sábado, 3 de junho de 2023

O FESTIVAL DE ASALA (EM GÊMEOS)


Além do grande Festival de Wesak, há uma outra ocasião anual quando todos os membros da Fraternidade se reúnem oficialmente. Neste caso o encontro acontece usualmente na residência particular do Senhor Maitreya, situada também nos Himalaias, mas no flanco sul em vez de no flanco norte. Nesta ocasião nenhum peregrino está presente em corpo físico, mas todos os visitantes astrais que sabem da celebração são bem-vindos para assisti-la. Ela se dá na lua cheia do mês de Asala (Ashadha / Asadha, em sânscrito), usualmente correspondendo ao nosso mês de junho. Este é o aniversário da primeira proclamação, pelo Senhor Buda, de sua grande descoberta - o Sermão que ele pregou aos seus cinco discípulos, comumente conhecido como Dhammachakkappavattana Sutta, que foi poeticamente traduzido por Rhys Davids como "A Colocação em Movimento das Rodas da Carruagem Real do Reino da Retidão". Amiúde ele é traduzido com maior brevidade como "O Giro da Roda da Lei". Ele explica pela primeira vez as "Quatro Nobres Verdades" e a "Nobre Senda Óctupla", expondo o grande "Caminho do Meio do Buda" - a vida de perfeita retidão no mundo, que fica a meia distância entre as extravagâncias do ascetismo de um lado, e a negligência da mera vida mundana de outro.

Em seu amor por seu grande antecessor, o Senhor Maitreya ordenou que sempre que chegasse o aniversário desta primeira prédica o mesmo Sermão deveria ser recitado em presença da Fraternidade reunida, e ele (Maitreya), via de regra, acrescenta uma pequena mensagem própria, expondo-o e aplicando-o.

A récita do Sermão começa no momento da lua cheia, e a leitura e os comentários adicionais usualmente encerram-se ao fim de meia hora. O Senhor Maitreya geralmente assume seu lugar no assento de mármore que está colocado na beira do terraço do adorável jardim que fica bem em frente à sua casa. Os Oficiais mais graduados sentam-se ao seu redor, enquanto que os demais agrupam-se no jardim, poucos metros abaixo. Nesta ocasião, assim como na outra (Wesak), há muitas vezes oportunidade para agradáveis conversas, e os Mestres distribuem amáveis bênçãos entre seus discípulos e aqueles que aspiram a ser seus discípulos.

Pode ser útil fazer uma descrição da cerimônia e do que usualmente é dito nestes Festivais, embora seja, é claro, completamente impossível reproduzir a maravilha e a beleza da eloquência das palavras do Senhor Maitreya em tais ocasiões. O relato que segue não tenta reproduzir nenhum discurso específico, é, antes, uma combinação de fragmentos imperfeitamente relembrados, alguns dos quais já tendo aparecido em outros lugares; mas para aqueles que não os ouviram antes darei uma ideia da linha geralmente seguida.

O grande Sermão é maravilhosamente simples, e seus pontos principais são repetidos muitas vezes. Não havia blocos de notas naqueles dias, de modo que pudesse ser escrito e lido por todos após; seus discípulos tinham que lembrar suas palavras através da impressão que elas lhes causaram naquele momento. Assim, ele os compôs com simplicidade, e os repetiu muitas vezes à guisa de refrão, para que as pessoas pudessem recordar. Ao lermos o Sermão temos a impressão de que ele foi construído com um propósito especial - para que pudesse ser facilmente lembrado. Seus pontos são arranjados de forma sequencial, de modo que quando um ponto é mencionado ele já leva ao seguinte, num jogo mnemônico eficiente, e para os Budistas cada uma destas palavras separadas sugere todo um corpo de ideias relacionadas, e assim o Sermão, curto e simples como é, contém uma explicação e toda uma regra de vida.

Poderíamos pensar que tudo que pode ser dito sobre o Sermão já foi dito muitas vezes; porém o Senhor, com sua maravilhosa eloquência, e da forma que ele o apresenta, a cada ano traz ao sermão uma nota nova, e cada pessoa sente sua mensagem como se fora especialmente endereçada a ela. Nesta ocasião, assim como na pregação original, repete-se o milagre Pentecostal. O Senhor fala no sonoro páli original, mas todos os presentes o ouvem "na língua em que nasceram", como se diz no Ato dos Apóstolos.

