sábado, 1 de junho de 2013

A BUSCA DO MESTRE


Sabe-se que a obediência cega a um mestre nunca é ensinado e desejado na verdadeira ciência espiritual. Um mestre externo sabe que não é infalível e por isto nunca impõe o seu ensinamento rotulando-o como "autêntico" ou "único". Sabe ele que tudo é gradativo, inclusive a revelação.


O ensinamento é gradativamente qualificativo e os discípulos também qualificam-se gradativamente. Portanto, entendemos que um mestre verdadeiro somente começa o seu trabalho em nós e por nosso meio depois de que tenhamos feito o trabalho de qualificação e a preparação sobre nós mesmos.


Não há necessidade de buscarmos freneticamente a um mestre, porque quando a nossa maturidade e a nossa qualificação se fizerem presentes seremos "encontrados" por um mestre. Tudo é uma questão de maturidade, preparo e qualificação, no sentido amplo e abrangente. O encontro se dará, portanto, somente quando nosso coração e mente estiverem prontos para a colaboração exigida ao mestre e, principalmente e consequentemente, ao Plano Divino.

Aqui cabe o mais importante e o menos compreendido: o verdadeiro Mestre é o nosso Ser Interno, a Alma, o Mestre Interno, o Anjo Solar, o Eu Sou. Somente quando o compreendermos e seguirmos seus passos e ditames é que o mestre externo, por sua vez, poderá aceitar a nossa ajuda. Nunca podemos nos esquecer de que a verdadeira obediência é devida unicamente ao nosso Mestre Interno.

O Anjo Solar (a Alma, o Eu Interior), como o verdadeiro Mestre do homem, é quem nos indicará o verdadeiro e correto caminho; o caminho individual e direto a percorrer. Sem o Eu Interior atuante não encontraremos as nossas profundezas, as realidades últimas, o âmago da divindade, o caminho.

Por isto é correto que se diga que o discípulo é o seu próprio mestre, pois dentro dele as realidades operam e o impulsionam para a meta. "Sois deuses!"

Enfim, diga-se ainda que o contato com um mestre exterior dependerá sempre do grau de contato com o Mestre Interior. Por este motivo fica claro que não devemos buscá-lo, porém qualificar-se (a reforma íntima), crescer para que se esteja pronto. É o amadurecimento que proporcionará e concretizará, se for necessário, o contato entre mestre e discípulo. 

A regra geral para que tudo isso ocorra pode ser sintetizada no seguinte: estudo, meditação e serviço ativo e desinteressado, sem pressa, sem presunção, sem ansiedade, sem fascinação e ilusão. Tudo acompanhado de profunda humildade, coerência e sem fins lucrativos/comerciais.





Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)




Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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