sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O INDIVÍDUO E A LEI DE CONSEQUÊNCIA


Durante a vida terrestre o ser humano estabelece relações com numerosas pessoas - relações essas, que podem ser harmoniosas ou desarmoniosas. Como a morte não liquida os erros, do mesmo modo que um homem individado não se liberta de suas dívidas pelo fato de mudar-se para outra cidade, a Harmonia Universal exige um ajuste de contas. No caso de dois inimigos, renascerão juntos, talvez na mesma família, como pai, filho ou irmão, para, na convivência e nos laços de sangue chegarem a converter o antigo ódio em amor, conforme o propósito de Deus.

O destino gerado pela Lei de Consequência é complexo, porque o destino de uma pessoa se associa ao de outras pessoas que muitas vezes não podem renascer na mesma época ou o fazem em lugares distantes, tornando impossível o cumprimento do ajuste numa só vida. Doutro lado, pode suceder que seja tanto o destino gerado, que não tenhamos forças para remi-lo numa só vida. Em tal caso, dando Deus o fardo conforme as forças, temos de resgatar as dívidas, por assim dizer, "a prestação". 


Como é óbvio, o bem se inclui também na Lei de Consequência. 

Assim, nossa vida atual é, em parte, resultado das anteriores, ficando uma margem variável, ao livre arbítrio. Quanto mais comprometidos estamos com o passado, tanto menos livre arbítrio, e vice-versa. Nossa vida é como um quadro de luz e sombras, uma mescla de tristezas e alegrias, uma sinfonia ainda cheia de dissonâncias. Se queremos alcançar a felicidade futura, é importante não assumirmos novos e pesados encargos e ao mesmo tempo nos aplicarmos diligentemente a um bem orientado esforço da regeneração. 

Este último ponto é particularmente endereçado às enfermidades de todo gênero. Os Rosacruzes consideram a saúde sob um ângulo muito vasto, mental, emocional e fisicamente, posto que o homem é um ser complexo e deve ser encarado nos diversos aspectos. Há uma mútua influência de um corpo sobre o outro. Deste modo, pela reforma global e harmoniosa dos hábitos, exposta na Filosofia Rosacruz, o indivíduo se torna um auto curador e se habilita a orientar os demais na eliminação das causas de seus sofrimentos.

Todos sabemos disto: os que não estão internamente preparados para enfrentar a vida moderna abreviam suas existências e sofrem os efeitos de seu nervosismo, angústias, preocupações e insatisfações, com as úlceras gástricas, diabete, esclerose, enfartes e outros males comuns de nossos dias.



Fonte: Revista "Rosacruz", Fraternidade Rosacruz de Portugal
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O ENSINAMENTO INICIÁTICO DA MAÇONARIA (simbologia esotérica)

Como sociedade iniciática, a Maçonaria adota, para o ensino de suas doutrinas, um método diferente daquele geralmente usado pelos demais agrupamentos espiritualistas, assim como pela ciência clássica. Este método consiste na interpretação intuitiva dos símbolos oferecidos ao estudo de seus adeptos. É o denominado método iniciático, sistema tradicional, que se tornou o sistema maçônico, que dispensa magistérios, sendo eminentemente autodidático.

Corneloup, ao tratar dos símbolos e de sua interpretação escreveu que “o propósito de um símbolo é o de poder ser entendido de maneiras diferentes, de modo que um símbolo que só admitisse uma única interpretação não seria um verdadeiro símbolo”.

Tal é a opinião geral dos simbolistas. Além da interpretação pessoal que podemos dar a cada símbolo, este pode ter outras interpretações; sendo chamadas chaves, variam de acordo com as organizações que as utilizam.

Mas na verdade tudo é símbolo.

Descobri-los é tornar-se livre, e no entender de Nicola Aslan, é este o Segredo do Maçom, o Segredo Inefável.

Fundado no simbolismo, o ensino maçônico só pode ser autodidático e pessoal para cada Maçom. Será exclusivamente o fruto dos seus estudos e de suas próprias interpretações. As instruções e os conhecimentos adquiridos pela leitura hão de facilitar apenas as interpretações, enriquecendo a mente do estudante e aprimorando o seu intelecto e a sua personalidade.

Desta forma a instrução de um Maçom só pode depender dos elementos que busca e retira de toda a parte, podendo, por isso, ser considerado um eclético por excelência.

Com semelhante sistema de instrução, o Maçom distingue-se dos demais. Pesquisador solitário, não conhece nem lhe é permitido ser como um crente conformado; sabe que a Verdade em que se crê hoje, pode não ser a Verdade de amanhã.

Através da iniciação simbólica, simples imagem e encenação da Iniciação Real, a maçonaria facilita ao Iniciado os meios indispensáveis para fazê-lo entrar na posse de todas as suas faculdades, objetivando a iluminação interior, através da qual poderá alcançar a verdade divina, a Verdade de Deus e da Alma e possivelmente a natureza e a essência tanto de uma como da outra. E é isto que constitui a meta principal do ensinamento maçônico.

O método iniciático consiste, pois, em criar nos discípulos uma iluminação intelectual, essencialmente intuitiva, provocada pelos símbolos, cuja ação polarizadora permite estabelecer, paulatinamente, uma relação adequada entre a figura e a ideia, e também apreender os vários pontos de vista, unificando-os, descobrindo a unidade que os transcende, fazendo-os passar do conhecido ao desconhecido, do visível ao invisível, do finito ao infinito.

Os graus maçônicos são simplesmente os degraus do conhecimento a ser alcançado pelo Iniciado. A razão de ser destes graus é, pois, não somente um ajudar a descobrir a iluminação interior, mas ainda, como consequência natural, em transformar o Maçom em cidadão consciente, disciplinado e cumpridor de seus deveres, pedra polida para ser utilizada na construção do Templo ideal da Humanidade.





Ricardo Brandão Boratto .'. 
Membro do quadro da Loja Thomas Kemphis, Or.'. de Brasília, DF.





Desconheço a fonte do texto.
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PROPRIEDADES E PESSOAS

A vida sobre a Terra nos dá a impressão de que somos donos das coisas e que de fato elas nos pertencem. Essa mesma impressão também se estende às pessoas que fazem parte de nossas existências.


Por hábito costumamos pensar que certas pessoas são nossa propriedade. 

É comum pais pensar isso em relação aos filhos, maridos em relação às suas companheiras, esposas em relação a seus esposos, namorados em relação às namoradas e patrões em relação a seus empregados. 