O Sermão inicia com a proclamação de que o Caminho mais seguro é o do Meio, e na verdade o único verdadeiro Caminho. De um lado, mergulhar nos excessos sensuais e prazeres da vida mundana comum é vil e degradante, e não leva o homem a lugar algum. Por outro lado, o ascetismo excessivo é mau e inútil. Pode haver alguns a quem atraia a vida altamente ascética e solitária, e que sejam capazes de levá-la corretamente, embora mesmo então ela não deve ser excessiva; mas para todas as pessoas comuns o Caminho do Meio de uma boa vida vivida no mundo é sob todos os aspectos o melhor e mais seguro. O primeiro passo em direção a uma vida assim é entender as suas condições, e o Senhor Buda as apresentou para nós no que ele chamou de "As Quatro Nobres Verdades". Elas são:

1 Sofrimento / Aflição;

2 A Causa do Sofrimento;

3 A Cessação do Sofrimento (A Fuga da Aflição);

4 O Caminho que leva à Cessação do Sofrimento.

1 e 2 - Sofrimento e sua Causa: A Primeira Verdade é uma declaração de que toda a vida manifesta é tristeza, a menos que o homem saiba como vivê-la. Comentando sobre isso, o Bodhisattva disse que há dois sentidos em que a vida manifesta é triste. Um deles é de certa maneira inevitável, mas o outro é um completo erro que pode mui facilmente ser evitado. Para a Mônada, que é o verdadeiro Espírito do homem, toda vida manifesta é em certo sentido uma tristeza, pois é uma limitação, uma limitação que em nossa consciência física não podemos sequer conceber, porque não temos a menor ideia da gloriosa liberdade da vida superior. Exatamente no mesmo sentido sempre tem sido dito que Cristo oferece a Si mesmo em sacrifício quando Ele desce à matéria. Sem dúvida é um sacrifício, porque se trata de uma limitação inexprimivelmente grande, pois lhe retira todos os gloriosos poderes que são seus no seu próprio nível. O mesmo vale para a Mônada do homem; ela sem dúvida faz um grande sacrifício quando entra em contato com a matéria inferior, quando paira sobre ela pelas longas eras de seu desenvolvimento até o nível humano, quando ela desce um pequeno fragmento de si mesma (como que a ponta de um dedo) e com isso forma um ego, ou alma individual. Mesmo que possamos ser apenas um pequeno fragmento - de fato, um fragmento de um fragmento - somos não obstante parte de uma realidade magnífica. Não há nada para nos orgulharmos em sermos somente um fragmento, mas há por outro lado a certeza de que pelo mesmo motivo somos parte do superior, e por isso podemos eventualmente ascender ao superior e lá nos tornarmos unos com ele. Este é o fim e objetivo de toda nossa evolução. E mesmo quando chegarmos lá, lembremos que não será para nosso deleite no avanço, mas para que possamos ser capazes de ajudar no esquema. Todos estes sacrifícios e limitações podem corretamente ser descritos como envolvendo sofrimento, mas eles são assumidos com alegria assim que o ego os entende plenamente. Como um ego não tem a perfeição da Mônada, não entende, de início, a finalidade do sacrifício, e assim ele tem de instruir-se como todos os demais. Esta imensa limitação a cada degrau descendente em direção à matéria é um fato inescapável, e assim há muito sofrimento inseparável da manifestação. Temos de aceitar esta limitação como um meio para um fim, e como parte do Esquema Divino.

Há um outro sentido em que a vida é muitas vezes uma tristeza, mas um tipo de tristeza que pode ser inteiramente evitado. O homem que vive a vida comum do mundo muitas vezes se encontra aflito de várias maneiras. Não seria verídico dizer que ele está sempre triste, mas que frequentemente está ansioso, e que está propenso a cair a qualquer momento em grande tristeza ou ansiedade. A razão para isso é que ele está cheio de desejos inferiores de vários tipos, não todos necessariamente maus, mas desejos por coisas baixas, e por causa destes desejos ele permanece atado e confinado aqui "embaixo". Ele está constantemente tentando obter alguma coisa que não possui, e fica cheio de ansiedade sobre se a obterá ou não, e quando a consegue, fica ansioso temendo perdê-la. Isso vale não só para o dinheiro, mas também para posição e poder, fama e progresso social. Todos estes desejos causam problemas incessantes de muitas formas diferentes. Não é só a ansiedade individual do homem que tem ou não algum objeto de desejo geral, temos de levar em conta ainda toda a inveja e ciúme e maus sentimentos causados nos corações dos outros que estão lutando pelo mesmo objeto. [...]

