A principal tarefa na vida é simplesmente esta: identificar e separar as questões de modo que eu possa dizer claramente para mim mesmo quais são externas, fora de meu controle, e quais têm a ver com as escolhas que realmente controlo. Para onde então devo olhar à procura do bem e do mal? Não para coisas externas incontroláveis, mas dentro de mim, para as escolhas que são minhas...
EPICTETO, DISCURSOS, 2.5.4-5
A prática mais importante na filosofia estoica é a distinção entre o que podemos mudar e o que não podemos. Aquilo sobre o que temos influência e aquilo sobre o que não temos. Se um voo é adiado por causa das condições do clima, você pode gritar o quanto quiser com o representante da companhia aérea; isso não vai fazer a tempestade parar. Não importa o quanto você deseje, isso não o tornará mais alto ou mais baixo ou fará com que tenha nascido em outro país. Por mais que tente, você não pode fazer alguém gostar de você. Além disso, o tempo que gastamos arremessando-nos contra esses objetos inamovíveis é tempo que não empregamos em coisas que podemos mudar. As instituições de reabilitação social praticam algo chamado Prece da Serenidade: “Deus, concedei-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar as coisas que posso e a sabedoria para distingui-las.” Dependentes não podem mudar o abuso que sofreram na infância. Não podem desfazer as escolhas do passado ou o dano que causaram. Mas podem mudar o futuro — através do poder que possuem no presente momento. Como disse Epicteto, eles podem controlar as escolhas que fazem neste momento. O mesmo se aplica a nós, hoje. Se pudermos nos concentrar em esclarecer quais partes de nosso dia podemos controlar e que partes não podemos, seremos mais felizes e também teremos uma nítida vantagem sobre as pessoas incapazes de perceber que travaram uma batalha impossível de ser vencida.
Ryan Holiday & Stephen Hanselman
Fonte: "Diário Estoico - The Daily Stoic: 366 meditations on wisdom, perseverance, and the art of living
Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges
Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges
Edição digital: 2022, 1ª edição
Ed. Intrínseca Ltda., Rio de Janeiro — RJ
www.intrinseca.com.br
Ed. Intrínseca Ltda., Rio de Janeiro — RJ
www.intrinseca.com.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
Nenhum comentário:
Postar um comentário