Em diferentes períodos de nossas vidas todos nós quisemos nos comprometer com a verdade, nos comprometer com Deus. Todos tentamos, todos sentimos o desejo de rezar, e todos fracassamos. Porém, em algum momento, chegamos à conclusão de que a sabedoria que rebemos da tradição contemplativa da prece é a sabedoria que transforma o fracasso em triunfo. O silêncio e a pobreza que experienciamos em nossa meditação passam a representar uma auto autenticação.
Sabemos que não podemos analisar a Deus. Sabemos que, com nossas mentes finitas, não podemos compreender a infinitude de Deus. Mas, sabemos também, ou ao menos logo passamos a ter uma leve suspeita, que podemos experienciar o amor que Deus tem por nós... Trata-se de um conhecimento experiencial que nos ensina, adicionalmente, que as imagens fabricadas pelo ego, quer sejam de desesperança ou de santidade, devem todas ceder passagem. Nenhuma delas pode ser levada a sério...
O sucesso e o fracasso cedem passagem para o que passamos a conhecer como verdadeiro, por meio de nossa própria experiência da meditação: morte e ressurreição. Toda vez que nos sentamos para meditar morremos para o eu e, nos elevamos para além de nossas próprias limitações, para uma nova vida em Cristo... Passamos a compreender que a disciplina diária é quem desmascara o ego. Desmascarado ele desaparece. Não devemos nos impacientar nem desanimar. Devemos repetir nosso mantra, com fé, dia após dia. Sucesso ou fracasso, então, não terão significado. A única coisa significativa é a realidade de Deus, a realidade da presença em nosso coração.
Dom John Main, OSB
Fonte: Extraído do livro de John Main OSB, Caminho do Não Conhecimento (Teresópolis, Vozes Editora, 2010).
http://www.wccm.com.br/leitura-john-main-osb/950-alem-de-todas-as-imagens
Fonte da Gravura: http://www.good-will.ch/postcards_es.html
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