quarta-feira, 27 de março de 2013

DEIXAI AOS MORTOS O CUIDADO DE ENTERRAR SEUS MORTOS

Disse a outro: Segue-me; e o outro respondeu: Senhor, consente que, primeiro, eu vá enterrar meu pai. - Jesus lhe retrucou: Deixa aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos; quanto a ti, vai anunciar o reino de Deus. (S. LUCAS, cap. IX, vv. 59 e 60.)

Que podem significar estas palavras: "Deixa aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos"? As considerações precedentes mostram, em primeiro lugar, que, nas circunstâncias em que foram proferidas, não podiam conter censura àquele que considerava um dever de piedade filial ir sepultar seu pai. Tem, no entanto, um sentido profundo, que só o conhecimento mais completo da vida espiritual podia tomar perceptível.

A vida espiritual é, com efeito, a verdadeira vida, é a vida normal do Espírito, sendo-lhe transitória e passageira a existência terrestre, espécie de morte, se comparada ao esplendor e à atividade da outra. O corpo não passa de simples vestimenta grosseira que temporariamente cobre o Espírito, verdadeiro grilhão que o prende à gleba terrena, do qual se sente ele feliz em libertar-se. O respeito que aos mortos se consagra não é a matéria que o inspira; é, pela lembrança, o Espírito ausente quem o infunde. Ele é análogo àquele que se vota aos objetos que lhe pertenceram, que ele tocou e que as pessoas que lhe são afeiçoadas guardam como relíquias. Era isso o que aquele homem não podia por si mesmo compreender. Jesus lho ensina, dizendo: Não te preocupes com o corpo, pensa antes no Espírito; vai ensinar o reino de Deus; vai dizer aos homens que a pátria deles não é a Terra, mas o céu, porquanto somente lá transcorre a verdadeira vida.



Allan Kardec



Fonte: do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo". FEB. Capítulo 23. Items 7 e 8.
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PÁSCOA (VISÃO INICIÁTICA) - COELHO E CHOCOLATE


Iniciação 

É um drama ritualístico onde se expressam simbolicamente os ensinamentos mais elevados da vida e da consciência. Tem também como objetivo conferir certo poder aqueles que dela participam. Nas iniciações tradicionais do Egito, o candidato à iniciação era conduzido até certa sala da Grande Pirâmide e lá era iniciado nos mistérios da Tradição Atlante, da qual a escola de mistério egípcia herdou sua sabedoria. O candidato era colocado dentro de um sarcófago, e este era fechado. O sarcófago era um local onde o corpo do candidato à iniciação permanecia enquanto ele saía conscientemente do corpo por processos místicos que não podem ser explicados aqui. O candidato, então, tinha a plena consciência de que não era apenas um corpo, mas que também possuía uma dimensão espiritual, uma essência divina, a que damos o nome de alma.

As Iniciações consideradas mais elevadas são aquelas realizadas no Plano Astral. Neste plano, o iniciando tem uma vivência muito mais real do processo iniciático e sente tudo o que se passa como sendo absolutamente real. Essas iniciações conferem um poder àqueles que são bem sucedidos nela, além de sempre representar ensinamentos profundos sobre as leis e princípios do Universo. São exemplos dessas iniciações em astral a Iniciação de Cerbero e a Iniciação do Duplo Caminho, esta última faz parte dos mistérios de Apolônio de Tiana.

A palavra Páscoa também significa uma espécie de iniciação... 

A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição (iniciação) de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu, até sua ressurreição, quando seu espírito e seu corpo teriam sido reunificados. É o dia santo mais importante da religião cristã, quando as pessoas vão às igrejas e participam de cerimônias religiosas. 

Muitos costumes ligados ao período pascal originam-se dos festivais pagãos da primavera. Outros vêm da celebração do Pessach, ou Passover, a Páscoa judaica. É uma das mais importantes festas do calendário judaico, que é celebrada por 8 dias e comemora o êxodo dos israelitas do Egito durante o reinado do faraó Ramsés II, da escravidão para a liberdade (iniciação). Um ritual de passagem (iniciação), assim como a "passagem" de Cristo, da morte para a vida. 

No português, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa origina-se do hebraico Pessach. Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâques. 

A festa tradicional associa a imagem do coelho, um símbolo de fertilidade (iniciação), e ovos pintados com cores brilhantes, representando a luz solar (iniciação), dados como presentes. A origem do símbolo do coelho vem do fato de que os coelhos são notáveis por sua capacidade de reprodução. Como a Páscoa é ressurreição, é renascimento, nada melhor do que coelhos, para simbolizar a fertilidade! 

Vamos ver agora como surgiu o chocolate... 

Quem sabe o que é "Theobroma"? Pois este é o nome dado pelos gregos ao "alimento dos deuses" (iniciação), o chocolate. "Theobroma cacao" é o nome científico dessa gostosura chamada chocolate. Quem o batizou assim foi o botânico sueco Linneu, em 1753. 

Mas foi com os Maias e os Astecas que essa história toda começou. 

O chocolate era considerado sagrado por essas duas civilizações, tal qual o ouro. Na Europa chegou por volta do século XVI, tornando rapidamente popular aquela mistura de sementes de cacau torradas e trituradas, depois juntada com água, mel e farinha. Vale lembrar que o chocolate foi consumido, em grande parte de sua história, apenas como uma bebida. 

Em meados do século XVI, acreditava-se que, além de possuir poderes afrodisíacos, o chocolate dava poder e vigor aos que o bebiam. Por isso, era reservado apenas aos governantes e soldados. 

Aliás, além de afrodisíaco, o chocolate já foi considerado um pecado, remédio, ora sagrado, ora alimento profano. Os astecas chegaram a usá-lo como moeda, tal o valor que o alimento possuía. 

Chega o século XX, e os bombons e os ovos de Páscoa são criados, como mais uma forma de estabelecer de vez o consumo do chocolate no mundo inteiro. É tradicionalmente um presente recheado de significados. E não é só gostoso, como altamente nutritivo, um rico complemento e repositor de energia. Não é aconselhável, porém, consumi-lo isoladamente.  

E o coelho? 

A tradição do coelho da Páscoa foi trazida à América por imigrantes alemães em meados de 1700. O coelhinho visitava as crianças, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de Páscoa. 

Uma outra lenda conta que uma mulher pobre coloriu alguns ovos e os escondeu em um ninho para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um grande coelho passou correndo. Espalhou-se então a história de que o coelho é que trouxe os ovos. A mais pura verdade, alguém duvida? 

No antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida (iniciação). Alguns povos da Antiguidade o consideravam o símbolo da Lua. É possível que ele se tenha tornado símbolo pascal devido ao fato de a Lua determinar a data da Páscoa. 

Mas o certo mesmo é que a origem da imagem do coelho na Páscoa está na fertilidade que os coelhos possuem. Geram grandes ninhadas! 



J. S. Godinho



Fonte do Texto: http://br.dir.groups.yahoo.com/group/informativo_projeto_oficinas_da_alma/message/176
Fonte da Gravura:
http://tipoassim.tv/voce/dentro-da-caixola-chocolate-e-coelho-na-pascoa-como-surgiu-isso/attachment/coelhi1/

terça-feira, 26 de março de 2013

VISÃO ESPÍRITA DA PÁSCOA


Deixando de lado o apelo comercial da data, e o caráter de festividade familiar, a exemplo do Natal, nossa atenção e consciência espíritas requerem uma explicação plausível do significado da data e de sua representação perante o contexto filosófico-científico-moral da Doutrina Espírita.

- Deve-se comemorar a Páscoa?
- Que tipo de celebração, evento ou homenagem é permitida nas instituições espíritas?
- Como o Espiritismo visualiza o acontecimento da paixão, crucificação, morte e ressurreição de Jesus?

