segunda-feira, 25 de abril de 2016

A VERDADEIRA PEDRA FILOSOFAL

Sempre que agis com a sabedoria (a luz) e o amor (o calor), colocais-vos sob a autoridade do espírito, e assim, pouco a pouco, formais em vós a pedra filosofal que transmuta todas as matérias em ouro. Não deveis, pois, procurar a pedra filosofal fora de vós próprios, pois não existe pedra filosofal mais poderosa do que o espírito. Esforçai-vos por atingir o estado de consciência em que sentis que o vosso espírito, o vosso Eu superior, é um princípio imortal, eterno, uma entidade indestrutível que viaja no espaço e penetra em todos os lugares. Compreendereis então que nada é mais importante do que utilizar esse poder para trabalhar sobre a matéria, a vossa própria matéria, para a purificar, a vivificar, a ressuscitar. É isso a verdadeira alquimia. A pedra filosofal é a quinta-essência espiritual que transforma tudo em ouro, em luz, primeiro em vós mesmos, mas também em todas as criaturas que vos rodeiam, pois tudo se propaga. É esta a dimensão sublime da pedra filosofal.




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

quarta-feira, 20 de abril de 2016

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Não se deixe afetar por sentimentos e emoções momentâneas. Sempre há um espaço entre estímulo e resposta. Procure, nesse espaço, responder criativamente e construtivamente. Não permita que suas ações voltem como um bumerangue na forma de desapontamento. Os princípios básicos da vida são eternos, nunca mudam. Princípios como gentileza, respeito, honestidade, integridade, empatia, compaixão. Por trás desses princípios está o mestre: a consciência. Consciência é a calma, pequena e pacífica voz interior. Ela nos ensina que o fim e os meios são inseparáveis. (BK Surendran, Thoughtful and Truthful Living, The World Renewal, July, 2005)

Espalhe boas vibrações ao mundo através dos pensamentos. Assim como há grande variedade de fragrâncias, como de rosas e sândalos, espalhe fragrâncias de felicidade, paz, amor e bem-aventurança. Seja fonte de uma variedade de pensamentos elevados que espalha essas vibrações para todos. Borrife essas qualidades da mesma forma que perfume é borrifado. Preencha o mundo com fragrância.

Assim que ativamos nosso campo de energia sutil - criado através dos nossos pensamentos positivos - levamos isso conosco por onde quer que vamos. Então, podemos influenciar positivamente aqueles que entram em contato conosco seja no trabalho, na rua ou em casa. As vibrações positivas influenciam não apenas aqueles que estão próximos mas elas viajam além das fronteiras e alcançam o mundo. Se alguém estiver precisando de ajuda ou orientação, experimente ficar em silêncio e envie a energia do seu pensamento positivo para ele ou ela. Seja um agente de transformação. Pratique os seguintes pensamentos: Eu adoto a consciência do ser uma alma cheia de luz, amor e energia, no centro da testa. Desse ponto envio uma luz protetora muito poderosa para o mundo todo.

O poder da mente é como um laser pode chegar a qualquer lugar, em qualquer pessoa. Mas para isso é preciso haver qualidade no pensamento, caso contrário ele se perderá na atmosfera. Vivemos num mundo com negatividades. Portanto, se eu quero ajudar outros através do poder da mente, isso significa que meu pensamento deve ter tal qualidade que ele ultrapasse todas essas barreiras para chegar onde deve chegar. Eu preciso prestar atenção em tornar meus pensamentos não apenas positivos, não apenas puros, mas elevados. Quando meus pensamentos são elevados posso criar sentimentos elevados capazes de viajar como um laser.




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

terça-feira, 12 de abril de 2016

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Um aspecto muito importante para ser despreocupado é ter a atitude de que Deus é responsável. Faço a minha parte e o desdobramento disso é com Deus. Sou um Imperador Despreocupado. Nada pode ser maior do que a alma, só a Alma Suprema. E se Ela está comigo por que devo me preocupar? Uma vida sem preocupação é uma vida leve. Despreocupação é leveza.

Quando a consciência está limpa, sou despreocupado. Quando há desapego, sou despreocupado. Quando não há medo de perder, sou despreocupado. Quando deixo de controlar o mundo e as circunstâncias externas, sou despreocupado. Quando lembro que tudo que acontece é de acordo com o Drama - e este é bom - há despreocupação. Mesmo que o pior aconteça estou certo de que o pior é bom porque está de acordo com o Drama.

Temos o hábito de tentar controlar a mente através da força. Ordenamos que a mente pare de pensar o que não desejamos. No entanto, quanto mais forçamos a mente para não ir em uma direção específica, mais ela tende a ir para lá. A única maneira de controlar a mente é conversar com ela com amor. Assim como explicamos algo a uma criança, precisamos explicar à mente com amor. Isso tornará a mente minha amiga e eu conseguirei me concentrar mesmo em situações indesejáveis.

Que vocês tenham pensamentos puros e positivos para os outros e assim transformem o negativo em positivo. Para permanecer poderosos, lembrem-se de duas coisas: pensamentos puros para o eu e pensamentos positivos para os outros. Se vocês não têm pensamentos positivos para si então vocês não podem ter pensamentos positivos em relação aos outros. No momento atual prestem atenção a estes dois aspectos porque as pessoas não estão entendendo através de palavras. Procurem dar à elas as vibrações dos seus pensamentos puros e positivos e elas mudarão.

A razão para o descontentamento é a falta de realização. Quando uma pessoa está preenchida, ela é capaz de dar algo aos outros. Mas se falta algo, não é possível dar. Contentamento significa estar preenchido. Deus está sempre preenchido, por isso Ele é chamado de Oceano. Um rio às vezes seca, mas oceanos não. Torne-se então um mestre oceano como o Pai. Seja contente e dance de felicidade. Assim não haverá conflito nos seus relacionamentos. E mesmo que haja conflito com alguém, você não se afetará por isso. Obstáculos ou confusão serão como um jogo. Mesmo problemas serão um meio de diversão porque você tem conhecimento. Devido a sua fé constante, você será sempre vitorioso e contente.





