sábado, 10 de janeiro de 2015

A PEGADA DA IMPERMANÊNCIA

A familiarização com a morte e impermanência é fundamental e muito benéfica. Através dela, se percebe que esta vida não dura e há o abandono das preocupações voltadas para esta vida*. Essa meditação é o principal incentivo para ações que asseguram boas condições em vidas futuras.

Sem a lembrança da morte, ficaremos nos preparando para uma longa permanência nesta vida: as preocupações do dia-a-dia com comida, roupas etc. Busca por bem-estar e fama, o tempo todo pensando nisso. E não faremos nada voltado para as vidas futuras.

Se lembrarmos da morte e impermanência, com a exceção dos atos que asseguram as condições das próximas vidas, não ficaremos preocupados com preparativos para esta vida. 

Por isso, o Buda Baghavan disse:

Entre todas as percepções, a percepção da impermanência é a suprema. Entre todas as pegadas, a pegada do elefante é a suprema.

O elefante tem um corpo enorme, por isso, diferentemente dos outros animais, deixa uma marca grande. Perceber a impermanência faz com que atiremos longe as preocupações mundanas.

Através de uma intensa lembrança sobre a necessidade de assegurar felicidade em vidas futuras, que provoca o abandono de ações negativas, a adoção de ações positivas e a prática do Darma sublime, a meditação sobre a morte e impermanência deixa uma pegada imensa.


* “Preocupações voltadas para esta vida” se referem aos planos e ações que consideram o bem-estar apenas nesta vida, desconsiderando a morte, a continuidade da mente e os efeitos cármicos.




Geshe Lhundup Sopa





Fonte: “Lectures on Tibetan Religious Culture”, cap. 13
http://darma.info/
Fonte da Gravura: Elias, O Profeta
Pintura de Nicholas Roerich
http://www.roerich.org/


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