quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A CONQUISTA DO CÉU

Segundo muitas religiões, é na “parte superior” do Universo que está a morada dos bem-aventurados e nas entranhas da Terra que está a habitação dos condenados: o inferno. Os Mestres Rosacruzes iluminam, no entanto, que este é um ensino falso.

Se o destino do homem se limitasse a esta vida tão curta, que mesmo em sua maior duração não nos permitiria atingir os limites das nossas aspirações, que adiantaria ao homem essa sede infinita de conhecimento, de saber, de necessidades, de sonhos, tendências inexplicáveis para um estado melhor? A persistência que temos em prosseguir, apesar das decepções, para um Ideal que não é deste mundo, é uma indicação firme de que a morte não define, de uma vez por todas, o destino do nosso espírito.

DEUS não poderia dar ao homem esperanças irrealizáveis. As necessidades infinitas da alma reclamam forçosamente uma vida interminável. Se para nós tudo começasse com a vida atual, como explicar tanta diversidade nas inteligências, tantos estágios na virtude e no vício, tantas variedades nas situações humanas? Que ideia faríamos de um DEUS que estabelecendo apenas uma vida corporal nos houvesse dotado tão desigualmente? Todas essas obscuridades dissipam-se perante a “doutrina das existências múltiplas”. Os seres, que se distinguem pelo seu poder intelectual ou por suas virtudes, atualmente têm vivido mais, têm trabalhado mais, têm adquirindo experiências e aptidões maiores.

Somos membros de uma mesma família, semelhantes pela carne e pelo sangue, educados em vários princípios, diferentes em bastantes pontos. Porém, essas desigualdades, resultantes dos efeitos do passado, podem ser resgatadas e niveladas nas vidas futuras.

O progresso e a elevação dos nossos espíritos dependem unicamente do nosso trabalho, da energia por nós desenvolvida nos combates da vida. Enquanto alguns lutam com coragem e rapidamente alcançam os graus que os aproximam de uma vida superior, outros se imobilizam durante séculos em existências ociosas e estéreis, e perdem tempo.

Através da sucessão dos tempos, as nossas existências se desenrolam, passam e se renovam e, em cada uma delas, desaparece um pouco do mal que está em cada um de nós. Cada conquista que fazemos sobre as nossas paixões, sobre os nossos instintos egoístas, nos permite uma alegria pura, uma satisfação interna. Quanto maior for o trabalho executado, maior será a recompensa. O céu não está longe, mas em nosso interior.





Fonte do texto e da gravura: Fraternidade Rosa-cruz do Brasil
Gravura: Rosacrucianismo e Alquimia XVII 
– Herbrandt Jamsthaler, Frankfurt, 1625
http://rosacruzdobrasil.org.br/a-conquista-do-ceu/

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