Em face de nossas crises contemporâneas precisamos nos perguntar: por que meditamos? Perguntamos não para debilitar nosso comprometimento, mas para refiná-lo e aprofundá-lo. Nós não estamos em busca de experiências interessantes. Meditação não é tecnologia da informação. Ela trata do conhecimento que redime, a pura consciência, o conhecer, e não meramente estar informado a respeito. A meditação não aumenta nossa base de dados. Na verdade, nos afastamos daquela nossa maneira usual de obtenção de informações na medida em que nos voltamos para um conhecimento que não é quantificável, um conhecimento que unifica em vez de analisar.
A sensação de estarmos sendo tolos ou improdutivos é um sinal positivo de que estamos sendo conduzidos pelo “espírito de sabedoria e de revelação, para poderdes realmente conhecer (a Deus)” (Ef. 1,17). Este conhecimento redentor e re-criativo é a sabedoria que falta ao nosso tempo. Nós podemos reconhecê-lo, e discernir entre ele e suas falsificações, porque ele não reivindica nem ostenta quaisquer pronomes possessivos. Ninguém o reivindica como sendo seu.
Ele é a consciência do Espírito Santo e, portanto, é o útero de toda ação verdadeiramente amorosa. Em face da mais desanimadora tragédia, ele está tão perto de nós quanto nós estamos de nosso verdadeiro eu.
Dom Laurence Freeman, OSB
Fonte: Leitura de Domingo, 30 Agosto 2020
“Letter Four” in THE WEB OF SILENCE (London: DLT, 1996), pp. 42,44-45.
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - www.wccm.com.br
Fonte da Gravura: Instagram
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