domingo, 16 de fevereiro de 2014

A MENTE TAGARELA

Vocês sabem, perceber alguma coisa é uma experiência surpreendente. Não sei se vocês realmente já perceberam alguma coisa, se perceberam uma flor ou um rosto ou o céu, ou o mar. Naturalmente, você vê estas coisas quando passa de ônibus ou de carro; mas me pergunto se você considerou de fato o problema de olhar para uma flor? E quando olha assim para a flor, o que acontece? Imediatamente você dá um nome à flor, você fica interessado com a qual espécie ela pertence, ou você diz: “Que belas cores ela tem. Gostaria de tê-la em meu jardim; gostaria de dá-las a minha esposa, ou colocar na lapela”, e assim por diante. Em outras palavras, no momento em que você olha para a flor, sua mente começa a tagarelar a respeito dela; assim, você nunca percebe a flor. Você percebe uma coisa apenas quando a mente está em silêncio, quando não há nenhuma tagarelice. Se você puder olhar a estrela vespertina sobre o mar sem um movimento da mente, então você, realmente, percebe sua extraordinária beleza; e quando você percebe a beleza, também não experimenta o estado de amor? Certamente, beleza e amor são o mesmo. Sem amor não há beleza. A beleza está na forma, a beleza está no falar, a beleza está na conduta. Se não existe amor, a conduta é vazia; ela é meramente o produto da sociedade, de uma cultura particular, e o que é produzido é mecânico, sem vida. Mas quando a mente percebe sem o mais leve alvoroço, então ela é capaz de olhar a total profundeza de si mesma; e tal percepção é realmente infinita. Você não tem que fazer alguma coisa para provocá-la; não existe disciplina, não existem prática nem método através do qual você possa aprender a perceber.




J. Krishnamurti




Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: http://www.imageafter.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário