas Vindas, porque qualquer caminho que eles escolham é Meu caminho".

Este enunciado sugere que existem inumeráveis caminhos para a Realidade, e assim, o que importa de onde partimos? Examinando superficialmente esta sentença parece que a descoberta de um exato ponto de partida não é, afinal, bastante essencial.

Como que contradizendo isto, há um enunciado num dos Upanishads que diz: "Não há nenhum outro Caminho para seguir", significando com isto, claramente, que só existe um Caminho para a Realidade.

Como se podem reconciliar estes dois enunciados? Há muitos caminhos para a Realidade, ou há apenas um? Por muito estranho que pareça, ambos estes enunciados estão absolutamente certos. Não há dúvida de que há tantos caminhos quantos são os indivíduos, porém cada um pode tomar somente o caminho que ele próprio descobriu. Assim, não há outro caminho para seguir, a não ser o que é descoberto pelo indivíduo.

Mas, desde que a descoberta tem que ser individual e não coletiva, haverá tantas descobertas quantos forem os indivíduos. E assim o ponto de partida da jornada espiritual diferirá de indivíduo para indivíduo, e contudo cada ponto de partida terá sua fonte de emanação somente naquilo que o indivíduo descobriu. Não há, com efeito, outro caminho para seguir, a não ser o caminho que cada um descobriu por si.





Rohit Mehta





Fonte: do livro "Procura o Caminho"
Serviço de Divulgação do Livro Teosófico, São Paulo, 1962
Traduzido por Teosofistas de São Paulo do “Serviço de Divulgação do Livro Teosófico”
e comparado com a edição de Vasanta Press, Adyar, Madras 20 1955, 1957
Fonte da Gravura: Tumblr.com

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

AS DOZE NOITES SANTAS (4ª NOITE - 27/28 dezembro)

Atravessamos mais um dia, cai a noite e uma nova luz brilha no céu irradiando da Constelação de Sagitário, de onde emanam as forças espirituais dos Arqueus, os Seres da Personalidade, também chamados de Principados. Isto significa que eles não só possuem um Eu como sabem que o possuem e através dessa consciência intensificada eles criam uma imagem de si no exterior. Eles projetam no exterior a força de sua luta interna que é a própria luta do centauro, do ser humano emancipado por um lado na sua inteligência mas por outro lado, em luta constante para superar suas forças animalescas, seus instintos selvagens, suas forças egoísticas.

Os Arqueus são considerados os Espíritos do Tempo porque essa luta é a própria luta do desenvolvimento humano no nosso tempo, abrangendo algo que ultrapassa todas as etnias e se torna uma influência cultural na nossa civilização.

Aqui a tarefa anterior dos Arcanjos, que era proteger a sabedoria cósmica das intenções egoístas é ampliada pelos Arqueus, estando expressa no desafio da nossa civilização moderna na luta entre o materialismo exacerbado e a preservação dos recursos naturais.

No portal sul da Catedral de Chartres, a escultura de Micael preside as 3 hierarquias. Rudolf Steiner constantemente se refere a ele como o Regente desta nossa Época, com a missão de dominar o Dragão, o ser mítico representado pelo nosso intelecto, quando a sabedoria cósmica é apropriada através da compreensão das leis, através da ciência natural e precisa ser colocada no mundo de forma mais ampla para o bem de todos. Tanto no aspecto pessoal de construção da personalidade como neste aspecto temporal, esta luta representa um cair e levantar constantes.

Nesta quarta Noite Santa recebemos através do Portal do Sagitário os impulsos espirituais dos Arqueus, também chamados de Principados, para o fortalecimento da personalidade, de forma que tenhamos forças de estabelecer e sustentar impulsos mais abrangentes na nossa vida que nos orientem para o futuro e que contenham metas espirituais para a nossa existência.

Nesta noite reavalie as suas qualidades pessoais. Da região de Sagitário, os Arqueus, Espíritos da Personalidade, lhe trarão as forças da inteligência que erguem você, que sustentam você, e apontam a direção do futuro. Eles injetam clareza no seu pensar para que você perceba e assuma o compromisso com o que há de melhor em você.