Mas se lançarmos um olhar bem profundo sobre nós mesmos, abstraindo tudo o que está ao nosso redor, seja lá o que for, vamos perceber que somente sobra o nosso Eu mais profundo e que todo o remanescente não faz parte da nossa essência. Vamos concluir então que nada é da gente mesmo, que ninguém é de ninguém, e nem mandamos no nosso corpo, que de uma hora para outra poderá parar de funcionar. 

Quando descobrirmos essa verdade vamos parar de perder tempo com as coisas e com os outros e vamos começar a buscar aquilo que realmente somos. Vamos buscar o autoconhecimento sabendo que nisso está o princípio da sabedoria. 

Vamos parar de ser tão ansiosos e parar de cobrar dos outros aquilo que sequer possuímos. Vamos parar de interferir na vida das pessoas e deixar de ser tão sequiosos de acumular bens como se a matéria fosse a principal coisa sobre a face do nosso planeta. Vamos desatar as coleiras, as correntes e cortar o cordão umbilical. Podemos e devemos ajudar os nossos semelhantes, mas aprisioná-los ou pensar que o mundo gire ao nosso redor, não. 

Vamos aceitar as pessoas conforme elas são e dar a liberdade que elas merecem, sabendo que quando ajudo o outro a ser ele mesmo, dando-lhe espaço eu contribuo para que ele melhore, pois é capaz de desabrochar para si mesmo e para o Universo, fazendo que no fim das contas eu seja beneficiado. 

Ou ainda pensamos que ao deixarmos o corpo físico pela morte vamos levar tudo e todos conosco? Não, vamos levar apenas nós mesmos, o que somos e não o que pensamos ter. Vamos levar o SER e não o ter.




Joaquim Ladislau Pires Junior




Desconheço a fonte.
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CONTINUIDADE E PERSEVERANÇA


A condição para o verdadeiro sucesso não está no esforço violento e espetacular de um instante, mas na repetição quotidiana de pequenos esforços. A água que cai gota a gota sobre a pedra acaba por fazer nela um buraco, apesar de a gota de água ser tão mole e a pedra tão dura!
 

Não deixeis passar um só dia sem fazer esforços, pois o segredo do sucesso está na continuidade, na perseverança. Se parais, correis o risco de perder tudo o que adquiristes, pois a matéria tem um grande poder de resistência e tem sempre tendência para voltar à sua inércia primitiva. Deveis trabalhar incessantemente para a elevar, para a reter no nível a que vós mesmos desejais elevar-vos para nele fazerdes a vossa morada.


Omraam Mikhaël Aïvanhov 




Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

O QUÊ? EU? PREOCUPADO?


Pesquisas mostram que 78% da população passa até oito horas por dia lidando com medos e preocupações!

Elas também apontam que 40% das coisas com que nos preocupamos nunca acontecerão; 30% são pensamentos e distorções de situações que já aconteceram e que não podemos mudar; 12% se tratam de assuntos que não são de nossa conta, ou seja, dos outros; e 10% do que considera-se como doenças imaginárias. 

Faça as contas: 92% de nossas preocupações são completamente reativas! Isso deixa uma porcentagem de 8% para medos e preocupações que são realmente justificáveis. 

Lembre-se dessas informações quando perceber que sua pressão está subindo, quando o medo e a ansiedade começarem a te invadir ou quando se pegar preocupado. 

A probabilidade é de que você esteja se estressando com uma situação que nunca vai acontecer, que se origina do seu passado, que é completamente imaginária ou que você simplesmente não tem controle.

Se aquilo com o que se preocupar não for relevante daqui cinco anos, é provável que também não seja agora.




Rav Yehuda Berg





Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

NOS MOMENTOS GRAVES


Use calma. A vida pode ser um bom estado de luta, mas o estado de guerra nunca será uma vida boa.

Não delibere apressadamente. As circunstâncias, filhas dos Desígnios Superiores, modificam-nos a experiência, de minuto a minuto.

Evite lágrimas inoportunas. O pranto pode complicar os enigmas ao invés de resolvê-los.

Se você errou desastradamente, não se precipite no desespero. O reerguimento é a melhor medida para aquele que cai.

Tenha paciência. Se você não chega a dominar-se, debalde buscará o entendimento de quem não o compreende ainda.

Se a questão é excessivamente complexa, espere mais um dia ou mais uma semana, a fim de solucioná-la. O tempo não passa em vão.

A pretexto de defender alguém, não penetre o círculo barulhento. Há pessoas que fazem muito ruído por simples questão de gosto.

Seja comedido nas resoluções e atitudes. Nos instantes graves, nossa realidade espiritual é mais visível.

Em qualquer apreciação, alusiva a segundas e terceiras pessoas, tenha cuidado. Em outras ocasiões, outras pessoas serão chamadas a fim de se referirem a você.

Em hora alguma proclame seus méritos individuais, porque qualquer qualidade excelente é muito problemática no quadro de nossas aquisições. Lembre-se de que a virtude não é uma voz que fala, e, sim, um poder que irradia.



Francisco Cândido Xavier / André Luiz






Fonte: do livro "Agenda Cristã"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A MENTE


Todos nós temos coisas que, para nós, não têm preço. Você já parou para pensar qual é a coisa mais preciosa que possui neste mundo? Qual é a única coisa que você possui que, se lhe fosse tomada, você nunca seria o mesmo de novo? Pense sobre isso. Pare um minuto, feche seus olhos.

Você poderia responder que o relacionamento especial que tem com alguém é a coisa mais preciosa do mundo. Ou poderia responder que sua saúde, assim como a saúde daqueles que estão à sua volta, é o que há de mais precioso. Talvez você tenha uma resposta diferente. Entretanto, quando você leva essa pergunta cuidadosamente em consideração, será que não existe algo que está acima de tudo isso? 

Eu diria que nossa consciência primordial pode ser considerada nossa dádiva mais inestimável. Nós geralmente nem paramos para pensar nisso. Mas como poderíamos estabelecer um relacionamento se nossas mentes não funcionassem? Qual seria o valor de nossa excelente saúde física se não pudéssemos apreciar as melhores coisas que a vida nos oferece? Em resumo, qual seria o valor de qualquer coisa se não estivéssemos completamente cientes de sua existência? Na verdade, a única razão pela qual algo nos é precioso é porque estamos cientes de seu valor. 