Brahma Kumaris






Fonte: www.bkumaris.org.br
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domingo, 10 de abril de 2016

O REAL ESTÁ ALÉM DO PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Deus é inescrutável. Ele não pode ser percebido no mundo objetivo exterior; Ele está no coração de cada ser. Você exalta a Deus como onipresente, onisciente e onipotente, mas ignora Sua presença em você! Quem pode afirmar que Deus é isso ou aquilo? Quem pode confirmar que Deus não é desta forma ou com esse atributo? Cada um pode adquirir da vasta extensão do oceano somente o quanto pode ser contido em um recipiente que pode transportar em suas costas. A partir dessa quantidade, pode-se entender somente um pouco dessa imensidão. Pedras preciosas devem ser procuradas no subsolo; elas não flutuam no ar. Busque a Deus no mais profundo de si mesmo, e não na tentadora natureza caleidoscópica. O corpo lhe é concedido para este elevado propósito; mas agora você está fazendo mau uso dele, como a pessoa que usou um vaso de ouro cravejado de joias, que chegou às suas mãos como uma relíquia de família, para cozinhar seu alimento diário.

Você está desperdiçando seu precioso tempo pensando que tudo o que vê neste mundo objetivo é verdade. Não! Nenhum desses objetos é real. A verdade é eterna e está além dos três períodos de tempo - passado, presente e futuro. Essa Verdade é a Divindade. Deus é um só, agora e para sempre. Quão tolo é pensar que a visão mundana que está sujeita a alterações ao longo do tempo é real. Você é um estudante hoje. Amanhã você se tornará um funcionário em uma Organização e alguns anos mais tarde será um funcionário aposentado. Então, o que é verdade? É a vida como um estudante ou um funcionário ou como um funcionário aposentado? Assim, todos os que você vê neste mundo objetivo e todas as relações entre os indivíduos são apenas temporários, nunca reais e permanentes. A Divindade não é assim. Reconheça a verdade de que o Divino é onipresente - ontem, hoje e amanhã.

Eu quero que você exerça controle sobre cinco coisas vitais na vida. (1) "Não desperdice dinheiro." Perceba que o mau uso de dinheiro é imoral. Se você deseja manter uma foto de Bhagavan, tenha apenas uma. Por que desperdiçar seu dinheiro na compra de muitas? (2) "Não desperdice comida." Perceba que "Alimento é Deus." (3) "Não perca tempo." Tempo é Deus. Tempo desperdiçado é vida desperdiçada. (4) "Não desperdice energia." Entenda que quando você vê, fala, ouve, age ou pensa, energia é gasta. Em todas essas atividades, não desperdice suas energias desnecessariamente. (5) "Não se esqueça de Deus", a qualquer momento, no que quer que você possa estar fazendo. Deus está presente onde quer que vá. Ele está com você, ao seu lado e em torno de você, sempre. Assim, não há necessidade de ir a algum templo para orar a Deus. O seu coração é Seu templo. Transforme sua visão interior e compreenda o Princípio do Atma. (Discurso Divino, 23 de novembro de 1997)




Sathya Sai Baba






Fonte: www.sathyasai.org.br
Fonte da Gravura: Tumblr.com

POR QUE ESPÍRITOS DESAJUSTADOS NOS ENVOLVEM E INFLUENCIAM TÃO FACILMENTE?

Podemos responder com a velha pergunta de algibeira:

• Por que o cachorro entra na igreja?
• Ora, porque a porta está aberta!

Exatamente o que acontece com estas entidades. Aproximam-se de nós, envolvem-nos, invadem nossa casa mental porque, segundo a expressão evangélica:

- Está desocupada - vazia de ideais superiores, de motivação existencial.

- Está varrida e adornada - atraente para os invasores, receptiva às suas sugestões.

A intervenção dos benfeitores desencarnados e os recursos mobilizados no Centro Espírita promovem seu afastamento. Todavia, isso não é o bastante. Fundamental que aprendamos a nos defender, que tenhamos cuidado porquanto pode ser que eles resolvam voltar e venham acompanhados de outros iguais ou piores. O estrago será maior. Necessário, portanto, fechar a porta, impedir seu acesso.

Na questão 469, de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta aos mentores espirituais como podemos fazer isso. A resposta é bastante elucidativa:

"- Praticando o Bem e pondo em Deus toda a vossa confiança (...)."

Quem se empenha em servir e tem certeza da proteção divina resguarda a casa mental contra malfeitores e desocupados do Além.

Uma pergunta que deveríamos formular a nós mesmos: que tipo de gente recebemos em nossa casa mental? Não é difícil definir. Basta analisar como estamos, nossas emoções e sentimentos. Talvez seja preciso despejar hóspedes indesejáveis e convidar outros mais recomendáveis, em favor de nossa paz.




Richard Simonetti





Fonte do Texto e da Gravura: GRUPO DE ESTUDO "ALLAN KARDEC"
http://grupoallankardec.blogspot.com.br/

MEDITAÇÃO É UMA MANEIRA DE ENCARAR A CRISE REAL DA VIDA

Meditação é uma maneira de encarar a crise real da vida, de encarar o próprio crescimento e as dores crescentes.

A filosofia distrai, a teologia engana, a política somente o mantém ocupado com coisas estúpidas, a arte somente decora a cela e a ciência ainda não é corajosa o bastante para atacar o problema real, assim ela fica trabalhando sobre coisas, sobre o exterior.

Religião é esta coragem de penetrar na realidade paradoxal de ambos, nascimento e morte, matéria e mente, isto e aquilo.

Muito poucas pessoas foram religiosas — um Buda, um Krishna, um Zaratustra.

E toda pessoa pode ter essa satisfação de ser religiosa, toda pessoa pode viver Deus. Mas então você terá de renunciar a muitas coisas, suas filosofias, suas religiões, suas estúpidas ocupações...

E não estou dizendo que você deva renunciar ao mundo — sua esposa, seus filhos, seu trabalho — não. Este não é o problema. O problema real está em suas crenças; você terá de renunciar a suas crenças.

Mas o que acontece no mundo? Alguém se farta do mundo, renuncia aos filhos e à família e escapa para uma caverna dos Himalaias ou para algum mosteiro católico. Ele renuncia a tudo, exceto a suas crenças. Ele carrega essas crenças para o mosteiro, e elas são as coisas reais às quais ele deve renunciar.