Em linhas gerais, as instituições espíritas não celebram a Páscoa, nem programam situações específicas para marcar a data, como fazem as demais religiões ou filosofias cristãs. Todavia, o sentimento de religiosidade que é particular de cada ser-Espírito, é, pela Doutrina Espírita, respeitado, de modo que qualquer manifestação pessoal ou, mesmo, coletiva, acerca da Páscoa não é proibida, nem desaconselhada.

O certo é que a figura de Jesus assume posição privilegiada no contexto espírita, dizendo-se, inclusive, que a moral de Jesus serve de base para a moral do Espiritismo. Assim, como as pessoas, via de regra, são lembradas, em nossa cultura, pelo que fizeram e reverenciadas nas datas principais de sua existência corpórea (nascimento e morte), é absolutamente comum e verdadeiro lembrarmo-nos das pessoas que nos são caras ou importantes nestas datas. Não há, francamente, nenhum mal nisso.

Mas, como o Espiritismo não tem dogmas, sacramentos, rituais ou liturgias, a forma de encarar a Páscoa de Jesus, assume uma conotação bastante peculiar. Antes de mencionarmos a significação espírita da Páscoa, faz-se necessário buscar, no tempo, na História da Humanidade, as referências ao acontecimento.

A Páscoa, primeiramente, não é, de maneira inicial, relacionada ao martírio e sacrifício de Jesus. Veja-se, por exemplo, no Evangelho de Lucas 22,15-16), a menção, do próprio Cristo, ao evento: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão. Porque vos declaro que não tornarei a comer, até que ela se cumpra no Reino de Deus.” Evidente, aí, a referência de que a Páscoa já era uma comemoração, na época de Jesus, uma festa cultural e, portanto, o que fez a Igreja foi aproveitar o sentido da festa, para adaptá-la, dando-lhe um novo significado, associando-o à imolação de Jesus, no pós-julgamento, na execução da sentença de Pilatos e a ressurreição.

Historicamente, a Páscoa é a junção de duas festividades muito antigas, comuns entre os povos, e alimentada pelos judeus, à época de Jesus. Fala-se do Pessach, uma dança cultural, representando a vida dos povos nômades, numa fase em que a vinculação à terra (com a noção de propriedade) ainda não era flagrante. Também estava associada à festa dos ázimos, uma homenagem que os agricultores sedentários faziam às divindades, em razão do início da época da colheita do trigo, agradecendo aos céus, pela fartura da produção agrícola, da qual saciavam a fome de suas famílias, e propiciavam as trocas nos mercados da época. Ambas eram comemoradas no mês de abril (nissan) e, a partir do evento bíblico denominado "êxodo" (fuga do povo hebreu do Egito), em torno de 1441 a.C., passaram a ser reverenciadas juntas. É esta a Páscoa que o Cristo desejou comemorar junto dos seus mais caros, por ocasião da última ceia.

Mas há outros elementos evangélicos que marcam a Páscoa. Isto porque as vinculações religiosas apontam para a quinta e a sexta-feira santas, o sábado de aleluia e o domingo de páscoa. Os primeiros relacionam-se ao martírio, ao sofrimento de Jesus, e os últimos, à ressurreição e a ascensão de Jesus.

No que concerne à ressurreição, podemos dizer que a interpretação tradicional aponta para a possibilidade da mantença da estrutura corporal do Cristo, no post-mortem, situação totalmente rechaçada pela ciência, em virtude do apodrecimento e deterioração do envoltório físico. As Igrejas cristãs insistem na hipótese do Cristo ter subido aos Céus em corpo e alma, e fará o mesmo em relação a todos os eleitos no chamado juízo final. Isto é, pessoas que morreram, pelos séculos afora, cujos corpos já foram decompostos e reaproveitados pela terra, ressurgirão, perfeitos, reconstituindo as estruturas orgânicas, do dia do julgamento, onde o Cristo, separá justos e ímpios.

A lógica e o bom-senso espíritas abominam tal teoria, pela impossibilidade física e pela injustiça moral. Afinal, com a lei dos renascimentos, estabelece-se um critério mais justo para aferir a competência ou a qualificação de todos os Espíritos. Com tantas oportunidades quanto sejam necessárias, no nascer de novo, é possível a todos progredirem.

A Páscoa, em verdade, pela interpretação das religiões e seitas tradicionais, acha-se envolta num preocupante e negativo contexto de culpa. Afinal, acredita-se que Jesus teria padecido em razão dos nossos pecados, numa alusão descabida de que todo o sofrimento de Jesus teria sido realizado para nos salvar, dos nossos próprios erros, ou dos erros cometidos por nossos ancestrais, em especial, os bíblicos Adão e Eva, no Paraíso. A presença do cordeiro imolado, que cumpre as profecias do Antigo Testamento, quanto à perseguição e violência contra o filho de Deus, está flagrantemente aposta em todas as igrejas, nos crucifixos e nos quadros que relatam em cores vivas as fases da via sacra.

Esta tradição cristã da culpa é a grande diferença entre a Páscoa tradicional e a Páscoa espírita, se é que esta última existe. Em verdade, nós espíritas devemos reconhecer a data da Páscoa como a grande e última lição de Jesus, que vence as iniquidades, que retorna triunfante, que prossegue sua cátedra pedagógica, para asseverar que permaneceria eternamente conosco, na direção bussolar de nossos passos, doravante.

Porque Jesus não morreu para nos salvar; Jesus viveu para nos mostrar o caminho da salvação. Esta palavra “salvação”, segundo Emmanuel, vale por “reparação”, “restauração”, “refazimento”. Portanto, “salvação” não é ganhar o reino dos céus; não é o encontro com o paraíso após a morte; salvação é "libertação" de compromisso; é regularização de débitos. Como diz a bandeira do Espiritismo: "Fora da Caridade não há Salvação". Então, fora da prática do amor (caridade) de uns pelos outros, não estaremos salvos, livres das complicações criados por nós mesmos, através de brigas, violência, exploração, desequilíbrios, frustrações e muitos outros problemas que fazem a nossa infelicidade. Portanto, aproveitemos mais esta data, para revermos os pedidos do Cristo, para "renovarmos" nossas atitudes. 

A Doutrina codificada por Allan Kardec não possui dogmas, rituais, não institui abstinências alimentares, nem possui comemorações vinculadas a datas comerciais e cívicas. Por isso, os espíritas não comemoram a morte nem o reaparecimento de Jesus. O Espiritismo nos ajuda a entender os acontecimentos da passagem de Jesus no plano Terra e esclarece que a Páscoa é uma festividade do calendário adotada em nossa sociedade por algumas religiões. Para os espíritas a Páscoa, como qualquer outro período do ano, deve ser um momento de reflexão, estudos e reafirmação do compromisso com os ensinamentos do mestre, a fim de que cada um realize dentro de si, e no meio em que vive, o reino de paz e amor que ele exemplificou.

Nestes dias de festas materiais e/ou lembranças do sofrimento do Rabi, possamos nós encarar a Páscoa como o momento de transformação, a vera evocação de liberdade, pois, uma vez despojado do envoltório corporal, pôde Jesus retornar ao Plano Espiritual para, de lá, continuar coordenando o processo depurativo de nosso orbe. Longe da remissão da celebração de uma festa pastoral ou agrícola, ou da libertação de um povo oprimido, ou da ressurreição de Jesus, possa ela ser encarada por nós, espíritas, como a vitória real da vida sobre a morte, pela certeza da imortalidade e da reencarnação, porque a vida, em essência, só pode ser conceituada como o amor, calcado nos grandes exemplos da própria existência de Jesus, de amor ao próximo e de valorização da própria vida.

Nesta Páscoa, assim, quando estiveres junto aos teus mais caros, lembra-te de reverenciar os belos exemplos de Jesus, que o imortalizam e que nos guiam para, um dia, também estarmos na condição experimentada por ele, qual seja a de sermos deuses, fazendo brilhar a nossa luz.

