sexta-feira, 28 de junho de 2013

O PODER DA IDEOLOGIA: UM DECRETO POLÍTICO QUE MUDOU A HISTÓRIA


O mundo tem demonstrado, através dos tempos, uma necessidade de criação de mitos relacionados a temas religiosos, dentre outros. A sociedade, praticamente sem se interrogar e questionar sobre a significação dos seus mitos, absorve signos, símbolos e estereótipos durante toda a vida.

Há casos de mitos que existem sem que possamos ter noção de sua origem, são atemporais, pois sua formação não é intencional, ou seja, nunca houve uma intenção inicial de criá-los, sendo assim, a sociedade, o tempo e o inconsciente coletivo os responsáveis pelo processo natural e gradativo da criação. Entretanto, há casos de mitos programados antecipadamente. É a mitificação artificial de coisas e pessoas com finalidades de conquistar a sociedade para interesses econômicos, políticos, sociais e religiosos.

Mas, o que é um mito? Muitas definições são encontradas. Porém, algumas são coincidentes e nos revelam ser uma tentativa de explicação de acontecimentos considerados sobrenaturais ou naturais que escapam da compreensão do homem. Surgem, então, as lendas, a poética, a fábula etc., que pertencem à sabedoria da humanidade através do tempo. São preservadas de geração em geração pelo inconsciente coletivo, sob a forma de arquétipos, símbolos e figuras. É através deles que são transmitidas as mensagens essenciais.

Por isto é muito difícil, com neutralidade, estudar e analisar o que representam os mitos. E quando  falamos em mitos, devemos ter a clara distinção de que há, por um lado, mitos atemporais, que nos projetam a um universo profundo, simbólico e de arquétipos, com fins pedagógicos e cheios de lições permanentes para todas as épocas e povos, como por exemplo os mitos simbólicos do “dilúvio”, de "os doze trabalhos/provas de Hércules”, da “caverna” de Platão, dos “contos de fadas” (“era uma vez...”), dos “orixás”, dos mitos de “criação do mundo” (“no princípio”) e de tantos outros mitos que são as bases de todas as Escrituras Sagradas e de todas as tradições (Antigo e Novo Testamentos, Alcorão, Bhavagad Gita, Vedas etc.). Por outro lado, há mitos programados, a mitificação artificial de coisas e pessoas. E aqui reside o perigo, o engano, a hipnose coletiva. São os mitos sociais, políticos, religiosos e econômicos no sentido perverso da ideologia de domínio e exploração.

É, portanto, neste sentido que os mitos se tornam ou benéficos ou maléficos. Ou seja, enquanto uns falam à nossa alma nos ensinando a transcender problemas, lidar com nossos problemas interiores, existenciais e entender sobre nossa origem, missão e destino, outros nos levam a uma inércia mental, a uma alegria ilusória, a uma vida sem sentido, a uma alienação cultural, política, a uma “militância” subjugada a interesses egoístas de inúmeras ideologias, a ideias preconceituosas, a mitos raciais, a dogmas religiosos, econômicos e científicos indiscutíveis, a ídolos objetivos e subjetivos (artistas, super heróis, políticos, modo de vestir-se, novelas, comportamento, desportistas etc.), a patriotismos desmedidos e a tantos outros mitos que nos afastam da realidade e do verdadeiro sentido de uma vida plena, consciente e de crescimento.

A título de exemplo, trarei à tona três, dos milhares de exemplos de mitificação artificial e programados. O primeiro deles não chega a representar um grande problema, mas nos exemplifica claramente como absorvemos detalhes que se tornam “peças” fundamentais e “inseparáveis” de nossas crenças e costumes. O segundo já toma proporções maiores porque envolve uma ideologia, uma crença, uma fonte econômica e uma subjugação alienante e idólatra. O terceiro exemplo, que é o ponto fundamental deste artigo, nos fala de um “decreto político que mudou a história”.