Alguns tradicionais ensinamentos espirituais parecem insinuar que a mente é nossa inimiga. Nossos pensamentos nos mantêm perdidos em uma ilusão de dualidade. Se nós pararmos a mente, poderemos atingir o mais alto nível de iluminação. Esta idéia pode ser enganosa. É verdade que a vasta maioria de nossos processos mentais não nos leva a lugar algum. Mas a mente adiciona uma dimensão à nossa consciência natural que nos diferencia da vida animal. 

Devemos tomar as rédeas da mente e, ao mesmo tempo, devemos entender que a mente não é nossa inimiga. Ela é tudo de que dispomos e nos permite dar valor a tudo que consideramos precioso nesta vida. Sem a consciência primordial humana, nunca poderíamos vivenciar nossos próprios processos e, o que é mais importante, a conexão com o Divino não seria possível.





Rav David A. Cooper






Fonte: do livro “A Cabala e a prática do Misticismo Judaico”
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

ENCONTRO COM O MESTRE ESPIRITUAL

A razão pela qual as qualidades de um mestre são descritas em tantos detalhes nas escrituras é porque devemos estar cientes do que procurar quando buscamos um Guru que seja capaz de abrir dentro de nós o caminho budista. Receber ensinamentos de um professor desqualificado pode ser desastroso. As escrituras tântricas nos ensinam que uma pessoa não é imprudente por examinar um Guru por mais de doze anos antes de aceitá-lo como seu professor. A escolha do mestre é uma importante escolha e deve ser feita criteriosamente.

O Guru não somente desempenha o trabalho dos Budas e, portanto, a eles se iguala em sua atividade, mas os ultrapassa em termos de sua benevolência. De todos os Budas do passado que se manifestaram na qualidade de mestres universais, é nos dito que o Buda Shakyamuni deles foi o mais benevolente para nós, pois foram seus ensinamentos que nos colocaram em contato… muito embora o Buda Shakyamuni seja o mais benevolente dos Budas do passado, mesmo assim não somos capazes de receber ensinamentos diretamente dele ou presenciar sua inspiradora presença. 


Mesmo que todos os Budas e mestres da linhagem do passado se manifestassem para nós neste exato momento, nós não teríamos a capacidade de reconhecê-los como seres iluminados. E em razão de não termos com eles conexões cármicas suficientemente fortes, eles seriam insuficientes em poder nos afetar (ajudar). O Guru realiza a grande benevolência de vir até nós como uma pessoa comum que podemos perceber e com a qual podemos nos relacionar e assim executar o trabalho dos Budas em nossas vidas. O fato de ignorantes como nós sermos levados para dentro do seio da família dos seres espirituais pode somente ocorrer para nós com a ajuda do Guru. Assim, se não respeitarmos nosso mestre e não ouvirmos com cautela e atenção a seus ensinamentos, que esperança podemos ter? Devemos meditar sobre a insuperável bondade do Guru e deixar nascer uma profunda apreciação por ele. 

A razão pela qual estamos vagando ininterruptamente pela existência cíclica desde tempos imemoriais é porque nós não encontramos ainda um mestre espiritual no passado; ou mesmo que o tenhamos encontrado, nós não cultivamos com ele ou ela uma efetiva relação [mestre-aluno]. Devemos estar determinados de tomar para nós a oportunidade ímpar de nossa atual condição humana e cultivar a prática espiritual sob a orientação de um mestre.





Dalai Lama






Fonte: do livro “The Path to Enlightenment”
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

UMA MONTANHA NO CAMINHO


Quando guardamos emoções, em geral mágoas, geramos um bloqueio da energia.

Existem vários símbolos relacionados à montanha e um deles é o bloqueio. Quando você trilha um caminho e, de repente, se depara com uma montanha, muitas vezes isso representa um impedimento para seguir em frente, daí a analogia.

Assim também no corpo humano podem surgir acúmulos, que representam o impedimento ao fluxo natural e contínuo da circulação energética e sanguínea. Existe uma graduação dos bloqueios, do mais sutil ao mais denso e mais grave. Desde um acúmulo energético ou da circulação de gases e ar, até uma consolidação maior formando nódulos de fluidos ou de sangue. Esse acúmulo de matéria poderia representar uma analogia mais precisa com o bloqueio da montanha.

As causas da estagnação podem ser as mais diversas, como emoções, climas, traumas físicos etc. Diferentes emoções podem dispersar, descender ou enfraquecer a energia. Quando guardamos emoções, em geral mágoas, geramos um bloqueio da energia. Podemos ficar, por exemplo, com um “nó na garganta”, ou então, com um “aperto no peito”. Uma boa risada garantirá um fluxo renovado da energia e os bloqueios suaves vão embora. É lógico que podemos bloquear de novo, e uma reação clássica são os suspiros, tentativas do organismo de mover essa “emoção presa” através do sopro da respiração.

Como em todo desequilíbrio, a gravidade vai depender da intensidade e prolongamento do bloqueio. A estagnação de sangue é mais densa se comparada à energética, e considerada um bloqueio mais grave, que pode ser causa de outros desequilíbrios. Podemos citar os traumas físicos formando hematomas ou diferentes outras causas, gerando dificuldade circulatória, coagulação sanguínea interna e nódulos, como pequenas ou grandes montanhas internas.

Existem várias formas pelas quais um bloqueio pode apresentar sintomas. O mais comum, é o desconforto da dor, que pode variar do mais sutil ao mais denso, de um desconforto passageiro até uma dor fixa, lancinante. Esta última significa um bloqueio de sangue. Existem várias formas de tratar estagnações pela medicina tradicional chinesa: exercícios respiratórios associados a movimentos, massagem e acupuntura possuem técnicas de condução de energia que, por sua vez, facilitam a circulação sanguínea. O tratamento com alimentos ou ervas específicas promove a circulação energética ou sanguínea.

As ervas e alimentos nos fazem lembrar mais uma vez da imagem da montanha como descrita na China, com eremitas que se dedicam à evolução do espírito e da vida, vivendo de modo simples e mantendo a saúde através da ingestão de ervas colhidas ali mesmo na sua casa, a montanha.

Haverá sempre um método adequado para cada momento e situação, até mesmo para prevenir qualquer futuro bloqueio. Afinal todos nós respiramos o tempo todo, nos alimentamos e nos movimentamos todos os dias, e podemos, através de hábitos saudáveis dos antigos sábios da medicina chinesa, nos manter sem bloqueios. Estaremos aptos, então, para viver o melhor do simbolismo da montanha: a quietude, a consistência e a estabilidade. Manter a quietude da consciência, o vigor físico e a estabilidade na vida.







