segunda-feira, 26 de setembro de 2016

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Ser sábio sobre o significado da palavra "agora" é a arte de ver que cada momento tem seu valor próprio, mesmo que a experiência de tal momento não esteja conectada com qualquer uma de nossas ambições, metas ou preocupações mentais. O significado do tempo dos relógios não é nada quando comparado com a experiência de não sentir o tempo, de estar completamente presente e imerso na tarefa que está sendo realizada. (Mike George, From now to eternity, Purity, February, 2007)

Alegria é uma mostra sutil dos benefícios da meditação. Pessoas que meditam tem faces alegres. A alegria é um convite silencioso para um mundo de despreocupação e felicidade. Por ser contagiante, é a mais atrativa e efetiva forma de servir os outros. Ciúme e inveja não convivem com a alegria. Grandes mentes são altruístas. Grandes mentes têm grandes corações. Para manter sua alegria absorva apenas as boas qualidades e virtudes dos outros. (Jagdish Chander)

Mesmo que negatividades venham até você, na forma de críticas ou dúvidas, olhe-as como se fosse um jogo. Receba os ataques como um observador desapegado. Não importa quão temível sejam as provocações, se você considerar como sendo um jogo, você apreciará muito. Você não ficará com medo ou confuso. Aquele que continua a assistir os jogos das negatividades como um verdadeiro jogador, permanecerá sempre destemido e vitorioso.

Uma vida sem valores é como ser uma criança órfã, nos sentimos inseguros e não amados. Os valores são os nossos “pais” - a alma humana é nutrida pelos valores que ela contém. Um sentimento de segurança e conforto surge quando conhecemos e vivemos nossos valores. Os valores trazem independência e liberdade, expandem nossa capacidade de ser autossuficientes e nos libertam das influências externas. A alma desenvolve a capacidade de discernir a verdade e de seguir o caminho da verdade. (Dadi Janki, Vivendo Nossos Valores, Brahma Kumaris, 2014)




Brahma Kumaris






Fonte: www.bkumaris.org.br
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domingo, 25 de setembro de 2016

AMOR (PREMA) É VIDA ESPIRITUAL (ATMA)

Hoje em dia existe ódio e raiva em todos os lugares. Onde quer que olhe, há desejo, inimizade e medo. Como você espera estar em paz? Acenda a lâmpada interior do amor. Então o medo e a ilusão desaparecerão e você terá a visão do Eu Superior. Caso contrário, você estará fadado a sofrer. Muitas pessoas atualmente fazem várias tentativas para serem felizes e bem-aventuradas. De onde você obtém bem-aventurança? Das coisas materiais, dos indivíduos ou dos livros? Não, de forma alguma! A bem-aventurança está dentro de seu próprio Eu Superior. Você esqueceu seu verdadeiro Eu, que é a fonte de bênção, e luta arduamente pela felicidade artificial exterior. Desperte para a realidade que está dentro do seu coração, que é a sede de toda bem-aventurança. O princípio do amor origina-se dentro do seu coração, não do mundo. Desenvolva amor altruísta mais e mais e determine um limite aos seus desejos. Você poderá ser feliz apenas quando seus desejos forem controlados. (Discurso Divino, 14 de março de 1999)

Manifestações do Amor! Pelo poder do discurso pode-se conquistar reinos. Pela fala, pode-se também perder toda sua riqueza. As pessoas adquirem parentes e amigos por meio da fala e os perdem também por suas palavras. Pelas palavras, novamente, pode-se perder até mesmo a sua vida. As palavras são a causa principal de todas essas circunstâncias. Lembre-se, a fala é sua formidável armadura se experimentarem perda ou ganho, prosperidade ou adversidade, dor ou prazer. Vocês foram agraciados com muitos presentes. Suas vidas são extremamente preciosas. O tempo é muito valioso. Seu coração é muito suave. Sua mente é uma grande posse. Dotado de todas essas coisas valiosas, por que se comportam como seres maus, ignorantes e miseráveis? Não se esqueçam de sua natureza divina, imergindo-se nos prazeres e desejos mundanos. Não transformem seu coração em pedra, que é suave e compassivo por natureza. A humanidade deve espontaneamente manifestar-se dentro de seu coração e transbordar de compaixão. (Discurso Divino, 31 de março de 1996)

Você pode considerar que o amor dentro de você e o Amor Divino, representado por Deus, são os mesmos. Há uma diferença. O amor de Deus é totalmente altruísta, absolutamente puro, eterno e sem falhas. A maioria das pessoas procura coisas no mundo, incluindo Deus, apenas por motivos egoístas. O amor humano é autocentrado e maculado. Tal amor egoísta não pode fundir-se com o amor de Deus. É somente quando ele está livre de egoísmo, orgulho, ódio e inveja que Deus habita em você. Sem renúncia (tyaga), se alguém está imerso em prazeres mundanos e leva uma vida mundana, sua devoção somente é egoísta, artificial e auto enganadora. Ela não o levará a Deus. Deus não pode ser obtido tão facilmente. O coração tem apenas um único assento. Há espaço nele para apenas uma pessoa. Se você instalar desejos mundanos naquela cadeira, como se pode esperar que Deus se sente nela? Deus tomará esse lugar apenas se você a esvaziar de todas as outras coisas. (Discurso Divino, 21 de agosto de 1992)

Para experimentar o amor divino, não há necessidade de praticar qualquer tipo de meditação, adoração ou rituais. Amor altruísta (Prema) pode ser obtido apenas pela absorção completa na espiritualidade. Foi por esta razão que Sri Krishna declarou na Gita: "Rendam-se a Mim, transcendendo todas as regras (Sarva Dharman Parityajya)". Da mesma forma, Jesus também declarou: "Eu sou o Caminho". Buddha, transmitindo o mesmo significado, declarou: "Renuncie a tudo" (Sarvam Sharanam Gachchami). Estas declarações transmitem claramente que a essência de todas as religiões, a raiz de todas as escrituras, o objetivo de todas as virtudes, é a experiência da harmonia e unidade espirituais (Sarvatmika Bhavam). As Gopikas exemplificam tal espírito de entrega e unidade. As Gopikas simbolizam pensamentos. Radha simboliza a combinação de todos os pensamentos na mente. Assim, todos os nossos pensamentos, desejos e aspirações e nossa mente devem se fundir em Krishna, representado por Prajna em um ser humano. Constante percepção integrada (Prajna) do Divino é o significado da declaração vedântica "Prajnanam Brahma." (Divino Discurso, 21 de agosto de 1992)

Prema (amor) é como o mais precioso diamante. O amor é estranho às pessoas que são egoístas, vaidosas ou pomposas. Onde, então, este amor pode ser encontrado? Este precioso diamante só pode ser obtido no reino do Amor, na rua do Amor, na loja do Amor. Ele pode ser obtido apenas por um coração amoroso. Pode-se perguntar, "o mundo inteiro não está permeado com amor? Então, por que o amor não está prontamente disponível?" O amor com que o mundo parece estar preenchido não é o verdadeiro amor. O amor não pode estar associado com o corpo, os sentidos, a mente e o intelecto. Qualquer coisa associada com estes é somente apego (Anuraga). Somente a vida espiritual (Atma) é uma vida cheia de amor. Portanto, leve uma vida espiritual, não uma vida limitada por corpo, mente, sentidos e intelecto. Uma vida relacionada ao corpo, sentidos, mente e intelecto nunca pode ser livre de egoísmo, vaidade e ostentação. (Discurso Divino, 21 de agosto de 1992)




Sathya Sai Baba





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Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

DIFERENTES TIPOS DE ORGANIZAÇÕES ESPIRITUAIS

As diferentes organizações espirituais, embora praticamente busquem o mesmo fim, seguem caminhos diferentes e centralizam o trabalho, com seus estudantes, em distintos níveis. Está correto, pois a humanidade deve seguir por etapas em seu caminho de retorno. Uma escada deve ser subida de degrau em degrau. Neste sentido, os estudantes estão também em níveis diferentes uns dos outros. Isto não é uma questão de opinião em que se possa estar a favor ou contra. Isto é assim, obviamente. É possível que muitos desconheçam isto ou não possuam uma visão desinteressada, desapegada e transcendente para entende-lo. Mas, repito, não é uma questão de opiniões.