Vamos ao primeiro exemplo: “O Gato Ritual - complicando o que é simples” (conto zen budista). “Quando um mestre espiritual e seus discípulos começavam a meditação do anoitecer, um gato que vivia no monastério fazia tanto barulho que os distraía. Então, o professor ordenou que o gato fosse amordaçado durante a prática noturna. Anos depois, quando o mestre morreu, o gato continuou a ser amarrado durante a meditação. E quando o gato morreu, outro gato foi trazido para o monastério e amarrado. Séculos depois, quando todos os fatos do evento estavam perdidos no passado, praticantes intelectuais que estudavam os ensinamentos daquele mestre espiritual escreveram longos tratados escolásticos e teológicos sobre a significância de se amordaçar um gato durante a prática da meditação...”. Dá para discordar?

Como segundo exemplo, temos a crença na padroeira do Brasil: Nossa Senhora Aparecida. Poucos questionam, analisam e enxergam o simples fato de que algo, uma estátua em questão, em algum momento tenha sido deixado cair na água, por acidente, ou tenha sido levado por alguma correnteza durante uma chuva, e que quando foi encontrada e resgatada das águas pelos pescadores, tenha sido apenas uma das possibilidades de resgate acidental daquelas águas; a outra possibilidade poderia ter sido a de até hoje estar submersa e, neste caso, não haveria "padroeira". Porém, a mentalidade da época, não muito diferente da de hoje, logo partiu para a ideia do milagre, aviso, aparição. A “fé” cega e a necessidade de ídolos que lhes protegessem no dia a dia levou, por um lado, o povo da época a construir mais um objeto de culto. Por outro lado, estava a Igreja, sempre pronta a incorporar em seus dogmas qualquer fato, por mais absurdo que possa ser, que lhe rendesse fiéis e lucro. Estava assim formado, no Brasil, mais um culto que tomaria proporções gigantescas. Culto este com uma sólida estrutura política, social e digna de um feriado nacional. Um verdadeiro paraíso para “os vendilhões do templo” e para a Igreja. Eis um mito, um culto forjado, que encontrou terreno fértil no senso comum e sofrido da população. Não devemos desmerecer a maneira de expressão e pensamento do homem movido pelo senso comum, mas não podemos também permanecer sem uma superação, rumo a uma abordagem crítica e coerente. O erro está na acomodação no papel de vítima e de dominado.

No terceiro exemplo, temos as proporções maiores da mitificação artificial de pessoas com finalidades de conquistar a sociedade para interesses econômicos, políticos, sociais e religiosos. Trata-se de um tema polêmico e que está contido  profundamente no modo de vida e crenças do Ocidente. Quer trate-se de algo que esteja no “inconsciente coletivo”, “memória genética”, “vida após vida”, ou de tudo um pouco, o fato é que teve um começo, um auge e agora está havendo um profundo questionamento do que foi criado em torno de um personagem, um grande homem, um espírito evoluído, chamado Jesus, pelos ocidentais.

Sabe-se, historicamente, que nos dias de opressão romana o povo judeu estava nos limites de sua força e tolerância. Uma ideia e desejo de liberdade e “salvação” já percorria o coração e a mente de cada judeu. A ideia começou a concretizar-se em doutrinas e movimentos (essênios, nazarenos etc.). Os grupos estavam sendo organizados em “fraternidades” (chevrot, em hebraico), também conhecidos como “grupo de servidores” (chaburah, em hebraico). Os membros eram chamados de “companheiros”, “servidores”, “membros”, (chaverim, em hebraico). Tinham como ideal a  pobreza, a abstinência, os banhos simbólicos de purificação. Enfim, uma preparação à “redenção” sempre iminente. Eis a gênese, o solo fértil para um outro grupo que estava para nascer.

Jesus, um espírito esclarecido no judaísmo e na cabala (iniciado por José de Arimatéia), também se referia à vinda de um “messias”. Alertava o povo sobre o poder do amor, sobre as injustiças sociais, sobre o erro daqueles que tratavam a religião como comércio, sobre a hipocrisia e tantas outras coisas. E sabemos do trágico fim que estas ideias lhe custou.