Ensino meus sannyasins a renunciarem às crenças, aos conceitos, aos preconceitos.

O mundo é perfeitamente belo, pois ele é o Deus visível.

Renuncie apenas às atitudes que lhe foram ensinadas, às quais você foi condicionado.




Osho





Fonte: "A Sabedoria das Areias – Discursos Sobre o Sufismo"
Fonte da Gravura: Tumblr.com

A RAZÃO DE SER

Tudo o que acontece no mundo tem a sua razão de ser. O sábio tem esta certeza e por isso nada pode fazê-lo perder a sua luz, a sua paz, a sua confiança. Mesmo que muitos acontecimentos continuem a ser inexplicáveis para ele, isso não o leva a pôr a sabedoria divina em questão, pois sabe que, um dia, o seu significado ser-lhe-á revelado.

É certo que a existência nos põe muitas vezes perante fatos, situações, que, à primeira vista, nos parecem incompreensíveis, absurdos e até escandalosos: como é que tais coisas são possíveis? Mas nada é mais terrível e perigoso do que concluir, a partir daí, que a vida humana é desprovida de sentido. Jamais um sábio dirá, como alguns supostos filósofos, que tudo é acaso, caos e absurdo. Que orgulho é afirmar que não tem sentido aquilo que ainda não se consegue compreender! E que empobrecimento isso representa para o pensamento!




Omraam Mikhaël Aïvanhov





Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Tumblr.com

OS VERDADEIROS OBJETIVOS DO MOVIMENTO (MOVIMENTO ESOTÉRICO MODERNO)

O Foco Central de um Projeto de Longo Prazo

O movimento esotérico moderno foi fundado em Nova Iorque em 1875. Os seus dois principais fundadores são Helena Blavatsky e Henry Olcott. A real importância de William Q. Judge, que participou da fundação, só ficou clara posteriormente.

Os objetivos declarados deste movimento, em sua formulação mais conhecida, são os seguintes:


1) Formar o núcleo de uma Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor;

2) O estudo de religiões, filosofias e ciências antigas e modernas, e a demonstração da importância de tal estudo;

3) A investigação das leis inexplicadas da Natureza e dos poderes psíquicos latentes no homem. [1]


Com poucas variações, os três objetivos descritos acima são adotados pelas várias linhas de trabalho teosófico existentes hoje no mundo. No entanto, as metas são complexas e abrangentes. Elas transcendem as palavras e podem ser expressadas de diversas formas. Em um texto de outubro de 1886 que também é conhecido como “O Programa Original da Sociedade Teosófica”, H.P. Blavatsky incluiu informação valiosa que até hoje nem todos conhecem.

Ao narrar os objetivos do movimento no momento da sua fundação, ela escreveu que as crenças cegas religiosas devem ser desmascaradas, e que as energias sutis da vida, positivas e negativas, precisam ser descritas e identificadas para que as ilusões sejam destruídas.

Do ponto de vista prático, essa tarefa cria um dilema. É preciso achar um modo de promover a fraternidade universal e ao mesmo tempo combater o fanatismo e a hipocrisia das principais religiões. Será possível fazer isso sem parecer intolerantes?

A vida tem mostrado que essa tarefa é inevitável, mas apresenta obstáculos. Alguns ainda pensam que a prática da fraternidade proíbe o estudante de fazer críticas. Essa é uma perigosa ilusão. Cabe combinar, isso sim, uma mente aberta com uma firmeza de princípios. A prática da amabilidade não autoriza ninguém a omitir-se diante do erro e da fraude.

Descrevendo em 1886 os objetivos do movimento, H. P. Blavatsky escreveu:

“Enviada aos Estados Unidos da América em 1873 com o  propósito de organizar um grupo de trabalhadores em um plano psíquico, dois anos mais tarde a autora do presente texto recebeu ordens do seu Mestre e Instrutor para formar o núcleo de uma Sociedade cujos objetivos foram genericamente definidos como segue:


1) Fraternidade Universal;

2) Nenhuma distinção deveria ser feita pelos membros entre raças, credos ou posições sociais, mas cada membro deveria ser julgado e tratado apenas em função dos seus méritos pessoais;

3) Estudar as filosofias do Oriente - especialmente as da Índia, e apresentá-las gradualmente ao público em várias obras que devem interpretar as religiões exotéricas à luz dos ensinamentos esotéricos;

4) Fazer oposição de todas as formas possíveis ao materialismo e ao dogmatismo teológico, demonstrando a existência de forças ocultas na Natureza, desconhecidas pela Ciência, e a presença de poderes psíquicos e espirituais no Homem; e tentar, ao mesmo tempo, ampliar os pontos de vista dos espíritas mostrando a eles que há outras, muitas outras forças em ação na produção de fenômenos psíquicos além dos ‘Espíritos’ dos mortos. As superstições deveriam ser denunciadas e evitadas; e as forças ocultas, benéficas e maléficas - que sempre nos rodeiam e manifestam suas presenças de vários modos, deveriam ser demonstradas da melhor maneira possível.”

E Blavatsky prosseguiu:

“Esse era o programa de ação em suas linhas gerais. Não foi dito aos dois principais fundadores o que eles tinham de fazer, como eles tinham que provocar e acelerar o crescimento da Sociedade e os resultados desejados; eles tampouco receberam quaisquer ideias definidas com relação à organização externa - tudo isso foi deixado inteiramente a cargo deles. Assim, como a abaixo-assinada não tinha capacidade para a formação e a administração mecânicas de uma Sociedade, a sua direção foi deixada nas mãos do coronel H.S. Olcott, escolhido naquela ocasião pelos fundadores e membros iniciais como Presidente vitalício. Mas ao mesmo tempo que não foi dito aos dois fundadores o que eles tinham que fazer, eles foram claramente instruídos sobre o que eles jamais deveriam fazer, o que eles tinham que evitar, e o que a Sociedade nunca deveria se tornar. Organizações de Igrejas, seitas Cristãs ou espíritas foram mostradas como futuros contrastes à nossa Sociedade.”