As organizações espirituais, como toda estrutura humana, estão ordenadas conforme a uma hierarquia. Nunca há "a organização superior", a de "mais alto nível" em termos absolutos, pois quando se atinge um certo nível no caminho, surgem imediatamente novas tarefas e novos desafios. Se caminhas para o horizonte, ele sempre se apresentará como um novo horizonte.

É difícil para aquele que está em uma organização ter uma visão global, porque a maioria delas conduzem seus estudantes em níveis distintos de sectarismos, sem expô-los a maioria das vezes.

Por isso, muitos estudantes de yoga acham que tudo é yoga; os espíritas, que tudo é espiritismo e mediunidade; os maçons, que a maçonaria existe desde Adão porque este vestiu peles; os gnósticos, que tudo é gnosticismo desde o início... Se encontram uma gravura antiga com um personagem fazendo determinado gesto, para alguns parece que está fazendo o sinal de paz da ordem de aquário, para outros é um sinal maçônico, para alguns um dos gestos de Krishna, para outros uma saudação de um extraterrestre etc.

Cada um vê as coisas com a lente que lhe foi dado para ver a realidade. Mas a realidade verdadeira somente pode ser percebida sem lentes, sem esquemas de pensamento.

Para evitar cair na ilusão de que sua organização é a única verdadeira e as demais estão equivocadas, é preciso que a instituição a que se pertence realize uma reavaliação constante das tarefas a realizar, das realizações obtidas, tanto no aspecto global de instituição como em nível de cada integrante, através do trabalho pessoal. E tudo isso em atuação direta com as leis e princípios que regem este universo.






Fonte: GEMA - Grupo de Estudos de Metafísica Aplicada
www.iniciados.org/forma.htm
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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

NÃO HÁ NECESSIDADE DE PROCURAR DEUS

Muitos se aventuram a descrever os atributos de Deus e proclamam que Ele é assim e assado; mas estas são apenas as suas próprias suposições e os reflexos de suas próprias predileções e preferências. Quem pode afirmar que Deus é isso ou aquilo? Quem pode afirmar que Deus não é desta forma ou com esse atributo? Deus é inescrutável. Ele não pode ser percebido no mundo objetivo exterior; Ele está no coração de cada ser. Pedras preciosas devem ser procuradas no subsolo; elas não flutuam em pleno ar. Procure Deus nas profundezas de si mesmo, e não na tentadora e caleidoscópica natureza. O corpo lhe foi concedido para este elevado propósito; mas agora você faz mal-uso dele, como a pessoa que cozinhava diariamente sua comida num vaso de ouro cravejado de joias que chegou às suas mãos como uma herança. O homem exalta Deus como onipresente, onisciente e onipotente, mas ignora Sua presença em si mesmo! (Discurso Divino, 19 de junho de 1974)

Manifestações do Amor, Deus está presente em todos. Ele reside em cada coração. Portanto, não confine Deus a um templo, mesquita ou igreja. Onde quer que um ser humano esteja, lá está Deus. Deus toma a forma de um ser humano (Daivam manusha rupena). Como você esquece e não percebe este fato importante, lhe satisfaz criticar os outros. A quem você está criticando? Quem você adora? Pergunte-se. Deus está presente em todos. Se você critica os outros, você critica Deus. Quem quer que você saudar, isso chegará a Deus (Sarva jeeva namaskaram Keshavam prati gacchati) e quem você insultar ou ridicularizar, isso também atingirá Deus! (Sarva jeeva thiraskaram Keshavam prati gacchati). A partir deste momento, embarque em uma nova vida, abrindo mão de maus pensamentos e más características. Purifique seu coração. Que seus pensamentos, palavras e ações sejam sagrados. Só então sua vida será bem-aventurada. (Discurso Divino, 13 de abril de 2002)

Quem é o Senhor Shiva e onde Ele é encontrado? Muitas respostas são dadas, incluindo Kailash como seu local de residência. A verdadeira resposta é: 'Isavasyam Idam Sarvam' (Tudo isso é permeado por Isa). Ele é onipresente. Não há lugar, objeto ou ser onde Deus não esteja presente. Corrija sua visão e reconheça essa unidade na diversidade aparente ao seu redor. Quando Deus é onipresente, qual é a necessidade de ir à procura dele? A busca não faz sentido. Se alguém se livra do apego e do ódio, experimentará a Divindade inerente. Este é o sadhana (exercício espiritual) que se deve fazer hoje - livrar-se do desejo e do ódio que ocultam o Deus interior. Muitas pessoas perguntam: "Swami! Mostra-nos o caminho!". Tudo que você tem a fazer é voltar para a fonte de onde você veio. Onde está a necessidade de buscar o caminho? O Bhagavata declarou que é o destino natural de todos os seres vivos voltar para onde cada um veio. (Discurso Divino, 06 de março de 1989)

O amor é Divino. Ame a todos, transmita seu amor mesmo àqueles que não têm amor. O amor é como a bússola de um marinheiro. Onde quer que possa mantê-la, ela aponta o caminho para Deus. Em toda ação na vida diária, manifeste seu amor. A Divindade emergirá desse amor. Esse é o caminho mais fácil para a realização de Deus. Mas por que as pessoas não tomam esse caminho? É porque elas estão obcecadas com a ideia errada relativa aos meios de experimentar Deus. Elas consideram Deus como uma entidade remota, atingível apenas por práticas espirituais árduas. Deus está em toda parte. Não há necessidade de procurar Deus. Tudo o que vê é uma manifestação do Divino. Todos os seres humanos que você vê são formas do Divino. Corrija sua visão defeituosa e experimentará Deus em todas as coisas. Fale com amor, aja com amor, pense com amor e faça cada ação com um coração cheio de amor. (Discurso Divino, 05 de julho de 1996)





Sathya Sai Baba






Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

DEPRESSÃO, CONDUTA, PRESUNÇÃO E DÚVIDA - ASPIRANTE ESPIRITUAL

Discutindo sobre toda pequena coisa, perdendo a paciência, ficando triste pela menor provocação, irritando-se com o menor insulto, preocupando-se com sede, fome e perda de sono - estas nunca podem ser as características de um aspirante. Arroz em seu estado natural e arroz cozido - podem estes dois serem o mesmo? A dureza do arroz natural está ausente no cozido. O grão cozido é suave, inofensivo e doce. O grão cru não fervido é duro, vaidoso e cheio de ilusão. Ambos os tipos são almas (jivis) e seres humanos, sem dúvida, mas aqueles imersos em ilusões externas (avidya-maya) são "pessoas", enquanto aqueles imersos em ilusões internas (vidya-maya) são "aspirantes espirituais". Deus não tem nem ilusões internas nem ilusões externas; Ele é desprovido de ambas. Aquele que não tem ilusões externas, torna-se um aspirante espiritual, e quando ele é desprovido de ilusões internas também, pode ser denominado como Deus. Tal coração de uma pessoa é realmente o assento de Deus. (Prema Vahini, Capítulo 59)

Não é da natureza de um aspirante espiritual procurar defeitos nos outros e esconder os seus próprios. Se suas falhas forem apontadas por alguém, não argumente e tente provar que estava certo, nem guarde rancor contra ele por isso. Avalie dentro de si mesmo como isso é uma falha e corrija seu próprio comportamento. Racionalizar isso para sua própria satisfação ou causar vingança contra a pessoa que apontou - estas não devem ser as características de um aspirante espiritual ou devoto. O aspirante espiritual deve sempre procurar o verdadeiro e o alegre, e deve evitar todos os pensamentos falsos, tristes e deprimentes. Depressão, dúvida, presunção - estas são tão prejudiciais quanto Rahu e Kethu (influências planetárias más) para o aspirante espiritual. Elas prejudicarão a prática espiritual. Quando sua devoção está bem estabelecida, estas podem ser facilmente descartadas se aparecerem. Acima de tudo, você deve ser alegre, sorridente e entusiasmado em todas as circunstâncias. (Prema Vahini, Capítulo 63)

