domingo, 27 de outubro de 2013

EXISTE UM OBSERVADOR OLHANDO A SOLIDÃO?

Minha mente observa a solidão, e a evita, foge dela. Mas se eu não fugir dela, existe uma divisão, existe uma separação, existe um observador olhando a solidão? Ou, existe apenas um estado de solidão, minha mente em si mesma estando vazia, sozinha? Não que existe um observador que sabe que existe solidão. Eu penso que isso é importante de perceber, prontamente, não verbalizando muito. Dizemos agora “Eu sou invejoso, e quero me livrar da inveja”, então existe um observador e o observado; o observador quer se livrar daquilo que observa. Mas o observador não é o mesmo que o observado? É a própria mente que criou a inveja e assim, a mente não pode fazer nada a respeito da inveja. Então, minha mente observa a solidão; o pensador está consciente de que está só. Mas ficando com isto, estando completamente em contato, ou seja, não fugindo disto, não traduzindo e todo o resto, então, existe uma diferença entre o observador e o observado? Ou só existe um estado, ou seja, a mente em si está só, vazia? Não que a mente se observa como estando vazia, mas a mente em si está vazia. Daí, pode a mente, estando cônscia de que ela mesma está vazia, e qualquer esforço dela, qualquer movimento para sair desse vazio é simplesmente uma fuga, uma dependência, pode a mente deixar de lado toda dependência e ser o que ela é, completamente vazia, completamente só? E se ela está nesse estado, não existe liberdade de toda dependência, de todo apego?




J.Krishnamurti




Fonte: The Book of Life
www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: www.morguefile.com

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