Comemore, então, meu amigo, uma outra Páscoa. A sua Páscoa, a da sua transformação, rumo a uma vida plena.




Fonte: Adaptação de textos de: 

Marcelo Henrique
http://rumoslibertadores.blogspot.com.br/2013/03/visao-espirita-da-pascoa.html

Rudymara do Grupo de Estudo Allan Kardec http://grupoallankardec.blogspot.com.br/2012/04/pascoa-na-visao-espirita.html

Fonte da Gravura: 
http://www.mensagenscomamor.com/images/jpgs/img/p/pascoa_2013_3.jpg

FESTA-CONEXÃO DE PESSACH (PÁSCOA)


A Bíblia conta que nessa época Moisés libertou o povo de Israel do Faraó, através das 10 pragas.

A Cabala ensina que há muitos códigos nessa passagem. 

O Egito é um código para nosso ego, e o povo de Israel é um código para a humanidade.

As 10 pragas é um código que diz que foi preciso 10 golpes da Luz em nosso ego para que nos tornássemos livres. 

Este acontecimento, essa vitória da Luz sobre a escuridão (nosso ego) no acontecimento de Pessach aconteceu no passado mas abriu um canal de energia que está disponível a cada ano, desde os tempos bíblicos, para o benefício das gerações futuras. 

O tempo é uma roda. De ano em ano, as energias estão no mesmo lugar, na mesma data. Então, que aproveitemos a energia de liberdade disponível para anular nosso ego e assim criar espaço para a Luz. 

Como disse Rabi Baal Shem Tov: "Não há espaço para a Luz num homem cheio de si mesmo." 

Somos um recipiente: com o que queremos estar preenchidos? De Luz ou de escuridão (ego)?




Rav Yehuda Berg




Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: http://dicashoje.com.br/wp-content/uploads/2013/03/pascoa-2013-brasil.jpg

segunda-feira, 25 de março de 2013

PERCA-SE

Um grande sábio disse certa vez: “Antes de poder encontrar Deus, você precisa se perder”.

A Kabbalah ensina que podemos receber toda felicidade, alegria e plenitude que o Criador deseja nos conceder quando assumimos o trabalho espiritual de sermos mais parecidos com o Criador, transformando nossa natureza egoísta em uma natureza altruísta. 

Infelizmente, nosso ego nos atrapalha e nos afasta desse caminho quase todos os dias. Nenhum de nós é verdadeiramente altruísta. Temos interesses pessoais em quase tudo que fazemos. Vamos para o trabalho para ganhar um salário. Entramos em um relacionamento porque gostamos do que aquela pessoa nos proporciona. Até mesmo quando praticamos ações de caridade, geralmente buscamos elogios ou pelo menos um “obrigado” como reconhecimento.

Com todos os nossos interesses, como é possível chegar algum dia ao ponto do altruísmo? Será que é possível nos perdermos de vista?

É possível, mas não é fácil.

O segredo para se tornar altruísta é dar quando é mais desconfortável ou difícil fazê-lo.

Quando alguém lhe pede uma carona até o aeroporto e essa é a última coisa que você quer fazer, mas mesmo assim o faz, você está agindo à imagem do Criador, como uma força de compartilhar infinito. Se não tiver quase nenhum dinheiro na sua conta bancária e um amigo – ou talvez alguém que não esteja sendo dos melhores amigos – vem até você com alguma necessidade e você compartilha o que tem com ele, então você sabe que seu amor é incondicional, como é o do Criador.

Todos os bons atos revelam bondade no mundo, mas se você quer revelar grandeza no mundo, dê até doer. 

Viver o caminho da espiritualidade não é fácil, porque requer sacrifício. Mas não importa como você se sinta ao abrir mão – do seu tempo, energia, talentos ou dinheiro – a coisa de que você está realmente abrindo mão é do seu ego. 

Foi isso que o sábio quis dizer quando falou que perder-se é o caminho para encontrar Deus.

Quanto mais controlamos nosso ego, mais nos conectamos com a fonte de todas as bênçãos. 




Rav Yehuda Berg



Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

MEDO DE AMAR

A insegurança emocional responde pelo medo de amar.

O amor é mecanismo de libertação do ser, mediante o qual, todos os revestimentos da aparência cedem lugar ao Si profundo, despido dos atavios físicos e mentais, sob os quais o ego se esconde.

O medo de amar é muito maior do que parece no organismo social. As criaturas, vitimadas pelas ambições imediatistas, negociam o prazer que denominam como amor ou impõem-se ser amadas, como se tal conquista fosse resultado de determinados condicionamentos ou exigências, que sempre resultam em fracasso.

Toda vez que alguém exige ser amado, demonstra desconhecimento das possibilidades que lhe dormem em latência e afirma os conflitos de que se vê objeto. O amor, para tal indivíduo, não passa de um recurso para uso, para satisfações imediatas, iniciando pela projeção da imagem que se destaca, não percebendo que, aqueloutros que o louvam e o bajulam, demonstrando-lhe afetividade são, também, inconscientes, que se utilizam da ocasião para darem vazão às necessidades de afirmação da personalidade, ao que denominam de um lugar ao Sol, no qual pretendem brilhar com a claridade alheia.

Vemo-los no desfile dos oportunistas e gozadores, dos bulhentos e aproveitadores que sempre cercam as pessoas denominadas de sucesso, ao lado das quais se encontram vazios de sentimento, não preenchendo os espaços daqueles a quem pretendem agradar, igualmente sedentos de amor real.

O amor está presente no relacionamento existente entre pais e filhos, amigos e irmãos. Mas também se expressa no sentimento do prazer, imediato ou que venha a acontecer mais tarde, em forma de bem-estar. Não se pode dissociar o amor desse mecanismo do prazer mais elevado, imediato, aquele que não atormenta nem exige, mas surge como resposta emergente do próprio ato de amar.

Quando o amor se instala no ser humano, de imediato uma sensação de prazer se lhe apresenta natural, enriquecendo-o de vitalidade e de alegria com as quais adquire resistência para a luta e para os grandes desafios, aureolado de ternura e de paz.



Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis



Fonte: do livro "Amor, Imbatível Amor"
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

domingo, 24 de março de 2013

O PREÇO DA GANÂNCIA


Certa vez, alguém me fez a seguinte pergunta: se é verdade que neste Universo existe um sistema de causa e efeito, qual é o pagamento para a inveja e a ganância?

Essa é uma boa pergunta, porque certamente cada um de nós passa por momentos em que fica preso nesses estados negativos. De forma muito simples, o pagamento para esses sentimentos são os próprios sentimentos. 

Vamos dizer, por exemplo, que sejamos invejosos. O “castigo” por assim dizer, é a própria inveja, porque através dela, nunca nos sentimos satisfeitos na vida. Quando sentimos inveja, não importa o que tenhamos – mesmo que seja muito – sempre há outra pessoa que possui alguma coisa que desejamos, e assim, não somos capazes de apreciar o que temos à nossa volta.

E quando estamos em estado de ganância? Neste estado, nos tornamos prisioneiros da nossa perseguição pela riqueza e não conseguimos mais apreciar nossa vida como ela é. Nossa ganância se torna nossa prisão. E nossa prisão se torna nosso castigo. Quando somos gananciosos, não vivemos felizes porque não conseguimos viver felizes. Permanecemos constantemente preocupados com “quem vai falar de mim” ou “quem vai dizer o que de mim” ou “quem serão as pessoas que vão me cercar”.

Porém, quando entendemos que existe uma estrutura que delineia o Universo e que tudo o que acontece na nossa vida ocorre para nos ensinar ou nos levar ao ponto de completar nossa correção, não caímos nesses estados de inveja e ganância, porque entendemos que Deus nos colocou nessa situação, nesse corpo e nesse ambiente para sermos a melhor versão de nós mesmos e para concluirmos nossa correção. 

