O chamado à plenitude da vida é um chamado à pureza de coração, à clareza de visão. O desapego é simplesmente a maneira de manter nossa clareza cristalina. Desapegar-se de nossas posses, por exemplo, é estar livre de nossas posses – possuí-las, se necessário, mas não ser possuído por elas. De certa forma, é mais fácil se desapegar de nossas posses materiais do que dos objetos não tão sólidos aos quais nos apegamos.
Com a meditação, aprendemos a nos desapegar de nossos pensamentos, nossos sentimentos agradáveis e desagradáveis, nossos desejos e até nossa autoconsciência. Não apenas isso não parece impossível para nossas mentes modernas, mas é até escandaloso alguém propor isso. Mas esta é exatamente a verdade. É a verdade proclamada por Jesus e a verdade vivida por santos e sábios ao longo dos tempos.
Considere o que Jesus diz que aquele que se preocupa com sua segurança estará perdido, mas aquele que se deixa perder, por Amor a Ele, encontrará seu Ser verdadeiro. Meditar é perder-se para ser absorvido em Deus, perder-se totalmente na imensidão abundante do que chamamos de Deus. Nenhum de nós poderá encontrar-se por si mesmo, nunca poderemos entrar em contato com o sentido pleno ou chegar ao pleno conhecimento se não estivermos preparados para entrar neste caminho de nos deixarmos perder por amor ao Reino. Nenhum de nós, em outras palavras, pode chegar ao conhecimento sem fé. E a meditação é o caminho da fé, é abrir o caminho com toda a nossa sinceridade, é desviar totalmente a nossa atenção de nós mesmos e enxergar além. (...)
Fr. John Main, OSB
Fonte: do livro "O Coração da Criação", Canterbury Press, 2007
Traduzido para o espanhol por Lucía Gayón, e para o português por este blog.
PERMANECER EN SU AMOR - Coordenadora: Lucía Gayón
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Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/vectors/gato-yin-yang-mulher-silhueta-ioga-2244302/
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