Os aspirantes espirituais devem entender cuidadosamente a distinção entre a conduta da pessoa comum (sahaja) e a do aspirante espiritual. A pessoa comum não tem coragem (sahana), é vaidosa (ahamkara) e cheia de desejos relacionados ao mundo, através do qual a pessoa está tentando ter uma existência contente. Os aspirantes envolvidos na contemplação do Senhor (Sarveswara-chinthana) tão incessantemente como as ondas do mar, acumulam a riqueza de igualdade e de amor sem distinção por todos, e se contentam com o pensamento de que tudo é do Senhor e nada é deles. Ao contrário da pessoa comum, o buscador espiritual não se dobrará facilmente diante de tristeza, perda, raiva ou ódio ou egoísmo, fome, sede ou inconstância. Os aspirantes devem dominar todas as coisas boas, tanto quanto possível e viajar pela vida com fortaleza de espírito, coragem, alegria, paz, caridade e humildade. (Prema Vahini, Capítulo 59)

Esses são os dois principais inimigos de cada aspirante espiritual: a presunção (de que você sabe tudo) e a dúvida (é ou não?). Apenas decida ser firmemente conectado a sua realidade. Se isso for puro, tudo será puro. Se isso for verdadeiro, tudo será verdadeiro. Se você usa óculos azuis, você vê apenas azul, mesmo que a natureza seja resplandecente com muitas cores. Assim também, se o mundo lhe parece tão cheio de diferenças, isso é devido apenas à falha em você. Se tudo aparece como sendo um único e mesmo amor, isso também é apenas seu amor. Os sentimentos dentro de você são a causa em ambas situações. A questão que pode surgir a seguir é se o Senhor tem falhas, pois Ele também identifica falhas. O Senhor só procura pela bondade em um devoto, não por faltas e pecados. A avaliação que o Senhor faz de você é dependente de seus sentimentos. O Senhor derrama a Graça sobre aqueles dotados de retidão, independentemente de sua raça, riqueza e gênero. (Prema Vahini, Cap. 46)





Sathya Sai Baba







Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

A ação é o reflexo do seu pensamento e a reação é a resposta do seu subconsciente. Quando há sabedoria na sua forma de responder, você se torna um benfeitor para todos. Não faça isso só para os amigos, mas faça-o de uma forma ilimitada, falando com todos com a mesma delicadeza. Assim, seus sentimentos serão naturalmente elevados. Para que essa mudança aconteça tem que haver uma relação equilibrada entre a mente (pensamentos), o intelecto (razão) e o subconsciente (registros). (Antônio Sequeira)

Para ser uma rocha para os outros eu preciso permanecer num terreno sólido. Saber quem sou e com que posso contar para então dar a eles. Eu só desenvolvo esse tipo de consciência quando tenho a disciplina de recarregar minhas baterias espirituais todos os dias. As primeiras horas matinais são os momentos mais poderosos para obter paz e amor de Deus na meditação. Assim posso caminhar durante o dia com um estoque de sabedoria e com a garantia de que estarei presente na hora que eles precisarem de mim. (Dadi Janki)

Uma pessoa estável tem enorme autocontrole, sólidos princípios e metas duradouras. Ela se mantém calma no pensar e paciente no agir. Quanto mais profunda a estabilidade, mais forte os desafios. Quanto mais positivo sou em relação a mim, mais essa atitude se expressará em relação aos outros e em todas as situações. Estabilidade não é rigidez, mas responsabilidade e incansabilidade. Na sua profundidade, estabilidade é voar livre de tudo. Humildemente aceitar louvor, mas sempre mantendo os pés firmemente apoiados no chão. (BK Ashima Sachdev, Towards Self Mastery, Purity, April 2005)

Não podemos determinar exatamente o que irá acontecer amanhã ou depois, mas podemos colocar em movimento uma energia positiva com a esperança de que ela voltará para nós. Quando alguém joga uma pedra no meio de um lago, as ondas formadas irradiam até a borda e depois voltam em contracorrente até o centro. Da mesma forma, a benção que emitimos para o mundo voltará para nós. Projetamos nossa virtude ao desconhecido, como uma oração que alça voo em direção ao divino e traz a recompensa, em algum momento, para aquele que rezou. (BK Meera, Self-discovery, The World Renewal, November, 2003)





Brahma Kumaris






Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

VACUIDADE E RENÚNCIA

Sidarta [Buda] descobriu que a única maneira de confirmar a existência real de alguma coisa é provar que ela existe independentemente, livre de interpretação, fabricação ou mudança. Para Sidarta, todos os mecanismos aparentemente funcionais para nossa sobrevivência diária -- físicos, emocionais e conceituais -- caem fora dessa definição. São todos apenas combinações de partes instáveis e impermanentes, portanto estão sempre mudando. [...]

Por exemplo, você poderia dizer que seu reflexo no espelho não tem existência própria porque ele depende de você estar em pé na frente dele. Se fosse independente, então mesmo sem o rosto, deveria haver um reflexo. De modo similar, nada pode realmente existir sem depender de incontáveis condições.

[...] como não temos a inteligência de ver as partes das coisas, nos conformamos em vê-las em conjuntos. Se todas as penas são tiradas de um pavão, deixamos de ficar maravilhados. Mas não estamos querendo muito nos render a ver o mundo dessa maneira.

É como estar aninhado na cama tendo um bom sonho, levemente consciente de estar sonhando, mas não querendo acordar. Ou ver um belo arco-íris e não querer chegar perto, pois ele irá desaparecer.

Ter o espírito corajoso de acordar e examinar é o que budistas chamam de "renúncia". Diferentemente da crença popular, a renúncia budista não é auto-flagelação ou austeridade. Sidarta se esforçou e foi capaz de ver que toda a nossa existência se resume a etiquetas colocadas em fenômenos que não existem realmente. Com isso ele experimentou o despertar.




Dzongsar Khyentse Rinpoche





Fonte: "What Makes You Not a Buddhist"
Fonte da Gravura: Tumblr.com

domingo, 18 de setembro de 2016

ÉTICA SOB O PONTO DE VISTA ROSACRUZ

Nenhum verdadeiro rosacruz conduzirá seus negócios ou assuntos sociais "apenas dentro da lei". Muitos o fazem com base no argumento de que aquilo que é legal é suficiente. No entanto, aquilo que estão fazendo pode não ser realmente correto e justo segundo a melhor ética, e sim ter sido arranjado por seus advogados ou por eles próprios, de modo que não seja ilegal na estrita letra da lei. O verdadeiro rosacruz está sempre atento ao "espírito da lei" e sempre disposto a obedecê-lo, assim como à sua letra.






Harvey Spencer Lewis, FRC







Fonte: uma citação no Fórum Rosacruz, vol. 3, n. 5, jan. 1972, p. 177
Fonte da Gravura: http://alchetron.com/Harvey-Spencer-Lewis-1260899-W

A CAUSA DO VAZIO INTERIOR É O DESEJO DE VIR A SER

Por que temos tanta ânsia de louvor, por que queremos ser tidos em grande conta, ser estimulados Por que razão somos tão esnobes? Por que nos apegamos à exclusividade de nosso nome, posição, aquisições? É degradante o anonimato, é desairoso ser desconhecido? Por que seguimos os que são famosos, populares? Por que não nos contentamos com ser nós mesmos? É por termos medo e vergonha de ser o que somos, que o nome, a posição e aquisição se tornam de tão súbita importância?