Dizem que a felicidade é como uma borboleta. Se a caçarmos, ela voará para longe de nós. Mas se nos ocuparmos em compartilhar e em realizar outras ações positivas, então a felicidade pousará com leveza sobre nossos ombros. Nossas circunstâncias atuais não são um castigo, mas simplesmente uma ferramenta para ajudar a nos elevarmos para outro nível de consciência espiritual. Quando realmente entendemos isso, não somos mais presas fáceis da ganância e da inveja. Estamos onde estamos porque é onde temos que estar para passar para um estado melhor.



Karen Berg



Fonte: Centro de Cabala
www.kabbalah.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 22 de março de 2013

ACÚMULO DE BENS MATERIAIS


O mundo está se erguendo sobre a fundação arenosa do mundo sensorial. 

Como o macaco que não pode retirar sua mão do pote de pescoço estreito, pois ele primeiro pegou e segurou um punhado de amendoins que o pote continha, as pessoas estão sofrendo hoje. 

Elas não estão dispostas a se libertarem da forte influência sobre o punhado de coisas agradáveis que conquistaram do mundo. 

Quando as pessoas não colocam fé no Eu, mas somente perseguem seus sentidos, o sinal de perigo é levantado! 

As pessoas estão presas à crença errada de que o acúmulo de bens materiais os dotará de alegria e paz. 

Apenas o Amor Divino pode lhes dar a alegria eterna. Somente o Amor Divino removerá raiva, inveja e ódio.




Sathya Sai Baba




Fonte: www.sathyasai.org
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

CAPTURA DAS ÉGUAS ANTROPÓFAGAS (1º TRABALHO DE HÉRCULES)

O primeiro trabalho foi a “Captura das Éguas Antropófagas”,  Signo Áries, o Carneiro.

Conta a história, que Hércules se fez acompanhar de um grande amigo, Abderis, auxiliando-o no cumprimento da tarefa, que consistia em prender as éguas antropófagas, que matavam e devoravam as carnes dos homens. Uma vez aprisionados os animais, foi à frente, deixando para seu amigo levá-las ao local determinado, porém, por ser fraco e inseguro, Abderis não conseguiu contê-las, sendo pisoteado e morto pelas mesmas que, em seguida, retornaram a atacar nas paragens de origem. Triste e humilhado retornou aos prados e recapturou as éguas, levando-as, enfim, a local onde seriam domesticadas e adestradas.

Esta prova indica que a primeira tarefa da Alma deve se iniciar no mundo do pensamento, onde deverá obter o controle mental.

“Há muito tempo as éguas do pensamento vinham produzindo cavalos guerreiros e, através do pensamento errado, da palavra errada e de ideias errôneas, devastavam os campos. Uma das primeiras lições que todo principiante tem que aprender, é o tremendo poder que ele exerce mentalmente, e a extensão do mal que ele pode causar no meio que o circunda, através das éguas reprodutoras de sua mente. Ele tem, pois, que aprender o correto uso de sua mente, e a primeira coisa a fazer é capturar o aspecto feminino da mente e providenciar para que não mais cavalos guerreiros sejam gerados”. (Os Trabalhos de Hércules, Alice A. Bailey)

No conto em estudo, nosso herói realmente conseguiu capturar seus animais, mas superestimou-os. Não conhecendo a forma e a potência das mesmas, de suas “éguas antropófagas”, entregou-as aos cuidados de Abderis, o símbolo de seu eu inferior pessoal. Não atentou que, para o domínio correto de seus pensamentos, ambos, Hércules (a Alma) e Abderis (a Personalidade humana), eram necessários para a guarda e domínio desses devastadores cavalos.

Na simbologia esotérica, o cavalo representa a atividade intelectual; o cavalo branco simboliza a mente iluminada do Homem espiritual. Cavalos negros representam a mente inferior, com suas ideias falsas e errôneos conceitos humanos. As éguas reprodutoras indicam o aspecto feminino da mente dando nascimento a ideias, teorias e conceitos: às formas-pensamento.

O pensamento-forma, o produto de um mental operante, é nesta história simbolizado pelas ideias concebidas e deixadas à solta sobre o mundo, salvando e construindo quando oriundas da Alma, e devastando, destruindo e devorando os homens, quando emanadas da mente inferior.

O signo de Áries é sempre referido como o primeiro signo do zodíaco, porque é nele que a “Grande Roda” inicia seu ciclo. É o signo do começo, ou o signo da Criação.

Áries, o Carneiro - signo do Fogo (como também o são Leão e Sagitário);

Qualidade - Início, Começos, Vontade ou Poder que se expressa através de grandes processos criativos. Nos primeiros estágios, as atividades são dirigidas para o lado material da vida; mais tarde, para o espiritual;

Oposto polar - Libra, ou Balança, um signo do Ar;

Regentes - Exotérico: Marte; Esotérico: Mercúrio.

“Na vida do ser humano, ele marca o início da primeira consciência da existência latente, subjetiva e a partida do ser humano no círculo da experiência. Na vida do aspirante ao discipulado, ele dá a conotação do período de reorientação e de renovado esforço autoconsciente, e a sua partida naquele estágio final do caminho evolutivo que o levará para fora do reino humano e o capacitará para fazer a transição para o reino dos deuses (fim do ciclo das encarnações). É a promessa feita a Hércules, e esta é a recompensa oferecida a todos os discípulos. O primeiro trabalho marca o primeiro passo no 'caminho da translação'. Áries é o signo do poder em expansão, da irradiação da energia divina a partir da deidade central, Deus, ou do ser humano, um filho de Deus”. (Os Trabalhos de Hércules, Alice A. Bailey)

Este signo é caracterizado por três energias ou impulsos: o de começar, o de criar, e o da ressurreição.

O impulso de “começar” pode acontecer por dois caminhos, sendo primeiro de envolver-se com a matéria, ou seja, simplesmente renascer na carne, ou, em sentido inverso, o da libertação da influência da mesma, da conquista da libertação de suas influências.

O segundo, de "criar", além do significado inicial de criar um corpo específico para si, representa o trabalho da alma aprisionada para se libertar desta prisão.

O terceiro representa a criação do corpo espiritual para a necessária libertação.

Este signo traz em si, portanto, o começo da vida física e o começo da espiritual, a criação física e a criação espiritual, a emergência física e a libertação espiritual.

É o signo que governa a cabeça, consequentemente, é o signo do pensamento e, por essa razão, o cavalo representa os pensamentos.

As três constelações relacionadas com Áries são: Cassiopéia, a Rainha Entronizada, sempre o símbolo da matéria, onde a Alma se infiltra em busca da evolução; a segunda é Ceteus, o Monstro Marinho, ou o Inimigo dos Pequenos Peixes, é o símbolo daquilo que chamamos de mal, que procura destruir a Alma encarnada, aprisionando-a na ilusão das formas; a terceira é a constelação de Perseu, “aquele que subjuga”, ou “o domador”, aquele que pode acorrentar a Rainha e vencer o monstro. Dizem que Perseu possui o elmo da invisibilidade, as sandálias da velocidade, o escudo da Sabedoria, e a espada do Espírito.

O significado da prova fica evidente. Nosso herói teve que iniciar sua jornada no Mundo do Pensamento, para obter o controle mental. Há muito tempo suas “éguas do pensamento” vinham produzindo “cavalos guerreiros” através do pensamento errado, das palavras erradas, e das ideias errôneas, “devastando os campos”.

Todos os Maçons com pretensões a um “Hércules” devem ficar profundamente atentos às suas “éguas reprodutoras”. Dedicar especial atenção aos seus pensamentos, os promotores de suas palavras e ações, cuidando para que o egoísmo, a maldade, a pretensão, a calúnia ou a crítica destrutiva não sejam os frutos de sua mente, constantemente fertilizadas pelo egoísmo e pela ilusão, aspectos inferiores da natureza humana. Os pensamentos originados na Alma, no reino espiritual, hão de ser, sempre, edificantes e fraternos.

