Sempre que rotulamos uma situação de "problema", o primeiro passo para resolvê-lo de uma vez por todas é mudar o rótulo para "lição". Não se trata de um problema de linguística ou a troca de uma palavra por outra. Nessa troca tudo se modifica, pois a palavra "problema" desencadeia o medo que gera a produção de mediadores químicos no sistema nervoso que atrapalham o raciocínio dificultando que se encontre a solução. A palavra "lição" não vem acompanhada da obrigação de se encontrar um resultado correto imediato, e o aprendizado fica facilitado.
Cada situação deve ser analisada de forma simples e direta para que o trabalho desenvolvido seja eficiente. Quem se recusa a parar para pensar e analisar para aprender a discernir entre as polaridades: verdade e mentira, realidade e ilusão, certo ou errado, bom ou mau, certamente vai desperdiçar preciosas oportunidades de humanizar-se. Observar, deduzir, planejar, executar são condições básicas de humanização. Quem resolver conduzir a existência ao "Deus dará", ao sabor dos acontecimentos, será um eterno pedinte de favores divinos.
Tudo a seu tempo, pois "a pressa é inimiga da perfeição." A consciência de que nem tudo vai ser resolvido ou aprendido nesta existência traz uma sensação de paz relativa e uma certa felicidade. Além disso, facilita o correto uso dos recursos do conhecimento e do tempo. Aceitar que determinadas situações não serão resolvidas desta vez é sinal de inteligência e humildade. O perigo que corremos com a aceitação é cair nos braços da inércia e entregar tudo na mão de Deus. Deixar de executar o que é possível naquele instante é uma armadilha a ser evitada. Pedir a Deus que as provas e as expiações sejam retiradas, como habitualmente fazemos, é desprezar o material de aprendizado ou as ferramentas que nós próprios escolhemos antes da reencarnação.
Em algum instante da vida, seja por incompetência ou ignorância, alguns pais dão a entender ou verbalizam aos filhos que eles são um fardo a ser carregado ou um problema nas suas vidas. Pensar assim indica pobreza de compreensão das leis da evolução. Nenhum pai ou mãe educa os filhos, apenas participa da educação daquele espírito com os recursos de que dispõe.
Compreender que nenhum espírito fará a evolução pelo outro é também condição básica para progredir com calma. Mesmo aconselhar não é apontar soluções; mas sim, mostrar um conjunto de possibilidades de causa e efeito. Sofrer com os outros também não é indicação de bondade nem de evolução espiritual; apenas indica falta de educação emocional.
Nenhum problema da evolução humana será resolvido se nos esquecermos das reais finalidades do existir.
Américo Marques Canhoto
Fonte: do livro "A Reforma Íntima Começa no Berço", EBM Editora.
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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