Curioso como é forte o desejo de reconhecimento, de aplauso. Na excitação de uma batalha, praticamos feitos incríveis, pelos quais nos são prestadas grandes honras; tornamo-nos heróis, matando o nosso semelhante. Mercê de privilégios, talentos ou capacidade e eficiência alcança-se uma posição nas proximidades do cume; entretanto, o cume não é o cume, pois, sempre se quer mais e mais, na embriaguez do sucesso. A nação ou os negócios estão personificados em vós mesmo; de vós dependem os acontecimentos: sois o poder. A religião organizada oferece posição, prestígio e honras; aí também sois alguém, separado, importante. Ou, por outro lado, vos tornais discípulo de um instrutor, guru ou mestre, ou cooperais com ele, na sua obra. Sois ainda importante, pois o representais e participais de suas responsabilidades, porque dais e outros recebem. Embora em nome deles, sois vós o agente. Podeis cingir uma tanga ou tomar o hábito de monge, mas sois vós, ainda, quem faz tal gesto, sois vós quem está renunciando. De uma ou outra maneira, sutil ou grosseiramente, o eu é nutrido e sustentado.

Afora suas atividades anti-sociais e nocivas, por que razão o eu tem de se manter a si mesmo? Vivendo, como vivemos, agitados e sofrendo, com prazeres passageiros, por que se apega o nosso eu às satisfações exteriores e interiores, às atividades que acarretam inevitavelmente sofrimentos e misérias?

A sede de atividade positiva como oposto da negação faz-nos lutar para ser; a luta faz-nos sentir que estamos vivos, que nossa vida tem finalidade e progressivamente nos iremos aliviando das causas do conflito e do sofrimento. Sentimos que se essa nossa atividade se detivesse, não seríamos mais nada, estaríamos perdidos, e a vida não teria mais significação; e por isso nos mantemos em movimento, no conflito, na confusão, no antagonismo. Mas percebemos igualmente que há algo mais, um estado diferente, acima e além de toda esta aflição. Achamo-nos, destarte, num a batalha constante dentro de nós mesmos.

Quanto maior a ostentação exterior, maior a pobreza interior; mas a libertação desta pobreza não é a tanga. A causa do vazio interior é o desejo de vir a ser; e tudo o que fizermos nunca será capaz de encher este vazio. Podeis fugir dele de maneira rudimentar ou requintada; mas ele continuará tão perto de vós como a vossa sombra. Podeis não desejar perscrutar este vazio; ele, todavia, está sempre presente. Os adornos e renúncias com que o eu se cobre nunca esconderão a pobreza interior. Com suas atividades interiores e exteriores, procura o eu enriquecimento, que ele chama experiência ou por outro nome, conforme sua conveniência e satisfação. O eu não suporta o anonimato; poderá cobrir-se com um manto novo, tomar um nome diferente; mas a identidade é sua própria essência.

Esse processo identificador impede o percebimento de sua natureza. O processo cumulativo da identificação forma, pouco a pouco, o eu, positiva ou negativamente; e a atividade deste é sempre um auto-enclausuramento, por mais ampla que seja a clausura. Todo esforço do eu no sentido de ser ou não ser é um movimento para longe do que é.

Separado do seu nome, seus atributos, idiossincrasias e posses, que é o eu? Existe ainda o eu, se lhe são retirados os seus atributos? É o medo de ser nada que impele o eu à atividade; mas ele é nada, um vazio.

Se somos capazes de enfrentar esse vazio, de ficar em companhia daquela solidão dolorosa, então o medo desaparece completamente e ocorre um a transformação fundamental. Para que isso possa acontecer, precisamos conhecer aquele estado de nada, o qual não é possível se existe experimentador. Se existe algum desejo de conhecer aquele vazio, com o fim de dominá-lo, ultrapassá-lo, transcendê-lo, tal experiência não poderá verificar-se, pois o eu, como entidade, continua. Se o experimentador tem uma experiência, não há mais o estado de conhecer, viver. O conhecer o que é, sem lhe dar nome, é que traz a nossa libertação do que é.





J. Krishnamurti






Fonte: do livro "Comentários sobre o Viver"
Ed. Cultrix, São Paulo/SP
Fonte da Gravura:
http://www.taringa.net/posts/ciencia-educacion/16865761/Jiddu-Krishnamurti.html
http://fightlosofia.com/krishnamurti-en-imagenes-krishnamurti-in-pictures/

sábado, 17 de setembro de 2016

A TRADIÇÃO DA MAGIA E A UNIDADE DAS COISAS

A tradição da magia afirma que o universo é uno e que nenhuma parte desse universo está separada da outra. Como diz o poeta, “tudo não passa de parte de um todo estupendo”. Tudo que existe no universo é, portanto, a expressão da unidade que subsiste por meio de todas as coisas.

Isso pode ser condenado como mero “panteísmo”, mas, na realidade, não é assim, pois por trás da unidade subjacente que expressa a si mesma no universo real, existe aquilo de que a alma universal, o conjunto da vida e da forma não passa de expressão. “Tendo criado o universo com um fragmento de mim mesmo, eu permaneço”, diz a deidade na escritura hindu, o bhagavad gita. Um Deus imanente e também transcendente é o Deus do mago.

O uno transcendental, de acordo com os ensinamentos mágicos, está refletido nas águas do caos e da noite antiga, e essa reflexão do supremo, conhecida como adam kadmon, traz a ordem ao caos. Como descreve um ritual de magia: “No começo havia o caos e as trevas e os portais da Terra da noite. E o caos clamou pela unidade. Então, ergueu-se o eterno. Diante do brilho desse semblante, as trevas recuaram e as sombras fugiram.” Nessa reflexão profunda, o adam kadmon ou o grande homem da cabala, é o logos “por quem todas as coisas foram feitas”, o brilho de sua glória e a imagem expressa da sua pessoa. Entretanto, nada há nesse universo que não seja parte integral do logos. Todas as coisas subsistem nessa unidade subjacente, como afirma o poeta grego citado por São Paulo, “... pois nós também somos seus rebentos”.

A alma humana é parte de um universo maior e é ela própria uma réplica desse universo. Na magia, costuma-se dizer que o homem é o microcosmo dentro do macrocosmo, o pequeno universo dentro do universo maior. Para o mago, não existe algo que se pareça com a chamada “matéria morta” no sentido vitoriano. Na verdade, porque sua visão é devido ao fato de já subsistir como parte da vida eterna, é que qualquer coisa material pode existir no tempo e no espaço. O que vemos “aqui embaixo” como um pedaço inerte de metal é, para o mago, a aparência material de inumeráveis centros de energia saindo dos mundos invisíveis para o centro vivo de tudo. “O espírito do senhor preenche a Terra”, e para o verdadeiro mago nada é vulgar ou sujo, tudo serve a um propósito e é expressão da vida do eterno. Isso é declarado no ritual pelo adepto iniciado, que proclama: “Não existe parte de mim que não seja dos deuses.”

“Os deuses”. Será que os magos acreditam em muitos deuses? Sim, mas a visão que têm de sua natureza não é bem aquilo que se poderia esperar deles. Eles encontram no universo invisível um campo de poder no qual inúmeras forças interagem, cada qual sendo um aspecto do supremo. E, nessas energias cintilantes e dançantes, eles vêem a unidade de uma vida, filhos de Deus, que evoluíram em universos precedentes e que, agindo como canais perfeitos para o supremo poder, são como lentes vivas através das quais o poder é emanado para baixo. Eles são os dhyans chohans das escrituras orientais, os ministros, chamas do fogo da bíblia; e aquele raio de seu ser essencial que flui da unidade e refocalizado no tempo e no espaço é a “substância” no sentido teológico da qual se compõe o universal “real”, no qual as qualidades secundárias daquilo que chamamos de matéria se manifestam – criando os “acidentes” da teologia.