Texto de Rudolf Steiner e Serguei Prokoffief
Pesquisa Edna de Andrade






Fonte do Texto e da Gravura: www.noitessantas.com.br
Via Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/

TOLERÂNCIA OU PERDÃO (KSHAMA) - QUALIDADE PARA REALIZAR A DIVINDADE

Entre as qualidades que são necessárias para realizar sua Divindade, a mais importante é "Kshama", tolerância ou perdão. É essencial para todo ser humano. É suprema entre as virtudes. A tolerância é verdade, retidão, compaixão e não-violência; Kshama compreende todas as outras qualidades. A pureza da mente deve ser praticada para adquirir Kshama. A pureza da mente requer a eliminação total dos apegos e aversões da mente. Ódio e inveja não devem ter lugar. Hoje as pessoas não podem suportar ver os outros felizes ou prósperos; este é o sinal de uma mente poluída. Para ser verdadeiramente humano, você deve ter uma mente pura e imaculada. Você deve cultivar um grande coração para retribuir o mal com o bem e não causar dor a ninguém em qualquer circunstância. Esta é a marca de uma mente pura. Reconheça que a mesma Divindade - o mesmo Espírito puro que habita em você e o Poder que o anima - está igualmente presente em todo ser humano. (Discurso Divino, 07 de janeiro de 1988)




Sathya Sai Baba






Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

RELIGIÃO SOLAR

Devemos pôr no coração da nossa vida interior, no centro dos nossos pensamentos, esse princípio universal que está na origem de todas as religiões, o sol, e penetrar-nos com o exemplo que ele nos dá todos os dias. Iluminar, aquecer e vivificar todas as criaturas, sem exceção – é a isso que nós chamamos a “religião solar”. Antes mesmo de os humanos apareceram na terra, o sol já aí estava, e desde sempre ele lhes diz: «Alargai a vossa consciência, libertai-vos das vossas concepções tão limitadas, fazei como eu: iluminai, aquecei, vivificai, abraçai o mundo inteiro, graças à vossa inteligência e ao vosso amor.» A religião solar é a única verdadeira religião. Ela ensina-nos como nos tornarmos luminosos, calorosos, vivificadores, isto é, como trabalharmos para possuirmos interiormente a sabedoria que ilumina e resolve os problemas, o amor desinteressado que embeleza, encoraja e consola, e a vida sutil, espiritual, que torna ativo, dinâmico e audacioso, a fim de realizarmos o Reino de Deus e a sua Justiça na Terra. Aquele que tenta opor-se a ela só se torna mais pequenino e obscurece a vida nele mesmo.




Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

O PODER DO MAGNETISMO (Um Caminho Para Obter Paz e Confiança)

A Teosofia ensina que a Terra é um campo magnético


Segundo a narrativa exotérica, foi a partir da província de Magnésia, na Grécia clássica, que o mundo ocidental começou a falar de fenômenos magnéticos. 

Ali, 600 anos antes da era cristã, as pessoas perceberam que certas pedras tinham a misteriosa propriedade de atrair metais. Batizadas de magnetitas, as pedras magnéticas transformaram-se em atração em todo o mundo antigo. Alguns consideravam que elas tinham poderes curativos.   

Para a filosofia esotérica, a origem da palavra “magnetismo” é diferente. Helena Blavatsky afirma que o termo deriva de “magh” ou “magus”, que por sua vez decorrem da palavra sânscrita mahat, “o grande ou o sábio (o ungido pela sabedoria divina)”.

Blavatsky prossegue:

“Como os magi derivaram seu nome daí, a pedra magnética ou ímã foi assim chamada em sua honra, pois eles foram os primeiros a descobrir as suas propriedades maravilhosas. Seus templos espalhavam-se pelo país em todas as direções…” [1]

A definição teosófica de magnetismo segue a tradição esotérica antiga. Ao contrário de uma ciência moderna de horizontes estreitos, a palavra não se refere apenas a um efeito de atração limitado, produzido por pedras feitas de óxidos de ferro e que constituem ímãs naturais.

O magnetismo é um fenômeno literalmente onipresente. Está atuante no espaço diminuto de cada átomo do universo, mas rege ao mesmo tempo o funcionamento de vastas galáxias. No mundo especificamente humano, há um magnetismo sutil que influencia as emoções e os pensamentos, e tem relação direta até com as nossas motivações mais secretas. É sem dúvida magnética a força dos elétrons que giram em torno do núcleo de cada átomo. Além disso, toda luz é uma onda eletromagnética, e isso significa que, se não houvesse magnetismo, os sóis e estrelas da nossa galáxia se apagariam. A própria Terra é um grande circuito magnético e faz parte de conexões magnéticas ainda maiores. Em nosso planeta, animais como as pombas, as lagostas e as tartarugas marinhas têm a habilidade de entrar em contato com o campo magnético terrestre e de orientar-se por esse meio em suas longas viagens. 

