sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

A MULHER ATLANTE

A Evolução pela qual as mulheres passaram no período Lemuriano, levou ao exercício de um importante papel dado ao sexo feminino na próxima raça raiz, a Atlante. Essa próxima raça apareceu sob a influência de entidades altamente desenvolvidas, familiarizados com as leis da formação de raças e capazes de orientar as forças existentes da natureza humana para  dar à luz uma nova raça. Desses seres falamos mais tarde; para o momento é suficiente dizer que tinham um poder e sabedoria sobre humanos. O que eles fizeram foi deixar de lado um pequeno grupo de seres humanos da humanidade lêmure e os destinaram a se tornar os ancestrais da seguinte raça Atlante. Eles foram isolados nos trópicos. Sob a sua orientação, os membros deste grupo foram instruídos para o controle das forças naturais.

Eles eram muito vigorosos e sabiam como obter os mais diversos tesouros da Terra. Eles podiam cultivar os campos e usar seus frutos para subsistir e adquiriram uma forte Vontade (força de vontade) por meio da disciplina a que haviam sido submetidos. A alma e o coração eram subdesenvolvidos, o que não acontecia com as mulheres que tinham um grande desenvolvimento da memória e fantasia e de tudo o que se relaciona a elas.

Os guias acima mencionados, fizeram que o grupo fosse dividido em grupos menores. Eles fizeram que as mulheres se encarregassem de ordenar e estabelecer essas comunidades. Graças à memória que possuíam, elas tinha adquirido a capacidade de fazer úteis as experiências e aventuras do passado. O que foi útil ontem levou a percepção que seria útil amanhã. Portanto, delas emanaram as iniciativas da vida em comunidade, e também os conceitos de “bem” e “mal”, já que sua vida reflexiva lhes tinham dado uma compreensão da natureza.

Observando a natureza, elas desenvolveram idéias em seu interior com as quais dirigiam as ações dos homens. Os guias tinham organizado tudo para que, através da alma feminina, é enobrecida e refinada a natureza volitiva e força vigorosa do homem. É evidente que temos de imaginar este começo como quase infantil. As palavras de nossa língua podem evocar muito facilmente representações da vida moderna.

Através da alma desperta das mulheres, os guias começaram a desenvolver a vida anímica dos homens. Na colônia que descrevemos, a influência das mulheres era, por conseguinte, enorme.

Tinham que recorrer a elas quando queriam ler os sinais da natureza. Todo o caráter da vida da alma feminina, estava, no entanto, ainda dominado pelas forças anímicas “ocultas” do ser humano. Nós não podemos descrever com precisão esse estado, apenas aproximadamente, como um estado de contemplação sonhadora naquelas mulheres. Em alguns sonhos elevados foram transmitidos os segredos da natureza e recebiam deles o impulso para a ação. Para elas, tudo tinha uma alma e lhe apareciam em poderes e aparições psíquicas. Elas se entregaram à teia misteriosa de forças psíquicas e o que as impelia a agir eram “vozes interiores” do que diziam as plantas, os animais, as pedras, as rochas, as nuvens, o sussurro das árvores etc.

Deste estado de espírito que surgiu o que chamamos de “religião”. Gradualmente começou-se a venerar e adorar o espiritual na natureza e na vida humana. Algumas mulheres conseguiram uma certa supremacia, porque elas podiam interpretar o que estava no mundo, com base em profundidades especiais misteriosas.

O que vivia dentro dessas mulheres poderia tornar-se uma espécie de linguagem natural. Porque o início da linguagem é um elemento semelhante ao cantar. O poder do pensamento foi transformado em som audível e o ritmo interior da natureza soou dos lábios das mulheres “sábias”. As pessoas costumavam se reunir em torno destas mulheres e suas frases, semelhantes a música, manifestavam expressões de poderes superiores. Com essas coisas começou a adoração dos deuses.

Nesse período, não se pode falar sobre o “significado” do que era falado. O que se percebia era som, tom e ritmo, e não se pensava em relacionar coisas a isso; simplesmente se absorvia na alma o poder do que foi ouvido. Todo o processo estava sob a direção dos guias superiores que inspirou as sábias sacerdotisas com tons e ritmos de uma forma que não podemos continuar a explicar aqui. Isto teve um efeito enobrecedor sobre as almas dos homens. Indiscutivelmente, assim, o homem começou a despertar a verdadeira vida anímica.

Com este cenário pode se ver belas cenas da Crônica do Akasha. Imaginemos uma delas: Estamos em uma floresta perto de uma árvore gigante, o sol nascendo no leste. A árvore, semelhante a uma palmeira, se eleva solitária e projeta longas sombras. A sacerdotisa voltada para o oriente, em êxtase, e está sentada em um assento feito de objetos estranhos e plantas. Gradualmente, em sequência rítmica, sons repetidos vêm de seus lábios. Um certo número de homens e mulheres estão sentados em um círculo em torno dela, seus rostos imersos em sonhos, absorvendo a vida interior do que estão ouvindo.

Pode-se ver outras cenas: Em um lugar, disposto da mesma forma, uma sacerdotisa “canta” em uma maneira similar, mas seus tons têm algo mais poderoso, mais potente. Aqueles a sua volta se movem em danças rítmicas. Porque essa era outra maneira pela qual a “alma” penetrou na humanidade. Os misteriosos ritmos da natureza que se podiam ouvir eram imitados pelos movimentos dos membros. Assim sentiam-se conectados com a natureza e os poderes que atuavam na mesma.





Rudolf Steiner






Fonte: Biblioteca Virtual da Antroposofia
http://www.antroposofy.com.br/forum/rudolf-steiner-a-mulher-atlante/
Tradução: Leonardo Maia
Fonte da Gravura:
http://www.antroposofy.com.br/forum/wp-content/uploads/2015/08/mulher-atlante.jpg

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