Dra. Andrea de Moraes (Medicina Tradicional Chinesa)







Fonte: Jornal Tao do Taoísmo, nº 17
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

TENTE ALGO NOVO


Sempre podemos fazer com que o dia de hoje seja ótimo se simplesmente nos libertarmos de nossa BOLHA HABITUAL. 

O que você pode fazer hoje que diferenciaria esse dia dos outros? 


Inscrever-se em aulas de yoga?

Falar com alguém na rua?

Fazer um caminho diferente para ir trabalhar?


Chamar o novo funcionário do seu escritório para almoçar?

Não existe fim para as novas rotas que você pode construir para si hoje na estrada da vida.







Rav Yehuda Berg








Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

DESEJOS

Desejo é realização antecipada.


Querendo, mentalizamos; mentalizando, agimos; agindo, atraímos; e atraindo, realizamos.



Como você pensa, você crê, e como você crê, será.



Cada um tem hoje o que desejou ontem e terá amanhã o que deseja hoje.



Campo de desejo, no terreno do espírito, é semelhante ao campo de cultura na gleba do mundo, na qual cada lavrador é livre na sementeira e responsável na colheita.



O tempo que o malfeitor gastou para agir em oposição à Lei, é igual ao tempo que o santo despendeu para trabalhar sublimando a vida.



Todo desejo, na essência, é uma entidade tomando a forma correspondente.



A vida é sempre o resultado de nossa própria escolha.



O pensamento é vivo e depois de agir sobre o objeto a que se endereça, reage sobre a criatura que o emitiu, tanto em relação ao bem quanto ao mal.

A sentença de Jesus: "procura e achará" equivale a dizer: "encontrarás o que desejas".






Francisco Cândido Xavier / André Luiz







Fonte: do livro "Sinal Verde"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A CORDA DE 81 NÓS


O Dicionário de Termos Maçônicos nos diz que "Corda de Oitenta e Um Nós" é a corda que circunda a Loja, que simboliza a União e a Fraternidade que deve existir entre todos os maçons da face da Terra.

A Corda de 81 Nós é um dos ornamentos do templo maçônico, em alguns ritos, e é encontrada no alto das paredes, junto ao teto e acima das colunas zodiacais (no caso do REAA).

Sua origem mais remota parece estar nos antigos canteiros - trabalhadores em cantaria, ou seja, no esquadrejamento da pedra informe - medievais, que cercavam o seu local de trabalho com estacas, às quais eram presos anéis de ferro, que, por sua vez, ligavam-se, uns aos outros, através de elos, havendo uma abertura apenas na entrada do local. 

O nó central dessa corda deve estar acima do Trono (cadeira do V.:M.:) e acima do dossel, se ele for baixo, ou abaixo dele e acima do Delta, se o dossel for alto, tendo, de cada lado, quarenta nós, que se estendem pelo Norte e pelo Sul; os extremos da corda terminam, em ambos os lados da porta ocidental de entrada, em duas borlas, representando a Justiça (ou Equidade) e a Prudência (ou Moderação).



Fig.1


Embora existam cordas esculpidas nas paredes, em alto relevo, o ideal é que ela seja natural - de sisal - com os nós equidistantes em número de oitenta e um mesmo, coisa que nem sempre acontece, na maioria dos templos, tirando o simbolismo intrínseco da corda. E ela deve ter 81 nós, por três razões:

1. O número 81 é o quadrado de 9, que, por sua vez, é o quadrado de 3, número perfeito e de alto valor místico para todas as antigas civilizações: três eram os filhos de Noé (Gênese, 6-10), três os varões que apareceram a Abraão (Gênese, 18-2), três os dias de jejum dos judeus desterrados (Esther, 4-6), três as negações de Pedro (Matheus, 26-34), três as virtudes teologais (I Coríntios, 13-13). Além disso, as tríades divinas sempre existiram em todas as religiões: Shamash, Sin e Ishtar, dos sumerianos; Osíris, Ísis e Hórus, dos antigos egípcios; Brahma, Vishnu e Siva, dos hindus; Yang, Ying e Tao, do taoismo etc., além da Trindade cristã.

2. O número 40 (quarenta nós de cada lado, abstraindo-se o nó central) é o número simbólico da penitência e da expectativa: quarenta foram os dias que durou o dilúvio (Gênese, 7-4), quarenta dias passou Moisés no monte Horeb, no Sinai (Êxodo, 34-28), quarenta dias durou o jejum de Jesus (Matheus, 4-2), quarenta dias Jesus esteve na Terra, depois da ressurreição (Atos dos Apóstolos, 1-3).



Fig.2


3. O nó central representa o número um, a unidade indivisível, o símbolo de Deus, princípio e fundamento do Universo; o número um, desta maneira, é considerado um número sagrado. Embora alguns exegetas afirmem que a abertura da corda, em torno da porta de entrada do templo, com a formação das borlas, simboliza o fato de estar, a Maçonaria, sempre aberta para acolher novos membros, novos candidatos que desejem receber a Luz maçônica, a interpretação, segundo a maioria dos pesquisadores, é que essa abertura significa que a Ordem maçônica é dinâmica e progressista, estando, portanto, sempre aberta às novas ideias, que possam contribuir para a evolução do Homem e para o progresso racional da humanidade, já que não pode ser maçom aquele que rejeita as ideias novas, em benefício de um conservadorismo rançoso, muitas vezes dogmático e, por isso mesmo, altamente deletério.

Observamos ainda que o simbolismo e a utilização física da Corda é bem mais antigo. O escritor maçônico Irm.'. C.W. Leadbeater nos diz que na antiga Maçonaria, no começo do século dezoito, se marcava no solo, com giz, os símbolos da Ordem, e este diagrama era circundado por uma corda pesada, ornamentada de borlas, e até hoje os franceses a descrevem como sendo "uma corda com lindos nós, que rodeia o painel".

Esotericamente, a Corda de 81 Nós simboliza a união fraternal e espiritual, que deve existir entre todos os maçons do mundo; representa, também, a comunhão de ideias e de objetivos da Maçonaria, os quais, evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta, simbologia que todo maçom deve ter em sua mente em toda circunstância de sua vida.




BIBLIOGRAFIA

- "O Rito Escocês Antigo e Aceito - História, Doutrina e Prática", José Castellani

- "A Vida Oculta na Maçonaria", Charles Webster Leadbeater







Fonte do texto e Fig.1: http://filhosdehiran.blogspot.com.br/2010/10/corda-de-81-nos.html
Fonte da Fig.2: http://www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=3158469
Fonte da Imagem no topo: Acervo de autoria pessoal

SIMPLICIDADE


A simplicidade é viver sem ideais. Os ideais criam complexidade, criam divisões em você e, portanto, geram complexidade. 

