O sofrimento permeia a existência cíclica como o óleo permeia as sementes de gergelim. Como o óleo, a completa infiltração do sofrimento não é sempre aparente, especialmente em fases onde o prazer predomina e as coisas parecem ir bem. Entretanto, da mesma forma que o óleo se torna evidente quando as pequenas e duras sementes são trituradas e espremidas, também o sofrimento latente é diretamente experimentado quando nossas camadas de pretensões egoístas se arrebentam sob a opressão da existência cíclica.
Por que é assim? A resposta é que estamos sujeitos ao carma, a lei inexorável de causa e efeito. A questão que, logicamente, se segue é: O que causa o carma? A causa raiz do carma são os venenos da mente. Nossa mente é basicamente confusa porque não reconhecemos sua natureza absoluta. Na falta deste conhecimento, deslizamos para uma estrutura errônea, que é a dualidade.
De início nos agarramos a um “eu” que percebe e a um “objeto” que é percebido. Vendo o objeto, definimos seu tamanho, forma e cor. Depois o julgamos: “Isto é bonito. É feio. Gosto disso. Não gosto disso. Isso me faz feliz. Isso me faz infeliz”. Finalmente, sentimos apego ou aversão: “Quero isso. Não quero isso”. É aí que começa o sofrimento.
Chagdud Tulku Rinpoche
Fonte: do livro “Vida e Morte no Budismo Tibetano“
http://darma.info/trechos/2006/11/onde-comea-o-sofrimento/
Fonte da Gravura: http://www.imageafter.com/
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