Quaisquer que sejam as circunstâncias, o prazer nunca deve ser tomado como um critério. Ou pelo menos é preciso saber que ele é um critério muito insuficiente. Porque, geralmente, aquilo que agrada aos humanos alimenta mais frequentemente os seus instintos do que a sua alma e o seu espírito. Como se prova isso? Basta ver aquilo em que eles encontram prazer: comer, beber, seduzir homens ou mulheres, jogar a dinheiro, viver luxuosamente, abusar do poder, vingar-se etc.; as possibilidades não faltam. Mas, assim, onde é que eles irão parar?
Ao procurar o prazer, cada um só pensa em si. O seu prazer é para ele; ele não procura o prazer dos outros, mas somente o seu. Assim, restringe o seu campo de consciência e, para obter esse prazer e o defender, é muitas vezes obrigado a usar métodos detestáveis, exige, ameaça. Quando lhe acontece ficar privado desse prazer, é violento, vingativo, e os outros, que o acham insuportável, não deixam de lhe fazer sentir isso. Então, que vantagens pode ele tirar verdadeiramente da sua forma de agir?
Calculai o tempo que passais todos os dias a comer, a dormir – o que, evidentemente, é útil, indispensável –, mas também a falar indiscriminadamente, a ocupar-vos com futilidades. Os anos passam, assim, longe da verdadeira vida, a vida da alma e do espírito. Que bagunça, que desperdício! E é por isso que, no dia em que tiverdes de partir para o outro mundo, estareis pobres e nus.
Impregnai-vos da ideia de que, ao deixardes este mundo, as únicas pedras preciosas que levareis serão as vossas virtudes, o único ouro será o vosso saber e as únicas vestes serão os ornamentos da vossa alma. No momento da morte, fica-se como aquelas pessoas que, por serem expulsas, têm de deixar as suas terras, as suas casas, os seus móveis: elas apressam-se a ir aos seus cofres para levar o ouro e as joias, que são os únicos objetos de valor graças aos quais, trocando-os por dinheiro, poderão sobreviver. Quando a morte chega, só se pode levar as suas qualidades e virtudes, tem de se abandonar tudo o resto. Então, perguntai a vós próprios, a partir de hoje, quanto ouro e pedras preciosas possuís.
Omraam Mikhaël Aïvanhov
Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com
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