quinta-feira, 2 de outubro de 2014

SIMBOLOGIA ESOTÉRICA (como entendida pela ROSACRUZ - MAÇONARIA - MARTINISMO e outras)

O símbolo é a representação visível de uma coisa oculta.

A primeira função do símbolo é a de oportunizar uma aventura do espírito, inclinando-o, à exploração, à busca, à pesquisa. Uma segunda função é pedagógica e terapêutica, pois o símbolo comunica ao homem que ele não está isolado, nem perdido na vastidão do mundo. A terceira e última função do símbolo, para mim, é a de unificação, pois ele condensa a experiência total do homem (religiosa, cósmica, social, psíquica) nos níveis da inconsciência e da consciência.

O homem vive num mundo de símbolos e esses vivem nele. O homem se cerca de símbolos no afã de atender a sua necessidade de busca de uma explicação para pontos ignorados.

A maçonaria elegeu os símbolos como objetos de estudo do maçom que, com projetos pessoais de aperfeiçoamento moral e espiritual, com vontade e consciência, quer aproximar-se da verdade plena, espiritualizando a vida.

Assim foi a origem dos três pontos maçônicos (.'.), os quais surgiram na Espanha por volta de 1509 para fim de que ninguém viesse a compreender as trocas de cartas, bilhetes ou mensagens escritas entre os antigos maçons. Eles criaram uma simbologia própria onde substituindo a parte suprimida, cortavam vocábulos entre uma consoante e uma vogal e acresciam a elas três pontos na forma de um triângulo equilátero. Foi utilizada pela primeira vez, segundo Nicola Aslan, em 12 de agosto de 1774 na França, em uma correspondência do Grande Oriente da França comunicando a mudança de endereço. Também os três pontos possuem um significado que pode ser descrito dentre vários outras maneiras, como sendo Sabedoria, Força e Beleza, atributos de Deus.

O simbologismo é exigência do método iniciático maçônico, método que não propõe a verdade, mas sugere estudo, busca pesquisa, como dever individual dos homens. Nada, em maçonaria, em decorrência do método, favorece as verdades fechadas, dogmáticas, discriminatórias, intolerantes.

Então o simbolismo maçônico não é, pois, o conhecimento passivo da quantidade, da forma e das interpretações alheias dos símbolos. O simbolismo maçônico é o obreiro já convertido no significado que ele conseguiu atribuir ao símbolo, a busca do sentido do símbolo e a correspondente mudança da vida. E se o obreiro conseguir sentir a sua infinitude, em elevado grau de espiritualidade da vida, viverá um simbolismo tão espontâneo e pessoal, que todas as palavras do mundo não poderão descrever a experiência.

O simbolismo é como livros que nos fazem viajar em um espaço sem tempo.

Cumpre, então, ao maçom reinterpretar os símbolos sem o sentimento de traição ao passado, pois, se seu dever é vivenciar o simbolismo, todo momento presente solicita uma intensidade diferente, uma revisita, com interesses distintos, numa outra atualidade.

É com isso que a cada sessão por mais igual que ele possa ser, sempre somará ao nosso conteúdo, por mais estudados que sejamos, novos conhecimentos. Isso é como uma grande árvore centenária que sempre está no mesmo lugar, num mesmo solo, mas consegue que cada momento seja diferente, consegue retirar nutrientes onde antes não conseguia e os transfere para novas folhas em galhos velhos.




Marcus Rodrigo Lawder





Fonte:
- Revista "O Prumo"
- "História da Maçonaria", de Nicola Aslan

Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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