3 - Cessação do Sofrimento: Vimos que a Causa do Sofrimento é sempre o desejo. [...] Entenderemos, então, como o sofrimento cessa e como a calma é obtida: sempre mantendo-se o pensamento nas coisas superiores. Temos ainda de viver neste mundo, que foi descrito poeticamente como "a estrela tristonha" - como o é de fato para muitas pessoas, embora não precise sê-lo, pois podemos viver nele muito felizes se não estivermos acorrentados a ele pelo desejo - ou pelos menos não em uma extensão que nos cause preocupações, problemas e vexames. Sem dúvida nosso dever é ajudar aos outros em suas aflições e problemas e preocupações, mas a fim de fazê-lo com eficácia não devemos ter nada disso em nós mesmos. Devemos deixar que aqueles torvelinhos, que poderiam fazer os outros cair, passarem suavemente, mantendo-nos calmos e contentes. Se levarmos esta vida inferior com filosofia veremos que para nós terminam quase todas as tristezas. Pode haver alguns que considerem esta atitude inatingível. Não é assim, pois se o fosse o Senhor Buda jamais a teria aconselhado para nós. Todos nós podemos conquistá-la, e deveríamos fazê-lo, pois somente quando a conquistarmos poderemos real e efetivamente ajudar nossos irmãos.

4 - O Caminho que leva à Cessação do Sofrimento: "A Senda Óctupla". [...] A Nobre Senda Óctupla - outra daquelas maravilhosas classificações ou categorizações do Senhor Buda. É uma apresentação muito bela, pois pode ser aplicada a todos os níveis. O homem do mundo, mesmo o inculto, pode tomar seus aspectos inferiores e encontrar um caminho para a paz e o conforto através dela (a Senda). E mesmo o mais erudito filósofo pode também aceitá-la e interpretá-la no seu nível e aprender muito com ela.

O primeiro passo nesta Senda Óctupla é a Reta Crença. Algumas pessoas objetam a esta qualificação, pois dizem que exige delas algo como uma fé cega. Não é nada disso o que é requerido, é antes a exigência de um certo conhecimento sobre os fatores que governam a vida. Exige que entendamos um pouco do Esquema Divino até onde ele se aplica a nós, e se não podemos ver por nós mesmos, devemos aceitar o que nos dão. [...] É bem verdade que as escrituras e religiões diferem, mas os pontos em que todas concordam têm de ser aceitos por uma pessoa antes que ela possa entender a vida o bastante para viver feliz. Um destes pontos é a eterna Lei de Causa e Efeito. Se uma pessoa vive sob a ilusão de que pode fazer tudo o que quiser, e que os efeitos de suas ações jamais voltarão para ela, certamente descobrirá que algumas destas ações eventualmente a envolverão em infelicidade e sofrimento. Se, ainda, ela não entende que o objetivo da vida é o progresso, que a Vontade de Deus para ela é que ela cresça para ser algo melhor do que é agora, então ela atrairá infelicidade e sofrimento para si mesma, pois provavelmente viverá apenas o lado inferior da vida, e este lado jamais pode, em última análise, satisfazer o homem interno. [...]

O segundo passo da Nobre Senda Óctupla é o Reto Pensamento. [...] Devemos ter sempre como pano de fundo em nossas mentes pensamentos belos e elevados, ou senão estas mentes poderão se encher de pensamentos sobre os assuntos cotidianos comuns. Não haja enganos aqui - qualquer trabalho que estivermos fazendo deve ser feito completa e diligentemente, e com a concentração de pensamento que for necessária para seu acabamento perfeito. [...] Aqueles que se devotam ao Mestre procuram sempre manter o pensamento naquele Mestre como o cenário de suas mentes, de modo que quando há um momento de pausa na ação no mundo de imediato aquele pensamento nele vem para a frente e ocupa a mente. Imediatamente o discípulo pensa: "O que posso fazer para tornar minha vida como a do Mestre? Como posso melhorar a mim mesmo para que possa mostrar a beleza do Senhor para aqueles ao meu redor? O que posso fazer para colaborar em seu trabalho de ajudar as outras pessoas?" Uma das coisas que todos podemos fazer é enviar pensamentos de ajuda e simpatia. Lembremos, ainda, que o Reto Pensamento deve ser definido e não fragmentário; pensamentos que demoram só um momento sobre uma coisa e então voam instantaneamente para outra são inúteis, e não ajudarão em nada no aprendizado de como administrar nossos pensamentos. O Reto Pensamento jamais deve ter o menor toque de mal em si, nem deve ser de modo algum dúbio. [...] Há um outro significado no Reto Pensamento, e é o de pensamento correto - isto é, que devemos pensar apenas na verdade. Tantas vezes pensamos inverdades e maldades sobre pessoas apenas por causa de preconceitos ou ignorância. [...]