Mas, até então, os pequenos grupos simplesmente compartilhavam das ideias e ouviam a Jesus. Porém, um pouco mais adiante, já consideravam-se como seus discípulos, mas ainda judeus. Tais grupos continuaram após a sua morte e foram tomando proporções maiores. Passaram a crer, seus companheiros e discípulos, que o próprio mestre havia cumprido o destino de “messias”. Já surgia a crença que ele teria “ressucitado dos mortos” e retornaria do paraíso como governante de uma nova era final. Não é necessário citar todas as crenças e doutrinas que se fermentavam em torno do nosso querido irmão Jesus, porque já é de conhecimento de todos. Mas é claro que Jesus nunca andou em meio do povo proclamando-se messias, ou pedindo que o seguissem porque era rei. Ele apenas era um homem consciente, conhecedor do lado espiritual mais profundo, um conhecedor do lado esotérico da vida e do poder do amor e da justiça. Um ser além do seu tempo em visão e evolução.

O tempo passava, os grupos e crenças em torno de Jesus cresciam. As reuniões começavam a se tornar menos públicas em vários lugares porque já estavam a despertar a atenção de líderes religiosos e políticos. Tudo isto ainda acontecendo dentro do terreno do judaísmo. Mas um dia, o personagem chamado Paulo de Tarso, abriu as portas aos não-judeus, e os grupos, a partir de então, já não se regiriam totalmente pelas leis judaicas. Começava uma espécie de “cristianismo primitivo”. Cristianismo porque tem origem no nome de origem grega, cristo, o “salvador”, o “ungido” etc. Aqui começa a sobreposicão, aos poucos, dos mitos judaicos, gregos, romanos, egípcios, persas e outros nos novos núcleos em torno de Jesus. Cada vez mais as palavras de um homem tomavam formas e crenças diversas. Não me refiro aqui que as outras crenças, mistérios e mitos sejam inválidos; refiro-me somente à sobreposição que estava havendo.

Tudo isso, historicamente se sabe, não estava passando desapercebido pelos romanos. Estes percebiam o forte crescimento desse “movimento popular”. Estava, portanto, prestes a começar o conflito entre as comunidades que se expandiam e o poder do imperador romano. Em Roma já estava configurado o dilema, e era preciso escolher: o imperador ou Jesus. A princípio temidos, depois odiados, os novos “cristãos” iam se alastrando pelo Império. Entretanto, como a seita que crescia era aberta a todas as raças, a partir de Paulo, adquiria um caráter mais universalista, e isso começou a agradar ao Império Romano mais adiante. O culto ao imperador estava já prestes a tomar outro rumo. Mas antes, muito sofrimento e perseguição era a realidade vivida pelos chamados cristãos. E após a perseguição de vários imperadores romanos, que culminou com Dioclesiano, temos no Imperador Constantino o personagem que transformou o cristianismo em religião oficial do Império Romano.

Assim, temos em um decreto político, um rumo histórico-social que quase todos conhecem, mas não questionam. E toma, em resumo, após a oficialização pelo Imperador Constantino, o caráter de disputas pelo poder político e econômico. Ou seja, Concílios desenham, então, o modo de vida da humanidade cristã que a influencia até hoje: Jesus se torna Deus, Deus se divide em 3, formando a Santíssima Trindade; nasce a figura do demônio; a Igreja se torna a única intermediária entre Deus e o homem; adquire justificativas santas para silenciar os inimigos; renascimento se transforma em ressurreição (também por decreto!); e assim estava se formando uma teologia onde tudo se adequava ao perfil da Igreja (aos interesses). Mais adiante, o Protestantismo faz a reforma, mas sai da mesma raiz e continua nas mesmas disputas e interesses ideológicos.