A partir do momento em que fica interessado em ser outra pessoa, você se torna complexo. Simplicidade significa estar contente com aquilo que você é.

O futuro traz complexidade. Quando está completamente no presente, você se torna simples.

Simplicidade não significa uma vida de pobreza. Isso é completamente absurdo porque a pessoa que impõe uma vida de pobreza a si mesma não é simples. É hipócrita. Essa necessidade significa que, lá no fundo, ela deseja exatamente o oposto.

Do contrário, por que seria necessário impor algo? Você só impõe determinado caráter sobre si mesmo se for o oposto disso...

A simplicidade significa ser apenas aquilo que você é, em absoluta aceitação, sem objetivos, sem ideais. Todos os ideais são besteiras inúteis, livre-se de todos eles.

É preciso coragem para ser simples. É preciso coragem porque você nunca estará ajustado àquilo que chamam de "sociedade" e que existe ao seu redor. Você sempre será um estrangeiro. 

Mas será simples, e a simplicidade possui uma beleza. Você estará completamente em harmonia consigo mesmo. Não haverá conflitos dentro de você, não haverá divisões dentro de você. 

Um ideal traz as divisões. Quanto maior o ideal, maiores são as divisões...

A simplicidade não é um ideal, você não pode se impor a simplicidade. É por isso que nunca digo que pessoas como Mahatma Gandhi são simples. Eles não são, não podem ser. 

Simplicidade é o ideal dessas pessoas, elas estão tentando atingi-lo. A simplicidade é um objetivo muito distante no futuro, e elas estão lutando, estão se esforçando, fazendo um grande esforço. 

Como é possível criar simplicidade a partir de um esforço? Tentam melhorar a existência com seu esforço. A existência é perfeita como ela é, não precisa ser melhorada. A simplicidade significa tão-somente aquilo que é.




OSHO, em "Osho de A a Z: Um Dicionário Espiritual do Aqui e Agora"






Fonte: www.palavrasdeosho.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SEMENTES


Se puserdes na terra um caroço ou uma semente de limão, de maçã ou de melão, vós não lhes dizeis: «Ouve bem: o teu programa é tornares-te um limoeiro, uma macieira ou um meloeiro.» O caroço ou a semente já têm um programa inscrito neles, basta plantá-los para que esse programa se realize e eles se tornem o que a natureza espera deles. Eles agarram-se à terra e, dia após dia, vão-se desenvolvendo. Quando uma fase está terminada, eles passam à seguinte, não se questionam sobre o que têm a fazer daí a um ano ou cem anos.
 

Por que é que eu estou a falar-vos de árvores? Porque o ser humano também é uma semente que tem o seu programa inscrito nele pela Inteligência Cósmica. Ele ainda não é capaz de o conhecer porque não para de elaborar por ele próprio programas que só obscurecem a sua vista e o fazem desviar-se do seu caminho. Ele deve manter-se interiormente livre, disponível, para descobrir o esquema inscrito profundamente na sua alma.





Omraam Mikhaël Aïvanhov 






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A SENDA DO DISCIPULADO


... As regras do ocultismo só têm significado para o discípulo, para aqueles que adquirem conhecimento no sentido verdadeiro e místico; que elas têm qualquer utilidade e interesse apenas para os que são discípulos.

A essência desta afirmação é que até que o estudante se tenha preparado totalmente durante o período de disciplina como neófito, estas regras não lhe transmitirão sua pretendida importância. Ele as lerá como um fato científico, e não como aforismos luminosos que sintetizam um conjunto de experiência espiritual íntima. Tantos são os estudantes que lêem nesse primeiro sentido - como fato científico - e pedem a outros que lhes dêem algo que só pode ser vivido.

Ninguém lhes pode dar o poder de ler no sentido oculto. Somente a profundidade e a intensidade do viver concedem isto. O neófito que se esquiva das palavras profundamente significativas, profundidade e intensidade, melhor fará em afastar-se por algum tempo.

A Senda do discipulado o conduzirá para águas profundas. O medo tem detido muitos homens ao primeiro vislumbre dessas águas. Isto talvez seja bom. Não é fácil transpô-las sozinho. É sensato experimentar a própria coragem o bastante antes de sair do terreno que se conhece bem. Uma vez além das fronteiras, não há como voltar. Ao transpô-las, ele perderá o domínio de muitas coisas que mantivera firme em suas mãos durante a vida. A questão, para ele, agora, é se pode confiar que a alma encontrará um novo caminho que o conduzirá para algo infinitamente mais duradouro para substituir o que ele perderá ...





Raymund Andrea, FRC






Fonte: do livro "A Técnica do Discípulo", biblioteca R+C, nº XVI, Ed. Renes Ltda., RJ.
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

terça-feira, 2 de outubro de 2012

SEMEADURA

"Mas, tendo sido semeado, cresce." - Jesus. (MARCOS, capítulo 4, versículo 32.)

É razoável que todos os homens procurem compreender a substância dos atos que praticam nas atividades diárias. Ainda que estejam obedecendo a certos regulamentos do mundo, que os compelem a determinadas atitudes, é imprescindível examinar a qualidade de sua contribuição pessoal no mecanismo das circunstâncias, porquanto é da lei de Deus que toda semeadura se desenvolva.

O bem semeia a vida, o mal semeia a morte. O primeiro é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade, o segundo é a estagnação.

Muitos Espíritos, de corpo em corpo, permanecem na Terra com as mesmas recapitulações durante milênios. A semeadura prejudicial condicionou-os à chamada "morte no pecado".

Atravessam os dias, resgatando débitos escabrosos e caindo de novo pela renovação da sementeira indesejável. A existência deles constitui largo círculo vicioso, porque o mal os enraiza ao solo ardente e árido das paixões ingratas.

Somente o bem pode conferir o galardão da liberdade suprema, representando a chave única suscetível de abrir as portas sagradas do Infinito à alma ansiosa.

Haja, pois, suficiente cuidado em nós, cada dia, porquanto o bem ou o mal, tendo sido semeados, crescerão junto de nós, de conformidade com as leis que regem a vida.