O terceiro passo é a Reta Fala. Devemos falar sempre sobre coisas boas. Não nos compete falar sobre as más ações alheias. Na maioria dos casos as histórias que nos chegam sobre as outras pessoas não são verdadeiras, e assim se as repetirmos nossas palavras serão inverídicas, e estaremos fazendo mal a nós mesmos e à pessoa de quem falamos. E mesmo se a história é real ainda é errado repeti-la, pois não podemos fazer nenhum bem a ela dizendo mil vezes que ela procedeu mal; a coisa mais gentil que podemos fazer é não dizermos nada. [...] Além disso, a fala deve ser gentil, e deve ser direta e conveniente, jamais tola. Uma grande parte do mundo vive sob a ilusão de que deve manter conversações, que é excêntrico ou descortês não estar perpetuamente tagarelando. [...] Lembremos que quando Cristo andou pela Terra, deixou um mandamento bastante claro de que a pessoa seria responsabilizada por toda palavra ociosa que proferisse. [...]

O quarto passo é a Reta Ação. De imediato vemos que estes três passos necessariamente seguem-se um ao outro. Se pensamos sempre coisas boas, certamente não falaremos coisas más, pois falamos o que existe em nossas mentes, e se nosso pensamento e fala são bons, então a ação que segue será boa também. A ação deve ser rápida, mas ao mesmo tempo ponderada. [...] Aprendamos a pensar agilmente e a agir com presteza, mas sempre ponderadamente. Acima de tudo, que a ação seja sempre altruísta, que jamais tenha como móvel a menor das considerações pessoais. [...] Devemos ter sempre em mente que nosso pensamento, nossa fala e nossa ação não são meras qualidades, mas sim poderes - poderes dados a nós para uso, uso pelo qual somos os responsáveis diretos. Todos devem ser empregados no serviço, e usá-los de outra forma seria falhar em nosso dever. [...]

O quinto passo é o Reto Meio de Vida. [...] Um Reto Meio de Vida é aquele que não causa mal a nenhum ser vivo. De imediato vemos que esta regra baniria ofícios tais como o de açougueiro e o de pescador, mas o mandamento vai muito além. Não devemos obter nosso sustento prejudicando qualquer criatura, e portanto vemos logo que a venda de bebidas alcoólicas não é um Reto Meio de Vida. O vendedor de bebidas não necessariamente mata pessoas, mas sem dúvida faz um mal, e vive deste mal que faz aos outros. Esta ideia vai ainda mais longe. Tomemos o caso do mercador que no desempenho de seu ofício é desonesto. Isso não é um Reto Meio de Vida, pois seu comércio não é justo e ele engana as pessoas. [...] Um meio de vida reto pode ser tornar errado se tratado de forma errada. [...]

O sexto passo é Reto Esforço ou Reto Empenho. [...] Não devemos nos contentar em sermos negativamente bons. O que é desejado de nós não é a mera ausência de mal, mas a positiva prática do bem. Quando o Senhor Buda fez aquela maravilhosa e curta apresentação de sua doutrina em um único verso, ele começou dizendo: "Cessa de fazer o mal", mas a seguir ajuntou: "Aprende a fazer o bem". Não é bastante sermos passivamente bons. Há muitas pessoas boas que mesmo assim não conquistam nada. [...] Reto Esforço significa colocarmos nosso trabalho ao longo de linhas úteis, sem desperdiçá-lo. Há muitas coisas que podem ser feitas, mas algumas delas são imediatas e mais urgentes que as outras. Devemos olhar em torno e procurar onde nosso esforço seja mais útil. [...]