Dessa maneira, na filosofia da magia, não existe tal coisa como “matéria morta” per se. Toda a matéria, toda manifestação não passa de expressão de toda vida que tudo permeia – na verdade, é esta vida em uma de suas inumeráveis formas de existência. Acreditando, assim, na estrutura viva do universo, o mago conclui que, assim como o poder da unidade se manifesta por intermédio de seus ministros, também nos planos mais densos e mais inferiores de sua auto-expressão, inúmeras hostes de inteligências menores implementam seus planos – “anjos e arcanjos, tronos, dominações, principados, virtudes, poderes; querubins e serafins, ashin e todas as hostes celestiais imemoriais” -, cada uma no seu nível.

O mago, vendo como o supremo “constitui os serviços dos anjos e dos homens em ordem perfeita”, não se vê como um estranho no universo nem mesmo como um ser apartado dele, mas como parte dessa diversidade viva na unidade, e diz o velho iniciado grego: “Eu sou a criança da Terra, mas minha raça veio das estrelas dos céus.”

Desviando o olhar das moradas celestiais, o mago se vê em malkuth, o reino da Terra, e percebe que essa existência imperfeita, frustrante no corpo físico, é imperfeita porque, embora conheça via intelecto a realidade por trás das aparências, ele ainda não foi capaz de perceber essa realidade no plano físico. “Não sabeis que vós sois deuses”, diz a escritura cristã, e um poeta moderno cantou: “Saiba disso, oh, homem, a raiz úncia da falha em vós é não reconhecer a vossa própria divindade”. Na entrada do templo do oráculo de Delphos na antiguidade estava gravada a seguinte inscrição: “Gnothi se auton” – Conhece-te a ti mesmo! A percepção da verdadeira natureza do eu é a meta do verdadeiro mago.

Seguindo esse princípio e mirando seu interior, o mago contempla um mundo decaído. Ele vê que o plano primordial sobre qual o homem foi formado lá está, brilhando por todo o universo como a suprema harmonia e beleza e, através dessa luz, ele vê o ideal no qual o seu verdadeiro eu está fundamentado e pelo qual é sustentado. Então, olhando para o exterior, ele vê em sua própria natureza e na natureza de tudo que o cerca as provas da queda e o potencial da perfeição. Mas em meio a essa queda ele vê as provas do retorno e, mediante o sofrimento de miríades de vidas, percebe que o caminho da salvação é o caminho do sacrifício. Assim ele formula o velho axioma hermético "solve et coagula" que pode ser reconstituído como “dissolve e reforma”.

Ele usa os ritos da alta magia para efetuar a dissolução e a reformulação. Mas o que é dissolvido, e o que é reconstituído? Não a eterna centelha que “alumia o todo homem” – ao contrário, é o ego pessoal que, por tanto tempo, vem sendo visto por ele como seu único e real ser; essa personalidade à qual ele tenazmente se agarrou e defendeu, mirou e serviu; e que não passa de sua persona, essa máscara que encobre o homem real, que tem que ser dissolvida e reformada.

Mas como aquilo que é imperfeito pode produzir a perfeição? “A natureza desassistida fracassa”, diziam os antigos alquimistas, e nas escrituras lemos “Somente o senhor edifica a casa, o trabalhador trabalha em vão”. Assim, o mago, com toda humildade, procura o conhecimento e a conversação com o seu sagrado anjo guardião – aquele verdadeiro eu, do qual a personalidade terrena é apenas uma máscara.

Esse é o objetivo supremo do mago. Tudo mais, trabalhos e encantamentos, rituais e círculos, espadas, baquetas e fumigações, tudo não passa de meios pelos quais ele chegará com triunfo ao final. Então, tendo-se unido a esse verdadeiro eu – mesmo por um tempo breve -, ele é instruído por esse governante interior na alta magia que um dia elevará a sua humanidade à sua divindade e então realizará aquilo que os mistérios verdadeiros vêm sempre declarando o objetivo verdadeiro do homem – a deificação.





Walter Ernest Butler






Fonte: do livro "A Magia e o Mago"
Ed. Bertrand – 2a. Edição
Fonte da Gravura: Tumblr.com

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

BRAHMAN OU DIVINDADE - A DIVINA PRESENÇA

O amor altruísta é apenas um, da mesma forma, a Divindade (Brahman) também não é múltipla. É por isso que as escrituras declaram: "Ekam Eva Advitiyam Brahma"! Isso significa que Deus é um e é único sem um segundo. Se optar por compreender a unidade em tudo, devemos procurar compreender essa unidade, reconhecendo a Divindade latente (Brahman) em diferentes seres vivos que entram em contato conosco. Simplesmente porque você adquiriu uma forma humana, você não deve pensar que é apenas humano na natureza. Sua forma externa indica que você é humano. Nunca esqueça seu eu interior, o aspecto real do Divino que está firmemente presente nas profundezas do seu coração. Quando Deus está firmemente presente dentro de você, é certo arquitetar pretextos e aparências falsas e inadequadas? Se nestas circunstâncias você começar a exibir desejos e mostrar distorções, isso estará fazendo injustiça a este aspecto residente permanente em seu coração. (Chuvas de Verão em Brindavan, 1974, Volume 1, Capítulo 4)

Brahman ou Divindade está presente em seu próprio coração e age como uma consciência que testemunha tudo. Sonharmos e enganar-nos em pensar que não há ninguém nos vendo fazer uma coisa ruim não é correto. Se alguém o vê ou não, o aspecto do Brahman, que tem sido descrito como aquele que tem milhares de cabeças e milhares de olhos, está sempre atento a você e às boas e más ações que você faz. Sem reconhecer e entender esta verdade básica de que Deus está sempre com você, você gasta muito tempo e energia pensando que Deus está em algum lugar lá fora e que deve encontrá-lo em outro lugar. Na Bhagavad Gita, esta é a razão pela qual Deus tem sido descrito como estando presente onde quer que você vá. (Rosas de Verão nas Montanhas Azuis, 1976, Capítulo 3)

A palavra "rendição" informa que há alguém que dá e há alguém que aceita e que você se entrega a alguém. Há uma sensação de dualidade implícita nesta palavra "rendição". Uma pessoa com uma mente dual é meio cega. O verdadeiro significado da rendição é o reconhecimento do fato de que, em todos e em todos os lugares, Deus está presente. O reconhecimento da presença de Deus em todos os seres (jivas) é o verdadeiro significado da palavra "rendição". Devemos executar todas as tarefas prescritas a nós como nosso dever e não é certo negligenciar nosso dever, ficar de braços cruzados e dizer que você entregou tudo ao Senhor. Se você tiver a sensação de que todo o trabalho que faz é para agradar a Deus, então esse é o aspecto correto da rendição. Você não se rendeu se entregar as consequências de todo o mal que faz a Deus e aceitar o crédito das boas consequências. (Chuvas de Verão em Brindavan, 1974, Volume 1, Capítulo 3)




Sathya Sai Baba







Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

DESTINO - JUSTO OU INJUSTO

Cada provação por que passais deve servir para a vossa evolução. Por isso, não vos revolteis pensando que sois vítimas de uma injustiça da parte do destino. Alguém diz: «Eu não merecia isto!» Como é que ele pode saber aquilo que merece? Ele não se conhece: não conhece o seu passado distante, também não conhece o seu presente, tem apenas uma vaga ideia do seu futuro. Então, como pode afirmar que o destino ou o Senhor são injustos para com ele?

Mesmo quando, num processo, os juízes condenam um inocente – a História está cheia de erros judiciais! – por detrás dessa injustiça existe, na realidade, uma justiça. Isso aconteceu até com santos, com Iniciados, com grandes Mestres: alguns foram presos, queimados, crucificados... Aparentemente, era injusto; mas, na realidade, essas provações tinham um sentido e eles deviam aceitá-las, fosse para pagarem uma dívida do passado, fosse para compreenderem certas verdades que não teriam compreendido de outro modo, fosse para se tornarem mais fortes. O pensamento de que há uma injustiça divina impede os humanos de evoluir. Aconteça o que acontecer, eles não devem sentir-se vítimas de uma injustiça: deste modo, darão um grande passo em frente.





Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

CORAGEM E VIDA

O Apóstolo Paulo em uma de suas assertivas dirigida aos gentios, afirma: “Ainda que o homem exterior se corrompa, o interior se renova sempre.”

O discípulo seguidor do Cristo, quis dizer que não devemos dar importância exagerada às nossas experiências no campo da carne, principalmente, quando elas não são coroadas de pleno êxito, porque a roupagem carnal é temporária, sujeita a desorganizações contínuas, inclusive a provocada pelo fenômeno que chamamos morte.

O que realmente deve merecer especial atenção de nossa parte é o espírito imortal, esse nômade do espaço, que se serve do acervo de realizações hauridas no campo da carne, boas ou más, para estruturar a sua túnica eletromagnética que irá envolvê-lo quando conseguir alcançar as campinas siderais do infinito.

Não devemos também nos preocupar com a demora do tempo, porque ele estará sempre caminhando conosco, não exigindo nenhuma pressa, nenhuma correria, e sim, paciência e persistência, seguindo o exemplo da própria natureza, que não dá saltos espetaculares, mas segue o ritmo de sequência e gradação, obedecendo os mínimos detalhes, para o crescimento harmônico de todos os seres.

Os vegetais crescem milimetricamente. Os grandes rios são formados por pequenos filetes de água que engrossando, aos poucos, formam córregos, depois riachos e, finalmente, os rios de grande porte que deságuam nos mares extensos.

Na construção de grande edifício a situação é idêntica. Primeiro o alicerce, o primeiro tijolo, peça por peça, até chegar ao final da obra totalmente acabada.

Os livros de maior vendagem e de grande expressão foram escritos letra por letra.

Uma grande floresta é formada através de pequeninas sementes, levadas, às vezes, pelo vento ou transportadas pelos pássaros que sobrevoam esses locais.

Decorre, então, que a natureza não concede privilégios a quem quer que seja, prevalecendo sempre a lei do maior esforço e do trabalho, como alavancas de impulso em todas as realizações programadas para o homem aqui no nosso orbe.

Todas as pessoas, sem exceção, já possuem dentro de si um ideal de conhecer e fazer, e, este sonho não deve ser abandonado, mesmo porque faz parte da estrutura íntima da nossa inteligência e dos nossos sentimentos, mas é preciso não nos esquecermos das pequeninas missões que, se bem executadas, nos darão força e coragem moral para a realização dos grandes empreendimentos.

Sofremos desorganizações incessantes, sem no entanto, deixarmos de crescer e evoluir para Deus, nunca retrocedendo, apesar dos reveses que, certamente, sofreremos ao longo da grande jornada.

A preservação da auto-estima, do trabalho, do autodescobrimento e autoaperfeiçoamento, adotando sempre postura de vigilância rígida sobre nós mesmos, nos ajudarão na meta de enobrecimento a alcançar. Dificuldades, dores, decepções estarão sempre conosco testando-nos a capacidade de prosseguir, de caminhar com equilíbrio, boa vontade e alegria.




Djalma Santos





Fonte: do livro "Segredos da Alma"
Edições CELD, Rio de Janeiro, 2002
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

A TRANSFORMAÇÃO DOS SERES

A ideia que muitas pessoas têm da vida espiritual é virem a encontrar um mago, um Iniciado, que pousará a mão sobre elas ou lhes revelará um segredo extraordinário, graças ao qual serão instantaneamente transformadas. É pena, mas não é assim que as coisas se passam. A transformação dos seres só é possível por intermédio de um trabalho individual quotidiano e assíduo.

Alguém vos diz: «Tome esta fórmula mágica, este talismã, e terá saúde (se estiverdes doentes), serenidade (se estiverdes angustiados), força (se fordes fracos)»… Ficai a saber que isso são mentiras de uma criatura que está interessada em vos enganar. Um verdadeiro Iniciado, pelo contrário, dir-vos-á: «Meus filhos, tudo é possível, mas só se fizerdes esforços; desse modo, aquilo que tereis obtido será tão estável que ninguém vo-lo poderá tirar.» Aliás, deveis saber que tudo o que se obtém por processos mágicos – e é verdade que os há com uma certa eficácia – nunca pode ser definitivo: pouco tempo depois, perde-se tudo o que se julgava possuir. Só se conserva aquilo que se obteve a partir de dentro, com esforços pessoais. É uma lei absoluta.




Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Aquele que é leal tem a sabedoria de se afastar das situações ou pessoas com fins duvidosos, sem no entanto considerar ninguém como seu inimigo. A tentação por algo menos limpo não terá o poder de levá-lo ao engano. Sua retidão o manterá sempre inalterável nos seus objetivos e ideais puros. Como sua consciência não é condescendente à falsidade, sua tranquilidade permanece constante, seja diante do benefício ou do prejuízo.

Seria utopia ter esperança na beleza? Um jardim sem espinhos em absoluta fruição? Uma comunicação livre de segundas intenções? Quando silêncio e virtudes caracterizam o relacionamento entre duas pessoas, há harmonia. Quando silêncio e virtude vivem juntas em uma pessoa, há perfeição. Perfeição é algo possível. (Anthea Church)

Se palavras ofensivas foram trocadas, por que não ver tal situação como uma chance para checar quais aspectos do nosso caráter precisam ser mudados? Dessa forma podemos transformar qualquer coisa numa lição construtiva. Nunca deveríamos pensar que aprendemos o suficiente e que podemos parar. Deveríamos ser gratos pelas críticas e conselhos das pessoas. Isso nos mantém alertas, nos dá a oportunidade de colocar nossa verdade na prática.

Quanto mais humildade você tiver, mais sucesso obterá. Quanto mais você se curvar, mais o mundo se curvará a você. Curvar-se significa reivindicar bençãos de todos. Aquele que tem a especialidade da humildade sempre lembrará da expressão: 'Você primeiro!' Renunciar ao louvor do seu nome e personalidade não é se rebaixar, mas tornar-se elevado. Vista a armadura da humildade e você estará seguro em qualquer luta contra a falsidade.




Brahma Kumaris






Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

terça-feira, 13 de setembro de 2016

DHARMA - A VERDADE E A ORDEM CÓSMICA

Para descobrir o que é correto (Dharma) e o que é incorreto (adharma), aplique este simples teste: se vai contra a Verdade e o Amor, é incorreto; se promove a Verdade e o Amor, ou é repleto destes, é correto. (Sai Baba - Sathya Sai Speaks, vol. XVI, pág. 86)

A palavra Dharma, que está realmente relacionada com uma infinita variedade de significados, está sendo inadequadamente descrita, na era moderna, por uma palavra – dever. Dever é apenas aquilo que está conectado com uma condição individual, ou com uma época ou país em particular. Por outro lado, o Dharma é eterno, o mesmo para todos em todos os lugares. Ele expressa o significado do Ser Interno (atma). O lugar de nascimento do Dharma é o coração. Aquilo que emana do coração como uma ideia pura, quando traduzido em ação é chamado Dharma. Se tivesse que dizer de uma maneira que se pudesse entender, a pessoa poderia dizer ‘faça aos outros o que você quer que façam a você; isto é Dharma. O Dharma consiste em descartar ações que iriam ferir os outros. Se alguém causa felicidade a você, então, você, em retorno, deveria fazer coisas que causassem felicidade aos outros. Quando nós reconhecemos que o que os outros fazem irá causar dificuldades e fazemos mesmo, isto é adharma (ausência de retidão). (Digest, pág. 95) Obs: a palavra Dharma é geralmente traduzida como retidão, ação correta, dever, mas, de acordo com o contexto, também pode se referir à Lei Eterna ou Ordem Cósmica, à Religião Eterna, à missão do indivíduo no mundo etc.

