O Apóstolo Paulo em uma de suas assertivas dirigida aos gentios, afirma: “Ainda que o homem exterior se corrompa, o interior se renova sempre.”
O discípulo seguidor do Cristo, quis dizer que não devemos dar importância exagerada às nossas experiências no campo da carne, principalmente, quando elas não são coroadas de pleno êxito, porque a roupagem carnal é temporária, sujeita a desorganizações contínuas, inclusive a provocada pelo fenômeno que chamamos morte.
O que realmente deve merecer especial atenção de nossa parte é o espírito imortal, esse nômade do espaço, que se serve do acervo de realizações hauridas no campo da carne, boas ou más, para estruturar a sua túnica eletromagnética que irá envolvê-lo quando conseguir alcançar as campinas siderais do infinito.
Não devemos também nos preocupar com a demora do tempo, porque ele estará sempre caminhando conosco, não exigindo nenhuma pressa, nenhuma correria, e sim, paciência e persistência, seguindo o exemplo da própria natureza, que não dá saltos espetaculares, mas segue o ritmo de sequência e gradação, obedecendo os mínimos detalhes, para o crescimento harmônico de todos os seres.
Os vegetais crescem milimetricamente. Os grandes rios são formados por pequenos filetes de água que engrossando, aos poucos, formam córregos, depois riachos e, finalmente, os rios de grande porte que deságuam nos mares extensos.
Na construção de grande edifício a situação é idêntica. Primeiro o alicerce, o primeiro tijolo, peça por peça, até chegar ao final da obra totalmente acabada.
Os livros de maior vendagem e de grande expressão foram escritos letra por letra.
Uma grande floresta é formada através de pequeninas sementes, levadas, às vezes, pelo vento ou transportadas pelos pássaros que sobrevoam esses locais.
Decorre, então, que a natureza não concede privilégios a quem quer que seja, prevalecendo sempre a lei do maior esforço e do trabalho, como alavancas de impulso em todas as realizações programadas para o homem aqui no nosso orbe.
Todas as pessoas, sem exceção, já possuem dentro de si um ideal de conhecer e fazer, e, este sonho não deve ser abandonado, mesmo porque faz parte da estrutura íntima da nossa inteligência e dos nossos sentimentos, mas é preciso não nos esquecermos das pequeninas missões que, se bem executadas, nos darão força e coragem moral para a realização dos grandes empreendimentos.
Sofremos desorganizações incessantes, sem no entanto, deixarmos de crescer e evoluir para Deus, nunca retrocedendo, apesar dos reveses que, certamente, sofreremos ao longo da grande jornada.
A preservação da auto-estima, do trabalho, do autodescobrimento e autoaperfeiçoamento, adotando sempre postura de vigilância rígida sobre nós mesmos, nos ajudarão na meta de enobrecimento a alcançar. Dificuldades, dores, decepções estarão sempre conosco testando-nos a capacidade de prosseguir, de caminhar com equilíbrio, boa vontade e alegria.
Djalma Santos
Fonte: do livro "Segredos da Alma"
Edições CELD, Rio de Janeiro, 2002
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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