quinta-feira, 23 de maio de 2013

PROBLEMAS INFANTIS E JUVENIS (CAUSAS E POSSÍVEIS SOLUÇÕES)


A criança é plenamente acessível aos verdadeiros e genuínos valores, mas também a falsos e ilusórios valores, é óbvio. Aqui temos, assim, o princípio da responsabilidade de cada um no seu cuidado e trato em relação a infância e juventude.


As crianças, em praticamente todas as épocas, sempre foram familiarizadas com o crime desde a mais tenra idade. E como toda a ideia tende a tornar-se em ato, são, os adultos, altamente responsáveis por expô-las ao contato com imagens e ideias de violência. Temos, portanto, uma das causas ou estímulos à violência infantil com suas consequências danosas em todas as idades.


Por outro lado, encontramos causas também dentro do lar. Nele pode ocorrer o excesso de cuidado, o vício da bebida, a falta de harmonia, a falta de carinho, a falta de diálogo, a violência e muitos outros problemas. A criança percebe e registra tudo e começa a ter atos e modelos de vida como consequência direta. A falta de responsabilidade e consciência dos pais pode gerar e estimular atos sérios, graves e até incorrigíveis.


Temos ainda a problemática da educação errônea, mal dirigida e mal intencionada que leva, também, a infância e a juventude, a efeitos danosos. A maioria das escolas apenas "empurram" teorias diversas, por força de imposição curricular e doutrinária da política social e econômica vigente. O que é útil, saudável e que poderia oportunizar a expressão nata e sadia das crianças e jovens ficam em segundo plano. A ideia de busca de uma finalidade e objetivo em todos os sentidos da vida estão, geralmente, sufocados por outros "interesses", restando-lhes o vazio existencial.


Estatutos, princípios, declarações de direitos da criança e adolescentes são criados com uma finalidade, porém desvirtuados e utilizados para fins de encobrir teorias sociais de matizes políticas. Pretender reformar e proteger a infância e a juventude somente submetendo-as e constrangendo-as está claro que é ineficaz; entretanto não podemos nos esquecer de que o extremo oposto é também danoso.


Podemos considerar que o êxito, ou o caminho para o êxito, está possivelmente na apresentação constante de certas verdades e valores convincentes, lógicos, comprovados e esperançosos.


Deve-se, em primeiro lugar, procurar compreender o mundo infanto juvenil da melhor e mais profunda maneira, e levar em conta suas dificuldades e inexperiências para que se possa tentar resolver seus problemas, ou melhor, propiciar-lhes maneiras e incentivos para que possam desfrutar de uma vida mais plena e proveitosa.


A seguir, deve-se considerar a participação ativa da criança e do jovem aluno como essencial à sua educação. É fundamental, do ponto de vista da educação construtivista, que o aluno seja o agente da sua própria formação, e que o professor assuma o papel de motivador e orientador, superando a função e figura de um mero repassador de conteúdos. Infelizmente, o que se observa no construtivismo, ainda muito manchado de políticas e interesses, é que tem se prestado apenas de ser um pano de fundo para um alto grau de permissividade e falta de responsabilidade (pais, alunos e escola).


Todas as épocas possuem seus problemas. Hoje fala-se muito em crise de ética e meio ambiente. Contudo, a partir dessa crise, estamos vivendo o nascimento de novos valores e de uma consciência mais global, ecológica e social. E a criança deve ser estimulada e agregada na participação desse novo contexto. Estimulá-las desde cedo às praticas sociais e ecológicas sadias e tornar conhecidos os exemplos positivos da experiência humana será algo a ser cada vez mais exercido.


Os problemas infantis e juvenis não serão solucionados se lhes fecharmos os olhos às situações e desafios da vida cotidiana. É dentro desse contexto que as metas e objetivos deveriam ser enfatizados e trabalhados.


Toda a problemática continuará e se tornará mais grave se continuarmos o enfoque atual da civilização, ou seja, o existir para satisfazer apenas "necessidades" humanas materiais.


Não se observa outro caminho ou saída a não ser que o homem lute para realizar sua imagem real, interior, arquetípica, sua própria totalidade. E a educação e a família deveriam enfatizar desde o início a preparação do ser humano, infância e juventude, para esse ideal. Tudo deveria ser organizado de maneira que a sociedade humana se subordine à meta primordial de garantir ao ser humano a sua auto realização de acordo com a sua natureza interior, suas aptidões e tendências. Portanto, a capacidade de questionar, discutir, discernir e a responsabilidade social deveria ser assumida pelos adultos e estimulada nos jovens.


A partir dessas ideias básicas, pode-se alimentar a esperança de um futuro melhor e de que os problemas sejam resolvidos da melhor maneira possível. E como as crianças serão os futuros pais, mestres e professores, poderão transmitir e saber lidar mais profundamente e sabiamente com as bases e causas dos problemas que advirão em sua caminhada. Saberão enfrentar todas as dificuldades e crises que fazem parte da natureza humana e que são necessárias como ferramentas de evolução, autorrealização e conscientização.




Prof. Hermes Edgar Machado Junior




Referências e sugestões bibliográficas:

- Educação na Nova Era, de Alice A. Bailey
- O Senso de Responsabilidade na Sociedade, de Torkom Saraydarian
- A Psicologia da Cooperação e da Consciência Grupal, de Torkom Saraydarian
- Ter ou Ser, de Erich Fromm
- Saber Cuidar, de Leonardo Boff
- Ecologia, Mundialização e Espiritualidade, de Leonardo Boff



Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

Nenhum comentário:

Postar um comentário