Se você andar pela estrada, verá o esplendor da natureza, a extraordinária beleza dos campos verdes e os céus abertos; e ouvirá o riso das crianças. Mas apesar de tudo isso, há uma sensação de sofrimento. Há a angústia de uma mulher carregando uma criança; há sofrimento na morte; há sofrimento quando você vai atrás de alguma coisa e ela não acontece; há sofrimento quando uma nação decai, vai à falência; e há o sofrimento da corrupção, não só no coletivo, mas também no indivíduo. Há sofrimento em nossa própria casa, se você olha profundamente – o sofrimento de não ser capaz de se realizar, o sofrimento de sua própria insignificância ou incapacidade e vários sofrimentos inconscientes. Há também riso na vida. O riso é uma coisa adorável; rir sem razão, ter alegria sem causa no próprio coração, amar sem querer algo de volta. Mas tal riso raramente nos acontece. Estamos sobrecarregados de sofrimento, nossa vida é um processo de miséria e disputa, uma contínua desintegração, e nós quase nunca sabemos o que é amar com todo nosso ser. Queremos encontrar uma solução, um meio, um método para resolver este fardo da vida, e assim, nós nunca de fato olhamos para o sofrimento. Tentamos fugir através de mitos, imagens, especulação; esperamos encontrar algum meio de evitar este peso, de ficar longe da onda do sofrimento. O sofrimento tem um fim, mas ele não acontece através de algum sistema ou método. Não existe sofrimento quando existe percepção do que é.
J. Krishnamurti
Fonte: The Book of Life
www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: www.aindamelhor.com
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