segunda-feira, 10 de agosto de 2020

TRIBULAÇÕES E AUTOCONTROLE


A vida, na Terra, é feita de experiências evolutivas, em que o processo de crescimento se faz através dos cursos educativos dos sofrimentos. Nem todas as tribulações, no entanto, são decorrência da imposição das divinas leis.

Quando o espírito se dá conta dos erros cometidos numa etapa, roga a bênção do recomeço sob o açodar dos sofrimentos que o aprimoram, ensinando-o a valorizar a oportunidade e a criar melhores condições para o equilíbrio futuro.

Entendendo a vida como um processo eterno de evolução, conquista, numa oportunidade, o que noutra não soube considerar e, quando tal ocorre, porque o amor foi desdenhado, é no sofrimento que se aprimora.

As tribulações solicitadas constituem bênção que deve ser vivida com alegria, mediante o aproveitamento de cada instante, mesmo que, aparentemente, sob a rudeza causticante da agonia. Noutras vezes, faz-se imperioso expungir (apagar*) os soberanos códigos, ensejando a libertação do calceta (empedernido) que, renitentemente, se entregou ao desvario, convidando-o à reparação expiatória com que conquista a paz, mediante os exercícios mais dolorosos da angústia ou da limitação, das mutilações ou da saudade...

Afirmou Jesus: “No mundo só tereis aflições” em face de ser a Terra, ainda, uma escola de crescimento, cujos métodos são defluentes das necessidades mais imediatas dos seus educandos. “Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra” — disse Jesus, conforme anotou Mateus, no versículo trinta e nove, do capítulo cinco do seu Evangelho.

Não sintonizes, portanto, com os agressores que te espreitam e atingem, no caminho da tua redenção. Preserva a calma e desarticula as engrenagens da perversidade que te busca. Tem a coragem de não perder a paciência ante o agressor, evitando ficar igual a ele. Covarde é o ato de revidar o mal, golpe por golpe, sob a insopitável (desenfreada) ansiedade de liberar-se da ocorrência a qualquer preço. Não deixa de ser um imenso desafio moral, a coragem de apresentar a face esquerda ao violento que já golpeou a direita...

O homem, porém, é o seu valor espiritual e não apenas o feixe de músculo que reage com impulsos descontrolados aos estímulos externos. O animal escouceia (dá coice) ou morde, por instinto, quando atingido, porque não dispõe de outro recurso para a defesa.

Habitua-te ao autocontrole, canalizando, de forma edificante, as tuas forças mentais e físicas, mediante exercícios de vigilância contra a agressividade que permanece em ti como herança ancestral...

Se, todavia, alguma vez, sob o apodo (zombaria) ou o golpe violento que te fere, estiveres a ponto de revidar, por falta de forças morais, recorre à oração silenciosa e serás renovado, conseguindo vencer a injunção infeliz.


Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis



Fonte: do livro "Receitas de Paz"
Fonte da Gravura: Tumblr.com

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