Como saber se o que está no controle em determinado momento é o corpo, a mente ou o espírito?
Existem critérios muito claros que podem nos ajudar a descobrir.
Se houver inquietação, desassossego ou pressa de alguma forma, a mente assumiu o controle e está guiando compulsivamente nossa ação e determinando a maneira como somos e estamos na vida cotidiana. A gula, a preguiça ou, inversamente, a agitação motora, os desejos exacerbados de qualquer espécie nos mostram a predominância do corpo como governante.
Esta é simplesmente uma maneira de quebrar os sintomas para uma melhor compreensão. Na verdade, corpo e mente formam o mesmo organismo ou estrutura, são interdependentes e a ação de uma parte pode ser vista claramente na outra.
Quando o espírito está no controle, tomamos consciência do que o corpo precisa a qualquer momento, e essa atenção nos impede de chegar ao ponto em que a compulsão toma conta. Antecipamos, por assim dizer, ordenar as forças de acordo com o que convém à situação presente.
Quando somos do espírito, a mente fica muito calma, os pensamentos se tornam funcionais ao que estamos fazendo e a oração é "ouvida" com mais facilidade. Percebemos que estar em pensamentos é trabalhoso e que permanecer em silêncio é mais fácil e mais alegre. Isso muitas vezes deixa um vazio de pensamentos significativos, o que nos predispõe à oração e nos abre para a inspiração ocasional do Espírito Santo.
Em geral, a respiração pesada nos mostra a agitação da mente. Um corpo inquieto que não consegue ficar calmo, o mesmo. Isso não deve nos mortificar, mas nos servir para prestar atenção e descobrir como os automatismos nos condicionam. Ou seja, tudo isso é feito apesar da nossa vontade. Se há preocupação mental e tensão física, é porque o espírito dorme letárgico por hábitos automáticos, subjugado por múltiplas inércias; em termos de La Filocalía, diríamos que somos escravizados por nossas paixões. Paixões no sentido mais etimológico do sofrimento, de "pathos", do que se sofre.
Além disso, quando vemos que somos guiados por uma curiosidade vã, aquela que não se justifica na ação que realizamos ou quando vemos que estamos desejando muitos estímulos ou quando nos sentimos entediados e desejosos de "novidades", podemos ter certeza de que estamos descentralizados de nós mesmos. Ocorre o mesmo quando agimos pelo resultado e não enfatizando a impecabilidade da ação em si. No campo das relações humanas, quando nos é difícil ouvir o outro porque queremos falar ou quando nos sentimos propensos a julgar e criticar, a ação do mental e do físico sobressai-se claramente em detrimento do espiritual. Tudo tem seus tons de cinza e admite nuances, porém, aí temos alguns critérios que tiram a confusão e nos enfocam melhor.
Tenhamos em mente que quando nos fazemos a pergunta: “Estou agindo pelo espírito ou estou me deixando levar pela inquietação?”, é a nossa essência que nos dá um tapinha no ombro para nos chamar a atenção. É a voz da graça que nos chama à sanidade, ao alinhamento com a Vontade de Deus, para restabelecer aquela condição original cuja natureza é pacificamente ativa e suavemente bem-aventurada.
El Santo Nombre
Fonte: Blog El Santo Nome
https://elsantonombre.org
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/illustrations/pressa-estresse-corre-corrida-3362586/
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