Vós podeis aceitar uma provação, podeis compreendê-la, admitir que ela é inevitável, mas ao mesmo tempo sentir amargura, tristeza, pesar: pensais que teria sido muito melhor não terdes de passar por ela! Ficai a saber que, nestas condições, essa provação ainda não terminou.
Quando é que se pode dizer que uma provação terminou? Quando nós somos capazes de nos regozijar com ela. Sim, regozijarmo-nos com ela! É possível que, aparentemente, ela não nos tenha trazido nada e que até nos tenha feito perder muitas coisas, mesmo seres que nos são queridos. Contudo, após essa provação, chega um dia em que sentimos que a nossa luz, o nosso amor e a nossa força aumentaram, que somos habitados por uma paz e uma alegria que antes não conhecíamos. Nesse momento, e só nesse momento, podemos dizer que a provação terminou.
No momento em que os acontecimentos se dão, nós não podemos saber se, com o tempo, eles se revelarão felizes ou desfavoráveis para nós. Muitas circunstâncias que as pessoas consideravam felizes acabaram por ser a causa do seu colapso, ao passo que certas provações se revelaram, com o tempo, muito benéficas! Não é, pois, no momento que se pode ajuizar acerca da felicidade ou da infelicidade; para podermos pronunciar-nos, temos de esperar.
Então, ganhai o hábito de dizer para vós mesmos, perante qualquer situação desagradável ou dolorosa, que no fim do caminho talvez vos espere uma felicidade. Não percais o vosso tempo com queixas ou revoltas; em vez disso, agradecei ao Céu. Ao dizer “obrigado”, libertais em vós energias que vão ajudar-vos a enfrentar a situação. Sim, é o poder da palavra “obrigado”: ela atira-se ao obstáculo que estava a erguer-se e neutraliza os venenos que a tristeza, a cólera, o desânimo, começavam a destilar em vós.
Omraam Mikhaël Aïvanhov
Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Krishna - Primavera em Kulu
Pintura de Nicholas Roerich
http://www.roerich.org/
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