E para esclarecer ainda mais, Blavatsky enumerou dois pontos:

“1) Os Fundadores tinham que exercer toda a sua influência para fazer oposição a egoísmo de qualquer tipo, insistindo em sentimentos sinceros e fraternos entre os membros - pelo menos externamente; trabalhando para que o Movimento produzisse um sentimento de unidade e harmonia, apesar da grande diversidade de crenças; esperando e exigindo dos Membros uma grande tolerância mútua e compaixão de cada um pelos defeitos do outro; ajuda mútua na pesquisa de verdades em qualquer área de conhecimento, moral ou física, e mesmo na vida diária.

2) Eles tinham que se opor da maneira mais intensa possível a qualquer coisa que se aproximasse de fé dogmática e fanatismo - a crença na infalibilidade dos Mestres, ou mesmo na mera existência dos nossos Mestres invisíveis, devia ser combatida desde o início. Por outro lado, como era exigido um grande respeito pelas opiniões pessoais e crenças de todos os membros, qualquer membro que criticasse a fé ou a crença de outro membro, ferindo seus sentimentos ou mostrando uma autoafirmação repreensível, não solicitada (conselhos mútuos amigáveis eram um dever, a menos que recusados) - tal membro sofreria expulsão. Tinha que ser encorajado o maior espírito de livre pesquisa, sem que fossem colocados impedimentos por ninguém e por coisa alguma.” [2]


O Paradoxo da Fraternidade

Pesquisa é fundamental em teosofia. Acreditar sem fundamento em alguma coisa é nocivo.

Uma grande diferença entre uma igreja e uma escola filosófica é que para a igreja o mais importante é a crença, e o debate é algo que atrapalha a fé cega; enquanto que para uma escola de filosofia a atividade principal é a pesquisa, e nela o debate honesto, impessoal, respeitoso, é bem-vindo e até indispensável.

O movimento teosófico deve evitar uma aparência de tolerância em que não haja direito a debate ou sinceridade, supostamente para não ferir os sentimentos daqueles que alimentam uma fé cega ou uma rotina mental.

A abertura de horizontes é saudável,  mas a “tolerância” em relação a quebra de princípios éticos é inaceitável por um motivo muito prático: produz maus frutos.

Deve haver firmeza na ética e uma flexibilidade na forma de pensar. Devemos ter um pensamento universal, capaz de fazer a síntese entre diferentes tradições, sem aceitar ausência de honestidade. E precisamos critério e sabedoria para administrar diariamente esse aparente paradoxo.

A universalidade das religiões significa que diferentes tradições se encontram em “algum lugar”. E o “lugar” em que as diferentes religiões se encontram tem que ser o respeito pela verdade.

As árvores se conhecem pelos frutos, e os frutos das religiões e das filosofias são, naturalmente, as ações práticas dos seus estudantes ou seguidores. Uma bela “filosofia”, sem belas ações, é apenas uma forma de encobrir o fracasso. Daí a centralidade da ética.

Há um contraste aparente entre a universalidade que abrange as diferentes tradições e a promoção de uma ética vivida de fato na vida diária. Esta última pode ser vista como rigidez, por pessoas sem princípios. E a contradição provoca  dificuldades. O paradoxo produz testes e provações indispensáveis para que o aprendizado seja real.

São muitas as lições que surgem, na medida em que se tenta alcançar na prática diária os objetivos centrais do movimento inaugurado em 1875 em Nova Iorque. O lento progresso nesta direção abre pouco a pouco uma página nova na evolução da humanidade.



NOTAS:

[1] Texto traduzido da contracapa  do livreto “Work for Theosophy - Articles by William Q. Judge”,   The Theosophy Company, Los Angeles, Califórnia, EUA, 48 pp. Todas as publicações da Loja Unida de Teosofistas adotam essa formulação dos objetivos.

[2] Do livreto “Theosophical Objects, Program and Organization”, H.P. Blavatsky, The Theosophy Company, Los Angeles, Califórnia, EUA, 38 pp., ver pp. 16-18. Essa é a primeira parte do documento. O texto também foi publicado sob o título de “The Original Programme of the Theosophical Society” na revista mensal “The Theosophist”, Adyar, Madras, Índia, edição de agosto de 1931, ver pp. 561-564 para os trechos traduzidos aqui.




Carlos Cardoso Aveline






Fonte: http://www.helenablavatsky.net/2016/04/os-verdadeiros-objetivos-do-movimento.html
Fonte da Gravura: Helena P. Blavatsky e Henry S. Olcott, na década de 1880
http://www.helenablavatsky.net/2016/04/os-verdadeiros-objetivos-do-movimento.html

sábado, 9 de abril de 2016

DESERTO DA ALMA - AS SITUAÇÕES DIFÍCEIS DA VIDA

De alguém que não se deixa abater, sejam quais forem as dificuldades que tenha de ultrapassar, pode-se dizer que irá muito longe. Vós perguntais: «Nunca se deixar abater? Como é isso possível?» Com a boa vontade. Sim, a boa vontade, pois a vontade só por si não basta. Não basta cerrar os dentes ou os punhos perante as dificuldades e dizer: «Eu vou aguentar!», pois não é garantido que se consiga ser mais forte do que os acontecimentos, e fica-se esgotado.

Aquilo a que eu chamo boa vontade é uma vontade sustentada por um intelecto que procura compreender os acontecimentos e tirar deles uma lição, e por um coração sempre aberto aos outros. Esta boa vontade é também uma forma de paciência. Nada a desencoraja. Por isso, a paciência é uma qualidade que deve acompanhar todas as outras: é preciso ser sábio e paciente, ser generoso e paciente, ser forte e paciente, senão todas essas qualidades que são a sabedoria, a generosidade, a força, etc., perdem rapidamente o seu poder.

Em que é que devemos alicerçar a nossa esperança? Na certeza de que o futuro pode sempre ser melhor. Mesmo que o presente não seja famoso, os poderes da vida e do bem são tais que podem sempre vencer o mal, desde que decidais associar-vos a eles.

Alguém dirá: «Mas que esperança posso eu ter? Todas as minhas iniciativas falham, não tenho qualquer futuro!» Evidentemente, isso depende daquilo a que chamais o vosso futuro. Se só perspetivais esse futuro como sucesso material, social, ou como um romance de amor digno dos contos de fadas, talvez o vosso futuro esteja realmente tapado. Mas o vosso verdadeiro futuro, o vosso futuro de filhos e filhas de Deus, está escancarado diante de vós. Os dias são diferentes uns dos outros. Hoje não vistes o sol? Amanhã ele voltará a brilhar. Nada está definitivamente fechado para aqueles que sabem onde alicerçar a sua esperança.