Helena Blavatsky escreveu no século 19:

“A Terra é um corpo magnético; de fato, muitos cientistas constataram que ela é um enorme ímã, como Paracelso afirmou há cerca de trezentos anos. A Terra está carregada com uma espécie de eletricidade - chamemo-la positiva - que ela produz continuamente por uma ação espontânea em seu interior ou centro de movimento. Os corpos humanos, assim como todas as outras formas de matéria, estão carregados com a forma oposta de eletricidade - negativa.” [2]

Naturalmente, o magnetismo vai muito além do plano físico. A realidade tem níveis variados de sutileza e densidade, e há vários tipos de magnetismo para cada um deles. Existe um magnetismo vital, por exemplo, e quando ele está concentrado e harmonizado temos boa saúde, mas quando o desperdiçamos ficamos vulneráveis.

Há um magnetismo emocional, e por isso certas pessoas exercem atração tão poderosa sobre outras. Há um magnetismo mental, e nesse plano as pessoas são inspiradas por ideias, ou lançam pensamentos cujo poder magnético atrai milhões.

O magnetismo próprio do plano espiritual é o mais sutil e, também, o mais durável. Armados apenas com a energia impessoal do seu ensinamento elevado, os grandes sábios e pensadores da história da humanidade têm sido capazes de imantar e magnetizar corações e mentes durante milênios, colocando-os no caminho da autolibertação.  

O poder magnético da alma imortal, quando desperto, purifica todos os níveis de magnetismo da aura individual, eleva o foco de consciência até o plano da vida eterna e influencia e acelera, ao mesmo tempo, o despertar de outros indivíduos. Por isso não importa a quantidade de magnetismo que alguém possui. Interessa saber se o magnetismo é correto e elevado, ou se é nocivo. Um egoísta só cria mais problemas para si e para os outros se tiver o seu magnetismo intensificado. Por outro lado, o magnetismo da sabedoria e da verdade geralmente provoca alguns obstáculos de curto prazo, porque deve desafiar as rotinas de ilusão organizada, mas produz efeitos benéficos a médio e longo prazo. Embora o magnetismo compatível com a verdade e a ética cresça muitas vezes devagar e com dificuldades, é o único que deve ser buscado intensamente. Ele pode ser encontrado em todos os níveis de consciência e ação. Ele conecta e dá coerência aos diferentes aspectos da vida.

O processo do magnetismo está ligado a um certo alinhamento das energias sutis. A ciência convencional ensina que as substâncias ferromagnéticas, isto é, sensíveis à ação de um ímã, têm diferentes grupos de átomos, chamados domínios. Dentro de cada domínio, os polos dos átomos apontam para o mesmo lado, mas, normalmente, os diferentes domínios apontam para diferentes lados. Desse modo, suas forças magnéticas anulam umas às outras, e o objeto de ferro ou níquel que eles compõem não tem poder magnético. Porém, quando o objeto é colocado em contato com um ímã, os diferentes domínios ou grupos de átomos passam a apontar todos para a mesma direção - e, graças a esse alinhamento, o objeto todo adquire propriedades magnéticas. O sistema vital e emocional de uma pessoa funciona de modo semelhante. 

O cidadão que não tem uma vontade forte alimenta desejos que apontam para lados e objetivos diferentes e contraditórios entre si. Assim, seus desejos anulam uns aos outros. O resultado disso é uma pessoa sem rumo certo, cuja dispersão magnética provoca uma perda de energia vital. Mas o cidadão magnético tem seus diferentes domínios - que reúnem os “átomos” físicos, emocionais e mentais - apontando na mesma direção. Por isso ele tem o poder de atrair para si, com força proporcional, uma certa sabedoria. Um grupo humano internamente harmonizado terá o mesmo potencial, mas com energia aumentada. Este último fato é decisivo para estudantes de filosofia esotérica, porém deve-se ter presente que harmonia interna inclui a diversidade externa, e que a uniformidade total extingue a vida magnética. Vida implica movimento.   