Francisco Cândido Xavier / Emmanuel





Fonte: do livro "Caminho, Verdade e Vida"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CRISTIANISMO ESOTÉRICO

Uma das maneiras de se compreender o Cristianismo Esotérico baseia-se na percepção que a humanidade vem tendo do Cristo ao longo dos séculos. Há três formas do Cristo ser percebido pelo homem:

- O Cristo Histórico — que segue o fio da história dos acontecimentos físicos da vida do Mestre;

- O Cristo Mítico — que segue o fio legendário;

- O Cristo Místico — que segue o caminho mais interno.

As três formas contribuem para a compreensão da figura grandiosa do Salvador, mas a terceira, isto é, o Cristo Místico é a mais ligada ao Cristianismo Esotérico e diz muito sobre a evolução de cada um de nós.

O CRISTO HISTÓRICO

É a vida de Jesus na Terra, a sua vida na carne.

É o Jesus Curador e Instrutor que nasceu de uma família pobre; foi instruído nas escrituras hebraicas; revelou extraordinária inteligência ante os doutores da Lei, em Jerusalém; pelo seu fervor religioso foi enviado para ser educado na comunidade essênia; teve contato com sábios da Pérsia e das Índias; esteve no Egito onde leu, na Biblioteca de Alexandria, obras da Escola Transhimalaia.

Viveu durante 29 anos uma existência mortal, crescendo em graça, pureza e fervor religioso excepcionais, tornando-se um discípulo digno de servir de templo a uma Presença Grandiosa que daria um novo impulso evolutivo à humanidade; foi o Instrutor Supremo, cheio de graça e verdade (Cartas de João I, 14), o Verbo feito carne e uma fonte de vida.

A partir do Batismo, quando sobre ele desceu o raio do espírito sob a forma de uma pomba branca, inicia sua vida messiânica, ensinando as multidões por parábolas, e, pela força do espírito puro curava pela palavra e pelo contato magnético de seu corpo cheio de energia divina.

O Cristo histórico é, portanto, um Ser glorioso pertencente à Hierarquia Espiritual que dirige a evolução da humanidade. Foi morto por blasfêmia, por ter ensinado que a divindade habitava nele como em todos os seres humanos.

O CRISTO MÍTICO

Em torno da gloriosa figura de Jesus estão os mitos que o ligam a seus predecessores; estes mitos ensinam, em forma alegórica, a trajetória de seres semelhantes a Jesus, pois simbolizam a ação do Logos no Universo e a evolução superior da alma humana.

Alice Bailey define mito como uma crença sintetizada e um conhecimento do passado, transmitido com o fim de guiar-nos e estabelecer os fundamentos de uma revelação mais nova, formando os degraus que conduzem à verdade seguinte. Os mitos nos trazem, portanto, a continuidade da revelação.

Neste sentido, o cristianismo tem inúmeros pontos de contato com religiões mais antigas e as festividades comemorativas de acontecimentos da vida de Jesus recordam outros instrutores.

O mito pode ser visto como uma alegoria que traduz verdades internas. O Cristo Mítico é o Cristo dos mitos ou lendas solares que deram ao mundo verdades profundas demonstrando que “O que está em cima é como o que está embaixo”.

O Mito Solar é uma narração onde aparece, em primeiro lugar, a atividade do Logos ou Verbo no Cosmos e, a seguir, os fatos da vida de um Ser que é a encarnação do Logos. O Ensinamento nos diz que no princípio era o Verbo, a palavra criadora, e que nosso Sistema Solar foi edificado, segundo princípios admiráveis, e certos seres personificam esses princípios, ensinando-nos pelas suas ações as Leis do universo e do homem.

O herói do mito é geralmente um Deus ou semideus que tem sua carreira guiada pelo curso do Sol que é a representação do Logos. O herói nasce no solstício do inverno, à meia-noite do dia 24 de dezembro — a noite mais longa do ano, quando o signo de Virgem se eleva no firmamento — e morre no equinócio da primavera — quando os dias são mais longos e as noites mais curtas.

Estas datas são um símbolo — o Salvador vem na maior noite do ano quando a humanidade está envolta nas trevas, nas crises e dificuldades como naquela época estava o povo hebreu e atualmente a humanidade o que nos leva a invocar o Cristo na certeza que Ele virá. O Salvador sempre traz a luz nas épocas de treva “Sempre que houver um debilitamento da lei, Eu volto a nascer, idade após idade”.

O Salvador faz a sua passagem para o Mundo Divino no equinócio da primavera, estando o signo de Áries, o Cordeiro, ligado à crucificação. O Mestre Jesus foi crucificado na ocasião da Quaresma que é seguida da Páscoa quando os dias são mais longos, estando a Terra mais iluminada não só fisicamente, mas também espiritualmente graças ao jorro de luz enviado pelo Cristo na ascensão.

Os livros esotéricos dão uma infinidade de coincidências de acontecimentos da vida de Jesus e de outros seres iluminados, como por exemplo: O nascimento de Jesus apresenta fatos análogos ao de Mitras e de Horus; a Isis egípcia tem semelhança com Maria, de Belém, sendo ambas conhecidas como Nossa Senhora Imaculada, a Mãe de Deus e, em certos desenhos antigos, a Virgem do Zodíaco era representada por uma mulher amamentando uma criança, tipo característico de todas as Madonas.

Os mitos solares se repetem através das idades com nomes diferentes, mas sempre simbolizando o ser divino. No caso da vida de Jesus, as narrações se referem em termos profundos, ao Cristo Universal — o homem simbolizando o Ser Divino (a cruz dentro do círculo). Jesus era o Filho do Homem e o Cristo do Mito Solar era o Filho de Deus, o Cristo dos Mistérios e, no Cristo mítico encontra-se o segredo do Cristo místico.

O CRISTO MÍSTICO

Este é o sentido mais profundo da história do Cristo e diz respeito a como o homem realiza em si mesmo o mistério do Cristo Mítico. O Logos (o organizador) desce ao seio da matéria e por isso o seu símbolo é o Deus-Sol. O Sol físico é o seu corpo e Deus é muitas vezes chamado o que habita o Sol. As filosofias e religiões derivam-se do culto ao Sol e das idéias deste culto sobre a vida, o amor e a existência. Todas se organizam no culto à força sustentadora do universo, entretanto, além de cultuá–La, cabe ao homem desenvolver esta força dentro de si mesmo para que a conheça e possa fazer uso dela.

Assim como no universo ou macrocosmo, o Cristo dos Mistérios representa o Logos, ou a 2ª pessoa da Trindade, no homem, Ele representa o segundo aspecto do Espírito Divino, chamado o “Cristo”, o ungido, o consagrado, o Salvador.