Pode acontecer a cada um sentir-se interiormente como se atravessasse um deserto: já nem tem gosto nem desejo pelo que quer que seja, tudo para ele se torna enfadonho, estranho, vazio. Este estado é o mais grave em que um ser humano pode cair. O mais grave não é ter insucessos, ficar doente, arruinado, é já não ter amor, entusiasmo, fé, é perder o sentido da vida. Por isso, há que preparar em si próprio os elementos que serão necessários para sair incólume desse deserto da alma.

Cada dificuldade tem uma solução particular. Essa solução pode ser a luz, ou a vontade, ou a humildade, ou a pureza, ou o amor... Por isso, esforçai-vos por não descurar nenhum destes poderes, nenhuma destas forças, para não ficardes completamente sem recursos quando vem a provação. Mesmo que hoje vos pareça que nada vos falta, isso não justifica que não trabalheis para adquirir os elementos que – podeis estar certos! – um dia vos serão necessários.




Omraam Mikhaël Aïvanhov






Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

Nesse momento, o serviço mais essencial que podemos fazer para a humanidade é espalhar vibrações de paz. À medida que o medo e a animosidade abastecem os cenários ao redor do mundo, nossas vibrações - que emergem de pensamentos e votos pacíficos podem funcionar como tranquilizantes que acalmam a atmosfera. Assim como pensamentos tóxicos de ódio e revanche tem moldado as crises, pensamentos de paz mundial nos levarão em direção à resoluções mais calmas das situações.

Ser sábio sobre o significado da palavra agora é a arte de ver que cada momento tem seu valor próprio, mesmo que a experiência de tal momento não esteja conectada com qualquer uma de nossas ambições, metas ou preocupações mentais. O significado do tempo dos relógios não é nada quando comparado com a experiência de não sentir o tempo, de estar completamente presente e imerso na tarefa que está sendo realizada. (Mike George, From now to eternity, Purity, February, 2007)

Tolerância significa aceitar as diferenças e mudar com graça. É uma aceitação intencional das coisas como são. É ficar calmo em meio às pessoas e situações que possamos não concordar. É manter nossa dignidade e equilíbrio interior enquanto passando pelo teste de resistência. Tolerância não é aprovar o comportamento e abordagem dos outros. É uma forma de mostrar respeito pela humanidade essencial de cada pessoa.

Para muitos de nós, tolerância pode parecer ser uma arma para os fracos. Mas tolerância, de fato, é o contrário do comportamento submisso. É uma virtude que independe de medo e aprovação, é um ato de grande coragem! Uma pessoa tolerante sabe que o silêncio muitas vezes pode ser mais poderoso do que a fala e então ela usa o comedimento para se conduzir através da situação. Ela sabe que através do silêncio muitas coisas complexas são resolvidas por si mesmas, não precisam do nosso impulso de reagir ou interferir.

Atualmente precisamos mudar a tendência de ter cabeças quentes e corações frios em relação às situações externas. Não importa o que aconteça, precisamos manter o coração aquecido com amor e compaixão e a cabeça fria com paz. Essa atitude ajudará a manter corpo e alma saudáveis. E uma boa vibração para o mundo será criada. (Sister Jayanti)




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 8 de abril de 2016

A MEDITAÇÃO, O SILÊNCIO E O SAGRADO

Há silêncio entre duas notas; há silêncio entre dois pensamentos, entre dois movimentos; há o silêncio entre duas guerras; há silêncio entre marido e mulher antes que comecem a brigar. Não estamos falando dessa qualidade de silêncio, porque eles são temporários, desaparecem. Estamos falando de um silêncio que não é produzido pelo pensamento, que não é cultivável, que só chega quando você tiver compreendido todo o movimento da existência. Nisso há silêncio, não há pergunta e resposta, não há desafio. Não há busca, tudo terminou. Nesse silêncio há um grande sentido de espaço e beleza e um extraordinário sentido de energia. Então chega aquilo que é eternamente, intemporalmente sagrado, que não é o produto da civilização, o produto do pensamento. É esse o movimento integral da meditação. (This Light in Oneself, p. 44)

Para descobrir o que é a meditação, a beleza disso, não a palavra – a palavra significa ponderar, pensar, recordar – então para descobrir o que é meditação devemos abordá-la negativamente. Ou seja, descobrir o que não é. Entendem? A maior parte de nós é tão positiva, e pensamos que a meditação é algo que temos que fazer, praticar, mas se podemos abordá-la com inteligência, não com o desejo, mas com a inteligência, que é ver o que ela não é. Então vamos fazer isso juntos? Ver o que ela não é. (The Beauty of Death as Part of Life)

O silêncio da mente chega naturalmente – por favor ouçam isto – chega naturalmente, facilmente, sem qualquer esforço se você souber observar, olhar. Quando você observar uma nuvem, olhe para ela sem a palavra e portanto sem o pensamento, olhe para ela sem a divisão como observador. Então há uma consciência e uma atenção no próprio ato de olhar: não a determinação de estar atento, mas olhar com atenção, mesmo que esse olhar possa durar apenas um segundo, um minuto – isso é suficiente. Não seja ganancioso, não diga “Tenho que ter isso durante todo o dia”. Olhar sem o observador significa olhar sem o espaço entre o observador e a coisa observada, o que não significa identificar-se com a coisa que é olhada.