O cosmo coloca à disposição de todos uma energia inesgotável. Poucos sabem captá-la. O caminho magnético correto consiste em desejar coisas coerentes e adequadas, aceitando com humildade as dificuldades e os desafios. Conforme a atitude do indivíduo diante da vida, o seu poder magnético aumentará ou se reduzirá. Não havendo vigilância, ele pode ficar preso a situações que apenas atrasam o aprendizado da arte de viver.   

O magnetismo na aura do indivíduo se acumula em torno do desejo, da vontade e dos hábitos.  O caminho espiritual é uma série de passos pelos quais o indivíduo troca situações magnéticas inferiores por situações magnéticas superiores. Devido à força magnética automática dos hábitos, não é suficiente saber o que é certo e o que é errado. O estudante deve examinar também se não está subconscientemente identificado com o magnetismo da ilusão. Isso pode ocorrer mesmo depois de reconhecer a ilusão como tal em sua consciência pensante.

Robert Crosbie escreveu:

“Ninguém que vê o seu erro  é um caso perdido. No momento em que vemos que estamos iludidos, neste momento já não estamos iludidos, embora ainda estejamos rodeados pelas consequências da ilusão  e tenhamos que abrir caminho através delas. Todos os obstáculos e dificuldades vêm da autoidentificação com a ilusão e os erros; esta é a ilusão das ilusões.” [3]

Além de ver o que é verdadeiro e falso, é necessário renunciar ativamente ao que é falso, optando pelo verdadeiro. E isso nem sempre é fácil, porque requer o desenvolvimento magnético da vontade própria.    

Quando respiramos ar puro e mantemos contato com a luz do sol, por exemplo, aumentamos e elevamos nosso magnetismo vital. A respiração curta e apressada é antimagnética, mas a respiração profunda aumenta a força pessoal. Exercícios diários de respiração, feitos ao ar livre, recarregam o organismo com prana, a força vital do cosmo. Caminhar pela natureza sem preocupações expande a vitalidade. Os exercícios físicos moderados oxigenam o corpo todo e são magnetizantes. As pessoas naturalmente magnéticas alimentam-se corretamente, não comem em excesso, trabalham com gosto e dedicação e agem com calma. 

O magnetismo emocional superior aumenta quando as pessoas mantêm sentimentos elevados, evitam discórdia e praticam o desapego. A boa vontade para com todos é uma prática eficaz. Se alguém manifesta inveja e procura desprezar o seu trabalho, a pessoa magnética deixa clara a sua independência em relação a esses jogos mentais, mas não produz rancor dentro de si. Quando conhecemos nosso valor, sabemos inspirar respeito sem necessidade de agredir, e reconhecemos o que há de bom nos outros. “Viva e deixe viver” - este lema faz bem ao equilíbrio magnético de todo ser humano.

No plano mental, os indivíduos magnéticos concentram-se serena e profundamente em suas metas. Eles têm a capacidade de olhar para cada aspecto da vida desde diferentes pontos de vista. É saudável escolher temas filosóficos como objeto de estudo e leitura. Naturalmente, um ser magnético evita discussões mesquinhas porque sabe que ideias e opiniões fixas são fontes de perda energética. Sua mente está naturalmente colocada a serviço do bem através de ações construtivas. Ele tem um pensamento ágil, capaz de revisar constantemente suas premissas. 

A presença do magnetismo espiritual faz com que as metas pessoais egoístas sejam abandonadas. Para quem possui essa força, é natural meditar diariamente sobre a verdade universal presente no centro de todas as coisas e no ponto central do seu próprio coração. Nesse contexto, o indivíduo tem interesse por investigar o que há além do pensamento. Ele obtém o que busca concentrando-se no vazio central da Lei do Equilíbrio [4], que dirige silenciosamente tanto a sua própria consciência como a consciência do universo. Assim o estudante deixa de querer coisas agradáveis apenas para si próprio ou no curto prazo. A partir deste momento, tanto o seu sofrimento como a sua felicidade são diferentes das formas de felicidade e sofrimento que se encontra no mundo convencional. Tal indivíduo pode fazer um ato de sacrifício, ao combater os mecanismos pelos quais se perpetua a ignorância ética e espiritual da humanidade. Assim, atrairá um grau de sofrimento para o seu eu inferior. Porém, na mesma medida, estará aumentando o magnetismo abençoado que caracteriza o plano do eu superior.

