A meditação é um acompanhamento da trilha humana, da jornada humana com todos os seus desvios e retornos. É uma forma de seguir a trilha humana para o centro da realidade. Uma vez neste centro estamos em condições de experimentar a unicidade que é paz, alegria e amor. As diferenças foram transpostas, as dualidades resolvidas. Esta é a grande importância da meditação para o mundo hoje. Nós não meditamos apenas para nossa própria paz mental. Todo meditante medita com um sentimento crescente de que sua jornada de meditação é de grande importância para os outros, assim como para si mesmo. Paulatinamente, passamos a perceber que a meditação é o instrumento para se chegar a uma visão unificada do mundo. Estaremos aptos a olhar o mundo e ver sua unicidade em vez da sua divisão. Nós efetivamente a vemos, nós a vivenciamos. Nós não estamos apenas desejando ou devaneando, somos capazes de ver assim. E esta é a visão de Deus.
Santo Agostinho disse que o objetivo desta vida é o de restaurar a saúde dos olhos do coração, por meio dos quais Deus pode ser visto... em nós, nos outros, em tudo. Este é todo o objetivo desta vida. Assim, a meditação é o meio pelo qual purificamos o coração, restauramos a saúde dos olhos do coração, a fim de que possamos reconhecer esta presença de Deus e vivenciá-la onde quer que estejamos, ou com quem quer que estejamos, ainda que em meio ao conflito e a discórdia. A meditação nos dá a oportunidade de vislumbrar e vivenciar a unicidade, a unidade da criação. À medida que seguimos na trilha descobrimos a liberdade de transcender a dualidade que, de outro modo, nos mantém presos, individual e coletivamente, no conflito, na suspeita, na raiva e na violência verbal, psicológica ou física. Enxergamos de outra maneira.
Dom Laurence Freeman, OSB
Fonte: Leitura de Domingo, 26 Julho 2020
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã
http://www.wccm.com.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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