Portanto quando se consegue olhar para uma árvore, para uma nuvem, para a luz sobre a água, sem o observador, e também – o que é muito mais difícil, o que precisa de uma maior atenção – se você conseguir olhar para si mesmo sem a imagem, sem qualquer conclusão, porque a imagem, a conclusão, a opinião, o juízo, a bondade e a maldade, estão centrados em torno do observador, então você descobrirá que a mente, o cérebro, se torna extraordinariamente tranquilo. E essa tranquilidade não é uma coisa a ser cultivada; ela pode acontecer, ela acontece sim, se você estiver atento, se você for capaz de observar o tempo todo, observar os seus gestos, as suas palavras, os seus sentimentos, os movimentos do seu rosto e tudo o mais. (Beyond Violence, p. 131)




J. Krishnamurti





Fonte: http://www.jkrishnamurti.org/pt
Fonte da Gravura:
http://www.taringa.net/posts/ciencia-educacion/16865761/Jiddu-Krishnamurti.html
http://fightlosofia.com/krishnamurti-en-imagenes-krishnamurti-in-pictures/

COMUNIDADE HUMANA

Aqueles que estão tentando construir a comunidade humana sobre uma fundação de riqueza (dhana), a estão construindo sobre a areia; aqueles que procuram construir sobre a rocha da retidão (dharma) são os sábios. Cada pessoa consome quantidades específicas de alimentos e muitos até mesmo calculam as calorias consumidas e queimadas. Basta pensar por um momento: você já calculou o que tem dado de volta à sociedade que o ajuda a viver e desfrutar o mundo? Você deve transformar o alimento em serviço para o bem-estar da sociedade. Mera alimentação e cuidados com o corpo são inúteis, pois o corpo é apenas um contêiner. Quando a centelha da Divindade deixa o corpo, ele torna-se um cadáver. Ninguém manterá o cadáver nem mesmo por mais que algumas horas. As pessoas evitarão a visão e o cheiro de um cadáver; é repugnante. Nunca seja seu próprio inimigo nem um fardo para ninguém. (Divino Discurso, 03 de fevereiro de 1964)




Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

SANTA SARA - A FILHA DE JESUS CRISTO E MARIA MADALENA

Contam as antigas lendas francesas relacionadas à descendência de Jesus Cristo e Maria Madalena que durante a perseguição aos cristãos primitivos ocorrida nos anos seguintes à crucificação, alguns dos discípulos do Grande Kabir e pessoas próximas ao Divino Casal fugiram da Judeia em um barco e chegaram à costa sul da Gália, atual França.

Na embarcação usada para a fuga pelo mar Mediterrâneo estavam os irmãos Lázaro, Maria Madalena e Marta, juntamente com a mãe dos apóstolos João e Tiago, chamada Maria Salomé, acompanhados ainda por Maria de Cleofas, a tia de Jesus, e Maximin d’Aix, um dos setenta e dois discípulos de Jesus Cristo e famoso evangelizador da região de Aix-en-Provence.

Além de todos eles, participava desta jornada uma jovem de pele morena, supostamente vinda do Alto Egito para servir à tia de Jesus como aia. Seu nome era Sara, quem atualmente vem sendo identificada na literatura sobre a descendência familiar de Jesus Cristo como sendo sua filha com Maria Madalena.

Esta tradição ressurgiu com força na década de 1980, graças à obra O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, dos escritores Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln. Nos últimos anos, as teorias sobre os frutos da união matrimonial celebrada entre Jesus e sua principal discípula vêm ganhando cada vez mais força no imaginário popular graças à publicação de novos romances históricos baseados nas ideias que acabaram sendo popularizadas pelo escritor Dan Brown.

Alguns autores mais recentes que aproveitam o sucesso do bestseller O Código Da Vinci e a ideia que identifica o Santo Graal com o Sangue Real dos herdeiros do Salvador e sua esposa redimida sugerem que Santa Sara, a menina egípcia que acompanhou os familiares e discípulos de Jesus Cristo na embarcação rumo às terras francesas, era na verdade a filha do divino casal da Galileia.

Este é o caso do livro The Woman with the Alabaster Jar: Mary Magdalen and the Holy Grail (A Mulher com o Vaso de Alabastro: Maria Madalena e o Santo Graal), escrito por Margaret Starbird e publicado em 1993, contendo a ideia de que Santa Sara é a filha de Jesus e Madalena, e que este fato seria a autêntica fonte da lenda associada com a mística de Saintes-Maries-de-la-Mer.

Como já mencionamos acima, a tradição local afirma que a cidade de Saintes-Maries-de-la-Mer foi o porto onde os familiares e discípulos de Jesus desembarcaram de sua fuga pelo Mediterrâneo. No barco estavam as chamadas Três Marias, Maria Madalena, Maria Salomé e Maria de Cleofas, as três mulheres que primeiro testemunharam a tumba vazia de Jesus, e cujas relíquias são o foco de devoção de peregrinos.

Assim que Jesus foi crucificado, as Três Marias e sua comitiva teriam partido da cidade egípcia de Alexandria acompanhadas de seu tio, José de Arimateia. As lendas francesas sustentam que a embarcação chegou ao território que hoje corresponde ao sul da França, onde havia uma fortaleza chamada Oppidum-Ra. O local passou logo a ser conhecido como Notre-Dame-de-Ratis, pois Ra se tornou Ratis (que em latim significa algo como “navegar”), para mais tarde tornar-se Notre-Dame-de-la-Mer, e no século XIX, Saintes-Maries-de-la-Mer.

Margaret Starbird afirma que o nome Sara significa “princesa” em hebraico, um forte indicativo de que ela seria a descendente esquecida do “sang réal”, o sangue real do Rei dos Judeus. O esquecimento de Sara teria sido consequência da supressão que o Catolicismo Romano realizou sobre a veneração e a devoção ao Sagrado Feminino, resultando num desequilíbrio espiritual da doutrina cristã.

Para a autora, o Cristianismo Primitivo incluía a celebração do chamado Hierosgamos, que significa “casamento sagrado”, a união sexual divina e divinizante, o mesmo Sacramento da Câmara Nupcial dos antigos gnósticos, e o Grande Arcano dos gnósticos contemporâneos, tal como foi ensinado por Samael Aun Weor em sua extensa obra.

Esta celebração oferecia um modelo arquetípico do noivo (Jesus Cristo) e da noiva (Maria Madalena), ensinando a metafísica da união do Espírito Puro (Real Ser Interior) com a Alma Arrependida (que vai sendo liberta dos Eus Psicológicos), e a ciência da união sexual entre homem e mulher. Este último corresponde à mescla inteligente do erótico com o sagrado, um ato religioso capaz de converter seus adeptos em deuses, ou seja, de levá-los à união com a Divindade para conhecer seus Mistérios.