Todos os aspectos da vida estão interconectados. Quando se reúne magnetismo positivo em um determinado domínio, isso torna mais fácil preservar magnetismo nos outros aspectos.

É verdade que uma pessoa pode ter uma boa quantidade de magnetismo em determinado domínio da vida e ao mesmo tempo sofrer perdas energéticas importantes em outras áreas. Para quem trilha o caminho teosófico, esse é o processo de testes e provação. Apesar dos desafios, os seres magnéticos semeiam sentimentos de boa vontade na relação com colegas, amigos, familiares e conhecidos. Ninguém vive isolado, e aquilo que se planta, se colherá. Esta lei funciona inclusive no plano do pensamento. Sem dúvida, em muitos casos a boa ou má colheita pode ficar para a próxima encarnação. É fato também que esta lei não funciona de modo mecânico, nem simplório, linear ou previsível. Mas a perfeição com que ela opera costuma ser infalível, como se pode constatar através dos inúmeros aspectos e processos em que o seu funcionamento é observável.    

Um dos fatores mais importantes da vida magnética de todo indivíduo sábio é a capacidade de não desejar intensamente coisa alguma no plano egoísta e pessoal de curto prazo.

A ausência de desejos confusos permite reunir energia sutil. A presença de uma vontade nobre, constante e elevada é imprescindível para ter contato com a fonte da energia superior. Consciente disso, o indivíduo magnético renuncia aos desejos por objetos de pequena importância. Ele aceita o vazio no plano das coisas secundárias, porque concentrou seu interesse no que considera principal. Ele deixa de lado a busca de prazer imediato e assim é capaz de agir movido por uma intenção impessoalmente justa.   

Eliphas Levi escreveu:

“O prazer é um inimigo que deve fatalmente tornar-se nosso escravo ou nosso senhor. Para possuí-lo é preciso combater e para gozá-lo é preciso tê-lo vencido. O prazer é um escravo encantador, porém, um senhor cruel, implacável e assassino. Ele cansa, esgota e mata aqueles a quem domina, depois de ter enganado todos os seus desejos e traído todas as suas esperanças.” [5]

Cada cidadão produz e guarda seu próprio magnetismo através das escolhas práticas que faz.  A vontade média exercida por uma pessoa gera uma corrente magnética correspondente, que envolve e anima o seu corpo. A prática de exercícios físicos faz bem à saúde porque acumula vontade saudável nos músculos e em cada tecido do organismo. Posturas de ioga, exercícios de artes marciais, a prática da natação, caminhadas ao ar livre ou mesmo andar de bicicleta são  meios de obter e concentrar vitalidade e magnetismo físico. Mas tudo o que se pensa, se quer e se faz nos planos mais sutis também reúne magnetismo correspondente nos diferentes planos ou domínios da vida. Portanto, a produção de bom magnetismo depende da formação de bons hábitos.  

Os costumes de uma pessoa funcionam como pequenas centrais elétricas que geram sua energia própria. Seja através de uma hidrelétrica ou de um catavento, a eletricidade convencional é reunida por uma série de movimentos mecânicos repetidos, cuja energia é retida e transformada. Do mesmo modo, uma certa energia magnética é acumulada com a repetição das nossas pequenas atitudes costumeiras na vida diária, sejam elas físicas, emocionais ou mentais. A energia gerada por nossos hábitos talvez pareça pequena, mas isso não é verdade. Trinta minutos de estudo e contemplação diários podem fazer muita diferença depois de alguns meses. Quarenta minutos de leitura meditativa por dia são suficientes para mudar uma vida, se levarem ao fortalecimento de uma vontade espiritual associada a discernimento e bom senso.

Os hábitos fortalecem os desejos, definem o caráter e estabelecem a visão que se tem da vida. A ruptura das rotinas inúteis funciona como uma barragem que interrompe o curso de um rio de águas barrentas - e produz uma energia elétrica valiosa.

Ao ficar imóvel durante algum tempo examinando verdades universais, um fluxo antes irreprimível de hábitos físicos e emocionais dispersivos passa a ser represado, produzindo magnetismo superior.