Pode-se deduzir, portanto, que o primeiro grande trabalho de todo maçom é o devido controle de seu mental. Pagamos em nossas próprias vidas, o preço pelas palavras incorretamente proferidas e pelas ações delas decorrentes.




M.’.M.’. Alfredo Roberto Netto
A,’,R,’,L.’.S.’. União e Solidariedade - 387





Bibliografia (utilizada pelo autor):
1.Os Trabalhos de Hércules - Alice A. Bailey
2. O Zodíaco: Uma síntese da Vida - Walter H. Sampson
3. A Mensagem de Aquária - Homer Curtiss
4. Astrologia Esotérica - Alice A. Bailey




Outras indicações bibliográficas:
1. A Astrologia e os Sete Raios - Alan Oken
2. Auto-realização Através da Astrologia - Clara Weiss
3. Signos, Zodíaco e Meditação - Louise Huber
4. Compreenda a Astrologia Esotérica - Louise Huber
5. As Estações Astrológicas - Luiz A. W. Salvi
6. Sinfonia do Zodíaco - Torkom Saraydarian
7. Hora de Crescer Interiormente (Mito de Hércules Hoje) - Trigueirinho
8. A Ciência da Astrologia e as Escolas de Mistérios - Ricardo Lindemann
9. Los Doce Signos - T. Subba Row





Fonte: http://pt.scribd.com/doc/99398402/os-doze-trabalhos-de-hercules-e-a-evolucao-da-alma



Fonte da Gravura: 
http://bettinamcmahon.com/gallery%20images/Hurcules-tames-the-Horses-o.jpg

OS 12 TRABALHOS DE HÉRCULES E A EVOLUÇÃO DA ALMA


É comum aos espiritualistas em geral, a assertiva da evolução do Espírito através da reencarnação e do tempo... Os textos esotéricos milenares, dentro de uma simbologia mística própria, que limitava de uma forma intencional a sua compreensão por aqueles ainda não preparados para os vôos mais elevados do aprendizado, ensinavam aos seus iniciados através de lendas ou histórias repletas de comportamentos sobre-humanos, de caracteres míticos, que exigiam um conhecimento aprofundado de astrologia, alquimia e outras ciências iniciáticas restritas a poucos. Justificava estes cuidados o pequeno número de almas que se destacavam da grande massa humana em busca da sua independência espiritual. Nos dias atuais, com a humanidade renovada em seus conceitos existenciais e mais receptiva às realidades eternas, os véus das simbologias começam a se esvaecerem, permitindo acesso ao conhecimento iniciático a uma coletividade numericamente maior. 

A antiga história do semideus Hércules e suas tarefas, um clássico da cultura grega traduzido em diferentes línguas, filmes e seriados, destaca um homem, materialmente falando, com força extraordinária que o coloca na condição de um herói que muitos, intimamente, o desejariam ser. Há, no entanto, uma verdade oculta por trás desta figura, rica em simbologia e ensinos.

Alice A. Bailey apresenta-nos interessante análise sobre a vida deste antigo herói demonstrando que, em uma visão transcendental, realidades espirituais podem ser apreendidas nas diferentes etapas de sua vida. O grande interesse que hoje se observa pela vida eterna, a verdadeira vida, é justificativa suficiente para o presente estudo.

A Maçonaria, com sua característica iniciática e colocando-se acima dos rótulos religiosos, cultuando G.A.D.U. e caminhando pelas trilhas da simbologia, é terreno fértil e propício para o presente estudo e síntese. Os ensinos maçônicos nos permitem uma crescente conscientização da divindade inata do Homem e de que é, verdadeiramente, feito à imagem de Deus; de que seu destino é a evolução e o progresso da ignorância à Sabedoria, do desejo material à conquista espiritual; de que é um “Peregrino” da eternidade que avança pelo “Caminho” com a face voltada para a “Luz”. A “Senda” é árdua e longa, porém, a alegria de cada conquista é o combustível de sua motivação e o estímulo da continuidade.

A história de Hércules é a síntese simbólica da luta da Alma em busca de sua “Libertação”. É o resumo de uma jornada heróica de um aspirante ao “Caminho dos Iniciados”. Neste “Caminho” desincumbiu-se de determinadas tarefas de natureza mística, vivendo episódios e trabalhos que caracterizam o Homem que busca a sua independência espiritual.

“Ele [Hércules] representa o Filho de Deus encarnado, mas ainda imperfeito, que definitivamente toma em suas mãos a natureza inferior e, voluntariamente, submete-se à disciplina que fará emergir o divino que carrega consigo. É a partir do homem que falha, mas que é sinceramente sério e inteligentemente consciente do trabalho a ser realizado, que se forma um Salvador do Mundo”. (Os Trabalhos de Hércules, Alice A. Bailey)

A descrição de suas tarefas, a história dramática de seus fracassos e conquistas, demonstram a mesma luta que enfrentamos nos dias de hoje em nossa própria evolução, pois, certos acontecimentos e episódios retratam, em qualquer época, a natureza do treinamento e realizações que caracterizam o “Caminho” de qualquer homem que busca e se aproxima de sua “Libertação”.

Hércules era o nome de sua Alma, enquanto Herakles do homem material; o primeiro nome era a expressão de sua origem paterna divina – o Espírito, enquanto o segundo era a expressão de sua origem materna humana – a Matéria. Daí a simbologia de semideus. Esta dualidade é representada, também, pela notícia de seu irmão gêmeo, por ele assassinado ainda na infância, fato que simboliza a unificação do Corpo e da Alma em uma só unidade.

Os relatos da morte de duas serpentes com as próprias mãos, quando ainda infante, representam o estrangulamento da serpente da matéria e da ilusão, demonstrando-o pronto para a tarefa a desempenhar. Na simbologia mística são descritas três serpentes, uma representando a matéria, outra a ilusão, e a terceira a Sabedoria. Somente se descobre a serpente da Sabedoria, quando as duas primeiras são eliminadas.

Na sequência, tem-se a notícia de seu casamento e do nascimento de três filhos. O casamento é forma simbólica da união de sua Razão com sua Alma, e os filhos a conscientização de seus três corpos, ou os três aspectos da personalidade: o físico, o astral e o mental.

Conta-nos, então, a história, que Hera, nome representativo do Psiqué ou Alma, levou-o a loucura com seu ciúme, fazendo com que matasse seus filhos, amigos e todos os demais de seu relacionamento. Este estado doentio é comum em muitos candidatos ao iniciato, quando, entusiasmados com os novos horizontes ou dimensões que a Alma lhe faculta, escolhe o caminho do fanatismo e dos extremos para seu progresso espiritual, tornando-o desequilibrado e de difícil convívio. O caminho do meio e do equilíbrio é momentaneamente esquecido. Estes momentos de desequilíbrio são exemplificados pelos fanáticos sacrifícios feitos no Oriente, ou de excessos da Inquisição que a história relata, pela incompreensão da interpretação de determinadas verdades por ângulos diferentes daqueles que se iniciavam em determinada corrente de pensamentos.

Sua lenda representa a luta de toda Alma que, vencido as etapas iniciais da evolução comum, candidata-se à evolução consciente dos Iniciados.

O significado de um “Iniciado”, ou “Aspirante a...” corresponde à etapa final da evolução na qual o Homem, ainda imperfeito, toma em suas mãos, intencionalmente, sua evolução e impõe a vontade de sua Alma sobre sua natureza inferior ou material. Seu trabalho consiste em libertar-se dos laços maternos (a Matéria), para assim responder ao amor do pai (o Espírito).

Segundo os antigos textos esotéricos, há dois caminhos para evolução da alma humana:

1. Um lento e contínuo crescimento evolutivo, levado avante sob o efeito das Leis da Natureza, ciclo após ciclo, até que gradualmente o lado divino começa a se expressar no homem;

2. Ou o resultado de sistemática aplicação e disciplina por parte do aspirante, que permite o desabrochar mais rápido do poder e vida da Alma.

