Deus deu-nos a vida, mas, para estarmos verdadeiramente vivos, não devemos ficar sem fazer nada. Depende de nós reforçar a vida que recebemos, torná-la mais bela, mais sutil. A vida tem uma infinidade de graus. Aqueles que permanecem nos seus graus inferiores só podem comunicar com as realidades que estão ao seu nível. Eles cortam interiormente a ligação com a Fonte divina e esse corte dá-lhes pouco a pouco a sensação de que nada tem sentido, para eles já não existe um poder superior que governa o universo, quer se lhe chame Deus ou um outro nome. Quando se fica com a sua consciência num nível tão baixo, como é que se pode captar alguma coisa das realidades sublimes, como é que se pode sentir regozijo com a existência de Deus? Não se sente Deus nem em si próprio nem no exterior de si. Para se sentir a vida divina, primeiro é preciso divinizar a sua própria vida. Só a vida divina em nós pode despertar os centros espirituais que nos permitirão sentir a presença de Deus em nós, em todos os seres e em todas as coisas.
A vida quotidiana é como uma corrente que vos arrasta, por vezes sem terdes o tempo e a possibilidade de vos aperceberdes da direção para a qual ela vos arrasta. É por isso que estais continuamente a deixar-vos “apanhar” por todo o tipo de atividades e compromissos que, no momento, vos parecem úteis, razoáveis; mas, algum tempo depois, apercebeis-vos de que perdestes muito tempo e muita energia para obter poucos resultados. Isto não quer dizer que deveis dedicar-vos exclusivamente a trabalhos espirituais. Na realidade, qualquer atividade pode ser benéfica, mas só se tivestes a precaução de vos agarrar bem a um alto ideal, a uma filosofia divina. No dia em que aprenderdes a construir em vós mesmos algo de sólido, de estável, em torno desse centro que é o vosso espírito, todas as vossas atividades, até as vossas distrações, contribuirão para alimentar a vida em vós. O espírito que habita num ser não rejeita o seu fígado, os seus intestinos ou os seus pés, com o pretexto de que eles não são tão nobres como ele. Tudo está no seu lugar e o espírito serve-se de tudo, mas permanece no centro. E é porque o espírito permanece no centro que esse ser está vivo.
Omraam Mikhaël Aïvanhov
Fonte: www.prosveta.com
Fonte da Gravura: Acervo de autoria pessoal
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