Não é essencial que haja uma constante renovação, um renascimento? Se o presente está sobrecarregado com a experiência de ontem, não pode haver renovação. Renovação não é a ação de nascer e morrer; ela existe além dos opostos; só a liberdade da memória acumulada traz renovação, e não existe compreensão salvo no presente. A mente só pode compreender o presente se ela não comparar, julgar; o desejo de alterar ou condenar o presente sem compreendê-lo dá continuidade ao passado. Apenas compreendendo o reflexo do passado no espelho do presente sem distorção, existe renovação. Se você viveu uma experiência integralmente, completamente, não descobriu que ela não deixou traços? Apenas as experiências incompletas deixam sua marca, dando continuidade à memória auto-identificada. Nós consideramos o presente como um meio para um fim, assim o presente perde sua imensa significação. O presente é o eterno. Mas como pode uma mente que é composta, reunida, compreender aquilo que não é reunido, que está além de todos os valores, o eterno? Quando cada experiência surgir, viva-a tão completa e profundamente quanto possível; reflita sobre ela, sinta-a extensiva e intensamente; esteja cônscio de sua dor e prazer, de seus julgamentos e identificações. Só quando a experiência é completada há renovação. Devemos ser capazes de viver as quatro estações em um dia; estar agudamente consciente, experimentar, compreender e ficar livre das acumulações de cada dia.
J. Krishnamurti
Fonte: The Book of Life
http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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