E o que vemos hoje? A religião, como a política, atualmente, tornou-se um palco, um circo, um negócio muito lucrativo. Hoje já nem se fala tanto da Igreja Católica, mestra antiga no que se refere à sede de poder, ouro, corrupção, crime e falsidade, mas salta aos nossos olhos o "evangelismo", subdividindo-se continuamente em diversas denominações “evangélicas”, “pentecostais”, “neo pentecostais”, às centenas, verdadeiras multinacionais, gerenciadas por estelionatários e enganadores que assaltam a multidões sofridas e sem discernimento. Eis o porquê de C. Marx ter dito que a religião é o opium do povo. Imaginem o que Marx diria atualmente!

Mas a verdadeira educação está, aos poucos, mostrando a sua face. Mais cedo ou mais tarde, as Leis Divinas estarão acima das leis dos homens e dos "intermediários" e "sábios” do divino. A evolução não pára. A Verdade sempre será a Verdade, mesmo que pervertida pelos homens. O Divino está acima dos interesses humanos, interesses disfarçados de leis, pregadores, padres, pastores, evangelistas, missionários, dirigentes espíritas “donos da verdade”, monges, "devotos", "milagres" e de "iluminados". Enfim, acima de interesses de todas as religiões e seus ministros.

Atualmente, há várias correntes em torno do ideal chamando cristianismo, Jesus, cristo ou messias: a tradicional católica romana, as ortodoxas, as protestantes (centenas), as judaico-messiânicas, o espiritismo e os esoteristas cristãos.

As católicas, ortodoxas e protestantes a história já tem demonstrado sua trajetória e interesses até os nossos dias. Só uma cegueira hipnótica, a tradição cega, o inconsciente coletivo, ou vida após vida dentro dessas tradições, forjadas no medo e tortura, poderiam explicar a razão de uma continuidade da humanidade atrelada, ou melhor, acomodada em  suas doutrinas e crenças.

As judaico-messiânicas deram um grande passo. Um retorno às origens é salutar. O problema, entretanto, continua quanto ao “ideal messiânico” ou de “messias”. É a conhecida tendência psicológica de materializar o espiritual. Ou seja, “tomar a letra que mata pelo espírito que vivifica”. O ideal de um messias que já veio também foi cristalizado num homem (Jesus) e mais uma vez a letra sufocou o espírito da mensagem. Esquecemos que o ideal messiânico, que o próprio Jesus falava, é individual. Cada um o receberá no seu coração. Não é “alguém” o ideal, mas um “estado crístico” que cada um chegará por evolução. Esta é a “redenção”.  A era messiânica sempre esteve, está  e estará aberta a cada um que buscar dentro de si o amor, as corretas relações humanas, a reforma íntima; é um novo sentido de vida, uma “conversão”, um redescobrir-se a si mesmo.

No espiritismo temos um caso interessante. Ele é, em sua essência, uma ciência e uma filosofia com consequências morais e éticas, não religiosas como o entendemos por religião. Allan Kardec, como ocidental, referia-se às palavras de Jesus como sendo bons conselhos e ideais maravilhosos, dignos de serem seguidos, mas nunca codificou um cristianismo espírita, como querem no Brasil. O “igrejismo” espírita começou, em terras brasileiras, com Bezerra de Menezes e Francisco Cândido Xavier, principalmente. E o povo, sem bases culturais e conhecimento do espiritismo clássico, filosófico e científico, acostumado e impregnado do cristianismo vigente, logo adotou a postura cristã. Por isto ouvimos no meio espírita expressões como: “Jesus é o único modelo e guia”; “espiritismo sem Jesus não é espiritismo”; “não compreendo um espiritismo sem Jesus”; "mediunidade com Jesus", e assim temos centenas de expressões similares. Provavelmente tudo isto seja efeito do que já me referi acima, ou seja, inconsciente coletivo, memória genética, vida após vida, arquétipos, símbolos etc., que perduram na mente dos espíritas encarnados e desencarnados, sendo que muitos destes últimos foram clérigos católicos. No espiritismo também há uma confusão entre Jesus e o “estado crístico” a ser atingido. Lógico, depois de praticamente dois mil anos de medo, tortura e condicionamentos, torna-se difícil enxergar mais nitidamente os fatos e muitas coisas temperam o espiritismo, inconscientemente. E pesa-se ainda o fato de que a grande maioria dos espíritas é de origem católica e protestante.