O Cristo Místico é, portanto duplo: o Logos que desce à matéria e lhe dá forma pela Palavra ou Verbo: “No princípio era o Verbo... Todas as coisas foram feitas por Ele e nada foi feito sem Ele”. Temos também o Amor ou o 2º aspecto do Espírito Divino evoluindo no homem. O primeiro representa os processos cósmicos, o outro o processo que se passa no indivíduo, sendo a última fase de sua evolução e, ao ultrapassá-la, o ser humano torna-se um Mestre de Sabedoria.

Este ato é a Cristificação ou Cristianização que os dicionários dizem ser o efeito de cristianizar ou cristianizar-se — prefiro este último, o verbo com a partícula reflexiva “se” indicativa de algo que não pode ser imposto. Cada qual realiza a própria Cristificação desenvolvendo sua vontade e trabalhando em espírito. Gradualmente o homem aprende a conhecer a mente e sabe que esta gera poder e tem força criadora. Aprende que ele é o mecânico que tem o dínamo (a mente) a seu cargo. Concentra sua mente na construção do templo da alma e a edifica dia após dia, pensamento após pensamento. Este templo é criado com os pensamentos puros, e os pensamentos são criadores do caráter e modificam nossa conduta pessoal.

Com a prática de pensar e viver corretamente, o estudante vai se ajustando ao ponto de vista espiritual. A prática aumenta o conhecimento de como obter o fluxo de vida, luz e poder que lhe vem do Alto, ganhando poder espiritual; usa esse saber na vida do dia-a-dia e aprende que é um ser divino como os demais companheiros de jornada e, portanto, portador dos poderes do Pai. Morya diz “A recepção de um pensamento vindo do Infinito é uma afirmação do homem como um Ser espiritualizado, um mensageiro, um guardião da luz. Eu afirmo que o pensamento flui do Infinito de forma compreensível”.

Nossas práticas de meditação dizem que devemos manter a mente aberta às impressões vindas do Mundo Superior e, uma vez recebidas devemos deixá-las impressionar a substância mental inferior e formular pensamentos-forma práticos que serão usados no mundo e na nossa vida. Isso é uma forma de Serviço advinda do Cristianismo Esotérico. Em Morya lemos “O pensamento circulando no amplificador do Infinito, purifica-se e assim exaltado retorna aos mundos manifestados e pode ser observado pela sensibilidade humana: às vezes como uma teia de aranha sobre a face, às vezes sente-se um toque ou um chamado inaudível a outros. São inúmeras as formas de percepção. O homem deve habituar-se aos novos níveis de consciência e de percepção que o conduzem a mais vastos campos de serviço”.

O apóstolo João começa seu evangelho falando sobre o Verbo (ou a Palavra) e o Dr. Clymer em seu livro Cristificação diz que “o Verbo é um fogo do céu. Vem do Pai. É Vida. É luz que ilumina a todo homem que vem ao mundo-carne-corpo. Se não aceita essa luz ele fracassa no mundo espiritual e no físico. O verdadeiro êxito depende sempre destes dois planos e a verdadeira religião pertence aos dois planos, cabendo ao homem realizar a Vontade de Deus aqui na Terra”.

Alice Bailey afirma que o homem, o ser auto-consciente, difere dos demais reinos da natureza por poder avançar na onda da vida de Deus em plena consciência. Lança uma ponte entre o reino em que se encontra e o novo horizonte, pela construção do anthakarana. Os seres humanos são cidadãos de ambos os reinos — o humano e o espiritual — e o Cristo demonstrou essa dupla cidadania pois era o Filho do Homem e o Filho de Deus. Que benefícios tem um homem com dupla cidadania: por exemplo, brasileira e portuguesa? Ele goza de todos os direitos de transitar e viver nos dois países, sem restrição alguma. O mesmo ocorre quando aprendemos a gozar nossa cidadania divina: Agimos com a mesma desenvoltura no mundo material e no espiritual.

Agora é um tempo de crise em que todos os seres humanos são necessários. Cabe ao estudante dar um impulso mental na direção da clareza de pensamento que o transformará de aspirante bem intencionado em discípulo de clara visão, animado por um espírito de amor e boa vontade para com todos os homens, sem restrições de raça, credo ou cor.

Atualmente muito se fala sobre o Reaparecimento do Cristo e isto depende da Cristificação quando se emprega a Vontade para o desenvolvimento do Amor expressando-se nas virtudes cristãs ou qualidades ardentes que juntamente com a Inteligência Ativa ou Adaptabilidade permitem ao homem permanecer no Centro da Tríade Espiritual.

Nossa concentração nestes três aspectos divinos — Vontade, Amor e Adaptabilidade — permite a iluminação da alma e a regeneração do corpo. O estudante sabe que o verdadeiro desenvolvimento é triplo: Os corpos e a mente se alinham e obedecem ao comando da alma.

Lembremos sempre que a verdadeira regeneração da vida é o resultado do desenvolvimento espiritual, por isso o Mestre ensinou: “Busca primeiro o reino de Deus e sua justiça e tudo o mais lhe será dado por acréscimo”.

Esse trabalho de construção do indivíduo é o Cristianismo Esotérico.



Prof. Tânia Gonçalves de Araújo




Fonte: http://www.encontroespiritual.org/bartigos/bartigos_esoterico.html
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal



BIBLIOGRAFIA:
Cristificacion – Dr. Clymer
Cristianismo Esotérico – Anne Besant
De Belém ao Calvário – Alice A. Bailey
AUM – Helena Roerich (§ 14 e 17)

SWAMI VIVEKANANDA


A tendencia natural da mente de Vivekanada, assim como a de seu mestre, Ramakrishna, foi de elevar-se acima do mundo e esquecer de si mesmo em contemplação do Absoluto. Mas outra parte de seu ser sangra, com a igual visão do sofrimento humano no Oriente e no Ocidente. Esta característica de sua mente, raramente encontra um ponto de descanso, em sua oscilação entre contemplação de Deus e serviço ao homem. Ele escolheu ser desta forma, em obediência a uma alto chamado, servir ao homem é a sua missão na terra.

No curso de uma pequena vida de trinta e nove anos (1863-1902), na qual apenas dez foram devotados a atividade publica e nestes, dois, em agudo sofrimento físico(diabetes), ele deixou para a posteridade seus quatro clássicos: Jnana-Yoga, Bakti-Yoga, Karma-Yoga, e Raja-Yoga, todos os quais são tratados excepcionais de filosofia Indu. É importante ressaltar que Yoga significa reunir, no sentido de reintegrar o homem a Deus, ou para os Indus Brama. Assim Vivekananda nos especifica, dentre os diversos caminhos para esta reintegração a Divindade, quatro fundamentais; o do estudo, Jnana, o da devoção, Bakti, o da ação, Karma, e o da meditação, Raja.