Existem 7 facetas do Dharma (aqui, no sentido de retidão ou ação em harmonia com a Lei Cósmica), assim como existem 7 cores contidas nos raios do sol. A primeira faceta do Dharma é a verdade. A segunda faceta é o bom caráter. A terceira é a conduta correta. A quarta é o controle dos sentidos. A quinta é a penitência ou austeridade. A sexta é a renúncia e a sétima é a não-violência. Todas estas facetas foram estabelecidas para a proteção do indivíduo e o bem-estar da sociedade. (Digest, pág. 97)

Define-se Dharma como Ação-Correta, Retidão. Este não é o significado mais apropriado. Dharma, por si só, é a verdade. Assim, o que nasce da Verdade é Dharma. Para o fogo, a capacidade de queimar é Dharma. Quando este não pode queimar, não pode ser fogo: torna-se apenas carvão. O Dharma do açúcar é a sua doçura. Se não há doçura, não pode ser açúcar, mas apenas pó. Assim, se nós não manifestarmos nossa consciência, não seremos Dharma. Devemos, em tudo, seguir nossa consciência. Existem dois tipos de Dharma: um é o Dharma mundano, e o outro é o que se origina da divindade. Seguir a Vontade Divina é o verdadeiro Dharma. Em tudo, a pureza do coração é importante. O primeiro passo é: o que ensinamos aos outros, devemos praticar. Esta é a verdadeira natureza humana. Qual é a razão para que Sathya (Verdade), Dharma (Retidão), Shanti (Paz), Prema (Amor) e Ahimsa (Não-violência) não estejam sendo preservados atualmente? A propagação e a publicidade destes valores está sendo feita, sem que os mesmos estejam sendo praticados.Vocês devem mostrar, pelo falar e pelo exemplo, que o caminho da auto-realização é o que conduz à alegria perfeita. Consequentemente, sobre vocês repousa grande responsabilidade: a de demonstrar por sua calma, serenidade, humildade, pureza e virtude, coragem e convicção em todas as circunstâncias, que o caminho por vocês percorrido os tornou pessoas melhores, mais felizes e mais úteis. Pratiquem. Demonstrem. (Sri Sathya Sai Bal Vikas - Maio/94 - Editado pelo S.S.S. Education in Human Values Trust - Bombay)





Sathya Sai Baba






Fonte: Organização Sathya Sai do Brasil
http://www.sathyasai.org.br/citacoes-diversas
Fonte da Gravura: Tumblr.com

domingo, 11 de setembro de 2016

A INICIAÇÃO (DESENVOLVIMENTO DA ALMA)

A Iniciação Filosófica tem seu objetivo em um propósito quádruplo, que o Aspirante deve alcançar, se deseja obter êxito completo.

Durante o processo de crescimento e de progresso, todas as forças internas potenciais de todo nosso complexo ser – o corpo, a mente e a alma – devem ser exaltados.

Antes ou durante este processo deve surgir um desejo dominante. Este desejo deve estar constantemente fervente na mente e na Alma do Aspirante, mesmo que este desejo ainda se encontre latente. Este desejo deve dominar o Aspirante a tal ponto, que ele não encontre repouso, a menos que se encontre ativo, fazendo todo o esforço para alcançar o ideal inspirado pelo seu desejo.

A concentração ou centralização de todas as forças potenciais dentro do ser, dá ao indivíduo o vigor necessário, a potência e a fortaleza para trabalhar incessantemente para a realização do seu desejo.

Deve haver o desejo e o esforço para o despertar e para a iluminação do Cristo ou Centro da Alma. Deve haver o estabelecimento de um contato, isto é, adquirir a união com um dos Centros Hierárquicos em atividade.

Para o Aspirante alcançar este objetivo, deve aprender a Obedecer, a Saber, a ter Vontade ou Querer, a Ousar e, todavia, a permanecer em silêncio. Deve reconhecer a verdade de que "no silêncio se encontra a força".

É natural que existam conceitos errôneos e dúvidas, no tocante a esta matéria, nas mentes daqueles para os quais todas estas coisas sejam relativamente novas. Antecipar dificuldades que se apresentam na busca das mentes inquisitivas e dar explicações claras sobre elas, é o propósito desta mensagem.

Múltiplas impressões errôneas existem entre os Aspirantes, como se comprova pelas perguntas constantes que fazem sobre a Iniciação e em especial sobre seus aspectos Esotéricos ou Arcanos. Escassa informação se tem dado ao público, sobre o esoterismo da Verdadeira Iniciação, ainda que múltiplos livros possa conseguir o investigador desta matéria. Muitos destes tratados são de pouca utilidade prática. Alguns deles são, na realidade, prejudiciais, porque ocultam os problemas envolvidos e, com frequência, alentam práticas de ocultismo, especialmente as psíquicas, que tendem a induzir a negatividade da mente, que é exatamente o oposto do que se requer par alcançar a Iniciação Filosófica.

A Iniciação trata principalmente do processo de desenvolvimento espiritual interno – um despertar gradual do Cristo ou Alma de cada um – e a obtenção da Consciência da Alma. Na linguagem Bíblica, isto é o renascimento ou segundo nascimento, o do Espírito, e que uma vez obtido, traz consigo todo o bem e todas as coisas boas almejadas.

Uma apresentação racional deste problema deve basear-se no estabelecimento de uma clareza mental, de uma boa saúde física, de uma fortaleza da mente e do corpo físico, de um vigor e de uma virilidade, de uma força superior, que proporcione um estado de alerta das faculdades do discernimento. Qualquer sistema que menospreze o corpo físico e suas funções, tende à apatia mental, o que é perigoso e deve ser evitado.

Desgraçadamente, os conceitos errôneos prevalecem com respeito à localização e à função da vontade. A falsa impressão geral e quase universal é que a vontade pode ser desenvolvida por todos, prescindindo do desejo interno e da energia de levar a cabo o propósito do desejo. Isto é um sofisma. Por mais que uma pessoa queira desenvolver um trabalho especial, se o desejo de chegar ao fim não é suficientemente forte, e se o executante não se encontra pronto, mais que isto, se não se encontra ansioso de deixar tudo o mais para realizar este único desejo, e se este único desejo não é suficientemente potente para induzir todas as atividades mentais e físicas para realizá-lo, então o fracasso será inevitável.

A vontade sempre se encontra baseada na aspiração, porque o desejo é sempre o princípio que nos ativa e governa. O desejo é comparável ao amor. Onde o amor é forte, até a certeza da morte não intervirá em seus ditames. É reconhecido que o desenvolvimento elevado ou espiritual exige o cultivo de uma vontade imperiosa. É por isto que esta parte da Grande Obra é capaz de gerar conflitos e dificuldades. Métodos simples, sãos e razoáveis devem ser seguidos para sua realização. Os métodos mais apropriados, para este propósito, são, na verdade, tão simples que, com frequência, são ignorados, e os meios existentes, geralmente, são desdenhados.

No processo da Iniciação Filosófica e no cultivo da vontade, a Lei Divina é: Execute o que deve fazer, independentemente de quão insignificante possa parecer ser. Faze-o, quando deve ser feito, na forma que deva ser feito, sem questionamentos... Se é algo que geralmente nos desgosta, faze-o de boa vontade para alcançar algo útil e terminarás com um sentimento de satisfação, de que levaste a cabo devidamente o teu dever e a tua missão, como um meio para alcançar um fim. Igual empenho deve pôr-se na importância de dirigir a vontade nos caminhos da obediência ao Ideal Divino.

Além dos fatores que já se tem mencionado, ainda existem outros importantes no desenvolvimento de uma vontade Superior e do poder que a acompanha. Em primeiro lugar vem a virtude da verdade, isto é, o conhecimento relacionado com as leis da retidão e da benevolência. Em segundo lugar, a virtude do amor imparcial e da boa vontade em todos os setores da criação. Não é desejável possuir simplesmente uma vontade forte. Isto pode terminar nos conduzindo a uma teimosia estéril.