Em sua história, Hércules percorre os doze signos do zodíaco. Esses elementos fazem parte da estrutura simbólica de todo Teto Maçônico que são, em seu devido tempo e em diferentes momentos, apresentados aos Irmãos nos Graus que haverão percorrer. O Teto dos Tetos, propositadamente, reflete a imagem do Universo, local onde as constelações que representam os signos repousam, expressos nas Colunas que ladeiam sua sala de reuniões.

“O Zodíaco, propriamente falando, é aquele cinturão nos céus através do qual passa o aparente caminho do Sol; seu ponto inicial é o do Equinócio Vernal que, como sabemos, está em movimento retrógrado contínuo através de um círculo de constelações que ficam perto da eclíptica. O Zodíaco está dividido em doze porções iguais de 30 graus cada, quase que correspondendo às doze constelações de Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. (O Zodíaco: Uma síntese da Vida, Walter H. Sampson)

“A segunda coisa, pois, a lembrar, é que há dois Zodíacos, o maior e o menor. O primeiro compreende as doze constelações através das quais o Sol e o Sistema Planetário parecem passar num grande ciclo de mais de 25.000 anos. O outro é o mesmo círculo de constelações através das quais a Terra parece passar em sua revolução anual em torno do Sol, e é nesse que os astrólogos apoiam suas predições e traçam os horóscopos. Assim nós temos nesses dois Zodíacos o símbolo do progresso da Vida formando um Sistema Solar, um planeta, um Homem. (A Mensagem de Aquária, Homer Curtiss)

Cada signo sujeita o Homem que nele está trabalhando às influências de certas forças que o distinguem, e abastece-o com certas tendências. Relacionadas com cada signo do Zodíaco, serão encontradas três outras constelações que, simbolicamente encarnam o problema de um candidato e lhe indicam a solução. As constelações simbolizam os aspectos tríplices do Espírito.

Nos relatos sobre a vida de Hércules e seu caminho pelos signos, encontramos preciosas informações que definem suas características específicas, influências espirituais e os dons que estas constelações permitem adquirir.

Não é da Astrologia tradicional que trata a história do herói sob análise, mas sim da transcendental, pois, no momento em que o ser assume voluntariamente sua evolução, a Astrologia comum perde seu valor. “O horóscopo da Alma não será feito com base em nosso conhecimento tradicional, uma vez que as Leis de Tempo e Espaço não exercem influência alguma sobre a Alma”. (Astrologia Esotérica, Alice A. Bailey)

Todo homem dominado pela vida material se caracteriza pelo medo, pelo individualismo, pela competição e pela cobiça, ao contrário do iniciado, que traz em si a confiança espiritual, a cooperação, a consciência grupal e o altruísmo.

Obviamente, em sua marcha evolutiva consciente, necessário se faz ao Homem alcançar determinadas conquistas pessoais, para que possa se candidatar à Grande Iniciação a que a história de Hércules se refere:

1. Deve adquirir o entendimento de que a toda a expressão material do Universo é simbólica e transitória, inclusive seu próprio corpo. “Todas as coisas externas e tangíveis são símbolos de forças criativas internas, e é esta a ideia que serve de fundamento a toda simbologia. Um símbolo é a forma externa e visível de uma realidade espiritual”. (Os Trabalhos de Hércules, Alice A. Bailey)

2. A realidade de Deus é indiscutível, e verdade absoluta na consciência dos iniciados.

3. Que é um Filho de Deus, criado à Sua imagem.

Com estas conquistas plenamente definidas e integradas em seu coração, o Homem deixa de identificar-se com a matéria e passa a identificar-se com a Alma.

A partir desse momento está pronto para iniciar Os Doze Trabalhos Iniciáticos de Hércules. Está pronto para ultrapassar os Portais das Iniciações.

Ao estudar os seus Trabalhos, acompanharemos sua carreira no decurso de sua passagem ao redor do Zodíaco, a partir de Áries, que é o signo do começo, passando por Touro, Gêmeos etc., até Peixes, o signo da morte e da consumação.

É importante destacar que Hércules, a Alma despertada, reverte o procedimento usual e segue pelo Zodíaco no sentido oposto dos ponteiros do relógio, portanto, o caminho inverso do homem comum. O homem que está imerso no corpo físico e segue necessariamente o caminho da ilusão e das aparências, acompanha a trajetória dos ponteiros do relógio.





M.’.M.’. Alfredo Roberto Netto
A.’.R.’.L.’.S.’. União e Solidariedade - 387




Bibliografia (utilizada pelo autor):
1.Os Trabalhos de Hércules - Alice A. Bailey
2. O Zodíaco: Uma síntese da Vida - Walter H. Sampson
3. A Mensagem de Aquária - Homer Curtiss
4. Astrologia Esotérica - Alice A. Bailey


Outras indicações bibliográficas:
1. A Astrologia e os Sete Raios - Alan Oken
2. Auto-realização Através da Astrologia - Clara Weiss
3. Signos, Zodíaco e Meditação - Louise Huber
4. Compreenda a Astrologia Esotérica - Louise Huber
5. As Estações Astrológicas - Luiz A. W. Salvi
6. Sinfonia do Zodíaco - Torkom Saraydarian
7. Hora de Crescer Interiormente (Mito de Hércules Hoje) - Trigueirinho
8. A Ciência da Astrologia e as Escolas de Mistérios - Ricardo Lindemann
9. Los Doce Signos - T. Subba Row



Fonte: 
http://pt.scribd.com/doc/99398402/os-doze-trabalhos-de-hercules-e-a-evolucao-da-alma

Fonte da Gravura: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hercules_Musei_Capitolini_MC1265.jpg
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quinta-feira, 21 de março de 2013

KANTIKO DE LA KREITAĴOJ


CONFIA EM DEUS


Nunca percas a esperança, por pior a situação em que te vejas. E jamais condenes alguém que se haja embarafustado no labirinto da provação...

O momento mais áspero de um problema pode ser aquele em que se lhe descobre a solução. E, em casos numerosos, a pessoa que te parece mais censurável, no mais grave delito, será talvez aquela que menos culpa carregue na trama do mal que as sombras entreteceram.

Decerto haverá corrigenda para o erro nas trevas, pelos mecanismos da ordem, tanto quanto surgirá remédio para os enfermos pelos recursos da medicina.

Observa, no entanto, o poder misericordioso de Deus, nos menores distritos da Natureza.

A semente sufocada é a que te sustentará o celeiro.

A pedra colocada em disciplina é o agente que te assegura firmeza na construção.

Aflições e lágrimas são processos da vida, em que se te acrescentam as energias, a fim de que sigas a frente, na quitação dos compromissos esposados, para que se te iluminem os olhos, no preciso discernimento.

Nos dias difíceis de atravessar, levante-te para a vida, ergue a fronte, abraça o dever que as circunstâncias te deram e abençoa a existência em que a Providência Divina te situou.

Por maiores se façam a dor que te visite, o golpe que te fira, a tribulação que te busque ou o sofrimento que te assalte, não esmoreças na fé e prossegue fiel as próprias obrigações, porque se todo o bem te parece perdido, na face da tarefa em que te encontras, guarda a certeza de que Deus está contigo, trabalhando no outro lado.




Francisco Cândido Xavier/Emmanuel 




Fonte: do Livro "Alma e Coração"
http://br.groups.yahoo.com/group/reflexaoespirita
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

PÁSCOA - ÁRIES - "EU ME MANIFESTO E, DO PLANO MENTAL, EU GOVERNO"


Nota Chave para Áries: "Eu me manifesto e, do plano mental, eu governo".

