terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O DESCONTENTAMENTO NÃO TEM RESPOSTA

Com o que estamos descontentes? Certamente com o que é. O que é pode ser a ordem social, o que é pode ser a relação, o que é pode ser o que somos, a coisa que somos essencialmente – ou seja, o feio, os pensamentos dispersivos, as ambições, as frustrações, os inumeráveis medos; é isso que somos. Afastando-nos disso, pensamos que encontraremos uma resposta para nosso descontentamento. Assim estamos sempre procurando um modo, um meio para mudar o que é – é com isso que nossa mente está interessada. Se estou descontente e se quero encontrar um modo, um meio para o contentamento, minha mente fica ocupada com o meio, a forma e a prática de um modo de chegar ao contentamento. Então não estou mais interessado com o descontentamento, com as brasas, a chama que está queimando, que chamamos de descontentamento. Nós não descobrimos o que há por trás desse descontentamento. Só estamos interessados em nos afastar dessa chama, dessa ansiedade abrasadora. Isto é imensamente difícil porque nossa mente nunca está satisfeita, nunca está contente com o exame do que é. Ela sempre quer transformar o que é em outra coisa, que é o processo de condenação, justificação ou comparação. Se você observar sua própria mente verá que quando ela fica face a face com o que é, então ela condena, compara com “o que deveria ser”, ou justifica e assim por diante, e empurra o que é, deixando de lado a coisa que causa a perturbação, a ansiedade, a dor.




J. Krishnamurti




Fonte: The Book of Life
www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: www.imageafter.com

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