terça-feira, 9 de outubro de 2012

A MEMÓRIA E OS ANTIGOS PADRÕES DE COMPORTAMENTO


"A teoria não substitui a prática, a prática é fundamental para as experiências direta e indireta. Somente discípulos realmente envolvidos com o processo de evolução espiritual podem atingir graus mais elevados de consciência iluminando a si mesmos e aos demais."

O processo de desenvolvimento não depende somente do Guru, mas principalmente do discípulo que busca em seu Guru e com seu Guru os caminhos para sua superação!


"A memória é o incompleto desaparecimento de um objeto percebido", segundo descreve o antigo sábio Maharishi Pátañjali em seu tratado denominado "Yoga Sutra", capítulo I, versículo II. A memória é conhecida no Sânscrito como "Smriti", ou seja, a faculdade de adquirir, conservar e readquirir ideias, imagens, fatos, acontecimentos, reminiscências, cujos apontamentos serão usados pelo indivíduo a todo instante ou em algum momento da sua vida para sua aprendizagem e autoconhecimento. O Smriti é uma lembrança do passado ou do presente e que serve de lembrança e vestígio para o atual momento. Você deve utilizar-se da memória para aprendizagem e autoconhecimento no presente. Não utilize a memória para o amanhã. O amanhã não existe, o futuro não existe. Somente o aqui e o agora. Vivencie o aqui e o agora, vivencie o momento, mas tenha a memória dos fatos passados para não repetir os mesmos erros neste momento. Esteja alerta para o momento agora, neste instante. Mas normalmente o que acontece com pessoas que repetem os mesmos erros? 

Estas pessoas estão ligadas a antigos padrões de comportamento. Estes padrões de comportamento estão diretamente vinculados a ideias, imagens, fatos, acontecimentos e reminiscências do passado que nutrem a consciência constantemente. Eliminar estes bloqueios psicoemocionais significa libertar-se destas amarras. E isto só é conseguido com a mudança de hábitos. Assim, o crescimento pessoal pode ser acelerado simplesmente pela quebra de hábitos. É a condição de dependência inerente aos hábitos que deve ser quebrada. Quando você se encontra dizendo "não posso mudar isto", "sempre fiz assim", ou "eu sou assim mesmo você tem que me aceitar", então é exatamente isto que deve ser quebrado. 


Vamos analisar. A liberdade de escolha resulta no domínio do hábito. Qualquer ato intencional da vontade tem uma força mágica e é muito mais eficaz do que um ato habitual. Parece que há uma força e você está preso a ela. Isto é a memória (Smriti). O potencial para a mudança sempre está lá, mas é melhor não esperar por um momento de crise para nos livrar dos hábitos. Nossa própria sobrevivência como espécie se deve à nossa capacidade de mudar e de nos adaptar. Os hábitos mentais são mais difíceis de lidar do que os físicos, porque são menos óbvios. E em geral, são herdados dos pais (genética) ou então adquirimos por condicionamento social (meio em que nos encontramos). Estes restringem todo o nosso medo de viver, trazendo traiçoeiramente uma falsa imagem ou sensação de insegurança. Frequentemente a falta de consciência de hábitos desagradáveis é uma fonte de brigas entre as pessoas. Entretanto, muitas vezes, tudo o que é preciso para superar estes Vikshepas (obstáculos) é, em primeiro, à vontade de mudar, e depois a ação de mudança, de crescimento e de evolução. Sim, porque simplesmente ter a vontade de mudar não implica em mudança, mas em adiamento. Entretanto, a ação de mudar força à mudança. Quando o medo inicial de mudança é superado podemos realmente começar a desfrutar de novas experiências e do próprio amor.


Shri Vyaghra Yogi


Presidente da Ordem Filosófica Vidya Yoga Ashram
Doutor em Filosofia Sagrada pela World University (EUA)

Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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