Adicionalmente a estes ensinamentos, ele proferiu inúmeras palestras, escreveu cartas inspiradas a seus muitos amigos e discípulos, compôs numerosos poemas, e atuou como guia espiritual para muitos buscadores, que vieram a ele afim de obter instrução. Ele também organizou a Ordem Ramakrishna de monges, a qual é a mais excepcional organização religiosa da Índia Moderna. Ela é devotada a propagação da cultura espiritual Indu, não apenas na terra natal do Swami, mas também na América e em outras partes do mundo.

Mas antes de fazer o seu voto de total renuncia, o voto de sannyasa, e tornar-se um monge, isto é um Swami, adotando o nome Vivekanada, ele se chamava Narendranath Datta, sendo mais intimamente chamado de Narendra ou Naren. Ele possuía, então, um forte racionalismo e uma obstinada vontade de conhecer a verdade. Sendo que, inicialmente, o seu lado racional o levou a se decretar agnóstico.

A propósito desta época o primeiro encontro, em Dakshineswar, entre o Mestre e Narendra foram momentos de grande importância. Sri Ramakrishna reconheceu instantaneamente seu futuro mensageiro. Narendra descuidado de suas roupas e aparência em geral, era muito diferente dos outros jovens que o acompanharam ao templo. Seus olhos eram impressionantes, parcialmente introspectivos, indicando uma meditação muda. Ele cantou algumas músicas com uma fluidez fora do comum, que vinha de toda a sua alma.

Quando a cantoria parou, Sri Ramakrishna inesperadamente agarrou a mão de Narendra e levou-o ao portal norte. Para o total assombro de Narendra, o Mestre falou com lagrimas escorrendo por seu rosto. “Ah! Você veio tão tarde. Como você pode manter-me esperando por tanto tempo. Ah! Como você pode vir tão tarde! Meus ouvidos foram quase queimados escutando a conversa barata de pessoas mundanas. Oh, como eu estive ansioso por aquele que vai entender o meu pensamento.” Então com as mãos entrelaçadas ele disse: “Senhor! Eu sei que você é o antigo sábio Nara, a encarnação de Narayana, nascido na terra para remover a miséria humana”. O Naren racionalista prestou atenção a estas palavras, mas como algo sem sentido, ou o jargão de uma pessoa insana. Ele estava quase desmaiado quando Sri Ramacrishna trouxe do seu quarto alguns doces e alimentou-o com suas próprias mãos. O Mestre, todavia, extraiu dele a promessa de visitar Dakshineswar novamente.

Eles voltaram para o quarto e Naren perguntou ao Mestre: “Senhor, você já viu Deus?” Depois de momentos de hesitação, a resposta foi dada: “Sim, eu vi Deus. Eu vi ele assim como vejo você aqui, e o vi apenas mais claramente. Deus pode ser visto. Qualquer um pode falar com Ele. Mas quem se importa com Deus? As pessoas derramam torrentes de lagrimas por suas esposas, filhos, riquezas, e propriedade. Mas quem chora por Deus? Se alguém Chorar sinceramente por Deus, este pode vê-lo.”

O nome Vivekananda vem do sânscrito, e divide-se em duas partes, a primeira, Viveka, que significa discernimento, mais propriamente o discernimento da verdadeira realidade ou da realidade Divina, em detrimento a realidade ilusória dos sentidos. A segunda, Ananda, significa felicidade absoluta, ou a paz obtida por meio da Iluminação. Do que compreende-se; a Iluminação Interior a partir do Discernimento do Divino.

A personalidade inspiradora de Swami Vivekanada, foi bem conhecida tanto na Índia quanto na América, durante a última década do século dezenove e a primeira década do vinte. O desconhecido monge da Índia, de repente, saltou para a fama no Parlamento das Religiões, realizado em Chicago em 1893, no qual ele representou o Induísmo. O seu vasto conhecimento sobre a cultura Oriental e Ocidental, como o seu profundo discernimento espiritual, eloquência fervente, conversação brilhante, grande simpatia humana, personalidade vivaz, e sua bela figura produziu um irresistível apelo para muitos Americanos que vieram encontrar com ele. Pessoas que viram ou ouviram Vivekananda apenas uma vez, apreciam sua lembrança depois de um lapso de mais de meio século.

Na América, a missão de Vivekanada foi a interpretação da cultura espiritual Indiana, especialmente quanto a Vedanta. Ele tentou um enriquecimento da consciência religiosa dos Americanos, através do ensinamento racional e humanista da filosofia Vedanta. Na América ele se tornou o embaixador espiritual da Índia e apelou constantemente por um melhor entendimento entre a Índia e o Novo Mundo, em prol de criar uma saudável síntese da religião e da ciência do Oriente e do Ocidente. Em suas próprias palavras:

“O Cristão não precisa tornar-se um Hindu ou um Budista, nem um Hindu ou Budista se tornar um Cristão. Mas cada um deve assimilar o espirito do outro e ainda preservar sua individualidade e crescer de acordo com sua própria lei. Se o Parlamento das Religiões mostrou alguma coisa para o mundo, foi o seguinte: Ele provou para o mundo que santidade, pureza, e caridade não são posse exclusiva de nenhuma igreja no mundo, e que todo sistema produziu homens e mulheres de caráter elevado. Em face desta evidencia, se alguém sonha com a sobrevivência exclusiva da sua própria religião e a destruição das outras, Eu tenho pena dele do fundo do meu coração, e aponto para fora dele sobre a bandeira de toda religião, onde será escrito brevemente com ressentimento da resistência: “Ajuda e não Luta”, “Assimilação e não Destruição”, “Harmonia e Paz, e não Dissenção”.”

Inspiremo-nos nos ensinamentos de Vivekanada, para que possamos reunirmo-nos a divindade, isto é realizar a Yoga, através do estudo, Jnana, da devoção, Bakti, da ação, Karma, e da meditação, Raja.


Este artigo foi baseado no livro: "Vivekananda A Biography", by Swami Nikhilananda. Que pode ser encontrado no site: www.ramakrishnavivekananda.info



Fonte do Texto: http://tattwa.org.br/vivekananda.html
Fonte da Gravura: https://national.janamtv.com/swami-vivekananda-the-eternal-light-of-knowledge-and-spirituality-17462/