Este modelo de unidade conciliadora da dualidade acabou sendo perdido logo nos primeiros séculos do Cristianismo, uma verdadeira tragédia espiritual que acabou excluindo as lideranças femininas, o que era muito comum no tempo dos primeiros discípulos de Jesus. A autora insiste que tal parceria sagrada é universal e apenas reflete aquela existente em outras regiões do planeta, em contextos religiosos muito anteriores ao daquele em que se formou a religião do Cristo.

Nos dias atuais, para o bem da retomada do equilíbrio de gêneros na religiosidade cristã e a revisão da importância da sexualidade para uma espiritualidade conciliadora do humano com o divino, Santa Sara converteu-se em um instrumento de oposição aos velhos padrões autoritários e de rigidez hierárquica, onde o masculino impera à força e às cegas sobre o feminino por puro medo de perder seu poder e de ser tragado pela sensualidade que secretamente deseja.

E para o esoterismo gnóstico, Santa Sara representa o fruto maravilhoso deste casamento divino que acontece no interior de cada discípulo que celebra o Hierosgamos, que recebe o Sacramento da Câmara Nupcial, e que opera com o Grande Arcano ensinado pelo Gnosticismo nos dias atuais. Este fruto é a alma cristificada, livre de toda amarra psicológica, das ilusões e dos apegos, pronta para experimentar a GNOSIS e com ela a VERDADE.




Publicado por Giordano Cimadon na Sociedade Gnóstica Internacional (SGI)



Fonte do Texto e da Gravura: http://www.sgi.org.br/

domingo, 3 de abril de 2016

A RETIDÃO É A DIVINDADE INTERIOR (DHARMA - ATMA)

Com esforços diligentes, sucesso pode ser alcançado. Mesmo uma formiga pode percorrer quilômetros movendo-se continuamente. No entanto, mesmo Garuda (a águia celeste) não pode elevar-se dois pés se não tiver vontade de voar. Da mesma forma, sem bons pensamentos e boas ações baseadas neles, não se pode realizar qualquer coisa boa. A criança Dhruva conseguiu o que desejava, apesar de muitos obstáculos difíceis, por causa de sua firme determinação e austeridades espirituais. Por seus pensamentos sublimes, alcançou o status de uma estrela no céu. Da mesma forma, qualquer pessoa, independentemente de idade ou habilidades, com fé e determinação, pode realizar o que quiser. Em todo campo, ação inabalável (sadhana) é essencial. Além disso, você deve controlar seu temperamento. O Sábio Durvasa, apesar de sua penitência não tinha paz porque não podia controlar seu temperamento. Juntamente com a paz, a qualidade de paciência (Kshama) é essencial. Perdão é verdade, é Dharma, é a essência do Veda, é não-violência e a melhor austeridade (Yajna). (Discurso Divino, 05 de julho de 1996)

Dharma e Jnana (retidão e sabedoria espiritual) são dois olhos dados a você para descobrir sua singularidade e sua Divindade inata. Dharma indica o caminho correto que cada indivíduo, grupo ou sociedade devem seguir. Dharma destrói aquele que o infringe e defende aquele que o protege. O edifício do Dharma é erguido sobre o fundamento da Verdade. Nyaya (justiça) é um atributo essencial do Dharma. Uma sociedade, uma nação ou um indivíduo brilham com glória somente quando aderem à justiça, adquirem riqueza pelo trabalho na agricultura, nos negócios ou em qualquer outra profissão, e adquirem mérito e graça divina, aderindo à moralidade (neethi) e retidão (Dharma). Embora o Dharma conduza à ação correta, é necessário também adquirir Jnana. Todos os sofrimentos e problemas na vida surgem do senso de dualidade. Uma vez que o sentimento de "eu" e "meu" seja eliminado, a consciência da Divindade que permeia tudo pode ser percebida. (Discurso Divino, 19 de janeiro de 1984)

Dharma, quando desposa a grande alma chamada Verdade (Sathya), gerará os filhos Seriedade (Shraddha), Compaixão (Daya), Paz (Shanti), Prosperidade (Pushti), Contentamento (Santushti), Progresso (Vriddhi), Modéstia (Lajja), Honra (Gouravam) e Libertação (Mukthi). Examine-se cuidadosamente se você é da linhagem acima, do Dharma, ou da de Ignorância (Mithya) e Iniquidade (Adharma). Quando você assiduamente praticar Dharma, a Divindade dentro de você se manifestará espontaneamente. Não limite o Dharma a meras palavras. Você é a própria personificação da retidão. Mas você não será digno dessa denominação se não levar uma vida de Dharma. Todos devem perceber que alcançar a unidade com a Divindade é o objetivo da vida humana. Por isso, é seu dever primário desenvolver fé no Divino. Com fé, você levará uma vida dedicada a Dharma, Sathya e Neethi (Retidão, Verdade e Justiça) e alcançará o objetivo do seu nascimento. (Discurso Divino, 19 de janeiro de 1984)

Retidão (Dharma) é eterna, é igual para todos em todos os lugares. Ela expressa o significado da Divindade interior de uma pessoa (Atma). O local de nascimento da retidão (Dharma) é o seu coração. O que emana do coração como uma ideia pura, quando traduzida em ação é chamada de Dharma. Se isso tiver que ser explicado de uma forma que todos possam entender, você pode dizer: "Faça aos outros o que você quer que lhe façam"! Dharma também consiste em evitar ações que possam ferir os outros. Se alguém faz coisas que lhe causam felicidade, então você, por sua vez, deve fazer coisas que causarão felicidade aos outros. Quando reconhecemos que certos atos que os outros fazem causam dificuldades, e quando também fazemos as mesmas ações, isso claramente é adharma (ausência de retidão)! Às vezes, e em algumas circunstâncias, um indivíduo que comete um erro deve ser avisado de forma muito clara que ele fez algo de errado, para que ele melhore. (Chuvas de verão em Brindavan, 1973, Capítulo 23)





Sathya Sai Baba





Fonte: http://www.sathyasai.org.br/
Fonte da Gravura: Tumblr.com

sábado, 2 de abril de 2016

REFLEXÕES PARA A CONSCIÊNCIA DA ALMA

A principal razão de um obstáculo é o conflito de sentimentos. Nosso estado de espírito se eleva ou cai a partir de duas coisas: sentimentos e intenções. Para mantermos o alto-astral, precisamos ter mais sentimentos de: (1) bondade; (2) amorosidade e cooperação; (3) coragem e entusiasmo; (4) consciência de alma; (5) pertencimento. Todos esses sentimentos podem ser chamados de bons votos. Quando temos bons votos em relação a nós e aos outros, nos sentimos mais próximos de todos. Como consequência disso, obstáculos e conflitos terminam.

