sexta-feira, 5 de agosto de 2016

PROVIDÊNCIA DIVINA

Esforçai-vos por tomar consciência de todas as riquezas que Deus vos deu: o vosso coração encher-se-á de um tal reconhecimento, de um tal amor, que já só pensareis em ajudar e esclarecer os outros. Quem se sente rico não pode guardar tudo para si, há qualquer coisa que o obriga a distribuir. Pelo contrário, aquele que passa o tempo a enumerar o que lhe falta, fazendo comparações com tudo o que os outros possuem, torna-se ciumento e invejoso. Como os outros estão mais favorecidos do que ele, considera que tem justificação para os atacar de uma maneira ou de outra e lhes tirar ou destruir aquilo que, na sua opinião, eles têm em excesso e devia reverter para ele. É a pobreza, em todas as suas formas – material, moral, espiritual –, que está na origem da maior parte dos crimes. Então, se quereis ser um benfeitor da humanidade, senti-vos ricos com todas as riquezas que recebestes da Providência e que ninguém pode tirar-vos.

Um amigo contou-me que, num dia em que se sentia desesperado, foi caminhar pelo campo. Em dado momento, sentou-se sobre um rochedo e percebeu que havia ali, numa fenda minúscula, algumas ervinhas. E olhou-as demoradamente, questionando-se sobre como tinha sido possível elas crescerem em tais condições. De repente, quando olhava para elas, algo nele se reanimou. Ele não compreendia como ver aqueles pedacinhos de erva podia tê-lo arrancado ao seu desespero. Na realidade, não fora a erva em si mesma, mas ele que, ao olhar para ela e sem se aperceber, tinha operado aquela mudança na sua alma. Todos os poderes de regeneração existem em nós e por vezes basta uma coisa ínfima para os revelar. Tudo o que existe na natureza – os seres, as coisas – pode ajudar-nos. É possível isso ocorrer fora da nossa consciência e independentemente da nossa vontade. Mas cabe-nos tornar esse fenômeno consciente sem esperarmos que um acontecimento exterior venha, por acaso, trazer-nos auxílio.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

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