Quando estudamos teosofia original ou filosofia clássica, não permitimos que nenhum pensamento de ordem pessoal ou dispersiva domine nossa consciência. Fazemos com que os pensamentos se concentrem uma e outra vez em um tema sagrado e abstrato livremente escolhido por nós.  Aos poucos, esta postura se amplia para as 24 horas do dia, e a energia mecânica dos hábitos de pensamento é transformada em uma força eletromagnética purificada. Esta elevação constante da consciência gera Vontade espiritual e reduz gradualmente a força dos antigos hábitos de pensamento e emoção. O velho fluxo de energias gastas inconscientemente é cada vez mais transmutado, e deste modo passamos a ter mais força disponível para cada iniciativa nossa. Ganhamos uma presença mais forte e mais magnética diante dos eventos e situações da vida. Desativamos o envolvimento pessoal em situações de curto prazo, e geramos magnetismo espiritual, em torno dos temas e das realidades do eu superior.  

O cérebro humano é uma estação central de conexões eletromagnéticas. Seu potencial é ilimitado. A energia que passa por ele ganha força e clareza à medida que adquirimos experiência e alguma sabedoria.

O silêncio mental, a renúncia às diferentes formas de cobiça e medo, os pensamentos corretos e uma polarização da nossa consciência em torno de fatos positivos e de realidades abrangentes são, todas, decisões e escolhas voluntárias.

Essas possibilidades estão ao nosso alcance. Elas servem para libertar-nos do sofrimento psicológico. Espírito crítico é fundamental, mas não devemos ser arrastados por ele. É oportuno colocar mais ênfase na construção do que é correto do que na destruição do que é errado. A crítica franca é importante, porque limpa o terreno sobre o qual se pretende construir. Mas devemos ser mais duros com nós mesmos do que com os outros, já que a principal construção é, sempre, a autoconstrução. Toda crítica que não tenha em vista a construção do que é correto constitui uma perda e um vazamento de energia magnética. A lei da conservação da energia é a mesma lei da conservação de magnetismo. 

Quando a energia vital do indivíduo está polarizada em torno do que é bom, verdadeiro e durável, nascem a confiança em si mesmo, a confiança nos outros, e a confiança na vida. Surge então o poder do entusiasmo. Uma energia sincera e solidária faz com que tudo valha a pena. O coração humano se torna simultaneamente humilde e imenso, e nele a felicidade se torna incondicional.




Carlos Cardoso Aveline






Fonte do Texto e da Gravura: do Blog "Vislumbres da Outra Margem"
http://www.vislumbresdaoutramargem.com/2010/09/o-poder-do-magnetismo.html
Uma versão inicial do artigo acima foi publicada na edição de agosto de 2003 da revista “Planeta”, de São Paulo.





NOTAS:

[1] “Ísis Sem Véu”, de Helena P. Blavatsky, obra em quatro volumes, Ed. Pensamento, SP. Ver volume I, p. 205.

[2] “Ísis Sem Véu”, de Helena P. Blavatsky, volume I, p. 81.

[3] “The Friendly Philosopher”, Robert Crosbie, Theosophy Co., Los Angeles, 1945, 416 pp., p. 147.

[4] “Vazio central da Lei do Equilíbrio”: o fiel da balança, o eixo simétrico da vida, o “centro laya” na filosofia oriental. Veja a propósito o texto “A Lei da Simetria”, de C.C. Aveline, que está disponível em nossos websites associados.

[5] “Grande Arcano”, de Eliphas Levi, Ed. Pensamento, SP, 247 pp., ver p. 97.

ESTAMOS REALMENTE VIVENDO?

E se vivêssemos nossas vidas sabendo com certeza que todas as pessoas e situações que encontramos e que realmente nos incomodam, estão ali simplesmente como participantes de nosso processo de transformação? E se soubéssemos que tudo que atualmente consideramos um problema é, na verdade, o que precisamos mudar ou uma crença da qual precisamos abrir mão para que possamos realmente sentir o Criador? Será que continuaríamos a nos preocupar ou a colocar a culpa em alguém, como fazemos agora?