Uma vontade férrea torna-se uma possessão preciosa, quando induzida e guiada pela luz do verdadeiro entendimento e que se faça radiante no calor e no amor da bondade do coração. Neste campo de atividade, a bondade, baseada na moderação e cordura, se torna um poder criativo. Uma força de vontade cuidadosamente guiada e unida ao entendimento das leis que governam a vida, vitalizada por um bondoso senso de justiça e por raios geniais de amor, é uma barreira contra as tendências irracionais e destrutivas. Ancorada em um incentivo irresistível, que nada pode desviar, deve estar uma vontade interior posta em atividade para alcançar o saber e o poder necessários para qualquer realização que se deseja. Esta é uma Lei que se baseia no princípio que suprime toda impressão equivocada, ao tratar do desenvolvimento da vontade.

Como resultado da leitura das obras que tratam do poder da mente, há uma multidão que pensa que, por cultivar a vontade, pode desenvolver poder suficiente para sobrepor-se a todos os defeitos mentais e corporais.

A impaciência deve ser recusada, assim com a indolência, a inatividade e o descuido, quando o êxito for lento em aparecer. É neste ponto crítico que a vontade é de imprescindível importância.

As Leis Espirituais, as Leis que versam sobre o Cristo ou Alma do Homem, estão em harmonia perfeita com o que se denomina LEIS NATURAIS. O mundo natural é um protótipo do mundo espiritual. A tábua de Hermes, o Legislador, claramente diz: "Como é em cima, assim é embaixo. Como é embaixo, assim é em cima". Devido a esta Lei, qualquer utilização de forças mentais e da vontade, que chegue a violar uma lei natural, viola também uma Lei Divina Espiritual, e isto deve ser evitado.

O sábio agricultor, plantador de sementes e ceifador da colheita, está completamente seguro de que a compra das boas sementes e o fato de lançá-las aos quatro ventos não é suficiente para se obter uma boa colheita. Ao contrário, seu primeiro pensamento é o de bem preparar a terra onde a semente vai ser plantada. E isto deve ser executado de forma adequada, reconhecendo, como ele faz, que a terra pobre ou despreparada, certamente renderá uma colheita pobre. Mesmo depois que a terra esteja bem preparada e a boa semente obtida e semeada, no tempo propício, o agricultor experiente sabe que ainda tem que haver um cultivo adequado e regular, para que o rendimento da safra seja de acordo com o esperado.

O mesmo acontece com o aspirante que é sábio e sincero. Sua primeira preocupação é alcançar um perfeito entendimento da Lei, a fim de que se encontre inteiramente instruído a respeito de todos os aspectos da matéria que está tratando. Assim procede o estudante de Medicina, um advogado ou qualquer outro profissional, que estuda cuidadosamente e a fundo seus livros de texto.

O Aspirante à vida espiritual, após adquirir seus conhecimentos, prossegue no preparo de seu corpo, limpando-o de impurezas, abastecendo-o com os bons alimentos, necessários ao desenvolvimento de um potente sistema nervoso, do seu físico e do seu veículo mental. Como se pode esperar, o desenvolvimento do vigor mental e de uma poderosa vontade depende de o corpo estar preparado adequadamente. De igual forma, não seria possível esperar que um motor a gasolina faça um trabalho satisfatório com seus componentes avariados. O motor a gasolina é desenhado de forma parecida ao corpo físico de um homem. Assim, o mesmo cuidado que se dá a uma máquina deve ser dado ao corpo do homem, pois somente desta forma ele funcionará corretamente e de forma eficaz.

Um conceito errôneo, quase universal, é o de associar o Arcano ou Iniciação Filosófica com formas sutis do hipnotismo, psiquismo e outros aspectos de experimentação psíquica, os quais têm todos base negativa.

O desenvolvimento da Alma ou Iniciação Filosófica é o despertar do Cristo Interno, fazendo com que Ele se manifeste; não tem nada a ver com estas crenças ou práticas indesejáveis. As bases do Arcano são radicalmente e fundamentalmente opostas a todo aspecto de manifestação anormal. A Iniciação resulta de um contínuo esforço para o desenvolvimento, trata do despertar do Ser inconsciente, fazendo surgir o Cristo na consciência.

É o segundo nascimento Espiritual. Os métodos seguidos na Senda, até à Iniciação Filosófica, previnem eficazmente contra toda forma de tendências negativas. Repudiam todo aspecto que interfira com a independência ou com a honra individual do Aspirante, com tudo que possa interferir no controle de si mesmo e com sua responsabilidade pessoal e que o impossibilite de dar a tudo sua tônica e sua característica elevadas.




Dr. Reuben Swinburne Clymer






Fonte: Fraternitas Rocicruciana Antiqua
Grande Oriente Rosacruz
Fonte da Gravura: Tumblr.com

REFLEXÕES SOBRE O MEDO

Medo é porta de entrada para toda sorte de desequilíbrio.

Em vez de se render às suas insinuações, seja prático, e verifique se algo pode ser feito, no sentido de debelar-lhe os motivos; faça-o de imediato, e, depois, tranquilize-se.

Mesmo que tudo esteja no pior, aterrorizar-se só tornará as coisas ainda mais complicadas.

Asserenar-se é a melhor atitude interna para propiciar a descoberta de soluções criativas e para, com isso, reagir com inteligência, maturidade e eficiência às problemáticas enfrentadas.

Quase sempre o medo é desproporcionalmente maior aos riscos reais que o inspiram.

Transforme medo em amor. Substitua a motivação de um pela do outro, e notará sua vida converter-se numa aquarela de alegria e tranquilidade. Não, isso não é difícil. Difícil é continuar sofrendo o tormento das fobias, dos temores, tenham fundamento ou não. Não tente enfeixar argumentos em favor do medo. Perceba o absurdo da auto-obsessão a que se confia e rompa, de uma vez por todas, com o paradigma emocional que escolheu para si, consciente ou inconscientemente.

Confie-se ao Amor de Deus. A Divina Providência tudo pode fazer por você. Faça a sua parte, mas entregue a Deus o seu destino, bem como os resultados de seu empenho.

Talvez, prezado amigo, tenha sido trazido para essa situação vexatória, pelas Forças da Vida, justamente para ser posto em busca da reconexão com o Divino.

Alinhe-se a Deus, e você terá feito a melhor coisa que poderia fazer por si, em toda sua vida.

O medo é tão mais presente na vida do indivíduo, quanto menos Deus estiver com ele. Preencha os espaços vazios de seu coração, com a plenitude de Deus, e o medo não terá espaço na morada de sua alma. A vivência espiritual é necessidade psicológica humana de que não se pode evadir. Males de etiologia difusa e misteriosa, como a síndrome do pânico, têm origem nessa negligência, em campo fundamental do existir humano.

Há quem faça uma lista de mil motivos para se aterrorizar. Acha-se muito inteligente por isso. Ao reverso, poderia fazer uma outra para se maravilhar e deleitar com a vida, e não percebe que seria tão fácil confeccionar essa quanto a outra, e quão seria mais prazeroso fazer essa última, sem nem contar os magníficos efeitos na própria vida.

Não acredite nas sugestões hipnóticas da cultura do medo, que o cerca por todos os lados e que constitui um dos aspectos que mais caracterizam o estágio atual da civilização humana.

Faça a sua própria "lavagem cerebral", conforme seus interesses, em função de suas metas, de sua felicidade.

Uma coisa é certa: o medo não serve à sua paz, à sua alma, a você.

Cabe-lhe, portanto, debelá-lo, com todas as forças do coração e da inteligência.





Anacleto/Eugênia/Gustavo Henrique
Psicografia de Benjamim Teixeira






Fonte: do livro "Reflexões Matinais"
Fonte da Gravura: Tumblr.com