Áries transmite a energia do primeiro Raio de Vontade ou Poder, um poder que pode ser destrutivo ou criativo e purificador, dependendo do veículo que contata. É um signo do fogo e o provedor do puro fogo elétrico ao nosso sistema solar, que fomenta e nutre o calor, bem como queima e destrói todas as limitações individuais e no mundo em geral. É dito que em Áries "as selvas da experiência são incendiadas e dissolvidas pelas chamas e ... o Caminho aparece claro e a visão desobstruída é alcançada." O fogo é o grande libertador, retirando obstáculos e trazendo a verdade. E através da ação do fogo, se diz que Áries "funde o início e o fim, mistura os opostos e dissipa tempo e espaço".

Como mencionado, Áries coincide com o Festival de Páscoa, a grande festa Cristã da ressurreição. A experiência da crucificação era demonstrar a realidade da "vida mais abundante", e não o foco sobre a morte que tem caracterizado a interpretação da Igreja sobre o evento. A nota chave do entendimento da nova era deste festival estará na ressurreição, simbolizando a precipitação na Terra de um novo reino no qual tudo estará livre da morte e da cruz da matéria. Cristo veio para nos mostrar a natureza da "vida remida", para demonstrar a qualidade do eu eterno que está em todos. E a lição da Crucificação e da Ressurreição é que a natureza inferior deve morrer para que a mais elevada possa manifestar-se, e a alma eterna e imortal deve elevar-se da tumba da matéria.

Cada ano, neste festival surge a restauração e a renovação de toda a vida em todos os corações humanos. "Eu me manifesto e, do plano mental, eu governo". Vamos refletir sobre a aplicação desta nota chave para a vida diária e assim permitir que os pensamentos que nossas almas criam alcancem e encorajem toda a humanidade.

O signo de Áries é o primeiro signo do zodíaco, e como tal, está fortemente associado com os começos. Além disso, o Mestre Tibetano diz-nos que é um dos signos que é responsável por receber e transmitir o primeiro raio, que também está intimamente associado com os começos. Estamos todos familiarizados com a famosa passagem do Evangelho de São João: "No princípio era o Verbo...". Na verdade, quando lemos os livros de Alice A. Bailey, descobrimos que há um estágio anterior, portanto, esse trecho poderia ser reformulado, "No Princípio era o Alento (ou seja, Espírito), então o Som ou Palavra (ou seja, Alma)...".

Quando consideramos maneiras em que se pode marcar a distinção entre a humanidade e o reino animal, um indicador óbvio é o uso da linguagem. Note que isso não sugere que alguns animais não tenham linguagem - mas se a tiverem, a humanidade ainda não foi capaz de reconhecê-la definitivamente como tal. Os animais certamente parecem ser capazes de compreender conceitos, como experimentos no ensino da linguagem de sinais para macacos e outros animais sugerem, mas se a sua capacidade de emitir sons limita as formas em que podem transmitir e compartilhar esses conceitos, então, seus agrupamentos encontrarão mais dificuldade para construir o que poderíamos chamar de cultura, um léxico comum de categorias conceituais que pode ser constantemente revisto e adicionado, que é como uma escada para a subida acelerada da consciência.

Toda linguagem humana tem seu próprio mundo sonoro característico, que é formado por muitos fatores diferentes. Por exemplo, há uma maneira em que a língua é entoada - a característica crescente e decrescente do tom em diferentes partes de uma frase que muitas vezes pode ser usada para identificar um idioma, mesmo sem conhecer as palavras proferidas - um dos mais óbvios é o Sueco. Isso também ajuda a identificar um sotaque regional dentro de um idioma.

Falando do poder mágico do som, o grande círculo de pedra pré-histórico Stonehenge é feito de pedras enormes que alguns têm especulado terem sido transportadas por druidas usando o poder do som. Lembro-me vagamente ter lido em algum lugar sobre uma testemunha ocular de lamas tibetanos fazendo algo similar. Talvez todos nós teremos esse poder um dia. Mas provavelmente ainda não estejamos prontos para tal poder - pensemos no potencial de abuso - e por isso está sendo preservado. Em relação a isto, o Tibetano observa, "Palavras de Poder, antigos mantras (como a Oração do Senhor) e A Grande Invocação só são eficazes se utilizadas no plano mental e com o poder de uma mente controlada - centrada na sua intenção e significado - por trás do esforço falado. Elas, então, tornar-se-ão poderosas. Quando pronunciadas com o poder da alma, bem como com a atenção dirigida da mente, elas tornam-se, de forma automática, dinamicamente eficazes." (Exteriorização da Hierarquia, p. 144) 

Assim, parece provável que ainda estamos na infância da compreensão do poder do som para curar e criar. Há uma observação interessante em O Tratado do Fogo Cósmico, onde o Mestre Tibetano indica que a humanidade no futuro "Reduzirá as fórmulas dos próximos químicos e cientistas ao SOM, e não simplesmente formularão através de experimentos no papel." (p. 486)

Estas manifestações possíveis do poder do som no reino humano são os precursores fracos do verdadeiro poder criativo do som. Como lemos em Iniciação Humana e Solar: "A base de todos os fenômenos manifestados é o som emitido ou a Palavra falada com poder, isto é, com todo o propósito da vontade por trás dela. Nisto, como é sabido, está o valor da meditação, pois a meditação produz, finalmente, aquele propósito e a memória interna dinâmica, ou a ideação interna que deve preceder invariavelmente a emissão de qualquer som criador. Quando se diz que o Logos produziu os mundos por meio da meditação, isto significa que, dentro de Seu próprio centro de consciência, houve um período no qual Ele refletiu e meditou sobre os propósitos e planos que tinha em vista; quando Ele visualizou para Si mesmo todo o processo mundial, como um todo perfeito, vendo o fim desde o começo e estando ciente do pormenor da esfera consumada. Então, quando esta meditação se concluiu e o todo se completou como um quadro perante a Sua visão interna, Ele pôs em uso uma certa Palavra de Poder que Lhe tinha sido confiada pelo Uno do Qual nada pode ser dito, o Logos do esquema cósmico do qual nosso sistema é apenas uma parte...

Não podemos aqui acompanhar a expansão das palavras básicas, desde sua enunciação pelas entidades cósmicas, até as diferenciações infinitesimais produzidas na fala do homem, a expressão vocal dos animais e a canção dos pássaros. Cada uma é uma manifestação de consciência de algum grau e cada uma tem um efeito. O que o iniciado está aprendendo a fazer é produzir sons conscientemente e assim conseguir um resultado estudado e desejado; a proferir palavras e estar plenamente ciente da consequência em todos os planos e a criar formas e dirigir energia por meio de sons sagrados e assim favorecer os fins da evolução." (pp.150-155)

Em Os Raios e as Iniciações, mais informação é dada, particularmente com relação à Palavra Sagrada, o OM. "O A.U.M. e o Amém são, ambos, uma expressão sonora do principio da inteligência ativa da substância na manifestação divina, o terceiro aspecto, e serviram à necessidade humana naquela fase de desenvolvimento da matéria e da forma - incluindo o desenvolvimento da mente ou da forma mental. A personalidade, como um todo, quando aperfeiçoada e já sob o controle da alma, é a "Palavra feita carne".

A grande maioria dos aspirantes e discípulos está, hoje aprendendo o significado do O.M., que não é a Palavra feita carne, mas sim, a Palavra liberta da forma, e expressando-se como alma-espírito, e não como corpo-alma-espírito. 

Podemos então dizer:

1. O A.U.M. (observe que eu separo cada aspecto deste som tríplice) faz o aspecto alma-espírito descer ao plano físico, onde ele é fixado pela força expansiva de sua vibração. Usando um símbolo para tornar claro o que quero dizer, "é como um forte vento que prende um homem contra uma parede e dificulta seu esforço por libertar-se". O AU.M. vivifica a forma; intensifica o domínio da matéria sobre a alma; constrói uma prisão ao redor da alma - a prisão dos sentidos. É o "som do encantamento, do feitiço", o som que é a fonte da miragem e de maya; é a grande energia enganadora e ilusória, a nota do arco involutivo. Nele estão ocultos o segredo do mal, ou matéria, os usos da forma, primeiro como uma prisão; depois, como um terreno de treinamento e como um campo de experiência, e finalmente, como a expressão para a manifestação de um Filho de Deus.