Honestidade existe quando não há contradições nos pensamentos, palavras ou ações. Os pensamentos serão limpos. As palavras, ao refletirem a clareza da mente, serão preenchidas com o poder da verdade. O mérito será visível nas ações. Ter uma forma internamente e outra externamente cria barreiras, impede a proximidade nos relacionamentos, quebra o amor. É a honestidade genuína, cultivada dentro de você, que tocará a todos.

Encontre um lugar quieto e relaxe. Sente-se em uma cadeira. Mantenha seus olhos abertos e gentilmente repouse o olhar em um ponto à frente. Afaste sua atenção dos sons externos e observe seus pensamentos. Não tente parar de pensar. Não julgue, apenas observe. Assim os pensamentos desaceleram e você fica mais tranquilo. Crie um pensamento sobre você como: “Eu sou pacífico.” Segure essa afirmação na tela da mente. Visualize-se sendo pacífico. Não lute com outros pensamentos ou memórias que possam distraí-lo. Deixe-os passar e volte ao pensamento que você criou. Agora pense no Oceano de Paz, Deus. Receba Dele todas as virtudes. Permaneça estável por alguns minutos e retorne às suas atividades. (BK Vishnu Khemani)

Os pensamentos têm grande poder. Eles são como sementes que você planta na mente. Quanto mais você mantém um pensamento, mais poder ele terá. Pensamentos positivos dão energia e força. Pensamentos negativos roubam poder e nos fazem sentir cansados. Somos positivos por natureza. Negatividade é resultado de um pensamento falho. Você pode mudar se quiser. Você não pode controlar os outros e as situações, mas você pode controlar o que está acontecendo dentro de você. Leva tempo para transformar esses padrões de pensamento. Seja paciente consigo. Comece com um pensamento: Hoje! (BK Prashant)




Brahma Kumaris





Fonte: www.bkumaris.org.br
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal

sexta-feira, 1 de abril de 2016

JUNG - O EGO E A SOMBRA

“Qualquer árvore que queira tocar os céus precisa ter raízes tão profundas a ponto de tocar os infernos.” – Carl Jung


O Arquétipo Sombra consiste no lado obscuro da Psique, onde estão contidos nossos instintos primitivos. É a origem de tudo aquilo que há de melhor e pior na raça humana.

Para que o sujeito seja inserido na comunidade, é necessário que ele passe pelo processo de domesticação com relação aos ímpetos contidos na sombra.

Quando a pessoa consegue suprimir o aspecto animal de seu estado natural, ela pode se tornar “civilizada”, mas esta repressão só pode ser executada através das capacidades motivadoras da espontaneidade, da criatividade, das emoções e das intuições.

Podemos afirmar que uma vida privada de sua sombra se transforma numa vida sem brilho. Não há como fugir de sua sombra.

A Sombra é um Arquétipo de muito valor, pois ela detém a capacidade de reter e afirmar ideias ou imagens que trazem vantagens para a vida do indivíduo.

A regência de uma vida saudável gira sempre em torno do equilíbrio. O Ego e a Sombra devem trabalhar em perfeita harmonia. Quando o Ego e a Sombra se harmonizam, a pessoa começa a se sentir cheia de vida e energia para prosseguir em sua caminhada. Assim, o Ego deixa de obstruir a Sombra e passa a canalizá-la. A Consciência se expande trazendo vitalidade à atividade mental.

É possível observarmos que as pessoas criativas são consideradas “esquisitas”. Há certa verdade no relacionamento entre o gênio e a loucura.

O conteúdo da Sombra presente nas pessoas criativas de vez em quando podem se sobressair ao Ego, fazendo com que essas pessoas pareçam num certo momento, insanas.

Quando o indivíduo traz em si um desequilíbrio, a sombra se aproveita dessa fragilidade. Um grande exemplo que pode ser citado é de um alcoolista compulsivo que com o tempo consegue vencer seu hábito e dominar o vício. A partir do momento em que o mesmo se encontra “curado”, os motivos que desencadearam o vício são forçados a recolher-se para o inconsciente, aguardando uma oportunidade para se expressar. O sujeito então, ao se deparar com uma situação traumática e conflituosa com a qual ele não pode lidar, a Sombra se manifesta com extrema força, originando dessa forma aquilo que denominamos recaída.

A Sombra é dotada de um intenso poder de resistência, pois ela nunca é vencida. No entanto, essa persistência é eficaz, tanto para a promoção do mal quanto para o bem.

Segundo o pensamento de Carl G. Jung (1875 -1961), dentro de cada um de nós há um outro que não conhecemos.

Todos os seres humanos tem seu lado obscuro. Se tudo correr bem é melhor nem conhecer.

Nós precisamos entender melhor a natureza humana, porque o único perigo real é o próprio homem.

A partir desse pensamento quero propor aqui o raciocínio de que a vida é um ciclo de energia onde eu mesmo sou o equilíbrio entre o medo e a coragem, a pergunta e a resposta, a alegria e a tristeza, a luz e a sombra. Somente pelo equilíbrio entre as grandes extremidades será possível compreender a Fé e a Razão.

Equilíbrio é saber até onde posso chegar e até onde vai o meu limite. Equilibrar-se implica em autoconhecimento.

Torna-se expressamente impossível alcançar o ponto de equilíbrio sem passar pela estrada do conhecimento de si mesmo.

O homem planeja, estuda e arquiteta planos mirabolantes para combater o seu inimigo, porém é quase incapaz de elaborar uma estratégia para conhecer a si mesmo.

É preciso compreender a máxima expressão de que o meu maior inimigo sou eu mesmo.

Tudo depende do Equilíbrio!



Evandro Rodrigo Tropéia





Fonte do Texto e da Gravura:
http://www.antroposofy.com.br/forum/jung-o-ego-e-a-sombra/
http://refletindo-sobre-o-ser.blogspot.com.br/2016/03/o-ego-e-sombra.html?spref=fb