O sétimo passo é a Reta Memória, ou Reta Lembrança. [...] A Reta Memória de que muitas vezes falou o Senhor Buda foi tomada pelos seus seguidores como a lembrança das encarnações passadas, um poder que ele possuía plenamente. [...] A maioria de nós, contudo, não tem o poder de lembrar as suas vidas passadas; mas com isso não devemos pensar que o ensinamento sobre a Reta Memória não se aplica a nós. Primeiramente ela significa auto-recolhimento. Significa que devemos lembrar todo o tempo quem somos, qual é nosso trabalho, qual é o nosso dever, e o que deveríamos estar fazendo pelo Mestre. Então mais uma vez Reta Memória significa o exercício de uma escolha razoável sobre o que devemos lembrar. Todos nós já experimentamos coisas agradáveis em nossas vidas, e também coisas desagradáveis. Uma pessoa sábia cuidará de lembrar as coisas boas, e deixará que as ruins feneçam. Suponhamos que alguém venha e nos fale com grosseria; uma pessoa tola lembraria disso por semanas, meses e anos, e continuaria a dizer que tal pessoa lhe tratou mal; isso se agravará em sua mente. Mas que bem lhe trará? Obviamente nenhum, só a aborrecerá e manterá vivo em sua mente um mau pensamento. Certamente isso não é Reta Memória. Devemos imediatamente esquecer e perdoar o mal que nos fazem, mas devemos manter sempre na mente a gentileza que recebemos, pois isso encherá nossa mente de amor e gratidão. Com certeza todos havemos de ter cometido muitos erros, é bom lembrarmos deles para que não os repitamos, mas ir além disso e os ficar remoendo, sempre enchendo nossa mente de remorso e tristeza por sua causa não é Reta Memória. [...]

O oitavo e último passo é chamado de Reta Meditação ou Reta Concentração. Ele se refere não só à meditação habitual que realizamos como parte de nossa disciplina, mas também que ao longo de todas as nossas vidas devemos nos concentrar no objetivo de fazermos o bem e de sermos úteis e prestativos. [...] Não podemos manter nossas consciências sempre fora do plano físico. Lá nos níveis superiores, porém é possível viver uma vida de meditação no sentido de que as coisas superiores estejam sempre tão poderosamente presentes no pano de fundo de nossas mentes que, assim como eu falei sobre o Reto Pensamento, elas de pronto passem para o primeiro plano quando a mente não se encontrar ocupada com outra coisa. Nossa vida então será de fato uma vida de meditação perpétua sobre os objetos mais nobres e elevados, interrompida aqui e ali pela necessidade de colocar nossos pensamentos em prática da vida diária. Um tal hábito de pensamento nos influenciará de mais maneiras do que imaginamos a princípio. O semelhante atrai o semelhante; duas pessoas que adotam tal linha de pensamento logo se encontrarão, sentirão atração uma pela outra [...]. Além disso, aonde quer que andemos seremos rodeados de multidões invisíveis, Anjos, espíritos da Natureza e pessoas que já deixaram seus corpos físicos. A condição de Reto Pensamento atrairá para nós os melhores tipos dentre aquelas classes de seres, de modo que aonde formos seremos rodeados por influências boas e nobres.

Este é o ensinamento do Senhor Buda assim como ele o deu naquele primeiro Sermão; é sobre este ensinamento que está fundado o Reino universal da Retidão, cujas Rodas de sua Carruagem Real ele colocou em marcha pela primeira vez naquele Festival de Asala há tantos séculos passados. Quando, no longínquo futuro, chegar o tempo do advento de um outro Buda, e o atual Bodhisattva encarnar pela última vez a fim de dar este grande passo, ele pregará a Lei Divina para o mundo na forma que lhe parecer mais adequada para as necessidades daquela era, e então o sucederá em seu posto o Mestre Kuthumi, que se transferiu para o Segundo Raio a fim de assumir a responsabilidade de se tornar o Bodhisattva da sexta Raça-Raiz.



Charles W. Leadbeater




Fonte: Excertos do livro "Os Mestres e a Senda"
Da edição espanhola "Los Maestros y el Sendero", traduzida do inglês por Frederico Climent Terrer, e para o português por este blog. Ediciones EISA, Biblioteca Orientalista, Mexico, D.F., 1956
Fonte da Gravura: https://pixabay.com/pt/photos/buda-medita%C3%A7%C3%A3o-relaxamento-meditar-709880/

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