A leitura dos monges era uma leitura lenta, calma, ruminada, saboreada, alheia a qualquer interesse estranho à mesma leitura... Sempre, no fundo, a única coisa que procuravam era um contacto íntimo com a palavra de Deus, vivo e revigorante... os olhos viam o texto escrito, os lábios o pronunciavam, os ouvidos o escutavam. E a palavra de Deus impregnava cada vez mais o monge leitor. A "Lectio Divina" não tinha um propósito científico ou literário, nem era considerada uma atividade puramente intelectual.
Não se tratava de especular, ao estilo dos filósofos, mas de aprender a viver melhor. Para fazer isso, eles primeiro atentavam ao significado óbvio e literal da Escritura: tudo o que o texto sagrado ensina e se refere era objeto de sua mais devota consideração. Mas eles não se contentavam com isso, mas investigavam com vivo interesse o significado espiritual, íntimo, magnífico e oculto que, segundo a convicção geral daqueles tempos, cada página da Sagrada Escritura contém, cada uma de suas palavras.
Só Deus pode revelar os significados estupendos que se ocultam sob a letra, os fatos e as imagens materiais do texto sagrado, e Deus os revela apenas às almas puras, aos homens espirituais. Sua doutrina... é clara e insistente. Mas a letra estimula a curiosidade e instiga o espírito a buscar as realidades sobrenaturais que ela esconde, a elevar-se ao patamar superior das ideias, dos mistérios inefáveis. Além de seu significado óbvio, as palavras da Escritura têm uma vasta ressonância espiritual, um incrível poder de evocação, que deve ser compreendido...
García Colombás
Fonte: Parágrafos retirados de “El monacato primitivo”, Ed. BAC
Via Blog El Santo Nome
https://elsantonombre.org
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/rezar-b%c3%adblia-leitura-da-b%c3%adblia-5406270/
Via Blog El Santo Nome
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