[...] Deverá dar a máxima atenção ao seu pensamento, principalmente ao pensamento plástico. A capacidade de concentração... evoca imagens penetrantes do Akasha, através do pensamento plástico; elas são fortemente vitalizadas a tentam se concretizar. Por isso só devemos ter pensamentos nobres e puros, e devemos tentar transformar nossas eventuais paixões em qualidades positivas.
A alma do mago já deverá ser tão nobre que ele nem mesmo conseguirá ter pensamentos negativos ou desejar o mal a alguém. Um mago deve agir de modo amável, prestativo a solidário, generoso e respeitoso, discreto e silencioso. Deve estar livre de egoísmo, orgulho e ganância. Essas paixões se refletiriam no Akasha, e como o princípio do Akasha contém a analogia da harmonia, o próprio Akasha colocaria obstáculos no caminho do mago impedindo a sua evolução, ou o que é pior, tornando-a impossível. Um Progresso posterior estaria então totalmente descartado.
É só nos lembrarmos do livro de Bulwer, "Zanoni", no qual a guardiã da fonte nada mais é do que o Akasha, que impede o acesso dos grandes mistérios aos impuros a imaturos. Mesmo se eles o conseguirem, então o Akasha tentará transformar tal pessoa, deixá-la ser dominada pela dúvida, ou prendê-la a um golpe do destino, para proteger os mistérios de todas as formas possíveis. A um imaturo os mistérios permanecerão sempre ocultos, mesmo se forem divulgados em centenas de livros.
Um mago verdadeiro desconhece o ódio religioso ou sectário; ele sabe que toda religião possui seu sistema específico que levará seus devotos a Deus, por isso ele a respeita. Ele sabe que toda religião tem erros, mas ele não a julga, pois cada dogma serve ao estágio de maturidade espiritual de seu adepto.
Através da sua evolução o mago passará a ser suficientemente maduro a ponto de enxergar com sua visão espiritual todos os pensamentos, todas as ações, todas as atitudes, relativas ao passado, ao presente ou ao futuro.
Ele sempre será tentado a julgar o seu semelhante mas com isso ele poderia contrariar as leis e provocar uma desarmonia. Um mago desse tipo não possui maturidade suficiente e perceberá que o Akasha anuviará a sua clarividência e o Maya o atormentará com ilusões. Ele precisa saber que o bem e o mal têm direito à existência a que cada um tem uma missão a cumprir. Um mago só poderá chamar a atenção de uma pessoa ou julgar seus defeitos e fraquezas quando convocado diretamente para tal, a deverá fazê-lo sem colocar nisso uma crítica.
O mago autêntico aceita a vida como ela é, o bem lhe traz alegria e o mal lhe traz o aprendizado, mas ele nunca se deixa abater. Ele conhece as próprias fraquezas e se esforça em dominá-las. Jamais cultivará o arrependimento ou a culpa, pois estes são pensamentos negativos e portanto devem ser evitados. É suficiente que ele reconheça seus erros e não os repita novamente.
É basicamente errôneo prender-se ao passado e lamentar as coisas desagradáveis que o destino lhe impôs. Só os fracos queixam-se constantemente para despertar a piedade dos outros. O verdadeiro mago sabe que através da evocação de imagens do passado elas podem voltar à vida, desencadeando novas causas e criando novos obstáculos no seu caminho. É por isso que o mago vive exclusivamente o presente e olha para trás só em caso de necessidade. Para o futuro ele fará só o planejamento do que for estritamente necessário e deixará de lado todas as ilusões a fantasias, para não gastar com elas as energias tão arduamente conquistadas, e para não dar ao subconsciente a possibilidade de criar obstáculos em seu caminho.
O mago trabalha objetivamente na sua evolução sem esquecer seus deveres materiais, que deverão ser cumpridos com tanta conscienciosidade quanto as tarefas de sua evolução espiritual. Portanto, ele deverá ser muito severo consigo mesmo. Deverá sempre ser muito prudente, e no que se refere à sua evolução, discreto.
O princípio do Akasha não conhece o tempo nem o espaço, ele age, portanto, sempre no presente, pois os conceitos temporais dependem dos nossos sentidos. É por isso que recomendamos ao mago adaptar-se o máximo possível ao Akasha, reconhecendo-o como o grande AGORA, pensando e agindo em função dele. [...]
Franz Bardon
Fonte: do livro "Iniciação ao Hermetismo"
Edição digital de Comunidade PGEM
Via http://br.groups.yahoo.com/group/haon
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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