Temos ainda os “esoteristas cristãos”. São pertencentes a organizações, ordens, fraternidades e escolas espirituais que tem suas origens mesmo antes da época de Jesus. São cristãos no verdadeiro sentido da palavra, pois têm a “cristo”, a “essência crística” como objetivo de vida e doutrina. Consideram que Jesus atingiu esse estado e que falava disso aos seus contemporâneos, incentivando-os a buscar o amor, o reino, a sabedoria, o arrependimento etc. Algumas correntes de "esoteristas cristãos" também não ficaram imunes à influência do "cristianismo tradicional" e adotaram uma postura mais ortodoxa referindo-se ao "mestre dos mestres".

Assim, rapidamente, dentro dos parâmetros de um artigo, busquei evidenciar o poder da mitificação que tornou um homem em um fato político-social, e a construção, cada um a seu modo e interesses, de toda  uma história que custou milhares de vidas, guerras “santas”, discussões teológicas, ideologias e desunião. Uma verdadeira aspiração de uma época que se personificou num homem e que mais tarde foi transformada em um decreto político que veio a influenciar toda a história e trajetória ocidental.

Finalizando, um pequeno conto indiano exemplifica, “mutatis mutandis”, o que tentei expôr acima. Um homem desejava livrar-se de todas as formas de ritos religiosos, deixando apenas a essência da direta experiência da Verdade. Ele atraiu discípulos que costumavam se reunir a seu redor toda semana, quando ele falava a todos sobre seus princípios. Após algum tempo, eles começaram a se  reunir antes do mestre aparecer, porque eles gostavam de estar em grupo e cantar juntos. Eventualmente foi construída uma casa para as reuniões, com uma sala especial para o mestre. Após sua morte, tornou-se uma prática entre seus seguidores fazer uma reverência respeitosa à sala vazia, antes de se entrar no salão. Em uma mesa especial a imagem do mestre era mostrada em uma moldura, e as pessoas deixavam lá flores e incenso, em respeito ao mestre. Em poucos anos uma religião tinha crescido em torno daquele homem, que em vida não praticava nada disso, e que, ao contrário, sempre disse aos seus seguidores que ficar preso a estas práticas levava frequentemente a pessoa a se iludir no caminho da Verdade. (desconheço o autor)


Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)



Algumas referências e sugestões bibliográficas:

- “Quatro Milênios de Existência Judaica”, Fritz Pinkuss, Revista de História (USP)
- “Jesus: uma biografia revolucionária”, John Dominic Crossan, Ed. Imago
- “O Dogma de Cristo”, Erich Fromm, Ed. Zahar
- “Origem e Evolução da Ideologia”, Oto Alcides Ohlweiler, Ed. Universidade
- “Sociologia Geral”, Eva Maria Lakatos, Ed. Atlas
- “Quem Matou Jesus? As Raízes do Anti-Semitismo”, John Dominic Crossan, Ed. Imago
- “Saber Cuidar”, Leonardo Boff, Ed. Vozes
- “A Psicanálise dos Contos de Fada”, Dr. Bruno Bettelheim, Ed. Paz e Terra
- “Revisão do Cristianismo”, J. Herculano Pires, Ed. Paidéia
- “Filosofando: introdução à Filosofia”, Maria Lucia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires   Martins, Ed. Moderna
- “La Evolución del Pensamiento Judío”, Jacob Bernard Agus, Ed. Paidós
- “Heresia: o jogo de poder das seitas cristãs nos primeiros séculos depois de Cristo”, Joan O'Grady, Ed. Mercúrio


Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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