2. Corretamente emitido, o O.M. libera a alma do reino da miragem e do encantamento. É o som da liberação, a grande nota da ressurreição e da elevação da humanidade para o Lugar Secreto do Altíssimo quando todas as outras Palavras e sons falharam. Não é um som triplo como o A.U.M., mas sim um som dual, significativo da relação de espírito e alma, e de vida e consciência. Esta Palavra Perdida, simbólica da perda nos três mundos (representados pelos graus das Lojas Azuis, na Maçonaria) precisa ser recuperada, e hoje, está em processo de ser descoberta. Os místicos a têm buscado; os maçons têm preservado a tradição de sua existência; os discípulos e iniciados do mundo precisam demonstrar a sua possessão.

3. O SOM é a única expressão do Inefável Nome a designação secreta Daquele em Quem vivemos, nos movemos e temos a nossa existência, e que é conhecido, na Grande Loja Branca, por este nome. Lembrem-se sempre que "nome" e "forma" são termos sinônimos, e estes dois guardam o segredo da manifestação. A meta do iniciado é a identificação com todas as formas da vida divina, de modo que ele possa conhecer-se como parte integral daquele todo e possa sintonizar-se com todos os estados de conscientização divina, sabendo, por si mesmo, e não teoricamente, que eles são também seus próprios estados de conscientização. Ele pode então, penetrar nos divinos arcanos do conhecimento, partilhar da onipresença divina e - quando quiser - expressar a divina onisciência e preparar-se para manifestar em plena consciência - a divina onipotência.

Estou usando palavras inúteis para transmitir o significado subjacente da Palavra. Só é possível chegar a entende-lo, quando um homem vive a Palavra, ouvindo seu Som inaudível e exalando-o, em um sopro doador de vida, para os demais.

As massas estão ouvindo o som do A.U.M. e, em suas camadas superiores, estão descobrindo no A.U.M. a expressão de algo do qual procuram libertar-se. Os aspirantes e discípulos do Mundo estão ouvindo o O.M. e, em suas vidas pessoais, o A.U.M. e o O.M. estão em conflito. Para vocês, isto pode representar uma ideia nova, porém, expressa a ideia de um fato eterno. Ajudará a entender esta fase se eu lhes disser que, para este primeiro grupo, o O.M. pode ser representado pelo símbolo M, expressando a natureza material, enquanto que o segundo grupo pode ser retratado pelo símbolo m, expressando a alma envolvida na matéria. Notarão, portanto, como o ensinamento conduz o homem a avançar progressivamente, e como a ciência oculta põe o homem em contato com grandes reversões mentais e paradoxos divinos. Há eons, a Palavra da alma e o Som da realidade espiritual têm estado perdidos. Hoje, a Palavra da alma está sendo novamente encontrada, e com esse achado, o pequeno se perde na glória e radiância do divino Eu. Esta descoberta é consumada na terceira iniciação. O iniciado e o Mestre, juntamente com aqueles de graduação superior que se estão aproximando da identificação com Shamballa, estão paulatinamente ouvindo com maior clareza o Som que emana do Sol Espiritual Central e penetra todas as formas de vida divina no nosso planeta - por intermédio do nosso Logos Planetário, Que ouve o Som com clareza e entendimento - o Som da sílaba mais baixa do Nome do Inefável Ser em Quem todos os Logos Planetários vivem, movem-se e têm a Sua Existência, pois Eles são centros na VIDA que se está expressando por meio de um sistema solar.

Já mencionei anteriormente que o som do A.U.M., o Som O.M. e o SOM propriamente dito estão todos relacionados com a vibração e seus variados e diferentes efeitos. O segredo da Lei de Vibração é progressivamente revelado à medida que as pessoas aprendem a entoar a Palavra em seus três aspectos. Aconselho os estudantes a refletirem sobre a distinção entre a exalação e o Som, entre o processo de respiração e o da criação direcionada da atividade vibratória. Uma está relacionada ao Tempo, a outra, ao Espaço e são distintas uma da outra; e, como se encontra no Velho Comentário, "o Som, o final e não obstante, o iniciador Som, diz respeito àquilo que não é Tempo nem Espaço; ele está fora do Tudo manifestado, a Fonte de tudo que é e, não obstante, não é." (Coisa alguma, A.A.Bailey)

Há, portanto, três grandes pontes de tensão dos quais emana a Palavra Sagrada em seus três grandes aspectos:

1. O ponto de tensão criativo - uma tensão que é alcançada por um Logos planetário quando Ele responde ao Som do Nome Inefável e, por Sua vez, o emite em três grandes Sons, os quais formam um Som, em Seu próprio plano de expressão, criando assim o mundo manifestado, o impulso para o desdobramento da consciência, e a influência da própria vida. Este é o Som. 

2. Sete pontos de tensão no arco descendente ou involutivo, os quais produzem os sete planetas, os sete estados de consciência, e a expressão dos impulsos dos sete raios. Isto constitui o sétuplo A.U.M. de que fala a Sabedoria Eterna, e está relacionado ao efeito do espírito ou vida sobre a substância, assim dando origem à forma e criando a prisão da vida divina. 

3. O próprio A.U.M. ou a Palavra feita carne; isto cria, finalmente, um ponto de tensão no quarto reino da natureza, quando então, o ciclo evolutivo se torna possível e a primeira nota do O.M. pode ser levemente ouvida. No homem, este ponto é alcançado quando a personalidade funciona como um todo integrado e a alma está começando a controlá-lo. É uma tensão acumulativa que se atinge através de muitas vidas. 

4. A seguir, vem um ponto de tensão, a partir do qual, o homem atinge a liberação dos três mundos e passa a ser uma alma liberta. Ele é, então, um ponto dentro do círculo - o ponto indicando o ponto de tensão a partir do qual ele trabalha, agora; e o círculo, a esfera de sua autoiniciada atividade.

Não preciso alongar-me mais; o iniciado - assim como todos os seres humanos, aspirantes, discípulos e iniciados de grau inferior avança de uma tensão para outra; todos eles passam de uma expansão de consciência para outra até que a terceira iniciação e pontos de tensão, qualificados pela intenção e propósito, suplantam todos os esforços anteriores, e o aspecto vontade começa a controlar." (pp. 52-56)

À medida que entramos neste período dos três Festivais Espirituais, aprendemos que as forças de Restauração, que estão ativas na Páscoa, liberam para a humanidade uma energia portadora da "vida que produz o nascimento de formas". Tenhamos também em mente a cerimônia de Wesak, com seus poderosos rituais mântricos, e o Festival do Cristo, durante o qual nos é dito:

"O resultado destes solenes três dias de invocação será seguido por um dia culminante no qual a Hierarquia de forma unida, conduzida pelo Cristo, pronunciará a Invocação completa, prefaciando cada estrofe com sua nota chave apropriada, ecoada em uníssono. Vocês não podem conhecer estas notas, mas por exemplo, se um número muito grande de membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo reunisse, o OM em uníssono pronunciado poderia se aproximar da tônica apropriada." (Ext., p.556) Então, mais uma vez, o poder criativo do som é destacado. Vamos agora entrar em nossa meditação, procurando produzir esse som grupal interno que pode chegar à Hierarquia e Shamballa, e transmitir o som evocado das esferas superiores para a consciência da humanidade. Nosso pensamento semente é, "Que a vontade de amar incendeie o mundo todo com o ‘espírito de relacionamento’."



Dominic Dibble



Fonte: Festival da Páscoa (palestra em Londres)
http://www.encontroespiritual.org/festivais/1-aries.html
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal