"Tanto no pensamento religioso como na ciência, um certo núcleo de verdade universal, o mesmo para todos, toma forma e cresce lentamente."
(Teilhard de Chardin)
"A união é uma necessidade da natureza; um processo inevitável a ela conduz. Esta união é do interesse de todos, e somente a poderiam impedir a loucura humana e seu estúpido egoísmo. No entanto, a necessidade da natureza e a vontade de união irão se apoderar da humanidade."
(Sri Aurobindo)
A era das "missões" bem como a era das colonizações estão, de fato, ultrapassadas, exceto, é claro, para os grupos fundamentalistas, proselitistas, interesseiros e grupos que não acompanham a evolução natural do mundo.
"Tudo o que sobe converge" (Chardin), e a era dos chamados "diálogos", na verdade, é a confrontação da ciência, filosofia e religião num plano superior, o que está causando uma "convergência" de valores e planos de ação para um mundo melhor e livre.
Perfeitamente sentia isso Chardin quando escreveu: "Manifestamente, a humanidade de hoje, na medida mesma em que toma consciência de sua unidade, não só para trás, no sangue, mas também para frente, no progresso, experimenta a necessidade vital de se unir." A consciência da unidade, ou a necessidade vital de união leva a todos em busca da verdade essencial, esotérica, interior, ou seja, do ponto de "convergência".
Tudo toma um rumo incerto, porém, se formos buscar a união desejada permanecendo-se no nível exterior, exotérico, em suas roupagens através do tempo e espaço. E Sri Aurobindo legava-nos que "A verdadeira religião é a religião espiritual: é uma busca de Deus, uma abertura da vida mais profunda da alma ao divino imanente, à onipresença eterna."
Numa leitura mais atenta das obras de Chardin, percebemos claramente a esperança de que a humanidade evolua rumo à unidade espiritual, a uma "consciência coletiva da humanidade". E diz alhures: "A convergência geral das religiões para um Cristo universal", (ponto universal simbólico para os cristãos), que no fundo a todos satisfaz, parece-me a única conversão possível do mundo, a única forma concebível para uma religião do futuro."
E hoje vemos diversas personalidades e grupos levando à cabo não somente encontros e diálogos, mas uma proposta prática de ações conjuntas direcionadas aos diversos problemas da humanidade. Estes grupos e pessoas estão aumentando gradativamente.
Cabe que façamos nós todos uma análise, uma reflexão e uma busca interior para sermos reorientados a essa unidade. Estamos tão acostumados e iludidos no que se refere aos nossos agrupamentos, tradições, presunções e ilusões particulares que perdemos a noção do todo. Não é por acaso que Huberto Rohden/Delfos disse: "Infelizes daqueles que fazem do seu credo uma gaiola inexpugnável! Acabarão por perder o gosto pelo voo e não atingirão seus gloriosos destinos." E o credo pode ser religioso, filosófico, político, social, científico etc.
Gastamos tanto tempo na organização exterior que perdemos de vista o organismo vivente interior, que é a chave do progresso e do cumprimento despretensioso de nossa parcela no todo. O Plano Divino prevê a cooperação de todos e não julga pelo que pertencemos ou não pertencemos, mas sim pelo que fazemos, atitudes e serviço.
Se fazemos parte de um todo, como poderíamos pensar em "missão" no sentido de tentar impôr nossas ideias ou pontos de vista sobre os outros? É salutar expôr, isto sim, nossas ideias como colaboração e contribuição, porém é ridículo impô-las ou querer que sejam a medida das coisas.
Urge, pois, que entendamos profundamente que estamos numa época em que o conceito de "unidade na diversidade" e "diversidade na unidade" se faça presente em nossos corações e mentes, gerando os princípios da "nova era": a compartilha, a cooperação e a síntese. Assim somente poderemos ter a certeza de que o Plano Divino está sendo restabelecido na Terra.
Prof. Hermes Edgar Machado Junior (Issarrar Ben Kanaan)
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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