A resposta é, provavelmente, não. E, na verdade, se tivéssemos essa perspectiva sobre a vida, ela até nos ajudaria a mudar a maneira como nos relacionamos com as pessoas que amamos. Seríamos mais tolerantes e menos inclinados a julgá-los ou a criticá-los. Perceberíamos que as dificuldades e obstáculos que nos afligem são, sem exceção, verdadeiras oportunidades para crescermos espiritualmente.

Vamos tentar viver com essa consciência. Vamos colocar o foco no entendimento de que a Luz nos manda certas pessoas e situações para nos ajudar a transformarmos nossa natureza e nos tornarmos seres que compartilham incondicionalmente.

Quando vivemos abraçando as dificuldades em nossas vidas dessa maneira, elas geralmente se resolvem espontaneamente. E, se for necessário agir, a Luz agirá através de nós e nossa resposta à pessoa ou situação criará unidade e cura.




Karen Berg





Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Prosperidade no sentido mais completo engloba saúde, riqueza e felicidade. Tal prosperidade vem da pureza, que também é a fundação da paz. Pureza aqui significa liberdade de qualquer tipo de corrupção, seja ela moral, financeira ou outra. No sentido individual, pureza é ter intenções puras, ser honesto e verdadeiro. Numa sociedade que mantem esses valores há menos possibilidade de haver pessoas enganando outras e empresas cometendo fraudes. Isso alimenta confiança mútua e fortalece vínculos sociais saudáveis. (Brahma Kumaris, Genesis of prosperity, Purity, July 2014)

As crianças aprendem com o que elas convivem. Se uma criança vive com criticismo, ela aprende a condenar. Se uma criança vive com hostilidade, ela aprende a brigar. Se uma criança vive com tolerância, ela aprende a ser paciente. Se uma criança vive com encorajamento, ela aprende a ser confiante. Se uma criança vive com segurança, ela aprende a ter fé. Se uma criança vive com aceitação, ela aprende a encontrar amor no mundo.

Generosidade é a capacidade de fazer com que todos progridam e manter os outros na frente. É justamente quando uma pessoa não tem o desejo de estar à frente é que ela alcança o que seu coração deseja. Na extensão em que ela mantem a consciência de ser livre de desejos, Deus e os outros irão considerá-la digna e a manterão à frente.

Deus sempre ajuda aqueles que têm coragem. Quando os filhos têm pensamentos elevados, o Pai torna-se presente. Simplesmente entregue todas as suas tarefas ao Pai e Ele saberá qual é a tarefa Dele. Não mantenha consigo a carga das responsabilidades. Permaneça como um tutor. Fique leve e continue a voar. Quando seu coração está limpo, todas as suas esperanças são preenchidas.





Brahma Kumaris






Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Tumblr.com

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

AS DOZE NOITES SANTAS (3ª NOITE - 26/27 dezembro)

Atravessamos mais um dia, cai a noite e uma nova luz brilha no céu irradiando da Constelação de Capricórnio o terceiro degrau nesta escada espiritual. Deste portal emanam para nós as forças espirituais dos Arcanjos. Os Arcanjos são denominados Seres da Luz.

Rudolf Steiner os descreve na Ciência Oculta como aqueles seres que durante a evolução acordaram ao enxergar o seu próprio reflexo no exterior. Quando eles doaram sua própria essência, essa sua essência era a própria Luz que se irradiou para os quatro cantos do universo.

A luz dos Arcanjos é representada hoje em nós pela nossa inteligência, que se irradia para o meio ambiente e se torna consciente de sua própria existência, para nós mesmos e para o mundo.

Os Arcanjos se tornaram, na evolução, guardiões da inteligência cósmica, com a missão de proteger o amor divino contido na Inteligência que criou e transformou tudo em sabedoria para o bem de todos.

Nesta terceira Noite Santa recebemos através do Portal da Constelação de Capricórnio os impulsos dos Arcanjos para o fortalecimento da nossa personalidade através da expansão da luz e autonomia da nossa inteligência.

Nesta noite anseie pelo bem de todos. Elevando a alma às alturas espirituais e unindo-se ao ser do Cristo, a visão do seu lugar no mundo e do que você precisa realizar se tornará mais clara. Da região de Capricórnio, os Arcanjos, espíritos das cosmovisões, trarão coragem para você alcançar suas metas.






Texto de Rudolf Steiner e Serguei Prokoffief
Pesquisa Edna de Andrade







Fonte do Texto e da Gravura: www.noitessantas.com.br
Via Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/